O evangelista Lucas, em 22,8-13, relata a forma como foi preparada a ceia pascal que antecedeu a Paixão. Pedro e João foram incumbidos por Jesus das providências necessárias e perguntaram-Lhe onde ela deveria acontecer. A resposta foi assim: "Logo que entrardes na cidade, encontrareis um homem levando uma bilha d'água. Segui-o até a casa onde ele entrar. Direis ao dono da casa: O Mestre te pergunta: onde comerei a Páscoa com meus discípulos? E ele vos mostrará no andar superior uma grande sala provida de almofadas. Preparai ali".
Não é instigante? Quem era aquele personagem que entra visto de costas na história da humanidade? Personagem anônimo estava, na hora certa, no lugar certo, cumprindo sua missão. Usando uma expressão que ganhou popularidade nestes dias, aquele homem me representa. Nos representa. Como ele, temos que palmilhar o caminho para a casa do Pai, e devemos fazê-lo de tal modo que outros, livremente nos sigam.
O homem com a bilha d’água, de certo modo e do modo certo, serviu a Cristo como a Igreja O deve servir, sem perguntar qual seria seu lugar na mesa, sem posar para a fotografia. O que teve lugar dentro daquela casa, transformada no mais importante templo material da história humana, seria mais do que suficiente para produzir no evangelista uma identificação mais precisa. Mas não. Não é assim que as coisas acontecem na história da Salvação.
Também os sacerdotes comparecem ao altar da Santa Ceia como o homem da bilha d’água. Orientadores do povo Deus, abrem as portas da grande sala e a confiam ao Mestre para que opere, ali, o imenso dom da Eucaristia, “como aquele que serve”. Na eternidade, assim como no tempo humano - eis que sempre, em algum lugar, ela está sendo celebrada, a Eucaristia faz permanente a Aliança e o sacrifício da Cruz. Feliz Páscoa!
Genaro Faria - 06/04/2015 13:33:24
Jovem seminarista no colégio jesuíta onde estudei no ginásio, meu professor de exegese ensinava que não há um só detalhe nos evangelhos que não seja relevante. Este, do homem com a bilha d'água, tem portanto um significado importante em sua aparente irrelevância. O anonimato daquele que acolheu Jesus e seus apóstolos no cenáculo onde se revelou o mistério da Santa Ceia. A Páscoa cristã que liberta o homem para a eternidade em comunhão com os eleitos do paraíso celestial. Que salto formidável para a "passagem" da escravidão no Egito à liberdade na terra Canaã! Sejamos como aquele anônimo e recebamos Cristo com igual hospitalidade e obediência como ele O recebeu. Pois nós somos servos Dele. E Ele ainda não terminou a refeição. Ele vai voltar. É o que nos ensina este outro detalhe dos evangelhos: Segundo o costume dos judeus, o escravo só poderia retirar a mesa após a refeição do seu amo quando este deixasse o guardanapo amassado ao lado do prato. Deixá-lo dobrado significava que ele voltaria para terminar a refeição. Por isso o evangelista registrou que os panos que cobriam o corpo do Senhor foram encontrados no sepulcro cuidadosamente dobrados.Zaqueu - 06/04/2015 12:39:07
Ao comentar o artigo "O homem com a bilha d"água" com amigos, descobri que eles não sabem o que é bilha. Aí um com uma faixa de idade maior disse que é uma moringa. Para alguns complicou mais ainda. O certo é que as palavras vão caindo em desuso e são substituídas por outras. Hoje, para ser entendido, talvez deva-se dizer "O homem com uma garrafa pet d'água. É a evolução da Língua viva.Sérgio Alcântara, Canguçu RS - 05/04/2015 23:07:31
Que a inspiração da Páscoa esteja presente nas manifestações do próximo dia 12. Que possamos continuar trilhando o caminho que está nos conduzindo à libertação de todas as amarras ideológicas criadas à partir do PREDOMÍNIO e do DOMÍNIO deste elemento escravizador chamado materialismo dialético.Ismael de Oliveira Façanha - 05/04/2015 22:54:30
Em três dias, de uma Sexta a um Domingo, Jesus Cristo cumpriu seu destino, abolindo a Morte e o Pecado.Zaqueu - 05/04/2015 22:39:04
Segundo ensinamento de estudiosos a celebração da Eucaristia atualiza o santo sacrifício de Jesus. Já li em algum lugar que o sacrifício não se renova, simplesmente a celebração da ceia não coube no tempo e por esse motivo transborda até dias de hoje no "FAZEI ISSO EM MEMÓRIA DE MIM" . Eis o mistério da fé: " TODA VEZ QUE COMEMOS DESTE PÃO E BEBEMOS DESTE CÁLICE ANUNCIAMOS A MORTE DO SENHOR ATÉ QUE ELE VENHA. Mistério, assim como fé não se explica, é a certeza daquilo que esperamos e a prova das coisas que não vemos. Como diz São Paulo, " agora, vemos como em espelho, obscuramente; então, veremos face a face. Agora, conheço em parte; então, conhecerei como também sou conhecido". Enquanto isso não ocorre, vamos percorrendo nossa procissão de entrada para a Grande Ceia da eternidade quando ouviremos: ‘FELIZES OS CONVIDADOS PARA A CEIA DO SENHOR... EIS O CORDEIRO DE DEUS". FELIZ PÁSCOA.Ismael de Oliveira Façanha - 05/04/2015 19:05:40
Em três dias, de uma sexta-feira a um domingo, se resumiu toda a biografia mística de Cristo na Terra, a história da Redenção da Humanidade, quando foram vencidas a Morte e o Pecado pelo Filho de Deus.