• Percival Puggina
  • 29/01/2025
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O falso humanismo da extrema-esquerda

 

Percival Puggina

 

         Como soa falso e meramente retórico o humanismo lacrimoso da extrema esquerda! Nos primeiros dias do governo Trump, rotineiro desembarque de brasileiros deportados abriu as cortinas para as mistificações teatrais do amor ao próximo. Nunca se ouviu um lamento sequer causado pelas dezenas de voos similares sob o governo Biden. No entanto, bastou Trump retornar ao gabinete oval da Casa Branca para que a rotina se tornasse motivo de escândalo...

Hipocrisia de causar náusea! Aliás, é impossível levar a sério qualquer invocação de respeito a direitos humanos feita por quem, de modo histérico, se põe a gritar “Anistia não!” quando vê um ministro do STF.

Como não perceber a palhaçada das reclamações quando a lona do circo está aberta sobre os atores? Durante décadas, partidos de esquerda premiavam com viagens a Cuba os melhores de sua rapaziada militante (no caso do partido a meritocracia é válida). Não sei se informavam a esses “turistas” que, naquele “paraíso”, os jovens cubanos que resistiam ao comunismo eram levados para campos de concentração e trabalhos forçados (as UMAPs - Unidades Militares de Apoio à Produção).

É preciso mandar a própria dignidade às favas para defender direitos das mulheres, estado laico e democracia e ... aproximar-se do Irã. É preciso abrigar-se numa casamata intelectual e cancelar neurônios para venerar Fidel Castro, Che Guevara, formar bloco com países de partido único e se dizer democrata. É preciso imaginar-se muito sólido no poder para negar o que faz enquanto faz, sabendo que sabemos o que faz.  A propósito, como gritam golpe aqui, onde golpe não houve, e mandam representante à posse de Nicolás Maduro, subscrevendo a imensa fraude eleitoral que ele promoveu?

No império das incoerências absolutas, são solidários com criminosos reais e implacáveis com adversários. Em favor daqueles, são garantistas, defendem políticas de desencarceramento, dizem que prender não resolve, afirmam que no Brasil se prende demais e que nosso sistema penal é vingativo. Em desfavor dos adversários, tolerância zero, retiram-se as garantias, a cadeia é a solução e lá tem lugar para todos. Desse moinho dos fatos, não se espere um farelo de verdade.

Percival Puggina (80) é arquiteto, empresário, escritor, titular do site Liberais e Conservadores (www.puggina.org), colunista de dezenas de jornais e sites no país. Autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A Tomada do Brasil. Integrante do grupo Pensar+. Membro da Academia Rio-Grandense de Letras


Luís Afonso Rech -   29/01/2025 21:37:19

Como sempre, meu amigo Puggina, sempre irretocável.