• Percival Puggina
  • 16/01/2015
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O ISLÃ ASSUSTA O MUNDO

Não surpreende que o mundo esteja falando sobre o Islamismo e sobre os grupos fanáticos e violentos que o infestam. Não surpreende que, em meio à população ocidental, estarrecida com a violência religiosa, surjam manifestações de repulsa a esse credo e àqueles que o adotam (notadamente emigrantes ou descendentes de países de língua árabe). Não surpreende que ocidentais fiquem chocados com práticas culturais e religiosas que afrontam a dignidade das mulheres muçulmanas. Não surpreende que setores mais bem informados do Ocidente, que acompanham o noticiário internacional, fiquem indignados com a ação de grupos radicais que, neste momento, promovem lavagem étnica em seus territórios, extorquindo, expulsando ou matando cristãos. Não surpreende que xiitas e sunitas se atraquem em conflitos, afinal, essa disputa já dura mil e quatrocentos anos. Não surpreende que políticas anti-natalistas e abortistas tenham gerado problemas demográficos em tantos países europeus, levando-os a favorecer a emigração e a possibilitar o ingresso de grupos radicais no interior de suas fronteiras. Não surpreende, enfim, que a jihad contra os infiéis, há 14 séculos, sob o pretexto de delirantes ordens divinas, promova ataques violentos ao mundo ocidental. Nada disso causa surpresa. Nós nos lembramos desses males cada vez que passamos por uma inspeção de segurança em qualquer aeroporto do mundo.

O que surpreende - a mim, pelo menos, muitíssimo! - é o silêncio do mundo Islâmico. Como é possível que essas coisas aconteçam de modo tão disseminado, em tantas sociedades muçulmanas, sem que os próprios muçulmanos movam uma palha sequer para enfrentar essa questão? Existem no mundo 1,5 bilhão de seguidores do Profeta e a imensa maioria dessas pessoas nada tem a ver com jihad, detesta violência e quer viver em paz sua vida espiritual, social e familiar.

Não esqueçamos que no próprio Ocidente moderno surgiram o comunismo, o nazismo e o fascismo. Com eles, presenciou-se uma onda de violência que dizimou bem mais de cem milhões de seres humanos. Essa trinca sinistra foi um fruto de uma cultura que se considerava civilizada. O nazismo e o fascismo, antes de se tornarem uma questão internacional e levarem o mundo à guerra, foram um assunto da Alemanha e da Itália. Primeiro tiveram a tolerância em seus países; depois conquistaram o coração de suas populações; em seguida impuseram o tacão totalitário sobre seus povos. Finalmente, incendiaram a Europa.

Perante tão recentes e óbvias lições da História, surpreende o silêncio do mundo islâmico sobre esse germe do mal instalado dentro de suas fronteiras. Mesmo que não possamos considerá-lo uma unidade política, ou mesmo religiosa, seu silêncio e omissão são e serão consequentes. Silencioso e inativo, o bem pode ser tão maligno, ou ainda mais maligno do que o mal em plena atividade.

* Percival Puggina (70), membro da Academia Rio-Grandense de Letras, é arquiteto, empresário e escritor e titular do site www.puggina.org, colunista de Zero Hora e de dezenas de jornais e sites no país, autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia e Pombas e Gaviões, integrante do grupo Pensar+.
 


Jefferson Alcantara -   29/01/2015 10:22:10

Bom Percival, não tive tempo para ler todos comentários. Mas sobre as demais lideranças islâmicas se calam (não se pronunciam devidamente como outros esperam), por que consentem. "Fazem parte do mesmo pacote de Biscoito"

Susana -   23/01/2015 04:33:06

Interessante é observar as manifestações em vários países após a execução dos integrantes da revista Charlie Hebdo pelo grupo de terroristas. Na minha opinião, um periódico que demonstra em relação às religões a mesma intolerância e desprezo que se deduz motivou a ação dos extremistas islâmicos. Penso que será uma ironia se a Guerra Santa, tão temida mas jamais ter se mostrado como uma possibilidade real como na atualidade, porventura aconteça e, quando o fato se tornar parte da história, tenha, na minha opinião, um grupo denominado de jornalistas ateus e comunistas, ou talvez amorais e anarquistas, um dos principais personagens a constarem das narrativas e textos que os alunos e intelectuais do futuro terão como legado para estudo, debate e reflexão. Abraços, Susana.

Ernesto Ribeiro -   21/01/2015 15:05:02

Finalizando, sir Percival: A imagem que restará do Ocidente no século 21 é a cena surreal do debilóide multiculturalista num ringue, apanhando até morrer, cuspindo os próprios dentes, enquanto pergunta á platéia de bárbaros que aplaudem o espetáculo: "Porque vocês não intervêm? Eu sei que vocês não concordam com essa barbárie... Sei que vocês são gente de paz..." E continua sendo surrado até a morte, porque o demente hipnotizado se recusa a enxergar o inimigo. E até o fim, defende o seu próprio assassino. Os ocidentais se condenaram á morte porque se fiaram nos discursos de duas ideologias de canalhas: a Direita e a Esquerda. Numa coisa, ambos os lados estão de acordo: é proibido falar mal do Islam. Os direitistas são religiosos e JAMAIS atacam a religião islâmica porque... bem, porque é uma religião. Os 1% dos principais líderes esquerdistas SABEM que o Islamismo é a morte da Civilização Ocidental --- e o usam como instrumento exatamente para este fim. Então mentem, e mandam os 99% de militantes acreditarem piamente nesse absurdo de Religião da Paz, como o cartunista esquizofrênico e travesti Laerte Coutinho, que delira pateticamente esse paradoxo: "Os terroristas NÃO estão interessados em Maomé." Ah, não, então eles estão interessados em quem? Em sua mãe, sua bicha burra? Se não é em nome de Deus e seu profeta, eles matam em nome de quem mesmo? No final das contas, chega-se a essa questão: "Qual é a diferença entre a Direita e a Esquerda?" Resposta: "A Esquerda defende o Islam cinicamente. A Direita defende o Islam sinceramente". Como disse Oscar Wilde, a Humanidade é dividida entre canalhas e imbecis.

Ernesto Ribeiro -   21/01/2015 00:20:27

Tolinho, Os grupos fanáticos e violentos NÃO "infestam" o Islamismo. Eles SÃO o Islamismo. Desde que Maomé cortou a primeira das dezenas de milhões de cabeças que rolaram desde a Idade Média, o Islamismo É fanático e violento. Só VOCÊ fica surpreso com essa realidade. ACORDA, sir Percival! O Santo Graal não existe! Também não existe "o silêncio do mundo Islâmico". Pelo contrário: eles GRITAM. A multidão protesta nas ruas CONTRA a manchete do jornal sobrevivente. Pra eles, uma tinta no jornal com um desenho bisonho e idiota é mais importante do que 12 vidas humanas. Ou 270 MILHÕES de mortos em nome de Alá. E olha só o que o pacifista, lindo e maravilhoso povo muçulmano diz sobre os atentados e as charges: "Vocês são Charlie. Nós somos Maomé!" "You are Charlie. We are Muhammad. #NoApology" http://www.thereligionofpeace.com/index_files/hebdo-apology1.jpg http://www.thereligionofpeace.com/ A caricatura de Maomé chorando e perdoando só podia ser uma piada de gente que teima em inverter a realidade. Enfiem na cabeça: Maomé não era Jesus. Um psicopata assassino em massa como Maomé nunca perdoou ninguém. Ele ORDENAVA o terror como meio de impor a religião islâmica. Tá no Corão. Vai discutir? A França pediu por isso. A Europa implora para ser exterminada. O Ocidente inteiro deseja morrer. Incluindo a Igreja. Quanto mais apanham, mais oferecem a outra face.

Gustavo Pereira dos Santos -   18/01/2015 21:36:24

Todo islamita é OBRIGADO a trabalhar pela implantação de costumes e governos muçulmanos nos países onde o ISLÃ não é maioria. Isso tá acontecendo há muito tempo na Europa, o Príncipe Charles, herdeiro do trono britânico, apoia o islamismo. Tá tudo muito bem explicado no video abaixo por quem estudou o assunto com profundidade e ganhou o maior prêmio dado para escritores estrangeiros na Arabia Saudita, que é sunita e inimiga mortal dos xiitas, e vice-versa. Dura quase duas horas, mas vale a pena assistir a EXCELENTE aula: https://www.youtube.com/watch?v=pQKr9R4biBU

Leonardo Cramer Pizzolatti -   18/01/2015 18:14:18

Caro Puggina, você está completamente certo. O problema do terrorismo não está nos livros religiosos, mas nas pessoas. Quando um ignorante perturbado lê um livro religioso e distorce as escrituras para seu próprio interesse seja qual for, mas geralmente político, o resultado é esse que estamos vendo. Já aconteceu com a Bíblia, com a Torá e agora com o Corão. Mas como disse, são as pessoas o problema, não os livros. Na ciência ocorreu a mesma coisa. A Origem das Espécies, de Charles Darwin, foi usado e abusado pelos regimes nazista e comunista para explicar quem pode ou não viver. Hitler leu o livro. Isso valeu para as limpezas étnicas, genocídios, discriminação, abortos, etc., que ocorreram e ainda ocorrem. "Só os mais fortes e aptos sobrevivem" pode valer para as demais espécies do reino animal e vegetal, mas não para os humanos que temos sociedade,cultura, inteligência , regras e valores morais superiores.

Leonardo X -   17/01/2015 15:04:55

Estimado Puggina, a maioria da população de todos os países só é relevante com instituições democráticas atuantes e uma elite intelectual e religiosa respeitável e influente. Onde pais e mestres ensinam valores que se projetam nas salas de aula e cultos onde os jovens transitam para a idade adulta sem que os percam. Onde a política é exercida dentro dos limites da ética. Não me admira que, à míngua de tudo isso que é a base das sociedades civilizadas, avultem a violência, a desonestidade e toda sorte de violações de princípios . Temos aqui uma democracia minimamente formal, um arremedo de educação escolar, um pugilato eleitoral sem regras ou limites, enfim, todos os sinais visíveis de uma catástrofe política e social. O engajamento das esquerdas - ou no mínimo sua simpatia - nas causas supostamente revolucionárias que agitam nosso tempo é uma prova inequívoca de que seu objetivo é a destruição do estado e da sociedade em meio à desconstrução da ética e da cultura que pretendem substituir. E colocar no seu lugar um estado totalitário - leigo ou teocrático - que nos escravize. Os militantes das esquerdas são agentes desse crime contra a humanidade, ainda que alguns, por ignorância ou insanidade mental, não se deem conta de que são criminosos.

José P.Maciel -   17/01/2015 14:00:03

Vivemos num mundo dominado pela técnica e pela ciência,cuja grandeza é evidente em muitoa aspectos,mas também é nossa companheira uma espécie de anestesia moral e espiritual,generalizada,que paralisa atos,atitudes, demonstrações de grandeza e coragem .O que resta é um mundo medíocre,materialmente poderoso, que segue uma evolução cujo fim é imprevisível.

Gerson -   17/01/2015 13:33:11

Independente de sua causa o terror nãoé outra coisa senão o próprio terror. É inaceitável a tolerancia com grupos terroristas e devem ser combatidos com toda força em todo lugar sem tréguas.

Juan I. Koffler A. -   17/01/2015 13:30:29

Meu caríssimo e sumido Puggina, Pelo jeito, você está super-atarefado e sequer tem tempo para se comunicar com seus antigos e tradicionais leitores (como eu)...rsrsrs... Compreendo perfeitamente bem. Este seu arrazoado sobre o Islã, como de costume, está perfeito, claro, lúcido. Parabéns! Minha convicção é bastante similar à sua. Explico: para que essa larga (majoritária) faixa de islamitas venha a público se pronunciar enfaticamente contra seus conterrâneos extremistas, penso que se faz necessária uma forte pressão dos governos democráticos do planeta, das organizações internacionais (a começar pelas ONU, OEA e OTAN), às quais lhes cabe esse papel. A meu ver, a parcela islamita extremista só tem força justamente porque não está sendo desprezada e combatida por essas organizações e por todo o mundo livre. Veja, por exemplo, o hediondo e indesejado grupo criminoso Boko Haram. Em que pese seu poderio, este é insignificante ante a força de qualquer uma dessas organizações, que bem poderiam junta-las para combater crimes contra a humanidade. Repito o que uso defender há anos: não há vontade política em se indispor com esses bárbaros criminosos que, de tão extremistas, ceifam suas próprias vidas. Isto é simplesmente incivilizado à enésima potência. Forte abraço!

Zaqueu -   17/01/2015 11:26:37

Surpreende também o fato de, no meio de turbilhão de violência existente nesses países árabes onde mulheres são mutiladas, até condenadas se forem pegas dirigindo algum veículo, existir uma ilha de Democracia chamada ISRAEL . O mundo parece que cultua esse estado violento de fanatismo religioso em detrimento da liberdade e do Estado de Direito que existe em Israel. Poucos são as vozes que se levantam na defesa daquele povo que nada mais faz do que se defender, defender seu território.

Marco Geraci -   17/01/2015 02:09:02

Não faço minhas estas palavras por serem em alguns pontos cegas. O mundo ocidental é podre e quem o vê de outro ponto de vista se dá conta. A maioria dos muçulmanos não mataria ninguém mas os que nasceram e popularam o ocidente percebem um sentimento de exclusão e marginalização perante uma imperante devassidão dos costumes e o estopim está aceso. Amparados numa fé que clama por moralidade e desconsidera a irreverência como pratica corriqueira vem a chacina punitiva. Vamos olhar com mais atenção a nossa sociedade ocidental metida a dona da verdade.

Sérgio Alcântara, Canguçu RS -   16/01/2015 22:56:44

Infelizmente, mais de dois mil anos depois da vinda de nosso Mestre Jesus, continuamos ameaçados por radicalismos de ordem política, ideológica e religiosa que, como naquele tempo, aparecem sempre permeados e alimentados por omissões, oportunismos e demagogias sem fim... A triste realidade é que, de lá para cá, apesar de todo o progresso científico e tecnológico, praticamente não tivemos nenhum avanço significativo em racionalidade, humanidade e verdadeira espiritualidade. Todavia, mais do que nunca, é imperioso que continuemos acreditando na promessa da Salvação e lutando com todas as nossas forças para isto!

Yuri Falcão Ferrer -   16/01/2015 20:20:04

Resposta ao "Esses admiráveis ex-petistas": ...minha explanação para aquele artigo em específico: Minta, minta muito, mas sempre diga o que as pessoas querem ouvir. Nunca saia com uma mulher e vá logo dizendo que quer ir para a cama com ela, porque a verdade ninguém quer ouvir. Então elogie-se, fale de qualidades que nunca teve, encha o ego dela e o seu, mas acima de tudo acredite no que fala. Assim vocês atrairá multidões. E foi isso que inescrupulosa gente fez. Na política, prometeram o paraíso. E tanto que deu certo que o discurso chegou a púlpitos ora também inescrupulosos, mas também sedentos de poder e dinheiro. Agora, tudo que falarem, que filmarem para novelas, que queiram que atinja e cause impacto no geral, fale dos evangélicos generalizando ao mesmo nível que se fala de gente porca como os "aproveitadores" "sangue-sugas"petistas. Isso também dará ibope, e fraudará urnas à vontade.

celso agra hassen -   16/01/2015 16:42:25

A verdade é que tem muito mi mi mi em relação ao Islã, é sim uma religião de fanáticos, é inegável! Sou descendente de avô sírio, e toda vez que um destes comerciantes "palestinos" vê meu sobrenome num documento,logo vem a pergunta: "Borque batrício não é muçulmano? A resposta é sempre a mesma: Vai te coçar numa tuna, nasci e moro num país ocidental e sigo a orientação religiosa que quiser!

Odilon Rocha -   16/01/2015 15:40:57

Prezado Professor Puggina As coisas andam bastante esquisitas, fruto de uma 'engenharia social patética'. Os objetivos nós sabemos. Aos bandidos, de todos os matizes e graus, uns coitados e excluídos, todo nosso apreço para que não firamos suscetibilidades, deixando-os avançar sobre nós à vontade. Aos homossexuais, todas os nossos pezares e adulações pelo infortúnio de terem nascido assim, enchendo-lhes o ego, com proteções excepcionais e desmedidas como se fossem seres especiais. Aos terroristas, descontentes e irritados, com as suas "bondosas" ações, a nossa tola compreensão e linguajar entremeado de medo em repreedê-los. Aos imigrantes de outros países, toda a nossa acolhida 'fraternal', pondo de lado a nossa cultura, em detrimento da deles. E, assim, vamos cedendo e perdendo espaço, a nossa casa, as nossas tradições milenares e o nosso caráter de julgamento. Vivemos tempos de falta de liderança e fraqueza moral.