• Percival Puggina
  • 11/07/2016
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PARTIDO COM ESCOLA E ESCOLA SEM PARTIDO

 

 Preservo a convicção dos meus tempos de atuação política: os partidos deveriam proporcionar a seus quadros formação continuada para os fins que legitimamente buscam. Conviria ao interesse público e às próprias legendas que elas proporcionassem conhecimentos e exigissem qualificações de todos os seus candidatos a cargos eletivos ou à gestão pública. No cenário atual, os partidos não apenas se descaracterizam, mas ficam cada vez mais parecidos com cartórios para registro nas disputas políticas. Só ocasionalmente o fio das convicções une o partido ao seu representante e este à sua conduta. Expressando melhor a ideia, penso então que as siglas deveriam não apenas ter, mas ser, elas mesmas, escolas de formação política.

 Na outra ponta, está o louvável e realista projeto Escola Sem Partido. Muito tenho escrito sobre o estupro das mentes infantis e juvenis praticado em tantas salas de aula. Ali, se inibem as potencialidades da juventude e se expropria a verdade, a liberdade dos alunos, o direito dos pais e o futuro do país. Entendo que, no intuito de combater o projeto, se fale em liberdade do professor e pluralidade de informação. No entanto, isso não é argumento, é apenas discurso para preservar o que de fato existe e que a Escola Sem Partido pretende evitar. Refiro-me à conduta abusiva de quem faz uso de sua supremacia, da mesa do professor, do giz que escreve e da caneta que dá nota, para prevaricar contra as desguarnecidas mentes dos jovens, visando a transformá-los em militantes de causas funestas. Sempre que trato do assunto, recebo testemunhos eloquentes de jovens vitimados por essa violência intelectual. Muitos foram ridicularizados, perseguidos, prejudicados em suas avaliações, num verdadeiro bullying docente. Não obstante tais pesares, estes são os felizardos de quem não conseguiram tomar o discernimento e a honestidade.

Sim, a honestidade. O professor militante do atraso tem a tarefa incômoda de justificar os injustificáveis produtos de sua fé. Não é fácil tornar atraente uma ideologia que não tem adversários individuais, mas suscita ódio contra grupos sociais inteiros: burgueses, livres pensadores, proprietários de terras e empresários. Nem é com pouco trabalho que se destrói a religiosidade, que se enfraquecem os laços familiares, que se justifica o totalitarismo imposto mediante monopartidarismo, censura, campos de concentração, terrorismo de Estado. Dureza, também, explicar o fracasso na produção de bens, a destruição da economia e a incapacidade de produzir uma única democracia. É claro que não se pode vender tal mercadoria sem muita mentira e desonestidade intelectual. Então, em meio a tantas versões e empulhações, o interesse pela verdade desaparece. Multidão de professores militantes entra diariamente em salas de aula com essa motivação, qualificando como fascista (estilo KGB) quantos rejeitem sua cartilha. Duvida? Com quem aprenderam os adolescentes invasores de escolas a chamar fascistas aqueles que reprovaram sua conduta? Ah, pois é.
As consequências da escola com partido são funestas. O estudante que recebeu, ano após ano, doses diárias de materialismo, lutas de classe e visão marxista da história, da economia, da sociedade e da política, gradua-se pronto para ser militante da causa de seus corruptores. Bom exemplo disso deu o aluno que escreveu artigo aqui em ZH festejando a "vitória" das invasões e homenageando o guerrilheiro comunista Comandante Marighella.

Ingenuamente, alguns supõem que a pedagogia marxista registre seus méritos nas salas de aula onde estão os alunos mais vulneráveis. Errado! A estes, que tinha em mente quando falava em "oprimidos", Paulo Freire  (por contrato de exclusividade, leia o restante aqui). 


maria-maria -   16/07/2016 03:40:20

Talvez os muito jovens nem acreditem, mas a escola pública, pelo menos nas cidades médias, eram até os anos 80, centros de conhecimento quando havia uma programação a seguir , disciplina . famílias estruturadas ; não havia o pernicioso ECA -estatuto da criança e do adolescente, um manual de formação de marginais, nem os alunos recebiam bolsa malandragem para perturbarem os interessados em aprender. Eram épocas em que os famigerados cursos de EaD,, formadores de ignorantes diplomados não existiam. A implantação gradativa da dissolução da escola pública foi fomentada pelos esquerdopatas, através das universidades, daí implantando todo um projeto nefando de destruição da civilização ocidental. Tais elementos insurgem-se contra qualquer medida que lhes perturbe a condição de destruidores da família bem ao estilo dos "princípios" comumistoides ateus.

Matheus Poletti -   13/07/2016 14:42:23

Puggina, não bastasse estes professores militantes fazerem constantemente lavagem cerebral na juventude, tem senador criticando e fazendo xingamentos pesados ao Escola Sem Partido. Vejam em https://jornalivre.com/2016/07/12/escola-sem-partido-e-coisa-de-filho-da-puta-diz-roberto-requiao/ #NOVO30

Odilon Rocha -   13/07/2016 12:49:10

Caro Professor Exceção feita à sua pessoa, o que é mais interessante, para não expor aqui um pejorativo pesado, é ver que só agora o assunto vem à baila com força, depois de mais de trinta anos de cérebros abduzidos e lavados. Esse (e outras coisinhas mais) é um dos temas entalados em minha goela em relação ao senhor FHC. Até o MEC sucumbiu à pressão e desistiu de indicar um assessor a favor dessa desconstrução marxista. É de impressionar! Nem o Vem para Rua, nem O MBL, movimentos os quais não simpatizo mais, porque não sei até que ponto estão fazendo um trabalho diversionista, nem sequer partidos e políticos tocam no assunto, com raríssimas exceções, como o Marcel Van Hatten e Bolsonaro. Sim, ainda que tardio, temos de combater inexoravelmente essa sanha nefasta, porque deixamos o inimigo, por longos anos, muito à vontade no desenvolvimento de seus objetivos. A palavra INIMIGO não foi grafada com aspas, pois quem se esforça para impor um mal, amigo não é.

Carlos Edison Fernandes Domingues -   12/07/2016 14:39:04

PUGGINA ! Reitero que há sessenta anos ingrssei no Partifo Libertador. Eu e minha irmã, hoje professora aposentada na área de biologia, acreditamos no sistema parlamentar de governo. Meu pai era do P.S.D. e minha mãe fanática da U.D.N. Na família foi a nossa aprendizagem de Escola sem Partido. Lembro-me que meu pai, após tomar conhecimento de nossa posição politico-partidária, pediu que examinássemos a conduta do Deputado Estadual Francisco Solano Borges , legislador que passei a acompanhar. Tenho muito orgulho da minha participação. Hoje, sem perder a esperança, leio no Jornal do Comércio do dia 6 de julho (pag, 16 ) a sucessão de Cameron na Inglaterra. O Partido Conservador iniciou o processo de escolha no Diretório, onde May recebeu 165 votos e a segunda colocaca, Andrea, reuniu apenas a metade e Michael Gove 48 votos. O que é de destacar e nos servir de exemplo é que, depois desta primeira escolha, estes concorrentes vão se submeter, dentro do Partido à decisão de "cereca de 150 mil membros do partido, que deverão escolher o próximo lider até 9 de setembro" È lamentável o estímulo à filiação partidária em nosso Brasil. Carlos Edison Domingues

Rossini -   12/07/2016 14:20:13

As escolas públicas onde estudei eram tão ruins que nem mesmo a doutrinação foi bem feita. Essa foi minha experiência: sai sem rumo da escola, numa bagunça mental que demorou anos até começar a ser desfeita. Fiquei em dúvida sobre o que me diziam os professores, as novelas e os programas de TV(não havia acesso a Internet), meus pais e a catequese dada a revelia na paróquia. Não havia boa biblioteca e nem o hábito da leitura. Comecei a ler alguma coisa por volta dos dezoito. A medida em que estudava, não o que a escola exigia, mas, sim, o que minha curiosidade procurava, fui encontrando os meios para sair um pouquinho da ignorância. Se existe vida inteligente na esquerda, ou seja lá o que for, eu não a conheci. Entre todos os professores que tive, fica difícil identificar quem realmente fazia a doutrinação ou somente repetia o discurso sem prestar a atenção. Mas o que está claro é que eu estava mesmo na periferia dos acontecimentos -- o que de um ângulo parece caótico de outro faz algum sentido. Assim, posso concluir dizendo: o ofício do MEC, pra mim, é confundir.

Genaro Faria -   12/07/2016 04:09:08

Comento o vídeo do atual ministro da Defesa. Conforme confessou em nota oficial, numa capitulação patética, Rui Falcão, presidente nacional do PT, o partido falhou em mais de uma frente, dentre elas destacou as Forças Armadas . De fato, desde extinguir as escolar militares até modificar seus regimentos, os governos do PT fizeram um esforço enorme para aparelhá-las. Mas não lograram nenhum êxito nessa investida. Não foram capazes de infirmar esse alicerce de nossa democracia. Pode parecer irrelevante - e a imprensa quase o ignorou - mas esse ato do presidente Temer representa muito. Mais ainda quando os poderes legislativo e judiciário tanto deixam a desejar quanto à independência que deles seria de se esperar. E revela uma disposição de fazer o país voltar a sua normalidade. Esperem pelo despejo da inquilina do palácio da Alvorada, pelas olimpíadas que colocarão o Brasil na vitrine mundial, pelos eleições que sepultarão os delírios dos "progressistas" de conquistar a hegemonia do poder. Como dizia uma raposa política do velho PSD, "depois que a locomotiva apita e o trem começa a andar, todo passageiro se acomoda em seu devido lugar; ninguém fica zanzando no corredor à procura da melhor poltrona". Nada mais emblemático do que essa disputa pela sucessão na presidência da Câmara dos Deputados. Onde todos os gatos mostram que só pardos em teto de zinco quente. Eles sabem quem é Michel Temer. E por isso estão aparvalhados.

Paulo Onofre -   11/07/2016 20:21:59

Prezado Sr. Puggina, O pior, sob meu ponto de vista, é que as escolas particulares, mantidas por entidades católicas, estão seguindo o mesmo rumo das "escolas com partido". Já reclamei, junto à direção do colégio católico onde estudam meus netos, contra o proselitismo político de duas professoras, que tentam impregnar a mente de crianças de 10 e 11 anos com suas teorias socialistas e petistas. A resposta que obtive é de que a direção, durante o ano letivo, não poderia afastar tais professoras, ainda que já tivessem recebido várias reclamações de pais e responsáveis, pois prejudicaria o ensino. É lógico que já estamos procurando outra escola para matricular as crianças em 2017. Espero que ainda exista alguma que não esteja impregnada desse vírus esquerdopata.

Dalton Catunda Rocha -   11/07/2016 16:19:53

Escola pública nunca prestou, nem prestará, no Brasil. Se algum governador ou prefeito deste país quiser mesmo, melhorar a educação, no seu estado ou município; então que faça isto: 1- Privatize todas as escolas públicas. 2- Dê o direito aos pais de escolherem em qual escola particular, eles querem matricular seus filhos, por meio de bolsas de estudo. O resto é só demagogia eleitoreira.Você acha que as escolas públicas funcionam gratuitamente? Enquanto nas escolas particulares, cerca de 70% dos funcionários são professores, nas escolas públicas esta percentagem não passa nem de 40%. O resto é burocracia; corrupta, incompetente e lenta. Sai mais barato, se usar dinheiro público, para pagar uma mensalidade numa escola particular, que jogar dinheiro fora em escolas ditas públicas, mas de fato da CUT, da corrupção e da incompetência.

Genaro Faria -   11/07/2016 14:36:03

Não é preciso "dar tratos à bola e gastar o latim" com esses adversários do projeto Escola Sem Partido. Basta lembrar que eles são os mesmos que defendem a abolição de símbolos religiosos nas escolas ao argumento de que um crucifixo na sala de aula seria ofensivo, por exemplo, aos ateus. São eles que também defendem a não avaliação dos alunos e, por consequência, a extinção da "humilhante" reprovação - uma "discriminação" contra os estudantes menos dotados. O que lhes importa é que das escolas saiam militantes de sua causa, assim como saem fundamentalistas das madrassas em países de regimes teocráticos.