• Percival Puggina
  • 25/01/2015
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O HAITI É AQUI?

 

 Ao congregar sob um só comando Estado, governo e administração, na figura onipotente da presidência da República, nosso modelo institucional produz um grave déficit democrático e um enorme ônus aos pagadores de impostos. Essa fusão só pode dar confusão. A função governo, que é transitória, deve ser partidária. Nisso andamos certos. Mas constitui um completo disparate partidarizar e aparelhar, simultaneamente, o Estado e a administração. Estes, são permanentes.

A partidarização do Estado, vou ficar com este fio do problema, tem determinado as grandes trapalhadas da nossa política externa. Aponto, entre muitos outros, os casos com Honduras, Paraguai, Bolívia, Israel, Itália, Cuba, Irã e Indonésia. Em todos esses, e em muitos outros, ou o Brasil traspassou, varou, o princípio constitucional de respeito à soberania das demais nações ou foi na contramão das melhores tendências internacionais. Isso para não falar na magnanimidade dos governos petistas para com ditadores africanos e sul-americanos, malbaratando recursos nossos em nome da ambicionada cadeira no Conselho de Segurança da ONU.

Andando por esses descaminhos ideológicos, seguindo a cartilha do Foro de São Paulo, o Brasil foi parar no Haiti. Corria o ano de 2004 e a ONU criara o MINUSTAH (Missão das Nações Unidas para estabilização do Haiti). Transcorreu uma década, o Brasil comanda a missão, e já enviamos ao Haiti mais de 30 mil homens. E agora? Bem, agora a recíproca revelou-se verdadeira. Agora, o Haiti é aqui.

Vinte mil haitianos aparecem no Acre. No Acre? Sim, o governador do Acre é petista. A revista Veja, em 2/02/2014, assim descreve a rota dos haitianos: "Até cruzar a fronteira do Brasil, os haitianos viajam dias a partir da República Dominicana, país vizinho ao Haiti. De lá, embarcam para o Panamá e para o Equador, que não exige visto de entrada. Alguns permanecem no país por algum tempo até juntar dinheiro para o resto da viagem. De Quito (Equador), cruzam o Peru até a cidade de Puerto Maldonado, onde atravessam de carro a fronteira do Brasil e chegam à cidade de Assis Brasil (AC). A corrida de táxi até Brasileia custa 20 reais."

Do Acre, os haitianos dirigem-se, preferentemente, para São Paulo, não por acaso, cidade administrada pelo PT, o que deixa essa longa história, do início ao fim, sob orientação de certa diretriz partidária. Todas as informações que se têm sobre a recepção aos haitianos não permitem um louvor à dedicação humanitária de quem lhes abriu nossas portas. Se o país os acolhe num gesto humanitário, não é correto tratá-los miseravelmente. E eles estão submetidos a condições inumanas de recepção e encaminhamento.

O governo já anunciou que está em elaboração uma Lei de Migrações, para substituir o Estatuto do Estrangeiro, atualmente em vigor. Mas parece que antes de sair a lei já sepultou o Estatuto, segundo o qual a "imigração objetivará, primordialmente, propiciar mão-de-obra especializada aos vários setores da economia nacional, visando à Política Nacional de Desenvolvimento em todos os aspectos e, em especial, ao aumento da produtividade, à assimilação de tecnologia e à captação de recursos para setores específicos".

Nada justifica acolher os haitianos para, depois, jogá-los à própria sorte, dispersos num país de proporções continentais. Os petistas administram as questões internacionais com o mesmo desleixo com que tratam das questões nacionais.

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* Percival Puggina (70), membro da Academia Rio-Grandense de Letras, é arquiteto, empresário e escritor e titular do site www.puggina.org, colunista de Zero Hora e de dezenas de jornais e sites no país, autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia e Pombas e Gaviões, integrante do grupo Pensar+.
 


MARCO ANTONIO -   31/01/2015 15:14:10

Há 10 anos estamos no Haiti com força militar. Por certo isto não vai dar bom resultado. Basta lembrar Sun Tzu, 2 mil anos antes de Cristo : nenhum Estado se beneficia de uma longa campanha.

Sandra -   28/01/2015 10:34:16

O exército que vai tirar nosso país e nosso estilo de vida já está sendo recrutado... o futuro de nossos filhos está ameaçado por nossas próprias escolhas, seja por idealismo ou mesmo por rebeldia, e não vai adiantar chorar o leite derramado!!! Se Deus quiser no máximo 5 anos estarei me mudando deste País

Genaro Faria -   27/01/2015 17:44:04

É muito insólita essa corrente sinuosa percorrida pela emigração haitiana, passando por uma escala do PT até o destino final, também dominado pelo PT, e daí se espraiando por outras cidades. Aliás, suspeita. A começar pela miserabilidade daqueles que para o Brasil emigram cumprindo essa rota aérea tão cara, num ziguezague irracional. Evidente que a aventura é financiada pelo PT. Além disso, dado que o Haiti não tem uma economia industrializada, importa que esses imigrantes não se radicassem em nossos centros urbanos, mas no campo, como ocorreu com os italianos e japoneses que aqui se estabeleceram no passado. Donde então nosso interesse em patrocinar essa imigração em massa? Se por motivos humanitários é que o governo do PT assim procede, não seria mais coerente com sua fé doutrinária que os acomodassem na vizinha ilha de Cuba, um paraíso socialista? Ou quem sabe eles tenham vindo para ensinar francês aos "excluídos"? Certo é que o PT hasteia sua ideologia sobre qualquer valor, princípio ou legítimo interesse da sociedade; do povo brasileiro. E se arrojam em tão sinistra primazia graças ao fato de nossa incipiente e tíbia democracia imitar o mais popular personagem do folclore brasileiro , o Saci Pererê, que se equilibra numa perna só e tem um gorro vermelho na cabeça. E o pé é esquerdo e virado para trás, como os do seu colega Curupira. Isso não pode resultar em coisa boa.

Leonardo Vieira -   26/01/2015 18:26:08

Tudo preparado. Esse pessoal de fora vai chegar ganhando "bolsa-cabresto". Lembrem-se da lei que autoriza a entrada e permanência de forças militares estrangeiras em território nacional. Qualquer tentativa de nossas forças em deter a corja comunista, as forças do Foro de São Paulo vão entrar e amparados pela lei!

Ismael de Oliveira Façanha -   26/01/2015 02:01:06

O jornal ZH de 22/01/2015, às páginas 30/31, sob o título "CAMELÔS IMPORTADOS", descreve a existência de migrantes SENEGALESES, GAMBIANOS, GANESES e ANGOLANOS na atividade de CAMELÔ nas praias; aqui mesmo na avenida Azenha existe um angolano vendendo relógios contrabandeados; que contrabandistas estão explorando esses coitados? Será que o governo federal tem alguma política para atrair gente tão desqualificada para aumentar o problema do comércio ilícito de calçada? Porque são trazidos exatamente para este Estado? É a mesma política internacional-socialista da Europa, de bagunçamento étnico, de atentado às nacionalidades, de AUMENTO DO ELEITORADO DAS ESQUERDAS?

Odilon Rocha -   26/01/2015 01:21:50

(devo ter apertado o enviar, antes do tempo) Se bem me lembro....retomando, a esquerda NEOCOMUNISTA tomou conta. O resto é enganação e cortinade fumaça. Isso daqui nem com mais 200 anos toma rumo. Abraço

Odilon Rocha -   26/01/2015 01:18:51

Prezado Professor Puggina Respondendo, creio que sim. Consta que muitos brasileiros já estão deixando, ou se preparando para deixar, o país. Se eu reunisse as devidas condições, faria o mesmo. Não acredito na prisão dessa canalhada, a pior da história do país. Me refiro aos crimes passados, atuais e por vir. Isso daqui não tem jeito. Vou acompanhando e lendo de tudo um pouco, como sempre fiz. Mas,...só uma crise muito forte para mudar. O país está totalmente envolvido nos ditames do Foro. Manobras diversionistas, modificações de planos, estratagemas alternativos, a esquerda NEOCOMUNISTA

Luiz Afonso Barnewitz -   26/01/2015 00:01:54

Os petistas, assemelhados e similares, administram as questões internacionais e as questões nacionais com profundo conhecimento e segurança. Muito bom o texto "O HAITI É AQUI?", senhor Percival Puggina. Tudo o que as administrações deles fazem é bem discutido, bem pensado e bem executado. O caos no cotidiano da República já está instalado. A capacidade de poupança dos brasileiros já foi exaurida. O sr. fala que há vinte mil haitianos no Acre? E quantos milhares de outros imigrantes e terroristas foram admitidos no Brasil? Qual será a função deles neste período em que a dominação do Estado Brasileiro ainda não foi concluída pelos que se rotulam como apátridas? O direito econômico será capaz de explicar como essa situação foi admitida e louvada? Talvez. Mas as teorias de guerra e de dominação, sim. E a população em sua maioria aceitará qualquer governo que coloque a casa em ordem. Até o da Presidente Dilma, com a ajuda de parte de seus companheiros.

Abel Lima Rivero -   25/01/2015 23:20:00

Fazem parte de um exército pró-petralha.