Um bom governo não se faz com discursos e estardalhaço publicitário, mas com boas práticas e boas iniciativas. O primeiro governo Dilma não conseguiu ir além do discurso naquilo que mais importa: uso criterioso dos recursos públicos e desenvolvimento econômico. Por mais que o governo, a cada novo escândalo, insistisse em se atribuir méritos pelas investigações, o fato é que as denúncias sempre vieram de fora do governo. E sempre foi ele, governo, o investigado. Mérito têm a PF, o MPF e o Dr. Sérgio Moro.
É desalentador saber que enquanto a ação penal do Mensalão era julgada ao vivo e a cores, enquanto os ministros do STF não economizavam adjetivos para qualificar os crimes e desqualificar os criminosos, corria livre, leve e solto, um esquema bilionário drenando recursos da Petrobras. E são fortíssimas as suspeitas de que algo semelhante lateja noutras entranhas da máquina federal.
Do desenvolvimento econômico dependem os investimentos privados, a absorção da força de trabalho, a manutenção dos postos existentes, a elevação da renda, a arrecadação tributária, os investimentos estatais e a atenção social prestada pelo poder público. Ora, somados os dados dos últimos quatro anos, vê-se que a taxa de crescimento que deveria ser buscada como meta anual - algo em torno dos 6% - corresponde ao total atingido em todo o primeiro mandato de Dilma e equivale a pífios 1,5% ao ano. A meta de 6% pode ser considerada inatingível, mas foi alcançada pela economia brasileira em 2004, 2007 e 2010.
O primeiro mandato da presidente, portanto, extinguiu-se melancolicamente em 31de dezembro. A festa do dia seguinte, que deveria ser o "réveillon" de Dilma, ficou devendo às expectativas. O governo esperava 100 mil pessoas, queria algo que sinalizasse a restauração da confiança abalada por escândalos e pela manipulação de dados oficiais. As estimativas mais generosas falam em 40 mil pessoas, numa comemoração nitidamente partidária, nem cívica nem espontânea, com muito vermelho, e quase nenhum verde-amarelo.
Em seu discurso, a presidente deu sequência a um artifício que se desgastou durante a campanha eleitoral. Mais uma vez escondeu a realidade. Mais uma vez apelou para a vanglória, desfiando realizações que, se verdadeiras, lhe teriam proporcionado espetacular vitória eleitoral. Simples como isso. E, ao mesmo tempo, tão assustador quanto isso. O discurso mostrou o mesmo alheamento que caracterizou a política de seu partido e de seu governo. Espero que, desta feita, a "posse" não seja confundida com propriedade ou usufruto.
ZERO HORA, 04 de janeiro de 2015
Genaro Faria - 06/01/2015 20:07:54
O príncipe virou sapo, Cinderela perdeu seu sapatinho de cristal e os súditos estão com o rabo entre as pernas no país das maravilhas tiradas da cartola de marqueteiros vigaristas. A oposição recusou-se a participar da festa na corte da ditadura popular democrática, que ressumou os miasmas da Ilha Fiscal. Como reza o provérbio popular, o diabo ensina a fazer mas não ensina a esconder. A máscara dos operários de palanque com crachá de revolucionários milionários caiu. O PT é um fruto que apodreceu no galho e esqueceu de cair.Erwen Souza - 06/01/2015 17:21:45
As melhores estimativas foram as informadas por emissoras compradas pelo governo como a Globo por exemplo. O número de pessoas chegou em torno de 9000 se atingiu esse número, e que foram oriundas dos 800 ônibus alugados pelo PT, somado aos 4000 seguranças do evento. Ridículo e trágico uma posse para a presidente. Porém isso retrata a indignação do povo brasileiro e abre-se a dúvida sobre os 51% dos votos recebidos pela Dilma.Sérgio Alcântara, Canguçu RS - 06/01/2015 16:19:19
Está mais do que na hora de definir as lideranças que poderão capitanear um combate eficiente e eficaz ao petismo em 2016 e 2018. Todavia, de maneira paralela e complementar a isto, é imprescindível que se intensifiquem e se aperfeiçoem os movimentos anti-marxistas, utilizando-se de todos os recursos disponíveis, de forma articulada e coesa, não apenas via internet, mas sobretudo fazendo com que, efetivamente, nossas ideias circulem e sejam debatidas no interior da sociedade civil. Assim, estaremos consolidando uma estrutura que poderá, de fato, tornar viável e visível uma proposta capaz de superar o bem montado projeto de poder do PT.Ismael de Oliveira Façanha - 06/01/2015 00:16:22
Se o AÉCIO NEVES não tivesse amargado a derrota em sua própria casa, Minas Gerais, estaríamos livres desse cartel político instalado em Brasilia. ALCKMIN 2018?Robson Nunes da Silva - 05/01/2015 13:25:06
O problema com o PT é seu discurso de palanque. Eles nunca descem do palanque, nem mesmo quando são chamados a governar. O discurso de Dilma, na posse, não seria diferente.Leonardo Vieira - 05/01/2015 13:01:12
Acabou o ano de 2014, muitos vão pensar que esse ano deveria ser esquecido. Eu particularmente penso que 2014 é um ano para não ser esquecido, pois foi nesse período que a esquerda brasileira revelou sua face mais sórdida e canalha. A resolução política do PT pós eleições dá uma idéia do plano populista-autoritário que essa corja tem para o Brasil. Querem o fim da PM, usando como argumento a máxima de que "a ineficiência no combate ao crime só é superada pela violência genocida contra a juventude negra e pobre das periferias e favelas", mas não falam que num país onde não há guerra declarada, o Brasil é campeão de mortes entre policiais, e sequer se pronunciam sobre o que fazia um deputado seu numa reunião com bandoleiros do PCC que tem em seu "estatuto" a morte de policiais como regra quando estes contrariam seu interesses. A Comissão da Verdade que só responsabiliza agentes públicos e poupa os "heróis idealistas e revolucionários"teve o despudoramento de colocar o nome de Dirce Machado da Silva na lista de mortos pela "ditadura", quando na verdade verdadeira, ela vive em Goiás e está bem viva a ponto de dar gargalhadas quando soube que constava na lista de mortos. O Foro de São Paulo que passou mais de 20 anos agindo na surdina, agora resolveu dar as caras, e não fazem questão alguma de esconder do porque existe e pra quê serve: Unir os países da América do Sul e do Caribe num grande bloco socialista, através da UNASUL que serve de ferramenta legal para pôr em prática o que se decide nas reuniões secretas do Foro de São Paulo, que entre seus criadores tiveram Fidel Castro e Luís "Lularápio" da Silva em 1990. Fizeram das eleições presidenciais de 2014, a mais nojenta e odiosa desde a "redemocratização". Inovaram em táticas imorais antes nunca vistas na política, que se antes existiam, pelo menos faziam um mínimo esforço pra escondê-las. O "assassinato de reputações" usado para denegrir a imagem de um opositor, ou mesmo de um ex-aliado como foi o caso de Marina Silva. Houve inclusive acesso de um emissário da campanha do PT a um processo já findado da candidata do PSB para extrair informações que seriam usadas contra a mesma, processo já arquivado diga-se de passagem e falava sobre seu esposo e venda de madeira na Amazônia. Criaram grupos de mercenários virtuais, pagos com dinheiro público inclusive, para fazer da Internet um território a ser conquistado, onde os opositores deveriam ser destruídos. Que o digam a Miriam Leitão e o Carlos Alberto Sardenberg, que tiveram perfis alterados no Wikipédia, por um servidor de carreira do Ministério da Fazenda a partir de um computador do Palácio do Planalto. O imbecil que fez esse "serviço" sequer se preocupou em não ser descoberto através do IP do computador. Outra tática muito bem usada foi o terror eleitoreiro sobre o Bolsa-Família, onde milhões fizeram o que o Lularápio tanto criticou no passado, onde dizia que o povo não podia votar com o estômago. Fizeram terror sobre os bancos públicos, os juros, a energia e os combustíveis. Passada a eleição a Dilma fez justamente aquilo que acusava Aécio de planejar fazer se ele vencesse o pleito: aumentou os preços da energia elétrica, dos combustíveis, aumentou os juros e nomeou um diretor de banco privado para ser Ministro da Fazenda, contrariando os esquerdopatas que a apoiaram. O desgoverno do PT escondeu até o último minuto as informações acerda do desemprego, do desmatamento ilegal na Amazônia e do rombo nas contas públicas. O IBGE e o IPEA viraram escritórios para promover o governo dos "cumpanheiros", manipulando e omitindo dados pra esconder as lambanças de uma política econômica que beira o desvario. Quando o crime fiscal da Dilma veio à tona, ela simplesmente comprou parlamentares para que estes mudassem a lei e tornassem legal a ilegalidade cometida pela governANTA. Por pouco não implantam os sovietes no Brasil, onde queriam criar aqui um 4º poder, com a desculpa de aumentar a participação popular, quando na verdade queriam dar poder aos chefões dos movimentos de baderna que se vestem de causas sociais e são apadrinhados pela esquerda imoral. Que esse ano de 2014 sirva de lição a todos e que a partir de 2015, nosso povo deixe de leniência, e enxerguem de vez que o berço explêndido em que estão deitados, vai se desfazer em um chão duro e frio, forrado de jornais com as mais horrendas notícias do nosso país.Gustavo Pereira dos Santos - 05/01/2015 07:16:31
O populismo precisa dos pobres como o poeta necessita da dor. Sem eles, os populistas não conseguem se perpetuar no poder, falando em nome dos pobres, enquanto enchem os bolsos e as contas no exterior de dinheiro sujo, desviado do orçamento público. Para que os populistas transformem a “coisa pública” em “cosa nostra”, faz-se necessária a existência de uma gama de pessoas carentes e ignorantes, desesperadas por esmolas. O trabalho sujo de forjar um elo artificial entre uns e outros fica a cargo dos “intelectuais”, que se vendem por migalhas ou em busca do ópio para apaziguar sua alienação perante a sociedade “burguesa”, que detestam com todos os músculos de seus corpos. Assim nasce a falácia de que essa esquerda corrupta, carcomida, autoritária e indecente, a tal elite vermelha, luta pelos direitos dos pobres. Nada mais falso.Gustavo Pereira dos Santos - 04/01/2015 20:21:54
Dr. Percival, Cruz credo, quanto pessimismo. A vida é eterno aprendizado. A Vanguarda do Atraso está no poder há apenas 12 anos, a ANTA e a sua mini equipe de 39 ministros terão uma tarefa espinhosa nos primeiros 6 meses do novo velho governo: definir a fórmula do reajuste do salário mínimo no período 2016-2019. Enquanto isso não ocorre, estarão empenhados naquilo que são catedráticos: apropriação indébita. Um abraço, Gustavo, sócio do clube Zelite Golpista de Porto Alegre.Luiz Alberto Mezzomo - 04/01/2015 18:22:52
Sr. Percival. Sabemos que aquilo que é para nós o extremo do absurdo, como o são os discursos e atos, para eles, o PT e governo, fazem parte da labuta justificável do dia a dia. O desafio é como mostrar as qualidades de uma posição e as deficiências da outra, para metade dos brasileiros cuja mente só consegue absorver pensamentos que estejam no primeiro plano. Mais de uma variável na equação mental, uma catástrofe.