• Percival Puggina
  • 09/11/2016
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PERGUNTE AOS BANDIDOS

 

 Domingo passado, no Parque Moinhos de Vento, aqui em Porto Alegre, compareci à manifestação promovida pela ONG Armas pela Vida, que se mobiliza em nome do inalienável direito de defesa. Sou um inconformado e intransigente defensor dos direitos naturais da pessoa humana. Afinado com as razões de seus autores, subscrevo integralmente a conhecida frase da Declaração de Independência dos Estados Unidos. Creio, como eles, que todos homens são dotados por seu Criador de certos direitos inalienáveis, entre os quais a vida, a liberdade e a busca da felicidade.

 Tive a alegria de encontrar ali no Parcão muitos conhecidos de outras jornadas pela restauração ética e democrática do país que também tiveram início naquela pequena e arborizada ágora. Entre nós, Benê Barbosa, grande adversário do Estatuto do Desarmamento. Não é de estranhar nosso reencontro em torno de uma nova pauta. O Estatuto do Desarmamento tem o mesmo DNA dos desastrados alinhamentos filosóficos que guiavam as ações do governo cuja presidente foi cassada no dia 31 de agosto.

A questão de fundo, agora, é bem simples. O Estado que se mete no cotidiano dos negócios privados para impedir a terceirização de "atividades essenciais" das empresas, é o mesmo Estado que "terceiriza" para si a possibilidade de defesa efetiva da vida e do patrimônio dos cidadãos.

Ora, se o direito à vida é o primeiro e o mais fundamental dos direitos da pessoa humana, como se pode entender que a possibilidade de defesa dessa vida lhe seja negada? Os órgãos de segurança pública do Estado que a eles atribui, de modo exclusivo, a competência dessa defesa mediante armas de fogo são os primeiros a reconhecer a impossibilidade de atender, minimamente, a imprescindível tarefa. E assim ficam os cidadãos entregues à sanha dos criminosos, submetidos a um estatuto que a estes assegura, na quase totalidade de suas ações, serem os únicos com o dedo no gatilho.

Vá ao presídio de sua cidade e pergunte aos que ali estão recolhidos se são favoráveis ao projeto que revoga o Estatuto do Desarmamento. Pergunte se querem que suas vítimas potenciais sejam autorizadas a possuir e portar armas. Pois é. Não precisa perguntar porque a resposta é mais do que evidente. A revogação do Estatuto prejudicará suas ações.

Eu posso querer ou não querer ter arma de fogo, sujeitar-me ou não ao devido treinamento e aos testes necessários. Mas o Estado não pode, de plano, impedir-me de defender minha família com os meios adequados.

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* Percival Puggina (71), membro da Academia Rio-Grandense de Letras, é arquiteto, empresário e escritor e titular do site www.puggina.org, colunista de Zero Hora e de dezenas de jornais e sites no país. Autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A tomada do Brasil. integrante do grupo Pensar+.

 


Mila Kette -   12/11/2016 15:34:30

Uma observação que, espero, não seja tomada como crítica, mas, simplesmente, como uma idéia a ser ponderada. Os Estados Unidos foram fundados como uma República. Os "Founding Fathers" não criam em democracia. O "Article IV, Section 4" da Constituição lê: "Os Estados Unidos vão garantir a cada estado dessa união a forma de governo republicana, [...]." Perdoem a tradução caolha--que não sou tradutora--mas fica claríssimo que a idéia nunca foi criar uma democracia.

J. Falavigna F. -   11/11/2016 10:43:00

Para reforçar o artigo do Prof. Puggina e o comentário do Genaro Faria: " 10º - Catalogar todos aqueles que têm armas de fogo, para que sejam confiscadas no momento oportuno, tornando impossível qualquer resistência." (Décalogo da ideologia socialista, escrito em 1913 pelo líder revolucionário russo Vladimir Lênin, o pai do comunismo.)

Paulo Onofrre -   10/11/2016 18:49:02

Sr. Puggina, Não é que eu queira ver polícia 24 hs em todas as esquinas de todas as ruas e avenidas de todas as cidades, pois o argumento das "autoridades" é de cabe a elas proporcionar segurança aos cidadãos. Mas, como me impedem de portar uma arma eficiente para minha defesa pessoal e familiar, EXIJO que o Estado me forneça um policial para me acompanhar, todas as vezes que eu sair à noite, sozinho ou com minha família. E EXIJO que o Estado forneça um policial para acompanhar meus filhos à faculdade, todas as noites. Se não for possível, EXIJO que o Estado assuma publicamente sua impotência e sua incompetência para cuidar da segurança dos cidadãos, e libere, de forma controlada, a aquisição e o porte de armas d efogo, para quem o desejar.

José Carlos Azambuja -   10/11/2016 18:11:13

Concordo plenamente com o artigo. Tive porte de arma durante 25 anos. Neste período morei no interior e durante 10 anos em Porto Alegre. Nunca dei um tiro em ninguém, nunca puxei minha arma para ninguém. Quando morava no Bom Fim, minha garagem era muito perigosa, eu descia do carro com o revolver na mão junto ao corpo. Naquele bairro já haviam assaltos quase todos os dias. Eu nunca fui abordado. Minha preocupação é que um marginal com um pequeno canivete pode assaltar alguém, sem que possa reagir. Para possuir o porte de armas, é lógico, tem que haver muitos requisitos, como cursos de auto defesa e manuseio da arma, além de avaliação psicológica. Mas é um absurdo cidadãos honestos estarem a mercê de qualquer "gurizinho" drogado, não ter como reagir, sujeitando ao risco de morte, sua e de sua família. EXCELENTE ARTIGO!!! Que sirva de motivação para os políticos sérios que não se preocupam com o "politicamente correto" dos esquerdistas de plantão.

Verdade Seja Dita -   10/11/2016 14:44:45

Nada mais certo do que fazer manifestação pelo direito de defesa. Os políticos não entendem mais o povo essa é a grande verdade. Por isso deu Trump nos EUA, pois se o americano trabalhador já está de saco cheio dos políticos de lá (e olha que lá até prova de conhecimento o candidato precisa fazer) imagine aqui onde elegemos Tiriricas, Romários e Aerowillys da vida.

Odilon Rocha -   09/11/2016 23:38:36

Todo mundo minimamente informado e que conhece bem a sanha comunista sabe muito bem a razão do dístico DNA martelado por eles. É Diga Não ao Armamento!

Genaro Faria -   09/11/2016 23:37:56

O porte irrestrito de armas dos suiços faz parte da política de defesa da liberdade adotada pelos governos do país. Quando termina o serviço militar, quem o prestou torna-se dono do fuzil e ainda recebe, anualmente, munição para praticar tiro em locais disponíveis para tanto. Por que nunca se ouviu falar de atentado a um ditador comunista? Porque nessas ditaduras o estado tem o monopólio das armas.

fausto atilio renault -   09/11/2016 19:40:02

Boa tarde Percival. Quem sabe, se um dia, tivermos a decência de eleger uma pessoa séria para presidente do Brasil e consequentente, homens e mulheres de bem para o Senado e Câmara Federais, a gente consegue liberar o porte de armas para os cidadãos de bem se defenderem, acabando de uma vez por todas, com "monopólio" que o Estado concede a bandidagem de possuir armas. Que sabe, caro amigo.

Paulo Prates -   09/11/2016 19:23:00

O Estado não cumpre seu papel de nos dar segurança e ainda impede de nos defendermos.