A lamentável morte da menina Ágatha deu origem a inúmeras matérias às quais não pareceu importante mencionar:
• as infinitas culpas do crime organizado, principal causador de tais situações;
• as simétricas responsabilidades de sucessivos governos tolerantes com a formação desses estados paralelos, criados pela covardia de bandidos que usam como escudo humano bairros inteiros das nossas cidades;
• a cumplicidade de tantos, nos poderes de Estado, a fazer da tolerância com a criminalidade o gatilho ideológico que dispara sua utopia revolucionária;
• o falso humanismo que discursa do alto da torre de uma imaginária superioridade moral enquanto faz vítimas na vida real;
• o lamentável papel desempenhado continuada e historicamente, nos meios de comunicação, pelos que soluçam em textos histéricos a cada bandido morto;
• o criminoso mercado das drogas, das armas, dos veículos furtados, das cargas roubadas, que faz prosperar o crime, seus agentes e seus protetores.
A GloboNews, durante horas diárias de programação, conta bandidos afastados para sempre do serviço ativo, soma policiais mortos e abalados por problemas psicológicos, ouve familiares de vítimas. No fundo de tudo, a personagem errada das cenas é a autoridade policial, com o modo imperfeito ou impróprio de atuação. E o crime? Ora, o crime e a criminalidade devem ser parte da vida; e a polícia e a segurança pública, parte da morte.
É triste, muito, muito triste a perda de vidas inocentes! Estou inteiramente solidário com os familiares dos que comparecem às estatísticas dessa guerra. O que eu solenemente dispenso é o ataque frontal que alguns meios de comunicação estão promovendo à Polícia, instituição que sequer existiria se não houvesse a criminalidade e, especialmente, em nosso país, o crime organizado. Muito estranho o jornalismo zarolho, que ataca o efeito e não vê a causa. A Polícia não cometeria um único erro se não tivesse contra quem agir. Ou tantos contra quem agir, enxugando o gelo da permissividade processual penal.
O mundo do crime declarou guerra. É uma guerra assimétrica e multiforme. Ele dissemina o vício que debilita a sociedade e faz prosperar os criminosos. Não contente, mata. Mata na dependência, mata na guerra pelo ponto, mata para mostrar poder. Mata pelo valor de um telefone celular, pela cheirada de logo mais, porque o tremor não controla o dedo no gatilho. Mata 60 mil por ano. Organizado, dispõe de recursos incalculáveis e confronta a miséria do Erário.
De que modo entender matérias jornalísticas que, ou trabalham pelo avesso da verdade, ou são incapazes de arranhar a superfície dos fatos, como se, deliberadamente, pretendessem ocultá-los ao discernimento da opinião pública? Raspe a matéria, leitor. Faça uma “raspadinha” no conteúdo que lhe é apresentado e verá que diariamente, em todo país, milhares de homens e mulheres, a serviço da sociedade, saem de suas casas sem saber se vão voltar. Saem para enfrentar criminosos ante cuja conduta os adjetivos, as repreensões e as penas são tragados por certo jornalismo e por incerta justiça.
Tome, agora, o elevador social. Suba vários andares no edifício do banditismo. Desça lá no topo, nos grandes salões acortinados, com seus sofás de couro, periodicamente redecorados à sua custa. Verá que ali, outro tipo de crime engravatado, a toda hora encobre pegadas, limpa digitais, toma dinheiro seu para pagar advogados; faz acordos, achaca o governo, extorque a nação. Observe que as notícias a respeito são frias como ata de assembleia de cotistas de fundo de investimento. Não há nelas um único adjetivo. Não revelam nem suscitam qualquer emoção. Raspe, então, a notícia. Veja como querem, agora, impropriamente, valer-se de Ágatha para destruir o pacote anticrime de Moro e restaurar a abstenção anterior. Conjugue os fatos e perceba o quanto tudo serve para serem escondidos os verdadeiros culpados e tenha curso a inculpação dos inocentes.
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* Percival Puggina (74), membro da Academia Rio-Grandense de Letras, é arquiteto, empresário e escritor e titular do site www.puggina.org, colunista de dezenas de jornais e sites no país. Autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A Tomada do Brasil. Integrante do grupo Pensar+.
adilson - 25/09/2019 16:23:41
O que me deixa perplexo é como nos moldamos,com que facilidade,ao que não presta.Nos colocamos nas mão de criminosos que vendem a mãe e não entregam.Durante 34 anos,implementaram todas as politicas de segurança publica,aplicadas até aqui.Escolheram os comandantes e efetuaram as promoções das forças armadas e das policias,segundo seus critérios ideologicos.Foram assassinadas + de um milhão de pessoas.E eles escolhem algumas,gritam esperneiam,xingam a policia,querem soltar todo mundo.E ninguém para pra ver que,se eles não se importam com um milhão,porquê,Dio cristo,se importariam com uma só.Fora o fato de toda essa carnificina ser responsabilidade deles,inclusive a morte de policiais e as causadas por estes.É a policia agindo sob o socialismo ,matando e morrendo.E agora,nos afrontam,dizem que assim é assim será,dobram a aposta.Silvano rocha - 25/09/2019 09:58:31
Quem matou Amarildo ?Quem matou mariele ?Quem matou Agatha ? A imprensa e nitidamente contra ação policial ,mártires dão mais IBOPE .Martha Aulete - 25/09/2019 08:30:22
O PT sempre foi indiferente ao trabalho da justiça contra o crime. E nunca teve uma política robusta de segurança pública durante os 13 anos . Afrouxou. Além disso: O PT é antro de canalhas. O PT é um lixo. O PT é barango. O PT é cafona. O PT é Kitsch, vigarista, picareta e charlatão. O PT criou o “sertanejo universitário”. O PT tem um enorme mau gosto cultural, educacional e artístico.Antonio - 24/09/2019 21:41:55
Ótima reflexão. A mídia é desonesta e esconde os fatos. Triste ver ceifada a morte de uma criança, mas chega a ser nojento o discurso midiático do tema. Polícia é pró cidadão, defende a sociedadeLuiz R. Vilela - 24/09/2019 20:09:54
O Rio de Janeiro continua lindo, diz a música do Gilberto Gil. Será? Mas que beleza é essa que tem a maior taxa de criminalidade do Brasil? Será que alguém pode achar "lindo" o que acontece lá? Uma cidade cercada de favelas,uma população dada a se achar "esperta", uma criminalidade que não existe similar no Brasil e talvez no mundo, é bonito isso, diria o falecido comediante Lilico. Pelo poder de fogo dos traficantes, pelo número de drogas que são aprendidas, pelo enfrentamento que fazem a polícia, presume-se o tamanho do comércio de entorpecentes e a quantidade de consumidores dos produtos ilegais. Quando a "grita" é dessa magnitude, seja na imprensa ou nas manifestações públicas, logo vem a desconfiança, os consumidores estão sempre contra o aparato policial, porque, ao enfrentar os bandidos, retirar grandes quantidades de drogas do mercado, interfere na lei da oferta e da procura, tornando o produto bem mais caro, que muitas vezes torna impossível aos usuários a aquisição do "bagulho". Estariam então os acusadores da polícia preocupados de fato com os que morrem devido a estas operações,ou só reclamando de que a interferência aumenta o preço da mercadoria e produz a sua falta? Nestas circunstância pode-se pensar em tudo, até porque a gritaria é ensurdecedora. Se não houvesse drogas e principalmente bandidos armados nas favelas, não haveria tiroteios e a polícia na precisaria subir morro armada até os dentes e em veículos blindados. A ação é dos bandidos, a reação é da polícia, e é inimaginável que no tão propalado estado de direito democrático, os representantes do próprio estado não possam acessar certas áreas do território, por haver um poder local que os impeça. A guerra ao tráfico de drogas no Rio de Janeiro, já ultrapassa e muito a apenas o combate ao comercio de um produto ilegal, já atinge até o questionamento da forma de governo que temos e que queremos, porque se o estado é impedido de ocupar todo o seu território, pelo uso de armas, não resta alternativa, é a guerra total, e pelo fato de que a cada morte de inocentes, ou quem sabe seria melhor classificar estes, como não combatentes, porque também os culpados deveriam ser protegidos da morte e do epíteto, até que o STF, os confirme como tal, as balas que os matam, são ditas pela unanimidades dos envolvidos, saem dos canos das armas do policiais. As armas dos bandidos devem ser de brinquedo, só para assustar os medrosos policiais cariocas. Tem quase tudo nestes fatos, só falta a verdade.Felipe L R Daiello - 24/09/2019 19:26:41
ÒTIMO COMENTÁRIO. DESCULPAS PARA ELIMINAR O PACOTE DO MINISTRO MORO.Dalton Catunda Rocha - 24/09/2019 18:30:06
Solução para as favelas, nos morros cariocas? Erradicar os morros, com tecnologia que já existe e, há décadas. 1-Solução para demolir barracos de favelas: https://www.youtube.com/watch?v=MVNecEmaYEU 2-Solução para demolir morros com favelas: https://www.youtube.com/watch?v=cKwkr3Ed14g 3- Solução para remover o material dos morros: https://www.youtube.com/watch?v=Kb-45f4t4rE 4- Solução para as rochas dos morros das favelas: https://www.youtube.com/watch?v=97jO-n3kJgI Está bom. Não querem eliminar os morros, mesmo isto podendo sair mais barato, que a grana enviada para Cuba, Venezuela, etc. Querem que o Rio de Janeiro tenha mais um século cheio de favelas. Que assim seja.