Nota do autor: Por oportuno, reproduzo o artigo que escrevi em 16 de novembro do ano passado, antes do julgamento do caso pela 13ª Vara da Justiça Federal em Curitiba.
O rapaz, de nome Fernando, acalentava o sonho de possuir um sítio na aprazível Serra de Itapetinga para ali reunir amigos e familiares em momentos de convívio. Como não dispusesse dos meios necessários, juntou-os entre pessoas de suas relações e adquiriu, após muita busca, no município de Atibaia, uma propriedade com as características almejadas.
Vencida essa etapa, cuidou, então, de dar jeito nas benfeitorias existentes. Tanto a moradia quanto as demais construções e áreas de lazer precisavam de reformas que seriam custosas. Mas nenhuma dificuldade ou restrição financeira afastava o proprietário de seu objetivo. Fernando, como se verá, era robustecido pela têmpera dos vencedores. Se havia obra a ser feita no seu sítio, nada melhor do que confiá-la à maior empreiteira do Brasil.
Marcelo Odebrecht, requisitado, deslocou gente de suas hidrelétricas, portos e plataformas de petróleo, subiu a serra e assumiu a encrenca: casa, alojamento, garagem, adega, piscina, laguinho, campinho de futebol. Tudo coisa grande, já se vê. Vencida essa etapa, o ambicioso proprietário se deu conta de que as instalações da velha cozinha remanescente não eram compatíveis com os festejos que ansiava por proporcionar aos seus convidados. Para manter o elevado padrão, Fernando não deixou por menos. Deu uma folga à primeira e convocou a segunda maior empreiteira do Brasil, a OAS. E o pessoal de Leo Pinheiro para lá se tocou, prontamente, a cuidar da sofisticada engenharia culinária do importantíssimo sítio. Afinal, uma obra desse porte não aparece todo dia.
Opa! Problemas de telefonia. Como habitar e receber amigos em local com tão precárias comunicações? Inconveniente, sim, mas de fácil solução. Afinal, todos nós somos conhecedores da cuidadosa atenção que a OI dispensa a seus clientes. Certo? Bastou comunicar-lhe o problema e uma nova torre alteou-se, bem ali, no meio da serra.
Concluídas as empreitadas, chaves na mão, a surpresa! Quem surge, de mala e cuia como dizemos cá no Sul, para se instalar no sítio do Fernando? Recém-egressa da Granja do Torto, a família Lula da Silva veio e tomou conta. Veio com tudo. Com adega, santinha de devoção, estoque de DVD, fotos de família e promoveu a invasão dos sonhos de qualquer militante do MST. Lula e os seus se instalaram para ficar e permaneceram durante cinco anos, até o caso chegar ao conhecimento público. Quando a Polícia Federal fez a perícia no local não encontrou um palito de fósforos que pudesse ser atribuído ao desafortunado Fernando. Do pedalinho ao xarope para tosse, era tudo Lula da Silva.
Eu não acredito que você acredite nessa história. Aliás, contada, a PF não acreditou, o MPF não acreditou e eu duvido que algum juiz a leve a sério. Mas há quem creia, talvez para não admitir que, por inconfessáveis motivos, concede a Lula permissão para condutas que reprovaria em qualquer outro ser humano.
* Percival Puggina (73), membro da Academia Rio-Grandense de Letras, é arquiteto, empresário e escritor e titular do site www.puggina.org, colunista de dezenas de jornais e sites no país. Autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A tomada do Brasil. integrante do grupo Pensar+.
ERICO DE MELLO - 03/12/2019 14:00:57
Lula não tem que ser dono do sítio para ter sido beneficiário de seu uso e das melhorias com dinheiro sujo. Só me pergunto porquê não foi processado por FURTO do que carregou na mudança de Brasília. Este FURTO qualquer pessoa no Brasil entende. Ninguém que tem contrato de trabalho encerrado pode carregar os bens do escritório para casa. É FURTO. Ou será que não ?Rui Balsemão - 01/12/2019 13:46:24
Parabéns professor! Brilhante texto. Só os hipocrates não acreditam. Meus cumprimentos e obrigado.Michelli Osanai - 30/11/2019 22:26:33
Excelente texto! Com esse senso humor ficou mais fácil engolir essa nojeira. Deu inclusive pra dar umas risadas.rsrsLuiz R. Vilela - 30/11/2019 21:21:24
É a velha história, tem jeito de jacaré, couro de jacaré, boca de jacaré, patas de jacaré, mas não é um jacaré? É o que, então? Um "aribú"? Não conheço a dupla a quem o sítio esta registrado no nome, nem a cor dos olhos deles, para os dois maiores empresários de empreiteira de obras públicas do governo brasileiro, pudessem se encantar. Também não se sabe do seus prestígios para que pudessem ser agraciados com estas obras gratuitas, portanto, tem ambos todas as características se serem "frutas cítricas", ou seja, laranjas. Um cidadão, que com toda a família, visita o local por aproximadamente 117 vezes, sem que se saiba que para tanto, nunca foi ventilado que tenha pedido qualquer autorização. Pelo uso continuado, o STf que ultimamente tem feito milagres em criatividade, poderia também reconhecer a propriedade do seu assíduo usuário, por ter feito "usucapião"informal. A defesa e o acusado, alegam que a escritura não esta no nome do acusado, portanto não seria o proprietário, estando livre das acusações. Mas a defesa precisa mesmo, é explicar os motivos que levaram as duas maiores empreiteiras do pais, agir de forma prestativas e benevolentes, com dois indivíduos inexpressivos. Ninguém neste o pais, acredita nestas lorotas, talvez apenas o "sexteto" afinado do supremo, até porque isto esta mais para "histórias da carochinha", que qualquer outra coisa. O tal de Zanin, julga que além da militância petista, o resto da população brasileira também é composta de idiotas e inocentes úteis. Acho que após a confirmação da sentença pelo TRF4, com todas as explicações e esclarecimentos da lógica usada, os "excelsos do pretório", vão coçar a barba, antes de afrontar mais uma vez o direito e a população brasileira. Não consta, que esta gente tenha perdido o juízo ainda ou quase. Dizem que a base do direito é a razoabilidade, que os senhores que julgarão este caso, sejam RAZOÁVEIS.Samuel Coutinho - 30/11/2019 18:19:33
Boa tarde Professor!!! Precisamos de mais pessoas como o Fernando no Brasil, só que não!! Brilhante artigo! Parabéns!!Hermógenes - 30/11/2019 15:52:36
O senhor é muito bom com a caneta na mão. Parabéns pela habilidade em trazer para o idioma dos honestos aquilo que o hipócritas tentam esconder a todo custo.Marco Aurélio Rocha Graziela - 30/11/2019 14:28:28
Perfeito