Vários meios de comunicação evidenciam engajamento num trabalho que visa a alterar a percepção e afetar o discernimento do leitor. No Estadão do dia 24/06, um artigo bem típico, indaga: “Há uma luz promissora no horizonte? Claro que não. Sejamos realistas porque o contexto atual é kafkiano. Não se trata de uma fábrica de crises, mas de uma usina de desvarios”... E, mais adiante conclui que nada de bom pode acontecer, restando-nos a longa espera pelo “fim da atual administração”. Mas como? Aos seis meses de mandato? “Usina de desvarios” ante um governo consciente de suas responsabilidades, após sucessivas gestões de Lula e Dilma?
Claro que há um estresse muito grande e incômodo na política nacional. Não esqueçamos, porém, que ele entrou na cena pelas mãos, pés e voz do Partido dos Trabalhadores, seguido de seus anexos e movimentos sociais, numa prática política centrada na desqualificação moral dos adversários. Sou testemunha viva e atenta disso. Durante décadas, em mais de uma centena de debates, denunciei tal conduta, justificada como parte da “luta política”. Em nome dela, aliás, a agressividade não ficava apenas na retórica. Incluía invasão de propriedades, destruição de lavouras e de estações experimentais, bloqueio de transporte, queima de pneus, leniência e justificação ideológica da criminalidade e, ainda, esse gravíssimo subproduto do aparelhamento da Educação brasileira: professores militantes levando alunos a rejeitar a atividade empresarial de seus pais, criando terríveis animosidades nas relações familiares. Isso é violência, que o digam as vítimas.
Pois há, então, quem sinta saudade disso, da corrupção, das “articulações” de Lula e das “habilidades” de Dilma. Há gosto para tudo, mas querer nunca mais conviver com isso é justa e meritória aspiração de uma sociedade que busca recuperar os valores perdidos, e que, quando se mobiliza, o faz de modo ordenado e civilizado. É a autodefesa de uma parcela majoritária da nação que passou a se posicionar politicamente, venceu a eleição de 2018 e sabe o que rejeitar porque convive com as consequências daquilo que rejeita.
Parte da imprensa brasileira ainda não percebeu: quanto mais atacar a Lava Jato e o juiz Sérgio Moro, quanto maior relevo der à atividade criminosa dos hackers a serviço dos corruptos (bandidos sob ordens de bandidos), quanto mais ansiar pelo silêncio das redes sociais, quanto mais desestimular e minimizar as manifestações de rua, mais estará reforçando, aos olhos de muitos, a obrigação cívica de proteger aqueles por quem se mobiliza. É tiro no pé. Principalmente quando salta aos olhos que, na perspectiva de tais veículos, membros do STF podem criticar o Legislativo e o Executivo; membros do Legislativo podem criticar o Executivo e o STF; o Chefe do Executivo a ninguém pode criticar; e os cidadãos têm que cuidar de suas vidas e deixar de incomodar as instituições.
Não há fundamento para o rigor com que o Presidente e o governo vêm sendo tratados. Não há um só ato que tenha causado prejuízo ao país. Bem ao contrário, todos os movimentos e iniciativas visam a diminuir o prejuízo herdado e a fazer as necessárias reformas. Bolsonaro já deixou evidenciado a todos que, se não é o príncipe perfeito com que pretendem aferi-lo alguns formadores de opinião, também não é o ogro que a fantasia destes, de modo maldoso, quis criar e exibir ao mundo.
Por fim, a sociedade entendeu que condutas voltadas a derrotar o governo, desacreditar o governo, derrubar o governo, são funestas ao país e àqueles que mais precisam que tudo dê certo. Não há parto sem dor. Ou as instituições fazem o que devem e o Brasil nasce diferente e melhor em 2020, ou será um lugar muito ruim de viver! A aposta no quanto pior melhor beira à delinquência. Ou à sociopatia.
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* Percival Puggina (74), membro da Academia Rio-Grandense de Letras, é arquiteto, empresário e escritor e titular do site www.puggina.org, colunista de dezenas de jornais e sites no país. Autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A Tomada do Brasil. Integrante do grupo Pensar+.
João Guilherme Maia - 30/06/2019 02:04:03
Para o bem da Nação o povo brasileiro acordou, querendo ou não nós temos de agradecer e muito o brilhante desempenho das operações da Lava Jato , sob o comando do ex-juiz Sérgio Moro, hoje ministro da Justiça, fez um brilhante trabalho e conseguiu colocar na cadeia o pior corrupto que já apareceu na política nacional junto com a sua gangue do PT. Como disse um ex-procurador da República no julgamento do Mensalão, se referindo ao PT, ele disse "este não é um partido de político, mas de um bando de bandidos". Como já falei o povo acordou, tanto é verdade que já deu a primeira respostas para esses corruPTos da política Nacional, quando vários barões na política Brasil afora não conseguiram se reeleger. Por isso, é só povo nas eleições Municipais do ano que vem e nas Majoritárias de 2022, agir com a mesma atitude. A nossa Constituições nos garante isso quando diz "TODO PODER EMANA DO POVO", então vamos continuar usando esse poder. Agora dizer que vai ser fácil que não vai ser, até porque, a esquerda não se conforma de ter perdido o poder. Tanto é verdade que nós estamos vendo o que ela está fazendo com o presidente Jair Bolsonaro no Congresso Nacional, ou seja, atrapalhando as aprovações de seus projetos enviados ao Congresso Nacional. O povo tem de continuar mostrando para esses políticos corruPTos, que o povo está com o presidente Jair Bolsonaro e não abre mão disso.Edmundo Veiga - 29/06/2019 19:54:39
Parei de assinar O Globo após 50 anos de fazê-lo por não querer apoiar a linha editorial assumida pelos herdeiros do jornal, em especial desde as eleições passadas. Para não deixar de ler jornal passei a assinar o Estadão acreditando na velha tradição dos antigos donos. Para minha decepção encontro nele sistematicamente artigos do tipo comentado hoje aqui. Creio que, na tradição de Assis Chateaubriand, estes jornais vivem das verbas públicas e as ordenham com sucessivos artigos tipo morde e sopra. Em vista de Bolsonaro haver interrompido tal financiamento deve ser consequência a produção contínua de editoriais desfavoráveis, ainda que ilógicos, feitos na esperança que o governo entenda a mensagem e volte a irrigar com dinheiro público tais meios de comunicação. Estamos abençoados com a interrupção do mau uso do dinheiro público, exercido por um governo sério e honesto que só visa fazer as coisas certas. Ainda bem que temos um Percival Pugina para caracterizar tão bem este extranho fenômenoJosé Pedro Granero - 28/06/2019 12:42:02
Felicito-o pelo seu excelente texto. PARABÉNS DIGNÍSSIMO PROFESSOR PERCIVAL PUGGINA. Grande abraço. Com frequência visualizo suas magníficas mensagens, recomendando-as aos meus amigos.Olimpio Murilo Capeli - 28/06/2019 00:45:23
Parabéns pelas colocações. Iremos retomar a nossa Pátria!Maria A M Rabello - 27/06/2019 21:06:06
Percival, admiro muito sua lucidez. Texto perfeito!Luis Gonzaga - 27/06/2019 17:00:56
Prezado Puggina, Esse seu artigo é para ler, divulgar, imprimir e colocar em uma moldura na sala!!!Selminha - 27/06/2019 16:54:08
Excelente texto!! Gostaria de saber onde estavam os pseudos jornalistas do Estadão nos desgovernos de lula e dilma (td em minúsculo pq não os respeito), enfim, em Nárnia talvez? Impossível recuperar a destruição em apenas 06 meses, mas, apesar desta torcida contra, nosso país dará certo.. avante capitão..o Brasil d bem precisa do Sr.FERNANDO A O PRIETO - 27/06/2019 16:38:46
Muito bom, como de costume! Apoiemos o quanto pudermos as idéias e valores que trouxeram o atual governo, depois das administrações tresloucadas de Lula e seu poste Dilma. Isso não implica em aplaudir incondicionalmente certos desvarios do pessoal que cerca o presidente (especialmente de seus filhos...), mas critiquemos suas falhas, que certamente existem, dentro do contexto e sem generalizações abusivas; se não procedermos assim, estaremos dando munição aos adversários do Brasil. Esperemos que a situação econômica melhore, mantendo um otimismo realista e moderado; evitemos discussões ideológicas e filosóficas desnecessárias, nas quais se envolvem alguns auxiliares do presidente, e esperemos que ele próprio, em certas ocasiões em que sua palavra não é necessária, seja mais discreto e respeite a "liturgia do cargo". Mas nada dessas falhas aqui mencionadas chega sequer perto das idiotices e atos malévolos de Lula, Dilma, José Dirceu e outros.Odilon Rocha - 27/06/2019 11:52:16
Caro Professor O título suscitaria, de alguém sem discernimento, sem conhecimento, perguntas do tipo “de quem”?; “de qual país”?, etc.. Estaria desculpado. Infelizmente, é triste constatar, o ataque parte de pretensos brasileiros comprometidos em salvar suas peles e resguardar seus interesses. Que momento, e que missão espinhosa para a equipe do Presidente Bolsonaro!