• Percival Puggina
  • 28/03/2020
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O MISTÉRIO CHINÊS

 

 Durante muitos séculos, embrenhar-se na direção do Oriente era, para os europeus, uma aventura cercada de tantos temores quanto lançar-se ao Oceano Atlântico no prelúdio das Grandes Navegações. Fantasias, lendas, superstições. Caberia a Marco Polo, no último quarto do século XIII promover, meio a contragosto das autoridades venezianas, a aproximação com o gigantesco país asiático.

 Imensa maioria dos leitores destas linhas ainda não era nascida quando a China, em 1949, após longa guerra civil, mergulhou na escuridão, tomada pelas mãos tirânicas de Mao Tsé-Tung (ou Zedong) e do Partido Comunista Chinês. A partir de 1976, com a morte de Mao, o regime girou para uma economia capitalista, sem que o partido abrisse mão da condução totalitária do país. Isso permite, a qualquer juízo prudente, identificar a China como um Estado nacional perigoso. Dele não se esperam virtudes, nem valores de nosso apreço. É bom vender para eles, é bom comprar deles, mas evitem-se as más companhias. O comunismo chinês, embora “podre de rico”, não é menos apaixonado pelo poder, nem menos genocida do que os demais experimentos análogos. Apenas é mais esperto e errou menos, dentro do grande erro que é o comunismo. Hoje transmite sua experiência para o Vietnã e para Cuba: Partido Comunista como partido único, capitalismo e ditadura.

 Por isso, não é demasiado lembrar os séculos durante os quais o Oriente, envolto em mistério, suscitava temores. Nada a ver com os muitos povos que compõem a população chinesa, mas tudo a ver com o poder político local e o poder financeiro internacionalmente exercido pelo regime que controla o país.

Se o capitalismo fez bem à economia e vai tirando da pobreza centenas de milhões de chineses, a ditadura do PCC ainda não ouviu falar em liberdade de opinião e transparência das instituições. Ao contrário, divulgar o surgimento do coronavírus transformou num inferno a vida do Dr. Li Wenliang.

Não têm a menor credibilidade os números que o governo chinês divulga sobre os efeitos do novo vírus em sua população. O que há algumas semanas era identificado como teoria da conspiração hoje quase dá para autenticar em cartório. Enquanto os disparates estatísticos chineses berram aos nossos ouvidos e sob nossos olhos, a imprensa brasileira não lhes dedica uma notinha de três linhas e só falam no “grande parceiro comercial do Brasil”. Ou seja, é tudo business? Mas quando Bolsonaro expressa sua angústia com a paralisia das atividades é acusado de estar preocupado com a economia e não com as vidas humanas. E eu devo dormir com um barulho desses?

Ontem (27/03), aqui em Porto Alegre, numa imensa carreata com mais de cinco quilômetros, empresários, autônomos, comerciantes e prestadores de serviços clamavam pela reabertura de seus negócios. Eram pessoas responsáveis, chefes de família, com idosos de sua afeição, unidas para a defesa do direito de proverem seu sustento. Também ontem, João Dória, “o rebelde” almofadinha, a mais estampada antítese de Bolsonaro, novo queridinho da mídia nacional, após armar um circo contra o presidente da República, conclamou a poderosa indústria paulista a se manter ativa. Business!

A grande imprensa brasileira assumiu-se com partido político de oposição. Dedica-se exclusivamente a criticar o governo, exigindo que ele faça tudo para todos. E que faça já. É a coisa mais parecida com o PT que já se criou no Brasil.

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* Percival Puggina (75), membro da Academia Rio-Grandense de Letras, é arquiteto, empresário e escritor e titular do site www.puggina.org, colunista de dezenas de jornais e sites no país. Autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A Tomada do Brasil. Integrante do grupo Pensar+.

 


ALCIDES POLIDORO PERSIGO -   02/04/2020 14:41:19

Como sempre , amigo Percival Puggina. Teus comentários não carece de contestação e sim de nota 10. Dos demais também. Não parei de trabalhar, estou em casa trabalhando On Line, Estou colhendo alguns frutos do momento: "Todos os finais de tarde, junto com minha esposa, estamos orando o terço". Cristo, é o Caminho, a Verdade e a Vida. Decolores a todos. Abraços de Alcides Polidoro Pérsigo e família.

Waldirney -   31/03/2020 02:55:25

Precisamos nos preocupar principalmente as regiões frias de nosso Brasil, e proporcionar aos nossos idosos uma melhoria em sua imunidade. Idosos e grupos de riscos devem ter essa atenção especial, acredito que nosso clima, temperatura, localização nós favoreça pra lutar contra esse vírus, claro sem esquecer da precauções de higiene adequada e muita informação sobre prevenção!

Rosa -   29/03/2020 14:01:38

Sempre pensei o mesmo, pous o nosso inverno é frio, acostumados com gripes, PRECISAMOS SAIR, e viver, isolar nossos idosos, ainda q seja mesmo dentro de nossa casa....MAS É MENESTER QUE CRIEMOS IMUNIDADE..ANES DO INVERNO CHEGAR, ou então, se o bom senson lógica, sentido comum, será um INFERNO. E o PCC, mais uma grande vitória! Saludos!

Miguel -   29/03/2020 13:39:32

Muito bem colocado os dois comentários acima, assim como a matéria principal. Precisamos ficar muito atentos com essa mídia que está tendenciosa e sequer descasca a fruta pra verificar se não tá bichada. Sou do campo. Aqui não paramos. Não podemos parar. Caso contrário ai sim , a anarquia vai tomar conta.

Luiz R. Vilela -   29/03/2020 11:01:16

A China é comunista? Dizem que é, porém do comunismo clássico, na China só restou a ditadura, esta sim feroz. Na China, desde o princípio, divergiam do comunismo praticado na antiga União Soviética. A tal revolução cultural, foi a forma que acharam para manter sob um só domínio, uma população de diferentes, que que viviam num mesmo pais. Estado provedor, bolsa família, seguro desemprego? Na China jamais funcionaria, como não funciona em parte alguma do mundo, então mudaram o regime e mandaram o povo trabalhar. Deu no que esta dando, já rivaliza com os EUA, na questão econômica e certamente em breve superará os americanos. A China tem causado "pandemias", não só viróticas, como também financeiras. No governo do "Narciso" FHC, houve uma crise financeira com origens na China, o "grande timoneiro" brasileiro a época, ele mesmo, o tucano mais emplumado do tucanato, aumentou o desconto do imposto de renda, de 25 para 27,5 %, que seria por pouco tempo, até a crise ser debelada. Dura até hoje. No plano nacional, começamos a ver irresponsáveis a cometer sandices. O governador de São Paulo pegou gosto pelos holofotes e câmeras, não sai mais da televisão, ele e outros. As celebridades da hora, são os "infectologistas", estão em todos os canais de rádio, televisão e também nos jornais. Ontem um deles dizia que o regime de confinamento, deveria durar pelo menos um ano, para haver garantia de sucesso. Escaparíamos do corona vírus, mas morreríamos por outras causas, que seria o contrario do que anda ocorrendo em São Paulo, onde todos os mortos, são vítimas agora do corona vírus, claro para gáudio do "grilo falante" do palácio dos bandeirantes.

ODILON ROCHA -   29/03/2020 00:57:05

Caro Professor Brilhante artigo, como sempre. Só lembrando que as práticas trabalhistas chinesas não são aquele primor todo. Qualquer associação sindicalista ficaria de cabelo em pé. Mas, não! Se nem a OMC urra a respeito, que dirá petistas inveterados? Bem, o assunto é o CORONOCHINA. Faço coro com o Sr. DALTON CATUNDA ROCHA. Se se tivesse prestado atenção no que a Coreia do Sul fez, claro, associado à hidroxicloroquina com azitromicina, talvez tivéssemos desarmado melhor essa tentativa de golpe.

Menelau Santos -   28/03/2020 19:58:39

Professor Puggina, através da sua brilhante análise, vemos como é temerária a cúpula desse país. Doria e Witzel se mostraram dois governadores xing-ling. O povo compra uma coisa e levam outra. Não tem garantia nenhuma. São verdadeiros mutantes do pensamento. Márcio França já havia nos advertido. O Dória que o povo compra pelo rótulo não é o Dória do conteúdo. O Witzel propõe o ócio, mas quer que o governo federal pague por isso. Além de teste para saber que está com o Covid, seria bom desenvolvermos um canalhômetro, para testar nossos candidatos a cada pleito.

Dalton Catunda Rocha -   28/03/2020 18:10:29

"A solução é tripla: 1) copiar a Coreia de Sul, que simplesmente fez o básico e sensato. Testou e isolou os positivos, e deixou livre os não-infectados. Aliás, explica por que o Japão, que tá perto de Coreia e China, não teve nada? Possui uma população bastante idosa e, até agora, teve 1.128 infectados e 42 mortos — taxa baixíssima para um país idoso. E não teve nada de confinamento. 2) Sair às ruas de luvas, máscaras, manga comprida e calça comprida. Agindo assim, pode acreditar, a chance de contágio é quase nula. Você só será contaminado se algum outro contaminado cuspir dentro do seu olho. O problema é que ninguém quer esse desconforto. 3) Aos já contaminados, usar hidroxicloroquina com azitromicina. 100% de sucesso em todos os pacientes submetidos a isso. Ou seja, a solução já está aí. Já se sabe o que fazer com os contaminados e o que fazer para não se contaminar. E fim. No final, o risco de se contrair Covid-19 é o mesmo de você pegar uma gripe no inverno. Se usar luvas e máscaras, e evitar contato com terceiros, estará praticamente protegido. E o risco é menor do que pegar dengue (muito mais fatal que a Covid-19), pois você dificilmente vê o mosquito e ele pode lhe picar enquanto você estiver dormindo. Eu já fui um dos que pensavam que isso era grave. Mas realmente não passa de uma gripe forte. Quem morreu é quem já tinha mais de 70 anos e tinha outros problemas de saude: diabetes, problemas cardíacos, problemas renais, respiratórios etc. Quem tem menos de 60 anos, que tinha saúde boa e foi contaminado, já melhorou depois de 11 dias. Agora, com a descoberta de que hidroxicloquina com azitromicina (dois remédios antigos) cura 100% dos doentes, não há mais motivo nenhum pra histeria. É bizarro que seja declarada 'pandemia' algo que é várias vezes menos letal que tuberculose, e que por causa disso tenhamos que fechar todas as economias. Realmente, vivemos em uma era de delicadeza e frescura extremas. Mas como políticos adoram controle absoluto, e dado que eles hoje gozam total apoio da imprensa, estão lavando a égua. E a verdade é que os epidemiologistas se transformaram nas novas sumidades mundiais. O que eles determinam está decidido, e ai de quem discordar. Se eles mandarem fechar as economias por 2 anos, é pra obedecer. Quaisquer considerações econômicas sobre os efeitos disso é mero obscurantismo materialista e anti-vida humana. " > https://www.mises.org.br/article/3233/politicos-ainda-irao-descobrir-e-impossivel-fechar-negocios-nao-essenciais-sem-afetar-os-essenciais