• Percival Puggina
  • 21/06/2022
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Mais uma civilizada demonstração de rejeição social.

 

Percival Puggina

 

         Eis que outro evento jurídico programado para a encantadora cidade de Gramado/RS recebeu o testemunho da rejeição social à atual composição do STF brasileiro. Três patrocinadores retiraram apoio ao evento, embora a participação da ministra Cármen Lúcia vá ocorrer de modo virtual.

Aquela mídia que o ministro Alexandre de Moraes considera impecável, confiável e democrática, atribuindo-lhe o nome de “mídia tradicional” critica duramente o que denomina ação de “grupos de direita”, como se isso fosse pejorativo, e como se a ampla maioria do STF não fosse um grupo de esquerda, aprovado nos rigorosos filtros de Lula, Dilma e José Dirceu.

Esse ativismo afeta a democracia porque envolve explícita rejeição às posições conservadoras e liberais consagradas nas urnas de 2018 e inclui evidente perseguição a muitos de seus apoiadores. Graças a essa composição do STF, que se vê como poder moderador, mas é fake, o Brasil passou a ter presos políticos, exilados, censura, inquéritos do fim do mundo e tropelias processuais que afrontam a melhor ciência e escandalizam as melhores consciências jurídicas do país.

Reações como as ocorridas em Gramado e Bento Gonçalves nunca ocorreram antes porque nunca antes a sociedade se viu constrangida a ir às ruas pedir justiça ao topo do sistema judiciário nacional, sempre em vão, e nunca antes o senso comum de justiça inerente às consciências bem formadas foi tão afrontado e se fez tão ausente na suprema corte brasileira.

Um jornalismo que recria os fatos, que fecha os olhos e tapa os ouvidos ao que não quer ver nem ouvir, que silencia ante a injustiça e os abusos de poder jamais entenderá que pessoas de bem (expressão usada com desprezo por uma colunista de ZH) não queiram pôr dinheiro em eventos a que esses ministros compareçam. Contudo, trata-se de conduta civilizada, democrática, própria de indivíduos livres que têm olhos para ver e ouvidos para ouvir, fora do circuito laudatório e orquestrado da “mídia tradicional”.

Percival Puggina (77), membro da Academia Rio-Grandense de Letras, é arquiteto, empresário e escritor e titular do site www.puggina.org, colunista de dezenas de jornais e sites no país. Autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A Tomada do Brasil. Integrante do grupo Pensar+.

        

 


ALCIDES POLIDORO PERSIGO -   28/06/2022 08:59:54

Abrir os olhos, aguçar os ouvidos e agir com a devida sabedoria antes que seja tarde. Observar o que aconteceu e continua acontecendo na Bolívia, Cuba, Chile, Argentina, ... Não. basta, não quero isso para o nosso país.

Marilia Ferreira Dela Coleta -   23/06/2022 19:54:20

Serem considerados persona non grata no grandioso Rio Grande do Sul é o minimo que eles merecem, mas já é uma demonstração de repudio aos seus absurdos atos.

José Rui Sandim Benites -   23/06/2022 13:05:09

A mídia tradicional, quase que sinônimo de consórcio de imprensa, tem um objetivo: derrubar o Presidente que tenta implementar um governo conservador e liberal. Com um Suprema Corte em choque com o Presidente, a maioria de seus memnros. Não se dão conta que a elite politica que á governou o país. E deixou o mesmo com uma dívida de trilhões e pagamento de juros com a metade do orçamento. Com uma Selic(juros que o governo paga das dividas) das maiores do planeta. Com endividamento da população, grande massa de desempregados. Aparelhamento de instituições. E política no mínimo frouxa de segurança pública. Com uma previdência em que os salários não correspondem o valor do aumento do salário mínimo. Uma burocracia para obter qualquer tipo de providência do Estado no mínimo caótica. Uma educação cara mas deficiente. Com a ideologia de professores nas Universidades Federais. Com um grupo de servidores e entes políticos com salários astronômicos . E a base dos servidores públicos, a maioria com salários muito baixos. Fazendo que o Estado aumente as diferenças sociais. Um paradoxo já que o escopo é de diminuir as diferenças sociais. Uma saude que necessita de melhoramentos. E não querem dar uma trégua para que o Presidente eleito por 58 milhões de votos, possa no mínimo melhorar este tipo de situação, deixado por esta herança. O tempo dirá o tiro no pé feito pelo consórcio de imprensa.

CARLOS IVAN DOMINGUES ALVIM DO CARMO -   23/06/2022 00:37:16

Brilhante!

Eunice Dornelles -   22/06/2022 16:23:18

Falando na "velha imprensa" notei que os novos ministros do STF são citados sempre como "bolsonaristas". Por que, ao se referir a Fachin, não usam "ministro dilmista" ou "ministro lulista" para Lewandowski ou Toffoli? Jamais um presidente eleito legitimamente teve uma oposição tão unida e suja. É o stabilishnent corrupto e ganancioso que quer voltar a dominar tudo, apesar do asco de uma parcela cada vez maior da população que está cada vez mais informada.

Eduardo Braga -   22/06/2022 13:14:24

As pessoas estão vivenciando as atitudes de ministros do Supremo Tribunal Federal, e não concordando, começam a se manifestar e protestar contra estas atitudes.

Luiz R. Vilela -   22/06/2022 09:46:41

Certa vez, disseram que um Kaiser alemão tentou comprar um moinho, porém seu proprietário teria recusado a oferta. Do alto de sua arrogância e autoridade, o ilustre governante, disse ao tal proprietário, que estaria sendo benevolente ao tentar compra-lo, pois poderia simplesmente toma-lo. Teria então respondido o dono do moinho, que isto só seria possível se não houvesse magistrados em Berlim. O cidadão alemão era convicto, que em seu pais existia justiça de fato, até mesmo para o poderoso Kaiser. Quando o ex ministro e babalorixá petista Zé Dirceu disse em uma entrevista, que poder não se ganha, se conquista, alguém neste Brasil dos casos e ocasos raros, poderia responder a ele também, que isto só seria possível, se em Brasília não existissem magistrados? Seriam os magistrados de Brasília tão imparciais quantos os de Berlim? Pois é, da no que pensar quando o ativismo político do judiciário, fica tão explícito que até aflora a passionalidade de certos indivíduos. Parece até que os derrotados em eleições passadas, já sabem o que os espera e resolveram trilhar por outro caminho. O povo brasileiro, como o moleiro alemão, tem que acreditar nos magistrados da sua pátria e estes, por sua vez, tem que demonstrar que realmente merecem esta confiança.

ary de almeida coelho -   22/06/2022 06:55:31

Perfeito sr Pugina, sempre leio seus comentários, precisos e confiáveis!

Lauro Marcelo Ruoso -   21/06/2022 21:41:20

Texto primoroso sem a necessidade de adição nem retoques, ainda bem que podemos contar com pessoas capazes de compreender quando o sistema tenta derrubar quem os confronta e põe risco à seus atos autoritários e inconstitucionais.