• Percival Puggina
  • 16/11/2015
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OCIDENTE, TERRORISMO E MARXISMO CULTURAL

 

 O marxismo cultural não existiria sem o conhecimento teórico e o domínio do papel estratégico dos símbolos e da linguagem. Por isso, ele cria e difunde expressões que se tornam instrumentos eficientes de intervenção no ambiente sócio-político. Essas palavras, com o significado que lhes é atribuído, servem, entre outros fins, para danificar a imagem daquilo que os manipuladores da linguagem querem destruir e, também, para apresentar como bom algo que a sociedade habitualmente rejeita.

É o que acontece, de um lado, entre muitas outras, com enrolações tipo direito de decidir, educação cidadã, criminalização dos movimentos sociais, e com as contraposições "incluído-excluído" e "oprimido-opressor". De outro com os vocábulos neoliberal, conservador, mercado, capital, e por aí vai.

Outro caso típico de manipulação da linguagem é o que vem ocorrendo com o substantivo "fobia". Como se sabe, esse é um termo da psicopatologia. No entanto, de uns tempos para cá, qualquer objeção a teses esquerdistas vem sendo apontada como "fóbica". Outro exemplo, de impressionante eficácia, é a imposição de conteúdos empacotados com o rótulo de "politicamente corretos". Na maior parte das vezes, o rótulo encobre, de modo fraudulento, graves incorreções políticas.

Exagero? Não. O objetivo essencial do politicamente correto é o regramento da opinião pública, certo? Então, pergunto: como pode ser correta a pretensão de submeter a uma geometria, como se fossem rodas de automóvel, os pensamentos e as palavras alheias? O politicamente correto é o pensamento único marxista, cheio de si.

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O Ocidente é o alvo comum. O fundamentalismo e o terrorismo islâmico almejam sua destruição. O marxismo cultural quer abolir da vida sociopolítica ocidental os resistentes princípios e valores que, sustentando sua civilização, impedem-no de se propagar. É o sonho de Gramsci e da Escola de Frankfurt. Eis aí o motivo pelo qual, diante dos atentados de Paris, ficaram tão nítidos os esforços da esquerda mundial no sentido de retificar as reações da sociedade mediante imposições do "politicamente correto". Assim, surgem de toda parte opiniões que, traduzidas em linguagem comum, despidas das sutilezas de que se revestem, estão a nos advertir como fazem em relação aos crimes do cotidiano: a culpa é da vítima. E acrescentam: "Condene os atentados, senhor, se o aborrecem, mas não a matriz que os promove". Quem a condenar, quem insuflar o peito nos ares da liberdade de dizer o que pensa diante do que vê, expõe-se a execração que acompanha os "fóbicos", sujeito a ser retaliado e retalhado pelos pedagogos da opinião alheia.

Esperar que a sociedade, diante do que tem acontecido nas últimas décadas, e na extensão em que isso ocorre, reaja com ponderações benevolentes é insidiosa pretensão. Como reduzir a gravidade do momento? Devemos encobrir os ouvidos com potentes headphones para não escutar as ameaças feitas ao Ocidente por uma dúzia ou mais de organizações terroristas? Não é sensato alimentar com alienação e imprudência os genocídios de amanhã.

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* Percival Puggina (70), membro da Academia Rio-Grandense de Letras, é arquiteto, empresário e escritor e titular do site www.puggina.org, colunista de Zero Hora e de dezenas de jornais e sites no país, autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A Tomada do Brasil, integrante do grupo Pensar+.

 


MARCO DOURADO -   18/11/2015 15:33:43

Bom artigo. Mas, infelizmente, incorre - talvez sem querer - no erro que denuncia. O termo "fundamentalismo" foi criado por volta dos anos 1920 nos Estados Unidos por cristãos conservadores que buscavam se diferenciar dos cristãos doutrinariamente relativistas. Pela dubiedade e pouca eficácia do termo "ortodoxo", optou-se por "fundamentalista", que era como se autodenominava o cristão que recusava interpretar o texto bíblico de acordo com a cultura secularista e cientificista. O marxismo cultural sequestrou essa palavra, vinculando-a, inicialmente, aos terroristas islamitas. Hoje, o termo vem sendo associado ao cristão que crê na ressurreição literal de Cristo, em Seus milagres e no Seu iminente retorno à Terra (Parousia). O melhor exemplo dessa estratégia é, quando um(a) abortista/feminista/gayzista quer expulsar um cristão do debate, trata logo de tachá-lo de fundamentalista.

Gustavo Pereira dos Santos -   17/11/2015 22:31:51

Dr. Percival, o senhor tem sido um protagonista da trincheira ocidental. Parabéns, seus artigos reforçam o sentimento da grande maioria dos cristãos. Aproveito para convidar todos do blog a visitarem domingo, 22/11, às 10h, nossa tendinha do partido NOVO na Redenção, junto ao Monumento do Expedicionário. Será uma excelente oportunidade para troca de ideias com uma gurizada mui bem preparada em Marxismo Cultural, Escola de Frankfurt e Liberalismo. Será um prazer recebê-los.

fabrice -   17/11/2015 18:46:38

Agora que todos condenam os atos terroristas do ISIS/EI, até a “presidAnta” que defendia, diante da cúpula política internacional o diálogo com os fanáticos, precisou reformular, nas mesmas circunstâncias, a sua fala canhestra. O que não é nenhuma novidade: PT e seus militantes não têm nenhum compromisso com a verdade ou a coerência; o que lhes interessa é a mistificação e a obliteração dos fatos em favor do seu projeto de submissão do Estado e das massas em proveito próprio como a Lava Jato tem sobejamente demonstrado. Hoje, 17/11, há no rodrigoconstantino.com (ex-Veja) um vídeo sobre a imposição cultural do Islã numa cidadezinha da Inglaterra e uma relação comentada dos atos terroristas da Jihad de 1972 a 2015. Recomendo.

Genaro Faria -   17/11/2015 02:52:02

De novo! Sorry. Tudo isso porquê? Ora, a farsa não pode parar.

Icaro Hupsel -   16/11/2015 21:21:52

É de uma evidência estarrecedora a indiferença da Universidade Federal da Bahia (meu local de estudo e de trabalho) frente aos atentados ocorridos na capital francesa. Lembro-me quando do calote grego, ou do Tsípras, mais propriamente, houve quem exultasse os gregos que mantinham sua soberania frente seus truculentos credores. Francamente, participo de uma lista de e-mails institucional e tenho acesso à outras enquanto servidor e não constatei nada, sequer uma notinha de solidariedade... Vide o portal da Ufba, nada. A notícia mais recente é a de que o campus da cidade de Camaçari será batizado com o nome de Marighella... É com essa gente que eu convivo e sirvo enquanto funcionário público...

sanseverina -   16/11/2015 21:13:49

Sobre a reação aos atos terroristas em Paris, é um espanto que pessoas bem informadas INVERTAM O SENTIDO do acontecido, como também fizeram no 11 de setembro nos Estados Unidos. Para essa gente condicionada e dopada pelos mandamentos marxistas e gramscistas, os jihadistas SÓ estão se vingando e marcando posição contra a intervenção militar do Ocidente nos assuntos internos dos muçulmanos: coisinhas triviais como escravizar mulheres férteis (simplesmente matam as maiores de 40 anos) em todos os sentidos, decepar cabeças de reféns ou queimá-los em jaulas (os vídeos que postam na Internet são shows macabros e um acinte), recrutar jovens contra suas próprias nações, perseguir e matar cristãos e outros “infiéis”, tomar territórios alheios e querer impor Alá e Maomé ao resto da Humanidade. Essas pessoas com antolhos fazem parte da nossa sociedade, convivemos com elas no dia a dia, mas são impermeáveis aos nossos mais contundentes argumentos, porque, antes de tudo, são solidárias com os “oprimidos pelo capitalismo” e defensoras do multiculturalismo, aquele mesmo, por exemplo, dos nossos antropólogos e indigenistas que não interferem na prática dos yanomamis de enterrar vivas crianças nascidas com alguma deficiência ou excesso de meninas. Terrorismo e “compreensão” das “razões” de terroristas são expressões da loucura coletiva derivada da banalidade do Mal, cujo objetivo implícito (para muitos, explícito) é a destruição dos princípios morais do mundo ocidental. Haverá salvação ou caos?

Genaro Faria -   16/11/2015 18:52:40

Enviei, por equívoco, um comentário inconcluso horas atrás, que agora eu não me lembro da frase que ficou pela metade. Peço perdão aos colegas comentaristas que acaso o leram. O que eu gostaria de dizer é que esse artigo toca na raiz da questão. A luta armada, que já havia sido abandonada pelos "revisionistas soviéticos", dando início à divisão das esquerdas em maoístas e adeptos da "velha guarda", ainda povoa a mente dos que pensam que o comunismo foi derrotado, pois não há mais guerrilhas. Pois ele está mais vivo e atuante como nunca esteve antes, e já domina as redações de jornais e revistas, rádio e televisão, universidades e escolas secundárias, isto sem falar do chamado mundo artístico. Exatamente como ensinou Antônio Gramsci, seu ideólogo. Pregar o marxismo sem que as pessoas saibam que é dele que estamos falando. E se tornarem marxistas sem o saber. O "politicamente correto" é o modus operandi dessa insidiosa revolução cultural que está destruindo nossos valores e princípios cristãos ocidentais, como se eles fossem antiquados e incompatíveis com a modernidade. E com a "evolução inexorável" como a fatalidade da luta de classes pelo socialismo científico e, necessariamente, ateu. Assim, algo aparentemente anódino atua com tamanha abrangência e profundidade em nossa sociedade que até o cristianismo, na mente de muitos cristãos, inclusive prelados, confunde Cristo com Barrabás, um ladrão que é apresentado como um ativista político, eleito pelo povo porque Jesus não se revelou com a mesma clareza.

Data Venia -   16/11/2015 14:54:33

É IMPORTANTE FALAR SOBRE A AMEAÇA DO TERRORISMO ISLÂMICO, MAS É PRECISO DENUNCIAR TAMBÉM O ATENTADO CONTRA A DEMOCRACIA COMETIDO PELO DESGOVERNO FEDERAL ONTEM EM BRASÍLIA. O PALÁCIO DO PLANALTO USOU O MST E AS FORÇAS DE SEGURANÇA PARA SUFOCAR AS MANIFESTAÇÕES PELO IMPEACHMENT. VEJAM O DEPOIMENTO DE JOICE HASSELMANN NO SEU FACEBOOK Pessoal bom dia! Vou mostrar para vocês como funcionou ontem a DITADURA PETISTA durante as manifestações. Para o PT o povo é o grande inimigo. Aqui segue um resumo fidedigno do que aconteceu ontem em Brasília. O que vimos de notícia foi uma vergonha, tudo distorcido. Vamos aos fatos de quem viu de perto tudo. Eu estava lá como vocês viram nos vídeos. O governo mandou bloquear tudo. 300 ônibus de outros estados foram impedidos de entrar. O MST, juntamente com a UJS, UNE bloquearam duas das BRs e os caminhoneiros não chegaram. O metrô parou desde cedo e não funcionou para chegar até o Congresso. Mas a canalhice foi além. Fecharam todas as ruas em torno do Congresso Nacional. Nem carros particulares e ônibus comuns de passageiros podiam passar e chegar ao acampamento. Os integrantes dos movimentos ficaram sitiados. Revistaram as barracas e mochilas. Nada foi encontrado. Um grupo de mulheres com algumas crianças entregaram flores brancas aos policiais da tropa de choque. Outros, distribuíram bandeirinhas brancas à tropa. Os que conseguiram chegar para protestar lutaram pacificamente. A pressão foi grande com um imenso aparato policial, formado por Policiais Federais, Guarda Nacional, Tropa de Choque, Cavalaria Montada e várias viaturas da camburão de choque, um verdadeiro cenário de guerra onde o inimigo do estado petista era o povo brasileiro desarmado. Eram homens, mulheres e crianças pedindo um Brasil decente sem roubalheira. Mais uma vez o governo lulopetista com seus exércitos impediu a livre manifestação, o direto de ir e vir e cuspiu no do estado democrático de direito. Isso é a ditadura do PT! https://www.facebook.com/joicehasselmann/

Ricardo Moriya Soares -   16/11/2015 14:52:08

A solução está na nossa frente, e mesmo assim temos medo de escolhê-la, pois seriamos taxados de racistas, preconceituosos e direitistas sem coração. Pior, ainda posso ser processado no Brasil de 2015 caso tenha a coragem de dizer com todas as letras qual caminho escolher... A esquerda mundial encontrou a fórmula final para a sua autodestruição, e com isso, levando para o túmulo toda a civilização ocidental - e seu "puxadinho", mais conhecido como América Latina! O politicamente correto será lembrado por gerações futuras como a tumba do Ocidente, uma espécie de ferida auto infringida que infeccionou e matou o paciente outrora muito saudável. Quando os refugiados da escola de Frankfurt aportaram nas ainda não contaminadas universidades americanas, foi apenas uma questão de tempo até desenvolverem um nova maneira de dominar mentes fracas (estudantes!), a criação à lá Victor Frankenstein de um novo dicionário (Newspeak), moldado para deturpar palavras que seriam em tese imutáveis... como podemos hoje em dia não mais saber diferenciar homens, mulheres e crianças? E mais, no futuro será crime identificar o sexo da criança! Até em exemplos cotidianos perdemos qualquer referência: a empregada virou secretária, o negro é agora afrodescendente, o aleijado se tornou deficiente, etc. E a bomba termonuclear, a maior de todas, que varrerá tanto o marxismo quanto os bilhões de inocentes que vivem sob o manto da civilização ocidental; as estúpidas mentes politicamente corretas não conseguem mais nem chamar o mal pelo nome... políticos, cientistas e intelectuais se recusam terminantemente a dizer uma simples terminologia: TERRORISTA ISLÂMICO. A partir do momento em que os líderes ocidentais começaram a se enrolar na própria definição semântica, seja qual for a língua em questão, foi a hora H para a contagem final dos dias-meses-anos para o fim tragicômico de uma história que nos seus melhores dias teve companhias bem melhores: Sócrates, Cícero, Spinoza, Bacon, Thomas Jefferson, Adam Smith, etc. Em 50 anos, o nome mais comum no Ocidente será Mohammad - e já o deve ser no Reino Unido, na França e Alemanha! Agora respondendo a questão posta no primeiro parágrafo... um muro! Israel levantou um grande muro há uns dez anos e os massivos ataques suicidas cessaram - hoje substituídos por lobos solitários que usam facas de cozinha. Um muro, não necessariamente físico, deveria separar nossa civilização do mundo islâmico - e isso seria no final das contas ótimo para ambas as partes!