• Percival Puggina
  • 04/09/2023
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O reacionarismo dos “progressistas”

 

Percival Puggina

        

Durante a campanha eleitoral do ano passado, os donos da eleição consideravam conduta abominável mencionar o passado do candidato de esquerda. Agora isso passou. Então, lembremos como estava o Brasil na transição de 2019. 

Nosso país precisou ser alavancado da pior recessão de sua história. Em Curitiba, havia sido longa e falante a fila para o confessionário que atendia pecados de corrupção ativa e passiva. A cadeia produtiva da Educação, porta de entrada para o desenvolvimento social, estava controlada pela mão de ferro da vanguarda do fracasso.

Os longos anos de petismo haviam corroído o país. Importantes organizações da sociedade, infiltradas, perderam o rumo e o prumo. Pense nas consequências, até hoje, do alinhamento político da OAB, da ABI e do jornalismo, da CNBB, das ONGs. Pense no desastre qualitativo do ambiente cultural do país e na atual perseguição à liberdade de expressão de seus antagonistas. Pense no controle da linguagem e na ideologia de gênero. Pense na orquestração do jornalismo brasileiro e nas questões sobre as quais silencia. Onde não era desastrosa e nítida a atuação do petismo militante?

Abundante e longa experiência! Ela mostra que onde o petismo se instala faz estragos difíceis de sanar.

A volta do petismo ao poder explicita a essência do reacionarismo de esquerda. Em todos os setores nos quais se percebe alguma atividade do governo, o que se vê é um retorno às condições de 2018 e, mais nítido ainda,  àquela campanha eleitoral. Lula engrenou sua marcha à ré e está disputando aquele pleito, acompanhado por toda sua parceria. Bolsonaro é seu fetiche.

Qual a estratégia por trás dessa atitude? Ela consiste em descaracterizar a indispensável oposição, inerente aos regimes democráticos, aplicando a ela surradas etiquetas e substituindo a palavra oposição por bolsonarismo.

Veja como isso funciona na prática. Hoje, 04 de setembro de 2023, leio no Estadão uma coluna sobre o suposto “risco de confusão” previsto para o dia 7, afirmando estar ele “relacionado à forma como os bolsonaristas pretendem lidar com a data, oito meses depois do fracasso da intentona do dia 8 de janeiro”.

Observe como tal informação prestada a serviço do alinhamento político do autor, liga a ideia de oposição à pessoa de Jair Bolsonaro, não por acaso personagem fora do páreo eleitoral de 2026. Para a militância de esquerda, não há oposição popular às sandices petistas, mas golpistas bolsonaristas promotores de uma “intentona” – a intentona do algodão doce – numa tarde de verão tropical, enquanto as guardas, polícias e tropas ressonavam nas suas casernas.

Essa incapacidade de fazer uma reflexão sobre as fantasias que repetiram à exaustão, sobre as tolices que afirmaram, sobre o mal que, com elas, causaram às vidas de tantos ganha marca registrada nos anais da história do jornalismo brasileiro.

Jamais calar; jamais consentir.

Percival Puggina (78) é arquiteto, empresário, escritor, titular do site Liberais e Conservadores (www.puggina.org, colunista de dezenas de jornais e sites no país.. Autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A Tomada do Brasil. Integrante do grupo Pensar+. Membro da Academia Rio-Grandense de Letras.


Cristina Hilgert -   07/09/2023 13:21:00

Ainda não me conformo por não termos percebido o aparelhamento se infiltrando, qual erva daninha, em todas as áreas. Quando menos se espera, uma bofetada de ideologia nos atinge. Não aceitam conviver, a ordem é extirpar a direita. Tempos sombrios nos aguardam. Mas desistir não é opção, pois quem sobreviver, sairá fortalecido.

Danubio Edon Franco -   05/09/2023 15:53:22

Depois do correto quadro que pintaste, confesso que não sei o que dizer. Parece que a imprensa brasileira, com raríssimas exceções, sucumbiu ao encantos do erário público, acesso que não tiveram no governo Bolsonaro. O pior é que isso é feito com aspecto legal, pois são as verbas publicitárias o moinho que move esses corruptos. Não é de hoje que isso acontece. Ruy Barbosa em sua conferência "A Imprensa e o Dever da Verdade", já o denunciava. Manipulam as notícias de todas as formas. Não podemos calar, pois o remédio da mentira está na verdade e Deus deixou ao homem três âncoras: o amor da pátria, o amor da liberdade e o amor da verdade (Ruy Barbosa, op.citada). Vamos lutar por esses valores!

Ethan Edwards -   05/09/2023 15:00:15

Cevado nas fileiras do marxismo, nosso esquerdista é, antes de tudo, alguém que declarou guerra à sociedade atual (que, para ele, é "o capitalismo"). Ele deve destruí-la para construir o socialismo, o comunismo (e os respectivos genocídios...). Mas, como diz o poeta, "não veio a utopia"... E agora, Josef? Construir o quê, se não há futuro, a esperança morreu? Bem, agora ele tem um motivo a mais para odiar este mundo, que pisoteou seu sonho juvenil. Nessa guerra sem nenhuma promessa de vitória, só lhe resta o niilismo, a imaginação destrutiva. E lutar com unhas e dentes para defender as vantagens (algum prestígio, um pequena riqueza, um cargo...) que a "luta pelo socialismo" lhe conferiu. A isso se resume sua militância hoje: destruir "tudo isso que aí está", impedir "o capitalismo" de funcionar, e proteger a si e à sua rede de companheiros de eventuais ameaças às suas posições de poder. Hoje é o "bolsonarismo". Ontem era... Aécio! Anteontem... É sua condenação: todos os dias construir um inimigo, pois, se não houver inimigos a destruir, que sentido terá sua existência?

IVONE DOSSIN ZANROSSO -   05/09/2023 12:45:56

Prezado Puggina! Suas análises sempre precisas. Parabéns. Nós, brasileiros de bem, que trabalhamos e pagamos nossos tributos, estamos a mercê desta corja. E confesso, não vejo LUZ ao fim do túnel.

Constatação -   05/09/2023 11:05:12

Posso estar enganado, mas acredito que a coisa que menos se verá na rua neste 7 de setembro é povo. A única certeza é um evento estilo já conhecido (patacoada remunerada com sanduíche e tubaína) em Brasília, com um criminoso descondenado à frente e seus cúmplices fazendo reverência diante dele.

rogerio pocebon -   05/09/2023 09:43:38

nada disso conseguiriam sem a midia sem vergonha conhecida,depois de se aproveitar como parasita na cabeça que comandava tudo em 64,pulou fora pra agora assumir outro corpo,

Tonho do Paiaiá -   05/09/2023 09:25:05

Mestríssimo Puggina, Que excelência de artigo este seu! No mais, quando o jornalismo sob paga faz repetidas e fétidas alusões ao BOLSONARISMO, este, maiúsculo de propósito, que me representa e a uma imensa fatia do povo brasileiro, o faz sob o mando de quem arrota bravatas a dizer que "depende da narrativa......." Isto sim, a narrativa sob paga, tenta assassinar reputações a todo custo, sem a menor desfaçatez. Abominável 👹 E viva o JORNALISMO que o senhor é outros ícones como Pavinatto, Augusto Nunes, Zé Maria, Boris Casoy e o mestre Alexandre Garcia, praticam e ensinam👏🏻👏🏻👏🏻

Eloy Severo -   05/09/2023 09:20:09

Sempre oportuna.

Eustaquio Antunes Ferreira -   05/09/2023 08:46:47

Nós não temos jornalistas.... temos ATIVISTAS DE ESQUERDA EM TODAS AS REDAÇÕES...... QUE REZAM PELAS CARTILHAS DOS DONOS DOS MEIOS DE COMUNICAÇÃO..... QUE AGORA TEM DINHEIRO JORRANDO EM SUAS CONTAS BANCÁRAIAS......

MARIA DA GLÓRIA FRITSCH NUNES -   05/09/2023 07:59:02

Bom dia,Puggina Preocupada que vândalos, vestidos de verde amarelo e com foto de Bolsonaro,apareça no desfile e faça a mesma coisa que 8 de janeiro. Nós brasileiros sabemos que quem fez aquela arruaça, não foi a direita e eles sabem também mas a mídia internacional e os telespectadores da TV aberta brasileira,vão ver e acreditar Abraços

Ary de Almeida Coelho -   05/09/2023 07:57:23

Tenho 83 anos e com desanimo vejo que a esquerdalha não descansa, precisamos de vc Puggina, para suportar isto. É preciso encontrat uma saida .

Jorge Heleno -   05/09/2023 07:52:37

Excelente. Tal qual quixote a esquerda radical criou seus moinhos imaginários para sustentar o retorno ao atraso.

Frederico Brito -   05/09/2023 07:49:14

Excelente. E o que ainda é possível fazer com esta corja de petistas?