O SEGREDO DE UM TERRORISTA - Di?o do Com?io
Muitos se escandalizam com o asilo pol?co concedido ao assassino Cesare Battisti, mas poucos tentam averiguar o que o epis? significa realmente. A sucess?de casos similares, a prote? concedida pela esquerda brasileira a praticamente todos os terroristas internacionais que aqui aportam – Achille Lollo, Oliv?o Medina e sua esposa, os seq?radores de Ab?o Diniz e Washington Olivetto – e o contraste que esses casos formam com a recusa de asilo aos dois boxeadores cubanos deveriam alertar para a obviedade de que n?se trata de epis?s isolados, mas de uma atividade permanente, sistem?ca. Mas mesmo aqueles que o percebem hesitam em sondar a rela? entre esses fatos e a estrat?a geral petista.
Qual ?xatamente a posi? do Brasil no quadro da esquerda internacional em ascens? A uma vis?superficial, o Brasil ?ma democracia de esquerda moderada, favor?l ao livre mercado e respeitosa da ordem jur?ca. Quase ningu?entende que o pa?precisa ser tudo isso precisamente para poder desempenhar a fun? nuclear que lhe cabe na estrat?a esquerdista mundial. Tamb?poucos querem enxergar que a democracia brasileira ?oje um puro formalismo jur?co a encobrir o poder monopol?ico da esquerda e a total exclus?da simples possibilidade te?a de uma oposi? conservadora, seja na pol?ca eleitoral, seja na m?a, seja at?a pura esfera cultural.
O Brasil, democracia sui generis onde as liberdades legalmente constitu?s coexistem pacificamente com a total impossibilidade de exerc?as, ? origem e o centro de comando da revolu? comunista na Am?ca Latina. ?da elite intelectual petista, fundadora do Foro de S?Paulo, que emanam discretamente as instru?s gerais destinadas a transformar-se em espet?los de esquerdismo histri?o por meio dos Ch?z, Morales e outros tantos que ?vezes nem mesmo compreendem as sutilezas dial?cas do processo e por isto acabam, com freq?ia, exagerando no desempenho de seus pap?. Se a Venezuela e a Bol?a parecem estar na vanguarda da revolu?, e o Brasil muito na retaguarda, ?orque o comando, por defini?, fica na retaguarda.
Por isso mesmo ?ue o Brasil se torna tamb?o abrigo ideal para os revolucion?os ca?s em desgra?nos seus respectivos pa?s. Se eles fossem para Cuba ou para a Venezuela, teriam de conservar sua identidade exterior de revolucion?os e se tornariam in?s para fun?s mais discretas e relevantes. Aqui, podem adquirir uma fachada de cidad? pac?cos, aposentados de toda viol?ia, e integrar-se, sem risco nenhum, nos altos c?ulos intelectuais que comandam o processo. S? idiota completo pode acreditar que o governo brasileiro aceitaria o risco de uma crise diplom?ca s?ra agradar a uma socialite. Tal como Achille Lollo e Oliv?o Medina, Cesare Battisti n?recebeu apenas um asilo pol?co, mas uma promo?, subindo na hierarquia revolucion?a, do posto de executor na linha de frente para o de analista e planejador nas altas esferas. Ele ?rotegido porque ?til, n?porque Carla Bruni ?onitinha.
Nenhuma an?se s?a dos fatos pol?cos pode-se fazer desde o ponto de vista liberal e conservador se este n?absorve, primeiro, a perspectiva do advers?o. Se voc??est?apacitado para fazer uma an?se marxista da situa? exatamente como a fariam os te?os e estrategistas do movimento revolucion?o, suas opini?a respeito da pol?ca de esquerda ser?sempre meras tentativas de projetar sobre ela categorias que lhe s?estranhas, ajudando, portanto, a encobrir seus verdadeiros intuitos e a conferir o privil?o da invisibilidade quase absoluta ?estrat?as e t?cas do esquerdismo.
Afinal, o marxismo n???a “ideologia”: ele ?ma estrat?a da praxis revolucion?a e, nesse sentido, ?ma ci?ia – uma ci?ia extremamente sutil e complexa, da qual os formadores de opini?liberais e conservadores, no Brasil, n?sabem praticamente nada. O deslocamento entre as categorias anal?cas e a natureza do fen?o estudado ?arantia segura de incompreens? e a incompreens??or sua vez a origem dos erros estrat?cos monstruosos que, ao longo dos ?mos trinta anos, reduziram o liberalismo e o conservadorismo, de for? imperantes, a exce?s doentias que s?bsistem gra? ?oler?ia provis? do sistema.
?f?l observar de fora os erros da economia marxista e pontificar que todo movimento baseado nela est?ondenado ao fracasso. Mas a estrat?a do movimento comunista n??de maneira alguma, uma decorr?ia direta e mec?ca da sua economia. Principalmente n?o ?a esfera da luta cultural, onde as manobras e rodeios da intelectualidade ativista v? com freq?ia, no sentido contr?o daquilo que se poderia deduzir do economicismo marxista vulgar. Trata-se de um ramo de conhecimento que tem sua pr?a autonomia e que n?pode ser dominado sen?mediante longos anos de estudo. ?s?rendendo a pensar como os te?os da revolu? mundial que se pode, em seguida, transcender a sua vis?das coisas e conden?a com fundamento. Atirar-lhe pedras desde fora ?icar abaixo dela e tornar-se v?ma cega do processo revolucion?o.