Das empresas de comunicação se deve esperar mais do que um conjunto de manipulações e menos do que um pacote de ocultações. O consumidor da notícia, das matérias, tem direito de ser bem informado sobre assuntos de relevante interesse social.
O público sabe que muitos veículos preferiam ver Bolsonaro em qualquer lugar, menos no topo da preferência dos eleitores. Por isso, reservam espaços diários para atacá-lo e, por isso, tantos jornalistas, esquecendo-se dos demais candidatos, dedicam horas de expediente a comentários negativos, muxoxos, sorrisos, ironias e mistificações. Em contrapartida, silêncios coniventes cercam a vida e a obra de Fernando Haddad; ocultam seus livros e sua confessada adesão à Escola de Frankfurt, círculo de intelectuais que se dedicaram à tarefa de viabilizar o marxismo no Ocidente cristão mediante a dissolução dos fundamentos de sua cultura. Até seu alarmante Plano de Governo passa batido! Não faz jus a uma perguntinha sequer ao candidato a proposta de uma “Refundação Democrática do Brasil” mediante nova constituinte, notícia que evoca o processo venezuelano, inclusive pela ênfase à “soberania popular em grau máximo”. E note-se: Haddad, há pouco mais de uma semana, em entrevista a O Globo, atribuiu à oposição a crise da Venezuela. Disse (sic): “A Venezuela não vive um processo de normalidade, não vive. Por que há contestação sobre o ambiente democrático, não se reconhece resultado eleitoral, a oposição contesta quando um plebiscito é chamado, as eleições não são respeitadas. O clima alí é de conflagração. Inequívoco.” Pelo jeito, esse estrabismo ideológico do candidato faz sentido e não põe em dúvida o discernimento de um aspirante à cadeira presidencial. Afinal, é Bolsonaro quem constitui risco à democracia...
Voltemos, porém, ao Plano de Governo descartado das pautas dos grandes veículos como se afasta do caminho e da visão uma inconveniente barata seca. Nem uma palavra sobre a proposta de um Programa Transcidadania que anuncia a concessão de bolsas de estudo para travestis e transexuais em situação de vulnerabilidade (note-se que o motivo da concessão não é a vulnerabilidade, mas a condição transexual). Silêncio! Desinteressante, também, pelo jeito, a proposta de uma Nova Política sobre Drogas, mediante descriminalização e regulação do comércio.
A apreensão em relação à posição eleitoral de Bolsonaro leva muitos veículos a esquecerem dos riscos inerentes ao retorno petista à cena do crime. Obscurece a terrível herança deixada por um governo que atuou ininterruptamente entre 2003 e 2016. Não permite ver, no Plano de Governo de Haddad, a ressureição do famigerado PNDH-3, a ser “resgatado e atualizado”, nem a promessa de implementar as recomendações da Comissão Nacional da Verdade.
O PNDH-3 (2010), para lembrar, desfigurava a democracia representativa, o Poder Judiciário, o direito de propriedade, a religiosidade popular, a cultura nacional, a família e a liberdade de imprensa. Numa tacada, liberava o aborto, mudava para pior o Estatuto do Índio, valorizava a prostituição e se intrometia em temas que iam da transgenia à nanotecnologia. Já a Comissão da Verdade, aquela com sete membros escolhidos por Dilma, entre os quais não havia qualquer historiador, foi mais um dos muitos meios pelos quais o PT quis maquilar-se como defensor da democracia (desde que não se mencione Cuba, Venezuela, Coreia do Norte, Nicarágua, Muro de Berlim etc.).
Nada disso, porém, interessa a setores da imprensa. Pode até parecer que são apenas livros e ideias no papel. Contudo, as ideias não são do papel.
* Percival Puggina (73), membro da Academia Rio-Grandense de Letras, é arquiteto, empresário e escritor e titular do site www.puggina.org, colunista de dezenas de jornais e sites no país. Autor de Crônicas contra o Totalitarismo; Cuba, a Tragédia da Utopia; Pombas e Gaviões; A Tomada do Brasil, integrante do grupo Pensar+.
Marilene Costa Brandalise - 02/10/2018 22:55:37
Perfeita análise, como sempre! Muito obrigada por estar sempre iluminando nosso caminho com textos cruamente verdadeiros e precisos.Valdir Antoniazzi Junior - 02/10/2018 09:46:23
Obrigado pelos seus escritos, professor. É uma baita satisfação poder lê-lo! Sinceros abraços.Áureo Ramos de Souza - 02/10/2018 00:24:21
Gosto de ler o Percival e quanto mais leio aprendo e hoje vejo que ele escreveu justamente o que eu pensava: Manipulação feito por empresa de pesquisa, ele não citou mais eu sei que a Globo, a Folha de São Paulo e o Ibope são os que fazem os menos conhecedores a correr atrás de quem estar na frente das pesquisas, mero engano quando não se ler.oscar - 01/10/2018 11:45:40
Por que votar num candidato que em MAIS de 28 anos como deputado NADA fez pela população carioca? Por que votar em alguem que diz que a democracia é uma M... e ussufrui dela para ficar RICO? Por que votar em alguem que é contra as minorias : quilombolas, indios, e outros coletivos? Por que votar em alguem que acha que a mulher é um ser humano de segunda? Por que votar em alguem que tudo resolve na força, no tiro?oscar - 01/10/2018 11:40:55
Como é de praxe, e isto já vem de longe, o eleitor deve escolher entre o CANCER e o AIDS!FERNANDO A O PRIETO - 01/10/2018 09:50:23
Muito obrigado por tão claro e lúcido artigo! Hoje em dia os que dizem a verdade inteira, sem destacar dela apenas os aspectos que lhe são convenientes, são uma verdadeira "voz que clama no deserto", especialmente no Brasil (embora o mesmo aconteça no mundo desenvolvido, em escala um pouco menor). A esquerda, infelizmente, parece dominar tudo. Cultivemos em nós o amor e o respeito, a valorização e a preservação de nossas tradições de Civilização Ocidental, lastreada nas bases Greco/Romanas e Judaico/Cristã, e não nos deixemos "contaminar" mentalmente por esses centros de destruição tão presentes no mundo atual (teorias gramscianas, da escola de Frankfurt, e tantas outras,...). Acabo de ouvir no rádio que o "filósofo" americano Noam Chomski apoia Haddad; se isso for verdade, é uma boa indicação de que NÂO se deve votar nele... Entre os que tem chance real de ir para o segundo turno, é Bolsonaro; todos os outros (Marina, Ciro, Haddad) são "adoradores", ou pelo menos admiradores, do "deus" Lula, e Alckmin nunca se posicionou contra o PT com a mesma energia com que o fez contra o Bolsonaro, não levando em conta que o eleitorado anti-PT é, provavelmente, o maior do Brasil, ao menos no Centro-Sul.Perdeu assim, por erro de sua campanha, essa oportunidade... Embora Bolsonaro não seja o candidato ideal, acho que devemos votar nele já no primeiro turno... Que Deus proteja a nós, ao Brasil e ao mundo!Carlos - 01/10/2018 09:06:18
Sr percival. Sempre. Li e ouvi seus comentários , mas sempre fui. Eleitor de. Esquerda , que fazer. Com a pobreza , vamos matar os pobres. Ou. Os empresários. Vão. Distribuir riquezas. Abracocarlos olimpio alves - 30/09/2018 23:48:47
O que acho muito estranho também é a imprensa se calar diante uma das principais promessas, ou ameaça, do pt: o tal "controle social da mídia", que todos sabem tratar-se de censura geral e irrestrita.rivadavia rosa - 30/09/2018 21:39:14
Caro PERCIVAL PUGGINA, Sem reparo teu excelente artigo que mais uma desnuda a organização criminosa dos comunopetralhas conhecida como PT. Agrego: http://www.pt.org.br/wp-content/uploads/2015/04/TESES5CONGRESSOPTFINAL.pdf Repetitio est mater studiorum – a repetição é a mãe dos estudos [e do conhecimento] Observe que as ‘teses petistas’ “para tempos de guerra”, em nome da “democracia popular, direitos humanos ...” que no fundo só podem ser contra o povo que não se afina com a aberração ideológica comunista. NOTAS para tentar esclarecer o ‘reino da confusão semântica’: - o Sistema Comunista Mundial, assim denominado em 1984 por ANNIE KRIEGEL era [e é] composto por vários círculos concêntricos. No centro – na origem e desde a origem – reinam o Partido-Estado soviético e seu regime totalitário: o partido único, a ideologia obrigatória, o controle absoluto da mídia e do ensino, o monopólio dos meios de produção e de distribuição, o terror ou a sua ameaça permanente, o duplo fechamento do país tanto para os estrangeiros que desejassem entrar, quanto para os nacionais que aspiravam sair [ou fuga como ocorreu em Cuba, na Nicarágua e Venezuela]. - o socialismo, vulgarmente conhecido como comunismo não foi só um acidente histórico que interrompeu momentaneamente a lei geral de evolução da sociedade, mas também e principalmente representou uma tragédia humanitária provocada pela ação (des) humana sem precedentes na História da humanidade. - o socialismo-comunismo – é uma ideologia com vocação internacional e método totalitário. BENITO MUSSOLINI, fundador do fascismo, definia-o como nacional-socialismo num estado totalitário, termo também por ele cunhado. A mesma concepção foi adotada na Alemanha, no Partido Nacional-Socialista Alemão dos trabalhadores, o partido de Her Adolf Hitler, abreviado para partido dos nazistas ou nazi, ocultando o termo socialista; - comunista, genericamente sob esse nome coletivo se apresentam ou dissimulam os admiradores e devotos da cor e da ideologia vermelha: – marxistas, socialistas, leninistas, marxista-leninistas, stalinistas, trotskistas, castristas, prestistas, castrista, lulista, dilmista e, até entre os ‘istas’ – idealistas, imediatistas, oportunistas, devotos da aberrante teologia da libertação, ‘dogmáticos’ da cartilha anticapitalista, antiliberal, anticivilização judaico cristã, mas todos aproveitadores das gordas “arcas” públicas... Para esses gêneros e afins, a realidade é dialética; e dialética é discussão, é luta de ideias, é contestação do pensamento. Não de dialética lógica, mas real, a qual quando não é superada, é imposta pela violência, primeiro dialética; depois física [eliminação dos contrários]. No rincão latino americano estamos testemunhando, desgraçadamente, o experimento comunista-socialista, que sob que ‘ismo’ for prevalece o cinismo, a hipocrisia, a demagogia e o desrespeito a todos os valores e princípios da civilização judaico-cristã, como está ocorrendo em grau variado nos novíssimos satélites do Foro de São Paulo, conhecidos por bolivarianos, eufemismo para comunismo, processo esse interrompido na Argentina, Bolívia, Nicarágua e menor grau, mas ameaçador no Brasil, mas que pontua na Venezuela, já na fase da catástrofe [des] humanitária, provocada pela ação comunista, necessariamente [des] humana, sem precedentes, com o objetivo de dominação e servidão total do ser humano. Por último: “Não há diferença entre comunismo e socialismo, exceto na maneira de conseguir o mesmo objetivo final: o comunismo propõe escravizar o homem mediante a força, o socialismo pelo voto. É a mesma diferença que há entre assassinato e suicídio.” [“No hay diferencia entre comunismo y socialismo, excepto en la manera de conseguir el mismo objetivo final: el comunismo propone esclavizar al hombre mediante la fuerza, el socialismo mediante el voto. Es la misma diferencia que hay entre asesinato y suicidio.”] AYN RAND (1905-1982). Filósofa e novelista norte americana, defensora do Objetivismo. “Deve se combater o comunismo não em nome do liberalismo, da social-democracia ou qualquer outro regime, mas em nome da dignidade humana.” JEAN-FRANÇOIS REVELRoberto L dos Santos - 30/09/2018 16:47:41
Grato por sua luta e por nos abrir os olhos . Parabéns e não pare. Um vaga-lume em meio as trevas é um farol.Odilon Rocha - 30/09/2018 16:13:12
Caro Professor Com relação ao artigo,... vergonha, vergonha, vergonha, desse corpo midiático! Até a antiética ficaria com vergonha. Quero ver o que dirão, depois de liquidada a fatura. Incrível como um único homem, sincero, bem intencionado, por vezes grosseiramente franco, sim, pode meter medo, causar calafrios e suor frio em um vasto e abrangente esquema de rapinagem. De certa forma, se entregam. Um abraçoMauricio Moraes de Azevedo - 30/09/2018 15:12:12
Prezado Puggina, Logo eu (que não sou atleta da palavra) sendo o primeiro a comenttar teu artigo de 29/Set/2018.que poucas vezes envio meus elogios ao prezado. Continue assim Puggina,defendendo nossa Pátria e nossa Nação. Abcs mauricioANTONIO CARLOS DA FONSECA FALLAVENA - 30/09/2018 14:58:48
Estimado e prezado amigo Puggina Cansado, sim. Desistindo? Não. Acho que, mais uma vez, estamos errando estratégias e alvos. Pelo menos alguns deles. Contrariamente as ditaduras, democracia exige requisitos especiais. Só o direito do voto é pouco, muito pequeno e insignificante. Quando alguém não possui princípios básicos de ética, mora e amor próprio, o voto vira nada! Vença quem vencer, estaremos num buraco. É claro que o buraco vermelho é muito maior, profundo e escuro. Enfim, quando uma imprensa medíocre consegue manipular tanta gente, temos de concluir que o erro está com as pessoas manipuladas. Afinal de contas, atrás de um vigarista sempre terá um idiota. Forte abraço e saúde ao amigo. FallavenaNorberto Teixeira - 30/09/2018 14:54:24
Agradeço pela sua luta em deixar-nos inteirados da verdadeira politica abraçoJoão Eichbaum - 30/09/2018 09:18:02
Sou ateu, mas aplaudo esse texto lúcido e veraz , obra do melhor cronista gaúchoRivo - 30/09/2018 03:43:59
Muito bem dito. Quando se quer justificar a incompetência aliada à malícia e à corrupção põe-se a culpa no papel, na tinta, nos EUA e no tio Sam.Marco Mesquita - 30/09/2018 03:28:43
Ainda bem que existem blogs como o seu, onde a informação não é manipulada, e podemos beber dessa fonte.