• Percival Puggina
  • 21/09/2019
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OS DEZ PRINCIPAIS INIMIGOS DE BOLSONARO

 

 Dedicado ao que habitualmente faço, ou seja, a observar a cena política nacional, percebi que o Presidente da República está no meio de um fogo cerrado desencadeado pelo conjunto de forças que a ele se opõem. Vem bala de todo lado. Ocorreu-me então que identificar as origens desses ataques poderia organizar as estratégias de defesa muitas vezes difíceis de hierarquizar quando são simultâneos. Foi assim que cheguei a esta lista dos 10 principais inimigos do governo Bolsonaro. São eles:

 1 – Os eleitores de Haddad, Ciro Gomes, Marina Silva, Guilherme Boulos e demais candidatos pela esquerda derrotados em 2018.

 2 – Os estatistas. Compõem um conjunto muito poderoso de pessoas, habituadas a viver à sombra do Estado. São competentes, normalmente ascenderam às suas posições mediante concurso público, têm uma vida confortável e segura à qual se habituaram. Há em torno de si um grupo bem mais numeroso de servidores que participam de benefícios análogos. A maioria dessas pessoas não quer nem ouvir falar em cortes de verbas, dificuldades fiscais, contigenciamentos e outros termos igualmente incômodos.

3- As muitas seitas do movimento comunista atuantes nas novas formas de luta de classe introduzidas no país durante as últimas décadas. Buscaram prerrogativas e direitos especiais e os querem proteger de um presidente que sempre se opôs a isso.

4 – A visão de mundo que domina as posições do STF. A expressão “visão de mundo” aparece repetidas vezes nas manifestações de muitos senhores ministros. Eles consideram que el color del cristal con que miran é o único certo. Nenhum deles é conservador ou liberal. Sua manifesta visão de mundo torna-se, pelo poder que detêm, um dos maiores problemas do país.

5 – O aparelhamento político do Estado. Sucessivos governos de esquerda permitiram um generalizado, profundo e manhoso aparelhamento da burocracia nacional. Essa máquina, que inclui toda a Administração, penetrada pela influência política ao longo de décadas, usa contra o governo, à exaustão, os instrumentos públicos de que dispõe.

6 – Os partidos de esquerda com atuação no Congresso Nacional, a saber: PT, PSOL, PCdoB, PDT, PSB e Rede e o Clube dos Corruptos. O grupo não tem representação parlamentar suficiente para parar o governo, mas tem votos e prerrogativas regimentais para atrapalhá-lo. Em muitos casos, partidos de esquerda agem em parceria com o Centrão e com parte da direita no Clube dos Corruptos, dedicados a legislar em causa própria, chantagear o governo e extorquir o Erário. Com raras exceções, são inimigos da Lava Jato e da Lava Toga.

7 – O jornalismo militante que, de modo individual ou coletivo, com determinação editorial ou não, faz do combate ao governo o eixo de sua atividade cotidiana. De momento, está em grupos da mídia o principal agente opositor, substituindo os partidos, aos quais falta credibilidade para a tarefa.

8 – A miríade de organismos que orbitam e parasitam a esquerda e a ela, direta ou indiretamente prestam serviço. Refiro-me, entre outros, à OAB, à CNBB e suas pastorais, aos sindicatos e suas centrais.

9 – O movimento comunista internacional. É ativa e vigorosa a solidariedade que entretêm com seus parceiros daqui, através de instituições e organizações, periódicos e, em especial, de entidades que, muito seletivamente, atuam no campo dos direitos humanos. Passam longe de Cuba, Venezuela e Nicarágua e vêm cá contar o número de bandidos mortos em confronto com a polícia.

10- O ambiente cultural e acadêmico. Ambos perderam poder, receita, e olham o futuro com insegurança. Sempre foram bem sucedidos e bem remunerados agentes da hegemonia esquerdista.

Diante desse cenário podemos, em contrapartida, construir a lista dos apoiadores, que incluirá, certamente, setores do empresariado, Igrejas Evangélicas, o governo norte-americano e cidadãos de pensamento liberal e/ou conservador que foram eleitores de Bolsonaro em 2018, tendo feito, então, uma opção por mudança. É contra tal segmento demográfico, numeroso e disperso que se voltam, igualmente, os ataques dos inimigos do governo. Nas últimas semanas não tem faltado articulistas, colunistas e comentaristas disparando contra esses cidadãos, visando a seu constrangimento.

Deles se diz serem agentes de um apoio cego, irracional e acrítico. Em outras palavras, se você não preserva sua isenção no cume de um rochedo inatingível como mosteiro medieval, você é um idiota robotizado. Noutra leitura dos mesmos fatos, deve-se presumir que quem ataca o Presidente e seu governo faz uma oposição lúcida, iluminada e iluminista, sincera e veraz, sublime nas intenções e nos métodos.

A ideia desses movimentos táticos é impor a retração da base popular de apoio ao governo. Usam com esse intuito uma falsa coerção moral, uma fake reason que desconhece a natureza da política. Se prosperasse a ideia, o governo e seu Presidente, em meio a tanto chumbo grosso, perderiam sua mais consistente sustentação política. Não é hora de soltar a ponta da corda. É hora de redobrar energias. O Brasil está sendo atacado e precisa.

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* Percival Puggina (74), membro da Academia Rio-Grandense de Letras, é arquiteto, empresário e escritor e titular do site www.puggina.org, colunista de dezenas de jornais e sites no país. Autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A Tomada do Brasil. Integrante do grupo Pensar+.



 


Vanderlino H Ramage -   10/10/2019 22:10:14

O pior inimigo de Bolsonaro é fábrica de miseráveis que não cessa de produzir mais pessoas que nascem sem condições de se inserir produtivamente na sociedade, por uma questão elementar, no mundo cibernético a impregabilidade será cada vez menor. E uma bomba planetaria, sendo que aqui, por problemas diversos, o futuro é mais sombrio

Abraham Lincoln Ribeiro -   08/10/2019 12:35:54

Entendo que alguns tópicos devem ser esclarecidos: 1- Na política a oposição perdedora logicamente irá se manter oposição. Desconsiderar que essa força é nova demonstra uma certa ingenuidade. 2- Os estadistas não têm origem no funcionalismo público, mas sim nas cátedras ou nos movimentos populares. Não tivemos no Brasil estadistas que tenham se aproveitado da situação pública (ou não estamos falando de estadistas). Ao mesmo tempo criar a imagem de que um funcionário público legitimamente empossado é obrigatoriamente um explorador do seu país é uma generalização com intuito de depreciação da função. 3- Tenho acompanhado a vida política do país desde o início da ditadura militar e não vi em nenhum momento a formação de uma "seita comunista". Ao contrário, percebe-se nitidamente o enfraquecimento das forças de teorias comunistas em todo o mundo. 4- O aparelhamento político do estado está ocorrendo muito mais agora no atual governo do que fora antes desde a ditadura. Procura-se hoje colocar em "postos chaves" da administração pública pessoas de caráter ideológico e não profissional. São raros os gestores públicos que estão engajados em suas áreas. E o único critério para a ocupação é a ideologia. Mesmo quando tivemos a gestão de esquerda no país a ocupação dos cargos econômicos (e outros) foram sempre de profissionais qualificados de direita. Independente de ideologia. 5- O jornalismo trabalhou durante toda a fase do golpe e do afastamento da esquerda das eleições para beneficiar o atual gestor do país a ganhar essa posição. Dizer que o jornalismo é naturalmente contra o governo é não lembrar que foi exatamente esse mesmo mecanismo que o elegeu. O jornalismo sempre se aproveitou das falhas dos gestores. Cabe então uma reflexão se o atual governo realmente está dentro de uma orientação para o país ou para o poder. 6- Movimento comunista internacional? De onde vem essa montagem? Até mesmo a China tem uma gestão capitalista do seu sistema. É a mesma imaginação de Servantes sobre os moinhos. Um monstro que só existe para justificar uma ação. O comunismo desfez-se há 30 anos e não teve até hoje nenhuma chamada para se re-erguer. Essa mesma retórica foi utilizada pelo regime militar para justificar o golpe de 64. No entanto, hoje está comprovado que, não havia estrutura comunista na época que justificasse um golpe militar. 7- Durante mais de 20 anos convivendo dentro do ambiente universitário em cursos de graduação e pós-graduação, nunca vi a intenção desse meio na interferência política ideológica. O que temos no meio universitário é o exercício do contraditório e da reflexão sobre temas sociais. É o diálogo das ideias que fazem surgir os grandes pensamentos. Dizer que o ambiente universitário polui a sociedade é não aceitar a contradição ou não ter argumentos para defender seu posicionamento.

Jose Gratao -   05/10/2019 18:27:23

Excelente artigo, parabens. Também importante é a imaturidade política e da militância da direita que é inexperiente no ramo, frente ao já tarimbado e articulado poder esquerdista.

Luis Gonzaga -   26/09/2019 12:02:54

Caro Puggina, esse artigo é leitura obrigatória, estudo obrigatório para quem quer um Brasil melhor. Não são apenas inimigos de Bolsonaro, são INIMIGOS DO BRASIL. Com disse Sun Tzu, "Se você conhece o inimigo e conhece a si mesmo, não precisa temer o resultado de cem batalhas. Se você se conhece mas não conhece o inimigo, para cada vitória ganha sofrerá também uma derrota. Se você não conhece nem o inimigo nem a si mesmo, perderá todas as batalhas...". Por isso estou divulgando e incentivando junto à meus familiares, amigos, alunos: Leia. Releia. Decore. Reflita. Discuta e divulgue!!!

Dario Carvalho De Santis -   24/09/2019 13:19:51

O que está depondo contra o Presidente é sua própria atuação, atabalhoada, truculenta e de pouca habilidade política. Cada frase que profere ofende alguém , gratuitamente. Nunca imaginei que fosse tão ruim seu traquejo político.

Luiz R. Vilela -   24/09/2019 07:39:01

Pois é! Dizia um ditado antigo que não se deve dar pérolas aos porcos, pois eles não sabem o que fazer com elas. Na política, as coisas tem lá também as sua semelhanças. Como podemos inserir no contexto democrático, gente que professa formas de governos autoritárias, que admiram ditaduras como as de Stalin, Fidel Castro, Mao Tse tung, e as atuais como a cubana, venezuelana, da Nicarágua e outras onde o ditador se reelege sempre, dando uma disfarçada, como na Bolívia. A alternância no poder desta gente, não contempla quem pensa diferente deles. Só aceitam quem pensa igual, tendo inclusive o PT, se negado a apoiar qualquer candidato, que não seja um "adorador do lula". Por isso, esta história do tal "poste", ou seja, um candidato subalterno, para perder a eleição, e o chefe, então voltar com todas as glórias. O susto que o lula levou com a eleição da Dilma, serviu de alerta, se não for ele o candidato, quem o for, deverá ser para perder. O Bolsonaro caiu como uma luva nos propósitos do "encarcerado". É de direita, herdeiro dos militares, falastrão e novato nas funções administrativas. Então, o negócio é reunir todos os que tiveram "lucros" nos governos petistas, ai também incluído o tal centrão, que não se prende a ideologias, mas ao "vil metal", e tratar de inviabilizar a atual administração, que por força da inexperiência, vive a bater cabeças, e contribui muito para as táticas lulistas. A direita no Brasil, tem de deixar de pensar na tutela militar, deve é sair as ruas e mostrar ao povo, que o pais pode crescer pela força do trabalho e o império da lei, com a justiça, fazendo jus ao nome, seja justa para todos, que se mude por completo a legislação, porque não é mais possível se querer um pais justo, com juízes "nomeados" por políticos. É sem tirar, nem por, a velha máxima, da raposa cuidando do galinheiro. O povo que virá para as ruas em manifestações, deve exigir em primeiríssimo lugar, que todos os ministros do supremo que já tenham tempo de se aposentar, que o façam, o ambiente precisa ser arejado.

Cesar Mucio Silva -   23/09/2019 22:38:57

Tudo isso já era realidade há 'séculos'; e foi exatamente contra tudo isso que ganhamos a eleição, pelo menos.

Edson -   23/09/2019 18:21:22

ViGIEMOS!

adão da silva moraes -   23/09/2019 17:27:15

Lendo Dante às avessas, pode-se dizer que "Bolsonaro é inimigo de Bolsonaro" Vai em Israel, elogia netanyahu e este agora não consegue sequer montar o novo governo. Vai na Argentina, elogia Macron e tudo indica...

Menelau Santos -   23/09/2019 13:30:47

Um texto maravilhoso. Seria a sinopse de um livro. Em particular, podemos ver como o item 7 é vigoroso, o jornalismo militante, como ele desinforma e torna a palavra, por exemplo, do Professor Olavo de Carvalho como se fosse um inimigo, quando na realidade é amigo.

renato -   23/09/2019 11:20:33

Prof. Faltou na lista os filhos mimados e um tal "guru" Olavo.....

Antonio Torquato Araujo -   22/09/2019 23:25:47

Excelente observação, ponderada, justa e clara.

Edil -   22/09/2019 22:41:25

Acrescentaria o lumpesinato, está em atividade são compostos de gays, lesbicas, pederastas, partidários da igualdade de gênero e de "educacao" sexual às crianças nas escolas, proteção a criminosos baseados nos "direitos humanos". Muitos estão inseridos numa nova frente, o ecologismo.

sencler gomes -   22/09/2019 18:47:27

O que acrescentar se não um muito obrigado por me poupar "massa cinzenta" por um comentário tão lúcido, limpo e justo? É tudo que um articulado "liberal" gostaria de escrever, não o fazem por absoluta falta de espacos midiáticos, em minoria tambem absoluta, e, também, infelizmente, por desconhecimento da praxis liberal conservadora, de cujos pilares desconhecem e se não desconhecem, são aviltantemente bloqueados nas academias, onde "gramsci grassa". Parabéns meu caro, poupo-me de maiores análises, pois completas, e irrepreensíveis, firam as suas. Abs. esperando, avido, outras comunicações.

Luiz Alberto Mezzomo -   22/09/2019 17:46:42

Prof Puggina. Não estariam faltando na lista dos inimigos alguns Generais e outros oficiais das Forças Armadas.

Vera -   22/09/2019 16:27:36

Gratidão, gratidão, gratidão

Celis -   22/09/2019 13:14:45

Excelente exposição do atual momento politico e social do País, Professor!

Lidio -   22/09/2019 11:04:57

Descreveu perfeitamente o que esta acontecendo, em relação a mídia, deixei de ouvir varios "analistas" pois voce percebe o ódio nos comentarios dos caras, um certo comentarista de radio , que nem jornalista é, disse que a imprensa tem que ser de oposição ao governo, foi a maior idiotice que ja ouvi, a imprensa precisa ser apenas uma coisa, IMPARCIAL. O tal comentarista que disse essa perola foi o Villa.

CARLOS -   22/09/2019 02:42:55

Lucidez e propriedade intelectual nas palavras do prof. Percival. Eu comparo a esquerda com um bando de vermes e parasitas que infestaram as entranhas de um homem, por dentro e por fora só estão preocupados em sugar, se o paciente morrer, eles não cogitam que possivelmente morrerão juntos. E nem o exemplo da vizinha Venezuela serve pra eles.

eduardo albuquerque brandão -   22/09/2019 00:12:17

O BEM, não criou a DEMOCRACIA !