• Mauro Chaves
  • 06/02/2009
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OS ESTRAGOS DE UM PRESIDENTE IGNORANTE - Estad?

As consequ?ias de um presidente ignorante exercer o supremo comando de uma na? por dois mandatos consecutivos - ou pelo longo per?o de oito anos - s? realmente, catastr?as. Entenda-se, por? que nem sempre o volume dessa heran?de desinforma? social - forma como poder?os designar o acervo geral de desentendimentos governamentais - ?orretamente avaliado, seja quanto a sua intensidade ou durabilidade. Ou seja, nem sempre os efeitos dos atos ou omiss?de um chefe de Estado e governo ignorante s?percept?is de imediato - mas podem se estender por gera?s. 3 vezes s? vai descobrir depois a total falta de no?, de um governante, de como ? mundo e como agem ou interagem suas for?. E quando se descobre isso o tremendo estrago j?ode ter sido feito - e custa uma enormidade consert?o. Pior ?uando essa incompreens?de um chefe de Estado e governo leva a a?s desastradas, no relacionamento com outros pa?s, a ponto de causar um grave comprometimento da imagem externa do pa? desfazendo um capital acumulado de valores - morais e institucionais. Texto completo ?que a falta de conhecimento b?co, geralmente acoplada a cren? rudimentares, faz com que governantes se tornem verdadeiras esponjas, prontas a absorver, indiscriminadamente, os pleitos dos lobbies de todos os g?ros. Ent?as decis?ou n?decis?governamentais derivam de press?descontroladas de grupos de interesse de m?pla esp?e, dada a inexist?ia de um filtro intelectual, provido da necess?a massa cr?ca, que possa selecionar o que, de fato, seja a favor ou contra o verdadeiro interesse da coletividade. A bem da verdade, nada melhor para os defensores de determinados interesses - sejam leg?mos ou escusos, representem vantagens pecuni?as ou apenas reproduzam preconceitos ideol?os - do que o vazio intelectual daquele que ocupa o mais elevado posto decis? de uma na?. Pois ?justamente, a vacuidade mental de conhecimento e cultura que d?nsejo ?tra? de ideias discut?is ou invi?is para a sociedade - embora palat?is, quando n?rent?is, para determinados grupos. No chefe de Estado e governo ignorante processa-se um tipo de absor? aleat? de influ?ias, pelo que passa ele a conduzir-se - e, mais importante, decidir - com base no que lhe ?oprado ao ouvido. 3 informa?s que lhe chegam ?arte decis? do c?bro, tanto de forma desorganizada e espont?a quanto minuciosamente calculada, por parte de seus interlocutores - movidos estes por claros objetivos -, o governante desprovido de aparato gnoseol?o pode reagir de uma forma ou de outra, conforme as circunst?ias, o momento psicol?o em que esteja, o clima afetivo que viva, tudo isso apartado de uma an?se racional que s?discernimento com base no real conhecimento ?apaz de realizar. Em outros termos, o estado de vacuidade de informa?s - de um presidente ignorante - em rela? ?onfigura? do mundo e ?caracter?icas dos povos, ao acervo cient?co-tecnol?o, cultural e tudo o mais que indique o est?o atingido pelo n?l do conhecimento humano lhe cria recept?los mentais escancarados, sem qualquer filtro seletivo, ?influ?ias de terceiros - que n?dizem respeito aos interesses reais da sociedade. Antes pelo contr?o. A mem? hist?a aponta o anseio que sempre tiveram as sociedades de escolher, para a condu? da coisa p?ca, os melhores e mais capazes de faz?o. A ruptura do processo heredit?o, pela via das ideias republicanas, vai, justamente, nesse sentido, pelo menos desde que Plat? em seu A Rep?ca - escrito entre 380 e 370 a.C. -, prop? governo dos mais s?os e instru?s, pois estes, ao mesmo tempo que seriam menos apressados em chegar ao poder, teriam melhores condi?s de distinguir o vis?l do intelig?l, a imagem da realidade, o falso do verdadeiro. Assim, estes ?ue deveriam ser chamados para a reg?ia suprema da sociedade, pois sua presen?impediria as sedi?s e as intermin?is lutas civis internas travadas entre pol?cos ambiciosos. A democracia moderna, cujo melhor modelo - goste-se ou n?- ainda ? da sociedade que h?22 anos elaborou uma Constitui? e chegou ao 44º presidente da Rep?ca sem qualquer golpe de Estado, regime de exce?, sistema autorit?o ou interrup? do processo democr?co - mesmo tendo passado por uma guerra civil violenta -, sem d?a, teve como esteio pessoas altissimamente qualificadas, como George Washington, Thomas Jefferson, James Madison, Abraham Lincoln, Franklin Roosevelt, John Kennedy e tantos mais. ?na escolha dos mais capazes para govern?as, quaisquer que tenham sido suas origens, mas que tenham revelado um esfor?denodado pelo pr?o aprendizado, que as sociedades se alicer?, no decorrer de sua hist?, na valoriza? do m?to de todos e de cada um de seus cidad?. ?na elei? democr?ca daqueles que atingiram, al?do talento da lideran? um n?l de conhecimento pelo menos bem acima do da m?a da popula? que as sociedades adquirem condi?s de evoluir, politicamente, na dire? de uma democracia plenamente desenvolvida. ?por tudo isso, enfim, que, em raz?da m?pla e profunda ignor?ia de seu presidente anterior, a exemplar democracia norte-americana vai ter de se esfor? muito, juntamente com seu novo presidente, para recuperar-se do tremendo estrago feito em sua imagem no mundo. (*) Jornalista, advogado, escritor, administrador de empresas e pintor. E-mail: mauro.chaves@attglobal.net