• Percival Puggina
  • 03/09/2015
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POR QUE "SIM" AOS BOLIVARIANOS E "NÃO" ÀS UNIDADES DA FEDERAÇÃO?

 

 Uma das consequências mais graves da apropriação do Estado por um partido político, como faculta nosso modelo institucional em sua irracionalidade, é o alinhamento do Itamaraty ao departamento de relações internacionais do Partido dos Trabalhadores. Não estou falando de uma hipótese ou de mera possibilidade. Nos últimos 13 anos, o que afirmo se expressa em longa lista de eventos. Dívidas perdoadas, contas não cobradas, financiamentos em condições especialíssimas, contratos sigilosos, acordos, extradições e por aí vai. O convênio que permitiu a vinda de médicos cubanos, por exemplo, é um caso escandaloso de superfaturamento, cujo objetivo visava mais à saúde financeira da empresa Castro&Castro Cia. Ltda. do que à saúde da população brasileira.

 Mesmo que os financiamentos do BNDES sejam vistos como operações comerciais de interesse do mega-empresário pernambucano Luiz Inácio Lula da Silva, ainda assim sobram exemplos para comprovar a influência petista nas relações externas do país. Nelas, sempre e sempre, a conta vem para nós, pagadores de impostos. O Brasil petista é o rei do camarote na América Ibérica.

O mesmo não se pode dizer das relações do governo com os Estados e municípios da Federação. Aqui as condições invertem, as torneiras se fecham, as contas são cobradas e a pontualidade nos pagamentos sai do calendário e vai para o relógio. Para a virada do ponteiro, como acaba de acontecer com o Rio Grande do Sul. Por quê?

O motivo é simples. Basta ter lido o Manifesto Comunista. Não precisa, sequer, dar-se à canseira de ler nosso marxista de exportação, Michael Löwry. O que está dito no Manifesto explica muito da história do movimento comunista internacional. Para Marx, o capitalismo era apátrida e o comunismo também deveria ser. Por isso, ele ensina que "o proletário não tem pátria" e o Manifesto se encerra com a consigna: "Proletários de todos os países! Uni-vos!". Para Rosa de Luxemburgo, o internacionalismo bolchevique era prova de inteligência política. Eis por que as manifestações de rua favoráveis ao governo são vermelhas. Eis a razão de existir do Foro de São Paulo. Está aí a função da Unasul e a "Pátria Grande". Quando o governo brasileiro concede favores a Cuba, Venezuela, Equador, Bolívia, Nicarágua, Argentina, não é ao povo de cada um desses países que tais favores se dirigem, mas à unidade ideológica que interliga os respectivos governantes. É um apoio aos Castro, a Chávez e a Maduro, à Rafael Correa, a Evo Morales, aos Kirchner e a Daniel Ortega. Danem-se os respectivos povos e suas liberdades! Danem-se como se danaram os paraguaios quando o parlamento daquele país deu um "basta!" a Lugo, o bispo vermelho e sacripanta.

Estas reflexões são motivadas pelo transcurso da Semana da Pátria. Ela, como objeto de reverência, não entra nas reflexões de quem governa o país desde 2003. Eis o motivo pelo qual o imenso transatlântico chamado Brasil foi jogado irresponsavelmente contra os rochedos onde naufraga a esperança que um dia se anunciou vencedora do medo. Dane-se, também, o povo brasileiro, se isso for necessário para conquista e permanência no poder. Danem-se a ética, a responsabilidade, a competência, a credibilidade. Não é o Brasil e seu povo que interessam. É Lula. É Dilma. É o partido. É o poder. E viva o acordão!

* Percival Puggina (70), membro da Academia Rio-Grandense de Letras, é arquiteto, empresário e escritor e titular do site www.puggina.org, colunista de Zero Hora e de dezenas de jornais e sites no país, autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia e Pombas e Gaviões, integrante do grupo Pensar+.

 


Data Venia -   06/09/2015 16:51:14

O grupo pró-impeachment é liderado por dez congressistas que se reúnem diariamente, muitas vezes fora do Congresso, em salas de hotéis e casas dos deputados. Os encontros ocorrem com a ciência do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Integram o colegiado deputados com influência em sete partidos, PMDB, PSDB, DEM, SD, PSB, PP e PR. Eles acreditam ter hoje 280 dos 342 votos necessários para abrir um processo de impeachment e afastar Dilma. http://www1.folha.uol.com.br/poder/2015/09/1678320-fala-de-michel-temer-estimula-grupo-de-parlamentares-pro-impeachment.shtml Hitler e seus colaboradores mais próximos viveram os últimos dias do Terceiro Reich isolados dentro de um bunker. O tirano nazista dava ordens a tropas que nem existiam mais, acreditando que haveria uma reviravolta espetacular na guerra. Pois bem, está acontecendo a mesma coisa com Dilma e os que a cercam. Parem de delirar, petistas! C´est fini!

Sérgio Alcântara, Canguçu RS -   04/09/2015 20:49:23

Numa hora destas, por onde andam os dois senadores gaúchos que poderiam e deveriam levantar a voz contra este absurdo? Infelizmente, a verdade é que, se dependesse de nossos "representantes" no Congresso, particularmente os da -no âmbito do parlamento e na forma partidária- desarticulada e mal assumida direita, sequer saberíamos dos desmandos arquitetados pelo lulo-petismo em todos estes anos de dilapidação do patrimônio nacional. Precisamos reconhecer que, uma das grandes "sacadas" dos mentores desta engenharia de poder foi exatamente utilizar o pragmatismo e o fisiologismo de seus "adversários" como subsídio ao "projeto".

Genaro Faria -   04/09/2015 13:25:42

Prezado professor Puggina, não se pode dizer que um regime político seja democrático se lhe faltarem dois elementos que são essenciais, a saber: o primado da lei e a escolha daqueles que governam pelo exercício do voto popular. Quanto ao primeiro, o só fato de o governo federal enviar ao Congresso Nacional um orçamento que prevê déficit viola a lei frontalmente. E a fraude eleitoral, que foi exacerbada neste último pleito, escarnece do segundo princípio. Assim, eu acredito que não estejamos mais numa democracia, mas num arremedo dela, mesmo sem precisar considerar que a ilegitimidade da atual presidente é flagrante. Felizmente, porém, a sábia discípula Lula, acolitada por um desarticulador político de rara incompetência, o ministro da Casa Civil - que casa mais mal assombrada! -, Aloísio Mercadante, perdeu a muleta oferecida pelo PMDB. O cronômetro começou a marcar a contagem regressiva para o impeachment.

Odilon Rocha -   03/09/2015 13:49:19

Caro Professor As suas entrelinhas são, em alto grau, desesperantes. Lemos por aí o possível arrefecimento da Lava Jato, no meu modesto entendimento, o único acontecimento jurídico-policial de valor dos últimos tempos capaz de intimidar os ladravazes traidores da Nação; cupinchas e chefes. É por demais evidente a enorme 'força' que está por trás disso tudo. Impressiona. Se até com o beneplácito daqueles, incluindo aí as Forças Armadas, que poderiam fazer algo, contamos, vamos fazer o quê? Realmente não há mais ninguém de juízo e valor (no meu tempo era peito!) nessa joça que dê um basta nessa bosta, com o perdão da palavra. Abraço

Genaro Faria -   03/09/2015 13:07:53

Grande Puggina! Mais claro, só desenhando e colorindo. Não é à toa que o Rio Grande do Sul de Olívio Dutra e Tarso Genro está entre Anás e Caifás, Herodes e Pilatos, pronto para ser sacrificado na cruz formada pela foice e o martelo que o índio Morales, cacique boliviano e bolivariano, entregou ao Papa. E a pedir um gole d'água para refrescar, mas provavelmente vai receber uma bucha ensopada em vinagre para chupar. Com a "mulher sapiens" Dilmaligna, o buraco fica mais embaixo, uma vez que Brasília já mandou avisar que o Brasil governado pelo PT precisar acelerar para ficar como a Venezuela e emparelhar na cabeceira rumo ao socialismo do século XXI, novo nome adotado pelo regime cubano. Como proclama a filósofa da miséria Marilena Chauí: Abaixo a classe média!

RICARDO MORIYA SOARES -   03/09/2015 12:19:20

Caro Puggina, eu sinceramente não sei ao certo como eles (todos associados do partidão - políticos, juízes, editores, celebridades etc.) deixaram de proibir ou confiscar as publicações de 1984 e Revolução dos Bichos (Orwell). Se existem dois livros que definem perfeitamente a mentalidade e o modus operandi da Nomenklatura Brasileira, estes são leitura indispensável para qualquer leigo - e veja que somos uma nação de leigos! Seria até simples, graças ao nosso temeroso judiciário, conseguir uma ordem judicial que censurasse permanentemente tais publicações (por exemplo o caso do filme-documentário Mandando Bala 2007, que denunciava o já folclórico Jáder Barbalho por vários conhecidos casos de corrupção ativa - foi devidamente censurado por ordem judiciária para qualquer tentativa de exibição em território nacional, e mantida a decisão pelos desembargadores do Estado de origem da ação). Estranhamente ignoraram os dois livros; pode ter sido mera sorte, ou mesmo desdém, não sabemos ao certo. Iria além, se há um livro que tem o poder de entrar definitivamente na volátil mente de nossas crianças, e por tabela, garantir que as futuras gerações venham a ter nojo e desprezo pelo modelo socialista, é certamente a Revolução dos Bichos (Animal Farm - George Orwell/Eric Blair). Podem até me considerar maquiavélico por interferir deliberadamente no suposto livre-arbítrio de nossos queridos filhos, mas não é isso que os pais vem fazendo há mais de 100.000 anos? Eu quero que minha filha seja uma mulher honesta, decente e respeitosa - e para isso só há um caminho, e não é o da esquerda; que representa o oposto de tudo o que existe de louvável na civilização: família, respeito, comércio e fé verdadeira (e não a idolatria a homens animalescos!).

Gilmar Mendez -   03/09/2015 03:07:40

Eu acredito que o PT acabou como partido político, nem que a vaca tussa conseguirá eleger um presidente em 2018, claro que, se não houver novamente fraude na apuração, e esse é o mote principal para quem quer ver o país salvo dessa quadrilha, acabar com a apuração secreta e essas urnas que não podem serem auditadas. Isso é mais importante do que o impeachment da presidanta, não que as manifestações não sejam necessárias e até devem continuar. O tempo corre, a Câmara aprovou a exigência da impressão do voto de cada brasileiro, mas há necessidade de uma segunda votação pelos deputados e também de passar pelo Senado, e poderá não haver tempo hábil para a tal mudança como já adiantou o ministro petralha Tóffoli. Se tudo dar certo, e nós tivermos uma eleição real, isso não impedirá dos petralhas continuarem por aí como facção criminosa infestando as instituições e conspirando contra a democracia, possivelmente usarão algum outro partido e candidato "hospedeiro" esquerdista, ou o PMDB, e quem sabe até mesmo o PSDB do FHC (esse sim parece sofrer da Síndrome de Estocolmo ou é sínico mesmo), que já dá pinta de querer fazer um acordão com a quadrilha pois 'ainda não viram motivos suficientes para impichar a Dilma', além das pedaladas contábeis, mentiras e abusos na campanha eleitoral.