• Percival Puggina
  • 21/07/2017
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PAÍS FALIDO, JOGANDO DINHEIRO FORA!



 O governo federal anuncia aumento de impostos para compensar um gasto público que está ampliando o déficit previsto. Ah! Que coisa! Quem poderia imaginar qualquer desses dois fatos, ou seja, o gasto "superior ao previsto" e a solução fiscal encontrada? Estamos diante de uma situação recorrente, apenas agravada pela prolongada recessão que só as toupeiras não anteviam diante do regime de Copa franca e Olimpíada por conta da casa, que vigorou nisso e em tudo mais ao longo dos últimos oito anos do governo petista. Quem dizia que tudo acabaria em roubalheira e prejuízo era muito mal visto.  Faz 10 anos, mas eu lembro.

 Era o tempo das vacas gordas e a nação jazia sob um governo, partidos e corporações funcionais suficientemente tolos para imaginar que aquilo iria durar para sempre. Como resultado dessa malfadada conjugação, a despesa continuou crescendo mesmo quando a receita começou a cair.

Em sua coluna de hoje (21/07) em Diário do Poder, o jornalista Claudio Humberto registra algo que mencionei durante recente palestra que fiz a um público convidado por entidades empresariais de Passo Fundo. O número é impressionante: o Palácio do Planalto, sede do governo brasileiro, tem 10 vezes mais servidores do que a Casa Branca, sede do governo dos EUA. São 3,8 mil no Planalto, 377 no staff de Trump e na cúpula do seu governo.

Não tenho os números do Congresso deles, mas duvido que a proporção seja muito diferente. Nossas duas Casas, juntas, têm 28 mil servidores, na soma dos efetivos, comissionados e terceirizados. Não é diferente a situação, com mordomias e penduricalhos, nos órgãos do Poder Judiciário, seus conselhos e no TCU. Nem é diferente a explicação para o "fundão" de R$ 3,5 bilhões que deverá irrigar a campanha eleitoral do ano que vem.

A questão que proponho aos leitores é esta: houve algum movimento, por menor que seja, no sentido de reduzir os custos fixos nessas posições privilegiadas do serviço público? O contexto de dificuldades que afeta postos de saúde, hospitais, escolas, obras de infraestrutura tem algum reflexo no topo das instituições? Nada! Restrições passam longe dessas cadeiras de espaldar alto.

Observem a Venezuela. Enquanto incendeia sua miséria na valeta do comunismo caudilhesco, Maduro proclama que as dificuldades da economia são resultado da resistência dos empresários e do capitalismo. Aqui, seus parceiros ideológicos não ensinam diferente: a culpa dos problemas do país é do tal mercado e sua lógica. No entanto, a situação nacional seria bem outra se o setor público respeitasse a lógica de mercado na composição de seus quadros e na remuneração de seu pessoal. Qual é o artifício capaz de justificar o fato de que, no Primeiro Mundo, certas funções tenham um décimo do número de servidores custeados pelo pagador de impostos brasileiro? Isso descreve uma das essências do socialismo: o Estado como grande empregador, remuneração privilegiada para o topo do poder político e o restante trabalhando para pagar a conta. Tudo bem de esquerda, não é mesmo? 

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* Percival Puggina (72), membro da Academia Rio-Grandense de Letras, é arquiteto, empresário e escritor e titular do site www.puggina.org, colunista de Zero Hora e de dezenas de jornais e sites no país. Autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A tomada do Brasil. integrante do grupo Pensar+.
 


Áureo Ramos de Souza -   26/07/2017 00:12:37

Fui diretor do Dpto. de Emissão de Empenho da Câmara dos Vereadores do Recife durante 22 anos quando meu vereador perdeu eu perdi também a vaga. São 25 funcionários comissionados em um gabinete de 3X4 ou melhor 12 mts. quadrados. Percival uma coisa me chamava atenção, a um rapaz do gabinete de outro vereador que só vivia pelos corredores tocando violão. Perguntei a um amigo quem era aquele jovem, ele é Diretor do Departamento de Reprografia e eu não sabia o que era reprografia. Perguntei a um outro amigo o que era : então me respondeu O JOVEM ERA DIRETOR DAS XEROX. Até hoje acho engraçado e conto aos amigos.

Jose Nei de Lima -   25/07/2017 03:43:31

Verdade absoluta meu amigo quanto o país está fazendo na administração do Brasil, é uma verdadeira vergonha mundial, acorda Povo Brasileiro vamos pensar e agir racionalmente um grande abraço amigo.

Claudio -   25/07/2017 03:41:50

Este artigo foi o mais fácil de escrever que o mestre Puggina já escreveu...filme visto e revisto em países socialistas..

Jaime Cimenti -   25/07/2017 02:24:40

É isso aí, Professor Puggina. Morrer e pagar imposto são as únicas certezas futuras.... É a gastança. Senado tem em torno de 6000 funcionários, uns oitenta para cada senador. Camara Federal parece que tem uns 14000. Supremo Tribunal Federal consta que são 3300 funcionários para onze ministros. Tribunais Superiores tem mlhares. Socialismo dura até acabar o dinheiro dos outros, disse Tatcher. A grana acabou, em várias partes do planeta. Sexta no Jornal do Comércio publico matéria sobre Os Erros fatais do socialismo, obra de F.A.Hayek, grande pensador e Nobel de Economia 1974. Abraços, boa semana!

Ismael de Oliveira Façanha -   24/07/2017 23:24:53

A falta de CONTROLE DE NATALIDADE, onera violentamente o Estado, que tem de dar SAÚDE, CRECHE e ESCOLA, MORADIA BARATA, BOLSA FAMÍLIA, etc; daí a MASSA DE LUMPENS, OS SEM: sem cultura, sem educação formal, sem família, sem inteligência, SEM FUTURO e SEM ESPERANÇA. Essa massa de desempregados, vão FAZER BICO, ou caem na DROGA, no ASSALTO; que preferem? um assalto por dia, ou um camelô na porta da loja? Um assaltante drogado em cada esquina, ou um camelô? ATITUDES E NÃO PALAVRAS trarão uma solução para o problema.

R.M.F. -   24/07/2017 22:17:29

E ainda, Dr. Puggina, faltou comentar além da Copa e das Olimpíadas malucas, a gastança com os regimes bolivarianos via BNDES com sigilo de volume, justamente para retornar via caixa 2 ou etc. Décadas de trabalho para recuperar algo que o voto homologou: a bandalha no Poder!

Juan Koffler -   24/07/2017 21:20:29

Não foi por falta de aviso. Meus escritos a partir de 1976 estampam escancaradamente todo esse "rosario" de previsões que acabam por perder-se na imensidão ignara da sociedade alienada, idiotizada, prostituida por esmolas, historicamente falando. Daí... Cada povo tem o governo que merece!

CLAUDIO SILVA RUFINO -   24/07/2017 21:07:00

Parabens pela sua persistência. Cada um deve fazer algo. Aqui em Ijui existem tres servidores da Camara de Vereadores percebendo um 50 mil, outro 46 mil e outro ainda 24 mil. O Prefeito recebe 19. Existe processo judicial com sentença de primeiro e segundo graus. Os Presidentes do PL continuam pagando, alegando liminar em favor da integralidade. Nao mostram a liminar. O Tribunal de Contas aponta em seus relatórios. O PDT vai tratar do assunto, pois tem maioria no Legislativo e seus integrantes se sucedem na Presidência já há anos. O Diretorio vai se reunir quinta féira próxima. Devemos ter lava jatos em todos os municipios, pois a malandragem continua e até aumenta. Claudio Rufino.

RENATO LORENZONI PERIM -   24/07/2017 19:12:55

Me desculpem os otimistas; se alguém acompanha os mesmos sites que eu já deve ter notado minha desesperança, mas esse lugar não tem a mais mínima chance de se tornar um país habitável, com o básico para sobrevivermos com dignidade. Com a imprensa que nós temos, os professores, o povo em geral demente que acredita em ideias de esquerda, não existe esperança que aguente.

Jonny Hawke -   24/07/2017 17:54:59

Professor o povo é o maior culpado por tudo. O povo sonha em ser "funcionário público" e "político" e mesmo que não consigam ser, se um dia forem querem tudo exatamente do jeito que está. FHC, Lula, Dilma, Temer só exploram isso. Todos são contra o aumento dos combustível e todos são contra a privatização da Petrobrás, e por isso que nós sempre iremos ficar vivendo alguns anos "bem" e outros "mal". A doutrinação é um sucesso total.

Dalton C. Rocha -   23/07/2017 18:17:21

O verdadeiro problema do Brasil não é Temer. Como também não era Dilma, não era Lula, nem FHC, nem Collor, nem Sarney, nem Jango ou Jânio. O verdadeiro problema do Brasil é, o patrimonialismo. A eterna mania nossa de confundir patrimônio público, com patrimônio privado. Afora isto, estamos sempre apostando em fracassos e vergonhas. Em 1888, nós fomos o último país das Américas a acabar com a escravidão e seguimos hoje, tendo coisas abjetas, tais como o monopólio estatal do petróleo e o imposto sindical. O petróleo é dos árabes. E a Petrobrás é da CUT. Dei-me um país, que tenha monopólio estatal do petróleo e, eu lhe darei um país pobre e uma cleptocracia. Qual deveria ser o hino do PT? Aquela música que diz: “Onde está o dinheiro? O gato comeu, o gato comeu. E ninguém viu. O gato fugiu, o gato fugiu. O seu paradeiro está no estrangeiro.” Quem quiser, que veja a música completa neste site: https://www.youtube.com/watch?v=92rr8EcDc90

Genaro Faria -   23/07/2017 14:13:14

Desculpe-me, caríssimo Puggina, mas devo lembrar que nós não tivemos paciência para esperar a senhora Dilma Rousseff concluir seu mandato e, por isso, impedimos que ela aplicasse uma de suas teorias revolucionários que poderia salvar o nosso país da bancarrota. Lembra quando ela disse que "pobre não é problema, mas solução? E dito isso ela multiplicou a pobreza em ritmo alucinante? Não foi feito assim em Cuba, na Venezuela, na Argentina "et partout" onde a filosofia da miséra - o comunismo - libertou o povo? Não foi para isso que ela, a nossa genial discípula de Lula, exterminava economicamente a classe média - comerciantes, profissionais liberais, autônomos, médios e pequenos empresários que precisam gerar empregos e, assim, criar riquezas para produzir? Estes são, portanto, os nossos problemas: estudantes que estudam, trabalhadores que trabalham, professores que ensinam e jornalistas que informam. Precisamos é de mais gente que invada fazendas, faça greves, enfim, prepare a Pátria Grande do nosso futuro. Aliás, é nesse contingente que o socialismo do século 21 está investindofortemente. Basta ver suas manifestações públicas. Só falta eles perderam o constrangimento e adotar o novo slogan - VAGABUNDOS DO MUNDO INTEIRO: UNI-VOS!