• Percival Puggina
  • 06/10/2014
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NADA ESTÁ RESOLVIDO, AINDA


 Nada está resolvido, exceto uma primeira lição aos arrogantes, aos que se julgam tutores da sociedade, pretendendo conduzi-la sob cabresto, como boiada, para as mangueiras de sua hegemonia e do totalitarismo que a acompanha.

Nada está resolvido, exceto que foi uma ilusão petista a ideia de que poderiam fazer no país o que bem entendessem. A sociedade, de modo bem consistente, deu muito mais votos à oposição do que ao governo, refletindo o que já se respirava nas ruas, oxigenando a consciência política nacional.

Ficou muito claro na voz das urnas que o governo petista, sob o ponto de vista eleitoral, só tem, como dividendos a receber, os lucros do coronelismo de Estado. O assistencialismo, elevado pelo PT à categoria das maiores realizações humanas, mantém a submissão dos carentes no ponto de calda para adoçar a vida do partido nas disputas eleitorais. E nada para elevar essa multidão a um patamar de dignidade superior.

Para o PT, estratégia eleitoral é a síntese da ação de governo. Em nome disso, tudo pode ser sacrificado, inclusive os cuidados com a estabilidade da moeda, com a moderação nos gastos públicos, com o desenvolvimento da economia segundo vetores sustentáveis. Para o PT, em já longa história recheada de exemplos, sempre valeu mais a versão do que o fato. Não é o discurso que deve convencer por sua consistência e congruência com a realidade, mas a repetição da versão com a intensidade necessária para obscurecer tudo mais.

Vem aí um segundo e definitivo turno. A nova rodada de embates, desta feita, será vis-à-vis. Tempos iguais. Olho no olho. A desproporção dos tempos de TV no primeiro turno serviu muito e bem à estratégia do PT. Em números redondos, para cada ataque de Marina a Dilma, Dilma contra-atacava sete vezes. A cada ataque de Aécio a Dilma, a presidente contra-atacava três vezes. Agora isso acabou. Retiram-se do cenário aqueles candidatos que, exceto por Marina Silva, ali só estavam buscando promoção a baixo custo. Mas ambos, Aécio e Dilma, terão por estratégia a sedução dos eleitores da acreana. Eles definirão o futuro quadriênio presidencial brasileiro. A própria Marina, preservando o compromisso de Eduardo Campos, já deixou claro que estará na oposição, trincheira que ocupou e do qual foi deslocada pela obstinada carga de cavalaria petista tão logo demonstrou que vinha para competir.

Os próximos dias serão dias para não mais esquecermos.

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* Percival Puggina (69), membro da Academia Rio-Grandense de Letras, é arquiteto, empresário e escritor e titular do site www.puggina.org, colunista de Zero Hora e de dezenas de jornais e sites no país, autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia e Pombas e Gaviões, integrante do grupo Pensar+.
 


Pedro D. Fattori -   14/10/2014 13:50:29

Sábias colocações. Pena que os que mais precisam delas vivam à margem da informação e da verdade. Para mim o dia que o barba faltar esse partido acaba, some, pulverizado pelo posta restante de interesseiros, incompetentes e medíocres, que foram guerrilheiros contra a ditadura, absorveram esse tipo de comportamento, passando então a usar como arma a guerrilha verbal para difamar, acusar, mentir e corromper...

jolao alberto piaszesnski -   08/10/2014 17:49:54

acho ao meu ver que na hora do Brasileiro ver o erros cometidos.,pelo Pt a corrupção ,o mensalão a susatenção de vagabundos com o bolsa família que muitos deles não precisam mas se escorram nweste valos criando vagabundos quando Joaquim Barbosa começou a por os pin gos nos is tev e de se aposentar , por que será e o chefe geral do mensalão não sabia de nada eles nunca sabem de nada e com isto tem que haver uma mudança para um governo justo e honesto com todos e não pensando no bolso sos seus companheiros sempre.....sempre soube PT e um partido rico por que? fica a pergunta e tenho dito......

André Carvalho -   08/10/2014 04:46:40

Não concordo com o colunista quanto à opinião de que os demais candidatos estavam apenas buscando promoção a baixo custo. Concorde-se ou não com sua ideologia, partidos como PSoL e PV apresentaram propostas com seriedade, assim como o PSC, talvez o mais claro de todos nesta campanha.

Seila Cyrne Bini -   07/10/2014 23:00:27

Momento histórico... "O começo do FIM"...

marco -   07/10/2014 22:19:39

"A investida pró-pedofilia da esquerda" http://www.midiasemmascara.org/artigos/movimento-revolucionario/15478-2014-10-07-14-20-05.html

Ivan -   07/10/2014 00:27:55

QUE DEUS NOS LIVRE DO PT PARA O BEM DA NAÇÃO!!!

Renato Costamilan Liska -   06/10/2014 17:25:38

Lembra do Lula falando na primeira eleição ganha por ele: "a esperança venceu o medo". Agora, o bordão petista inverte-se: "o medo terá de ganhar da esperança" para que Dilma vença. Nunca antes... Grande abraço do passo-fundense que sempre te lê.

Nehemias Cardoso Rubim -   06/10/2014 16:03:10

Lúcido , bem articulado e ponderado. Agora chegou a hora. Precisamos melhorar nosso país.

Odilon Rocha -   06/10/2014 15:21:59

Prezado Percival Citando uma frase do Hino Nacional, "Deitado eternamente em berço esplêndido", primeira frase da segunta parte, sabemos bem que essa não tem o significado de indolência e preguiça, mas pode representar simbolicamente o que fazemos - e temos feito - da nossa casa. Infelizmente, como colocaste, o descaso em 'elevar essa multidão a um patamar de dignidade superior' (sic), não é de hoje. A nossa história, ora abundante, ora menos, tem sido uma "tetacracia", no sentido vacum mesmo. E as ideologias socialistas/comunistas, sem sombra de dúvida, são mestras nesse mister. E por razões óbvias. Uma boiada de bezerros! Enfim, voltando ao Hino e diante dos acontecimentos, seria lícito afirmar que começamos a colocar o pé fora da cama?

João Emiliano Marttins Neto -   06/10/2014 14:57:48

Marina Silva vai querer impor o lixo de programa de governo dela socialista-ambientalóide para uma aliança com Aécio Neves. A antiga ministra do meio ambiente do governo Lula foi uma trapalhona no diálogo com o agronegócio e as madeireiras que sustentam este país, espero que não queira impor a mesma agenda absurda a Aécio, nesse segundo turno, e em um eventual governo Aécio Neves.