Percival Puggina
O fenômeno é visível. A cada episódio eleitoral, aumenta o número de candidatos vinculados a instituições militares e policiais. O motivo é evidente. Desses grupos são esperadas virtudes inerentes à sua formação: respeito à lei, disciplina, valores consolidados, amor à pátria, civismo, honra, coragem, entre outros. Deles também se presume compromisso com a segurança da sociedade e do país. Sim, assim se presume. Quanto mais ameaçada se sentir a sociedade, mais ela voltará sua atenção aos candidatos procedentes das instituições voltadas à sua segurança. Em 2022, elegeram-se 87 policiais e militares para o Congresso Nacional!
Por motivação análoga, todo ano cresce o número de candidatos oriundos das atividades pastorais. É notável a dimensão que esse fenômeno adquiriu ao longo de sucessivas eleições em todo o país. Há hoje partidos políticos vinculados a igrejas que dividem o pentecostalismo original em um número sempre crescente de fragmentos e tendências.
Legendas como o PL, o Republicanos e o PSC reúnem bancadas numerosas, tanto na Câmara dos Deputados quanto no Senado Federal. Qual a razão disso? Por que aumenta a cada pleito o número de pastores com mandato parlamentar? É simples: pessoas que se sentem desprotegidas na segurança de sua vida e de seus bens, não raro se percebem, também, crescentemente ultrajadas em sua fé e em seus bens espirituais e afeições morais. Então, buscam proteção política da igreja que frequentam. A Frente Parlamentar Evangélica contabiliza 132 deputados, 14 senadores!
Embora tenha sido rejeitada pelos tribunais a tese de um suposto “abuso de poder religioso” por candidatos das igrejas, bem como a de impedir propaganda eleitoral durante os cultos, essa é uma ideia que ronda os pleitos. Não preciso dizer quem mais se agrada das propostas que coibiriam tais práticas.
Se os militares e policiais eleitos se penduram, de modo muito preponderante, do centro para a direita no varal ideológico, o mesmo não se pode dizer dos evangélicos. Em muitos casos, estes formaram base com governos petistas mostrando que a orientação religiosa nem sempre acompanha a política.
Indo para a conclusão. Quando o eleitor vota em militares e policiais, está pedindo socorro. E quando o PT se propõe impedir a participação de militares e policiais em disputas eleitorais e funções de governo, está, simplesmente, querendo se livrar de uma oposição com crescente êxito eleitoral. Quando eleitores votam cada vez maior disposição em pastores e em raros católicos que manifestam sua fé, estão apoiando quem se dispõe a enfrentar a sistemática destruição moral e cultural do Ocidente empreendida pela esquerda.
Partidos de esquerda fariam grande bem, até a si mesmos, se ponderassem os motivos pelos quais tantos eleitores os rejeitam. E a hierarquia católica faria melhor se, depois de cantar “Vitória, tu reinarás!”, pensasse no motivo pelo qual vem perdendo todas as batalhas da contemporaneidade, inclusive dentro dos educandários católicos.
Percival Puggina (78), membro da Academia Rio-Grandense de Letras, é arquiteto, empresário e escritor e titular do site Liberais e Conservadores (www.puggina.org), colunista de dezenas de jornais e sites no país. Autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A Tomada do Brasil. Integrante do grupo Pensar+.
Maria Teresa Camisao Moreira da Silva - 11/04/2023 13:44:20
Vc, como sempre fantástico!!!! Excelente matéria!!!👏🏽👏🏽👏🏽👏🏽Romulo Sanches de Oliveira - 11/04/2023 08:07:59
Aguiaemrumo Romulo Sanches #Fé #agro #índio #surdos #oração #gratidão #notícias #abcnews #bbcnews #nbcnews #caminhoneiros #romulosanches NÓS CONFIAMOS EM DEUS Pega a visão patriotas: Nada manda mais que o resultado REFLEXÃO ROMA ANTIGA FUNDADA POR ROMULO & REMULO Meados dos anos 100 dc grandes imperadores romanos realizavam jogos no Coliseu predendo atenção do Povo com ás celebrações "cortina de fumaça", e Soldados jogavam Pão para os alimentar, ás cidades sempre vivendo em completo caos "estratégia de governo ", em quanto assistindo os combates entre os gladiadores romanos saboeavam o Pão do Senado se esquecendo dos impostos altos, falta de saneamento básico, falta de comida, doenças, e mortes. Data vênia: No Brasil a estratégia continua sendo utilizada para roubar corromper e fazer o que quiser. Brasil acima de tudo 🇧🇷 Deus acima de todos 🙏 https://www.instagram.com/p/Cq2uHVZunRq/?igshid=MDJmNzVkMjY=Eduardo Tpomi de Moura - 11/04/2023 03:38:48
Ao final e ao cabo, caro Percival, o lado perdedor é aquele para o qual as armas são apontadas. As FFAA apontaram suas armas para o povo, e mais, usando de perfiídia, que é crime até na guerra. Só Deus para nós proverMARCO ANTONIO GEIB - 10/04/2023 22:58:22
CONTINUE BEM VINDO MESTRE.... "A ÁGUA TANTO BATE QUE FURA PEDRA"...ABS.Eloy Severo - 10/04/2023 09:06:44
Como sempre, muito oportuna.Dione - 10/04/2023 08:58:42
Vc escreveu bem q as “virtudes” são desejaveis a esses profissionais. São esperadas de todos, e talvez se devesse começar a desejar políticos enfermeiros, médicos, já q disciplina não me parecesse levar o pais a lugar algum. Virar uma Coreia do Norte, patria disciplinadora, nāo foi soluçãoFERNANDO A O PRIETO - 10/04/2023 05:12:51
Ótimo artigo. Obrigado por tanta demostrações de lucidez. Que escutemos, nas igrejas, menos discurso "sociológico (?)" (que em 99% dos casos tem tendência esquerdizante,...) e mais sobre responsabilidade individual, caridade e demais virtude!Menelau Santos - 09/04/2023 23:40:37
Professor, eu conheço pessoas que fazem parte da equipe de organização da missa e são anti-bolsonaristas. Uma, inclusive, mestre pela PUC. Como o Sr. colocou bem no seu artigo, as origens muitas vezes não são congruentes com o espectro ideológico.Denise Facury Assunção - 09/04/2023 12:07:36
Adoro seus artigos! São objetivos, claros e coerentes! Ampliam minha visão política e social! Muito obrigada por compartilhar suas idéias!