• Percival Puggina
  • 15/02/2015
  • Compartilhe:

O BRASIL NÃO É BUTIM DOS VITORIOSOS

Não mesmo! Impeachment não é golpe. Golpe é o que foi aplicado no eleitorado e no patrimônio público. Golpista será toda tentativa de impedir manifestações populares ordeiras em favor do trâmite de um processo de impeachment. Golpes ocorrem fora do ordenamento jurídico. Impeachment, ao contrário, é um procedimento constitucional, demorado e ponderado, regulamentado em lei específica. É um instrumento previsto porque necessário ao presidencialismo.

Tampouco é coisa "da direita", como alguns com mais preconceitos do que conceitos têm sugerido. Essa afirmação, aliás, é tiro no pé. É acusação maldosa à própria esquerda pois significaria que perdeu o senso moral. O processo de impeachment de que hoje tanto se fala no Brasil tem a ver com crime de responsabilidade, com ações e omissões que lesam o país. Por outro lado, o único processo de impeachment que produziu efeitos no Brasil, embora a renúncia de Collor tenha interrompido sua tramitação, resultou de mobilização promovida pela esquerda, notadamente através da UNE e da CUT. Prefiro crer que ainda exista boa intenção e reta conduta em certos setores da esquerda brasileira. As pessoas conscientes, independentemente de alinhamentos ideológicos, estão estarrecidas com a liberdade de ação concedida aos que transformaram a administração federal direta e indireta em butim dos vencedores.

Não estou exagerando. No período de 2005 a 2014, enquanto a Ação Penal 470 (Mensalão) tramitava e as penas eram impostas aos réus, a pilhagem da Petrobras se mantinha em livre curso, como se nada estivesse acontecendo. E tudo se dava em benefício dos mesmos partidos da base do governo! Descobriu-se, assim, que em muita gente a cobiça supera o medo, seja ela engravatada ou descamisada. Tal é o móvel de boa parte dos crimes cotidianos.

O Dr. Ives Gandra, em recente parecer, mostrou que as condições jurídicas para um processo de impeachment estão dadas. Não é necessário que haja dolo. Basta a culpa. E desta, a dose fornecida é abundante. Ora, se já houve culpa em alta dose, poucas coisas importarão mais ao bem nacional e à probidade dos atos de governo do que a viabilização das condições políticas que decorrem da pressão social, como bem reconheceu o novo presidente da Câmara dos Deputados. Não imagino que afeição partidária possa se sobrepor, nas consciências bem formadas, à boa imagem do país, ao bem nacional e à retidão das condutas. Uma nação que, com justa razão, queixa-se da impunidade geral, não pode endossar o que está acontecendo no Brasil.

ZH, 15/02/2015 


DIRCEU -   21/02/2015 20:22:09

UMA PENA QUE QUEM DEVERIA ESTAR LENDO ESSES ARTIGOS NÃO TENHAM O ABITO DA LEITURA, ASSIM COMO SEU LIDER, O MOLUSCO. SÃO ELUCIDATIVOS E OPORTUNOS. NOVAMENTE, PERCIVAL, FOSTE BRILHANTE EM COMPARTILHAR CONOSCO, ESSES TEXTOS.

Cirley -   18/02/2015 19:18:11

Parabéns pelo ótimo artigo. Mas, mudando de assunto, a respeito da Reforma Política, antecipadamente, nas redes sociais, ficamos todos sabendo que a OAB e a CNBB se posicionariam a respeito, dando total apoio. Hoje de manhã assisti pela TV Aparecida o inicio dessa empreitada, com a participação do ministro Petrus Ananias, um representante da OAB e outros da CNBB e uma representante ligada às igrejas Cristãs. Pelo visto, a reforma política servirá mais para favorecer o projeto totaritário de poder pelo PT. Entre os muitos pontos contidos na proposta do texto da reforma, que muita gente desconhece, o mais focado é sobre o financiamento de campanhas, se publica, particular ou por empresas. A reforma política será o tema da campanha da fraternidade de 2015, ficando claro que a igreja católica e padres se encarregaram de fazer com que pessoas mais humildes e com pouca informação apoiem a reforma, sendo que para isso, nem que seja preciso colher assinaturas. Por outro lado, existem vários partidos, dentre os quais, o PMDB querendo tirar proveito da situação. Como o todo brasileiro de bem não quer mais saber de noticias desagradáveis a todo momento, seria de bom tamanho que alguém antecipe o que o PMDB quer dizer para todo o Brasil, ainda no final de mês, em cadeia nacional. Nas palavras duvidosas de Michel Temer, durante o comercial, "o PMDB só quero bem do Brasil.

Gustavo Pereira dos Santos -   17/02/2015 17:18:12

Dr. Percival, Acho que devemos nos concentrar em três pontos: i) impeachment da ANTA. ii) suspensão dos direitos políticos do APEDEUTA BÊBADO por 10 anos. iii) seguir o dinheiro roubado e impor pesadas perdas ao PT, PMDB e PP. Torcer para: i) FIDEL fazer boas ações no andar de cima. ii) MADURO cair de podre. iii) Mauricio Macri ser eleito Presidente da Argentina. Um abraço, Gustavo.

Elizabeth Pacheco Albarello -   17/02/2015 15:06:25

Excelente comentário do Percival Puggina na Zero Hora e demais comentários abaixo . No Brasil,creio que está tão badernado os políticos estão desacretitados a maioria venda de votos na aprovação de projetos, omissão, só uma Intervenção Militar firme para restabelecer: Ordem e Progresso"no nosso País.

jose carlos sales campos -   17/02/2015 01:01:18

Essas pessoas confessam total irresponsabilidade no trato da coisa pública e fica tudo bem; onde se leva à frente um projeto caríssimo sem saber onde vai chegar? somente na administração nefasta do PT.

Edésio Reichert -   16/02/2015 16:29:03

Muito bom o artigo, mas o que falta mesmo, é o povo tomar as ruas, parar este país demonstrando sua indignação. Criticar, manifestar-se nas redes sociais, é bom, mas não o suficiente, para impulsionar os congressistas à ação.

Zaqueu -   16/02/2015 15:35:38

Essa cantilena de golpe já não entoa mais. Houve assanhamento por parte dos governos do Foro de São Paulo quando falaram de golpe em Honduras. Aquele país só fez cumprir a Constituição, ao depor Manuel Zelaia. Idem idem no caso do Paraguai quando defenestrou o bispo não celibatário. Agora o caso se repete no Brasil. Se houver processo de impeachment, é completamente constitucional . Outra característica do golpe deve se o elemento surpresa. Se há sorrelfa, é por parte do desgoverno e de seus ministros que o tempo todo mentem, dissimulam. Quanto ao título da publicação, "O BRASIL NÃO É BUTIM DOS VITORIOSOS", para começar a qudrilha ainda não vitoriosa. Muita água, apesar da seca, ainda passará sob a ponte. As tentativas de melar a Operação Lava Jato já se fazem sentir. Fizeram o diabo para ganhar a eleição e o farão de novo para se manter no governo. As minifestações do Brasil decente traz grande preocupação pois a UNE e a CUT mudaram de lado. Acrescente-se a isso MST e outros movimentos sociais. Todo esse contingente furioso só espera ser iscado pelo PT, para colocar a cara na rua. Como são dados à violência e à depredação, pode-se esperar estragos por aí. Mas o medo não pode impedir que se tente reverter esse quadro de degeneração do país. Não queremos nos apossar do butim, só queremos o Brasil de volta à normalidade.

paulo de carvalho filho -   16/02/2015 02:13:54

Puggina, falando-se no novo presidente da Câmara: "Longe dos refletores, Eduardo Cunha diz que a relatoria da CPI deve ficar com o PT para que o partido arroste o inevitável desgaste que as tentativas de abafar o caso trarão. Em meio ao esforço para entender as motivações do presidente da Câmara, surgiu entre seus eleitores uma interpretação bem mais malévola: o deputado joga na inviabilização da CPI para evitar desgastes adicionais a peemedebistas enrolados no petrolão, entre eles o amigo Sérgio Cabral. No limite, Cunha estaria executando uma operação de autodefesa." Parece que o Eduardo Cunha tem o "rabo preso", ou alguns colegas de partido, por isso tentará abafar a CPI do petrolão!

paulo de carvalho filho -   16/02/2015 01:59:18

"...que todos os homens são criados iguais, dotados pelo Criador de certos direitos inalienáveis, que entre estes estão a vida, a liberdade e a procura da felicidade. Que a fim de assegurar esses direitos, governos são instituídos entre os homens, derivando seus justos poderes do consentimento dos governados; que, sempre que qualquer forma de governo se torne destrutiva de tais fins, cabe ao povo o direito de alterá-la ou aboli-la e instituir novo governo, baseando-o em tais princípios e organizando-lhe os poderes pela forma que lhe pareça mais conveniente para realizar-lhe a segurança e a felicidade. Na realidade, a prudência recomenda que não se mudem os governos instituídos há muito tempo por motivos leves e passageiros; e, assim sendo, toda experiência tem mostrado que os homens estão mais dispostos a sofrer, enquanto os males são suportáveis, do que a se desagravar, abolindo as formas a que se acostumaram. Mas quando uma longa série de abusos e usurpações, perseguindo invariavelmente o mesmo objecto, indica o desígnio de reduzi-los ao despotismo absoluto, assistem-lhes o direito, bem como o dever, de abolir tais governos e instituir novos Guardiães para sua futura segurança." O que foi dito acima, está escrito na declaração de independência dos EUA, mas se encaixa muito bem na situação atual do Brasil! IMPEACHMENTE JÁ!

teca solai -   15/02/2015 21:48:25

Até quando minha gente, vamos ter de conviver com tudo isso. Juro que não suporto mais essa turma de idiotas. Aliás, idiota somos nós. E o povo, aí pulando carnaval, parece que está tudo lindo e maravilhoso. Ô ceus!!!!!!!!!!!!!!

vajramushti -   15/02/2015 21:08:35

O comentário de Pedro Dalgis Vences Leal não faz o menor sentido. Dê-lhe sorvete na testa!!!

Odilon Rocha -   15/02/2015 19:04:57

Prezado Professor Puggina O senhor haverá de me perdoar. Ao invés de comentar vou postar trecho de um site que reproduz uma entrevista na Folha. É longo, mas vale à pena ver o DISPARATE E O ABSURDO a que chegamos, tamanha a incompetência, para não dizer outra coisa. Butim é fichina! E isso que outras caixas pretas não foram abertas! Pasadena, que até então era a vedete em valores, é troco! (INÍCIO DO TRECHO) "Hoje José Sérgio Gabrielli, o ex-presidente da Petrobras envolvido na Lava Jato até o pescoço, dá uma entrevista para a Folha de São Paulo. Destacamos uma pergunta e uma resposta, sobre a Abreu e Lima. Folha: A Petrobras iniciou a construção da refinaria Abreu e Lima sem projeto detalhado, e os custos estimados inicialmente, cerca de US$ 2,5 bilhões, foram multiplicados por dez. Gabrielli: A última refinaria construída foi em 1980 e houve uma desmontagem da engenharia da Petrobras. Aí você inicia um projeto retomando a capacidade técnica da engenharia. Evidentemente que você vai fazer um projeto fraco. Um dos erros dessa fase preliminar foi divulgar uma estimativa de valor que não tinha nada a ver. Aí você vai para o mercado e enfrenta um cenário de aquecimento, limitação do conteúdo nacional e câmbio. Um conjunto de coisas que interfere no preço. Em uma só resposta, este senhor que deveria estar no fundo de uma cela, confessa: 1. A Petrobras não tinha capacidade técnica para realizar o projeto; 2) O projeto da refinaria era "fraco", ou seja, não deveria ter sido implementado. Aliás, o que dizem as autoridades é que não existia projeto; 3) Foi um erro divulgar o preço da obra, como se a lei, a transparência, a ética e o bom senso não exijam que o valor que um país vai pagar por um investimento seja conhecido; 4) Por fim, Gabrielli informa, claramente, que o "conteúdo nacional" encareceu a obra, que o preço não seria tão alto se a Petrobras tivesse buscado as melhores ofertas no mercado internacional, em vez de praticar um nacionalismo que só levou à corrupção. Empresas brasileiras passaram a "nacionalizar" produtos e equipamentos, criando um propinoduto para políticos corruptos como nunca se viu na história deste país. Urge abrir a caixa preta da refinaria Abreu e Lima. Se Pasadena nos deu um prejuízo de U$ 700 milhões, a corrupção na Abreu e Lima pode ter passado de U$ 5 bilhões. Isso sem contar a dívida que Lula e Dilma perdoaram da Venezuela." ( FIM DO TRECHO ) Que maravilha, não? Abraço e bom domingo!