• Percival Puggina
  • 05/01/2017
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O COMUNISMO DE SAPATO NOVO

 

 A contestação mais comumente feita a quem denuncia os erros e maldições do ideário comunista é a de que o comunismo morreu. E se morreu, seu ridículo adversário é um Dom Quixote com neurônios de Sancho Pança, avançando contra algo que não existe mais.

Eu mesmo imaginei, em 1989, com a queda do Muro, que a desgraçada trajetória das experiências com o comunismo real, somada ao piedoso e exitoso trabalho diplomático e pastoral de S. João Paulo II, houvesse produzido a completa paralisia das funções vitais de uma doutrina que nunca foi funcional. Tal ilusão durou pouco mais de um ano. Enquanto a maior parte dos velhos Partidos Comunistas no Leste Europeu fechava as portas e outros, mundo afora, mudavam a razão social para não perder freguesia, aqui no Brasil eles se mantinham vivos e foram dando cria. O primeiro motivo para a não expedição do atestado de óbito é proporcionado pela existência, entre nós, ainda hoje, de nove partidos, registrados no TSE, que têm o comunismo no nome de família ou nas posições políticas. Não sei de outro país onde existam tantos partidos com esse alinhamento.

Após a Segunda Guerra Mundial, houve uma transmutação. O operário industrial, que o marxismo via como protagonista da revolução, começou a ganhar dinheiro e mandou a ideologia às favas, fazendo com que a militância revolucionária se deslocasse para os operários do imaterial, do conhecimento, com atuação no campo da cultura, vale dizer, muito prioritariamente, para a universidade. Não fosse assim, onde iriam tantos professores buscar para si o título de "trabalhadores em Educação"? Aqui, o nome determina a função e o ensinado se subordina à causa.

Esse projeto andava muito bem no Brasil. Não foi por mero acaso que o Muro de Berlim caiu e o PT fazia nascer nestas bandas o Foro de São Paulo, em comunhão de corações e mentes com Fidel Castro. Por esse caminho, chegou ao poder e não preciso contar o resto dessa específica história. O projeto de tomada da hegemonia através da cultura e do meio acadêmico, porém, foi rompido pelo surgimento da Internet e pela incontrolável propagação das redes sociais, difundindo o que deveria permanecer oculto, disponibilizando o que era para ser contido: o saber filosófico dos grandes autores liberais e conservadores, não marxistas. Estou tratando disso em maior detalhe noutro artigo desta semana, especial para Zero Hora.

O que importa, aqui, é conhecer a diferença entre esquerda democrática e esquerda não democrática, comunista, porque ela permitirá saber como andam as funções vitais dessa doutrina e do respectivo movimento revolucionário, que se fazem passar por mortos para ganharem sapatos novos. Trata-se de algo muito simples, que funciona como o retratinho na carteira de identidade. Qual a posição desses "trabalhadores do imaterial" (para dizer como Negri) e dos dirigentes políticos desses partidos que trocam, em suas siglas, o C (de comunista) por um impreciso S (de socialista), sobre assuntos como:

• regimes totalitários de esquerda, atuais ou passados?
• Luís Carlos Prestes, Carlos Marighella, Carlos Lamarca?
• Fidel Castro, Che Guevara, Hugo Chávez?
• os regimes bolivarianos e Nicolás Maduro?
• Foro de São Paulo?
• Paulo Freire?
• - entre outros temas cruciais - "controle social da mídia", conselhos populares, invasão de terras?

Submeta os partidos políticos e suas lideranças, formadores de opinião e profissionais da educação ao teste das respostas cabais ou facilmente presumíveis a essas questões e você verá quem se faz de morto para ganhar sapato novo.


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* Percival Puggina (72), membro da Academia Rio-Grandense de Letras, é arquiteto, empresário e escritor e titular do site www.puggina.org, colunista de Zero Hora e de dezenas de jornais e sites no país. Autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A tomada do Brasil. integrante do grupo Pensar+.

 


Joma Bastos -   07/01/2017 19:44:01

Os tentáculos do comunismo estão claramente nas televisoras, no jornalismo, nas faculdades, nas escolas, em instituições governamentais e em ONG`s . Venezuela, Nicarágua e Cuba estão comprando aviões de combate e armamento russo, porque a Rússia quer ter uma frente avançada de suas políticas estratégicas para a América Latina. A construção de duas fábricas de armas russas Kalashnikov, teve e está tendo lugar na Venezuela, e em consequência, nas ruas do Brasil já estão sendo apreendidas armas venezuelanas. Há um nítida interferência de Cuba dentro da Venezuela. Assim como generais cubanos comandaram as forças cubanas em Angola, Cuba também tem generais infiltrados por Maduro, para comandarem suas forças na Venezuela. Felizmente em contrapartida, e para opôr-se ao avanço russo, existe um pacto de apoio militar entre Colômbia, EUA e OTAN, e recentemente a Argentina acordou com os EUA a instalação de uma base militar americana em seu país. Necessitamos de uma intervenção que trave este alastrar comunista dentro e para o Brasil!

Marcos Dias -   07/01/2017 10:14:28

Comunismo é uma confraria, partilhada por muitos a partir de uma cartilha básica, cheia de truques dialéticos, visando apenas o bem comum de seus membros. Se na maçonaria o símbolo é composto de compasso, esquadro e prumo, no comunismo é a foice e o martelo. Foi Marx quem concebeu esse simbolo (arremedado do islã), e é conhecida sua irritação quando descobriu que, na sua época, existiam na industria 400 tipos de martelos. Optou por uma marreta, não sem antes criticar a "perversão capitalista" da ferramenta...

Arnaldo Revoredo -   06/01/2017 23:59:41

O comunismo é como dizia o saudoso economista Roberto Campos: Os comunistas sabem balançar as árvores para apanhar os frutos, mas eles precisam aprender a plantar. Está certo a máxima do Dr. Roberto Campos. O homem do Campo trabalha duro, aí vem o Pedro Stédile colher os frutos, o Stédile e seu grupo MST, tem que ir trabalhar na lavoura e não usufruir do trabalho do camponês, transformando estes em escravos, mas atuando com um discurso de libertador, uma verdadeira falácia.

Heitor Zanini -   06/01/2017 22:07:48

Vou fazer um comentário tolo, pois estou saturado desses comuna estúpidos. Já repararam que o nome dos assassinos citados acima pelo Percival Puggina (• Luís Carlos Prestes, Carlos Marighella, Carlos Lamarca? • Fidel Castro, Che Guevara, Hugo Chávez?) tem a letra C no nome?

Dalton Catunda Rocha -   06/01/2017 13:29:11

O núcleo da mensagem de Karl Marx não é o extermínio de milhões de pessoas, nem o restabelecimento da escravidão, nem o culto à personalidade de ditadores comunistas. Também é engano, se acreditar que o núcleo do marxismo seja, o controle do estado por marxistas; isto vem depois. O núcleo da mensagem de Karl Marx é, a estatização da economia. Eu devo dizer: “Dei-me um país que tenha monopólio estatal do petróleo e, eu lhe darei um país pobre. ” De nada adianta simplesmente se matar ou prender esquerdistas. É preciso mais do que isto, se eliminar o estatismo econômico, que é o âmago da mensagem do picareta Karl Marx. Para começo de conversa, é preciso se ver que o petróleo é dos árabes. E a Petrobrás é da CUT. É preciso se privatizar não só estatais corruptas, como terras. Só o MST, os índios e o governo tem mais de 60% do Brasil. Junte-se as áreas de preservação permanente das fazendas e quase 80% do Brasil é estatal. Mais de 90% do Brasil devia ser particular; como é na Holanda ou Inglaterra. O verdadeiro problema do Brasil, não era Dilma, como não era Lula, nem FHC, nem Collor, nem Sarney, nem Jango ou Jânio. O verdadeiro problema do Brasil é, o patrimonialismo. O petróleo é dos árabes. E a Petrobrás é da CUT. Dei-me um país, que tenha monopólio estatal do petróleo e, eu lhe darei um país pobre e uma cleptocracia. Qual deveria ser o hino do PT? Aquela música que diz: “Onde está o dinheiro? O gato comeu, o gato comeu. E ninguém viu. O gato fugiu, o gato fugiu. O seu paradeiro está no estrangeiro.” Quem quiser, que veja a música completa neste site: https://www.youtube.com/watch?v=92rr8EcDc90

Odilon Rocha -   06/01/2017 01:52:21

Senhor Genaro Faria e caro Professor Já se descobriu de tudo menos remédio ou tratamento para a 'esquerdofrenia'. A doença ataca gente portadora de falta de disciplina, tiques de vagabundagem e dependência do Estado para tudo, preguiça para estudar, tendência com toques de idolatria à mentira e esperteza misturada com cinismo. Despudor e falta de caráter, então, nem se fala! Tem surtos insistentes de utopismo em alto grau, idiotia generalizada e ojeriza à realidade. Tem horror ao trabalho sério e quando trabalha vende perfume, relógio e joia durante o expediente, quando não faz o que era para estar fazendo. A lista é longa; talvez tenha sido esse o obstáculo para se conseguir um tratamento adequado. Haja pesquisa! É caro! E não há plano de saúde , muito menos SUS, que dê conta.

José Paulo -   05/01/2017 22:27:26

Acredito que a questão não seja a "acabar com os gafanhotos" como sugeriu o colega comentarista. Isso é tentar matar a Hidra cortando sua cabeça... Existem muitas outras pragas querendo atacar a lavoura, não é prudente mirar apenas nos gafanhotos.

Paulo Onofre -   05/01/2017 21:07:10

Sr. Puggina, Cabe aos comunistas, também, o ditado: O lobo perde o pelo, mas não perde o vício". Tenho um colega que se diz "socialista", e é/era filiado ao PCdoB. Quando eu digo que ele é adepto de uma doutrina que massacrou milhões de inocentes no mundo, mais até do que Hitler fez, ele se limita a desdenhar: "e o que eu tenho com isso?" E ele não é um zé-mané qualquer. Tem curso superior e um cargo elevado em sua repartição pública (é lógico).

Genaro Faria -   05/01/2017 18:57:34

O comunismo se fez de galinha morta para passear de caminhonete. Quem formou nessa escola aprendeu a ser velhaco feito pulga de pensão. Nem prisão dá conta deles, que ali escrevem manuais de guerra cultural ou de guerrilha social. A espécie é resistente a chuva, seca, terremoto, incêndio ou qualquer fenômeno da natureza. Quando menos se espera, os bichos saem voando em nuvens feito praga de gafanhoto. E era uma vez a lavoura. Ou o Brasil acaba com esses gafanhotos ou eles acabam com o Brasil.