• Percival Puggina
  • 27/03/2018
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MARCO AURÉLIO, AGORA, CULPA CÁRMEN LÚCIA PELO DESGASTE DO STF

 

Está no noticiário desta terça-feira a informação de que Marco Aurélio Mello - aquele do talão de embarque, que não mora em Jaçanã, mas não podia ficar “nem mais um minuto com vocês” – decidiu, como rabugento lapão, sair da reta e colocar a culpa na presidente do STF, ministra Cármen Lúcia. Ela teria cometido o erro de antecipar o julgamento do habeas corpus de Lula quando o correto, segundo ele, teria sido julgar antes as duas ADCs sobre prisão em segunda instância que aguardam julgamento. “O desgaste para o tribunal está terrível. Isso demonstra que a estratégia da presidente foi falha”, afirma Marco Aurélio. “Foi muito ruim julgarmos só o caso do ex-presidente. Agora estamos pagando um preço incrível”.

Dadas todas as vênias, é muito caradurismo. Se o ministro não queria votar o habeas corpus, por que aprovou sua admissibilidade quando a consulta feita por Fachin deu ao plenário a oportunidade de rejeitá-lo? Bastava-lhe dizer não para que não se concretizasse o vexame atribuído por ele ao ato da presidente. No entanto, disse sim e copatrocinou o desgaste do STF.

Cármen Lúcia colocou em votação o HC de Lula exatamente para destapar a estratégia dos seis ministros a serviço da impunidade, que queriam votar, às pressas, as Ações Declaratórias de Constitucionalidade e beneficiar Lula. Toda aquela urgência tinha nome – Luiz Inácio Lula da Silva. Ora, se o objetivo era derrubar a prisão após condenação em segunda instância e proteger Lula, que o fizessem na pessoa física e não por interposta pessoa. E eles fizeram.

Acabaram com a Lava Jato, desmoralizaram o STF, deixaram a nação prostrada, semearam o desalento, expuseram a própria malícia e vão liberar geral, soltando milhares de presos - de pedófilos e estupradores a corruptos e corruptores.

Tudo em nome da “liberdade”, querendo significar lisa, total e eterna impunidade. Não pretenda agora o ministro, com o escândalo na rua, com o véu do templo rasgado, sair em defesa de uma dignidade que não mais defesa tem.

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* Percival Puggina (73), membro da Academia Rio-Grandense de Letras, é arquiteto, empresário e escritor e titular do site www.puggina.org, colunista de dezenas de jornais e sites no país. Autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A tomada do Brasil. Integrante do grupo Pensar+.

  


Decio Antônio Damin -   02/04/2018 20:11:53

Puggina, o que interessa a esses contorcionistas é manter ridículas firulas processuais que, em "nome da democracia", mantenham em liberdade os corruptos "mais iguais"! Que democracia é esta em que a vontade do povo não vale nada?

Decio Antônio Damin -   02/04/2018 12:54:12

Se o tribunal puder impedir a liberação de estupradores, assassinos e etc. como disse um comentarista anterior, pergunto se o Presidente "in casu" não representa um perigo maior do que qualquer um deles para a sociedade? Depois de tudo que aconteceu ainda vem alguém de sã consciência defender que o dito cujo fique em liberdade? Puggina, parabéns pela tua firmeza! Na democracia, como está escrito, todo poder emana do povo, mas alguns fazem questão de ignorar a opinião dele!

Mauricio Pinheiro -   29/03/2018 17:53:37

Com todo respeito venho discordar de sua opinião, tendo em vista que o habeas corpus preventivo que está em pauta só tem cabimento pois as ADC's a respeito da prisão em segunda instância ainda estão em aberto. Nesse caso, o senhor está fazendo o rabo abanar o cachorro. A constituição não permite o entendimento de prisão em segunda instância, portanto será esse o veredito final, porém, creio que será incluída uma novidade. Em segunda instância pode-se executar sentença caso o réu preencha as condições para a prisão preventiva. Aí sim, o STF se mostrará maiúsculo já que os tais bandidos, estupradores e etc. não serão soltos dado que representam perigo a sociedade. Vamos com cautela e algum discernimento, por favor. No caso da atual situação o STF está fazendo papel feio ao ceder ao mais absoluto desrespeito à constituição ao acatar discutir o cabimento ou não do HC na presente situação e depois quando aceita discutir se cabe ou não uma liminar já que a questão ficou em aberto. Aceitar a lenga lenga de Barroso e Fachin, apoiado pela procuradora geral é tentar jogar o país nos braços da esquerda rombuda e fascista. Mais de meio caminho andado para instaurar uma "democracia" ao melhor estilo venezuelano. Só falta o tirano, o resto está posto na mesa.

Sérgio Alcântara, Canguçu RS -   28/03/2018 18:11:40

Magistral, Professor Puggina. Está mais do que na hora de os movimentos pela democracia e pelo Estado de Direito, de maneira ainda mais retumbante do que foi em 2013 e 2015, retomarem as ruas. Esse silêncio está "soando" como consentimento.

Carlos Edison Domingues -   28/03/2018 12:51:11

PUGGINA Completei 81 anos, com 54 de exercício da advocacia. Vivo, agora, o constrangimento de assistir a decepção da Nação frente ao comportamento comprometedor da maioria dos integrantes do STF. Louvo a posição da Ministra Carmem Lúcia; a coragem e a determinação na condução do julgamento deste habeas corpus. Carlos Edison Domingues. O.A.B. RS 3.626

Genaro Faria -   28/03/2018 12:21:50

Só uma perguntinha: Qual é a instituição do Estado que funciona normalmente no país?

Jose Guilherme Schosslandj -   27/03/2018 18:22:50

"Cidadãos desarmados significa submissão: A experiência cubana." "Longe de reduzir a violência, o desarmamento monopoliza a força e torna os cidadãos vulneráveis." Unarmed citizens means submission: the Cuban experience Far from reducing violence, disarmament monopolizes force and makes citizens vulnerable. panampost.com