• Percival Puggina
  • 19/07/2017
  • Compartilhe:

LULA E BANDIDOS À SOLTA, TUDO A VER

 

 Se você ainda não ouviu falar em desencarceramento, prepare seus olhos, ouvidos, nariz e garganta para o que vem por aí.

 Nada disso é recente, tudo está entre as causas da nossa insegurança e precisa de Lula em liberdade para que o processo se complete. Lula atrás das grades sinaliza o capítulo final de uma era na política brasileira, encerrando muitas carreiras, idéias e militâncias impulsionadas pela energia que dele emanava.

Desencarcerar? Soltar presos? Polícia prende, justiça solta? Agenda pelo desencarceramento? Que diabos é isso? Os promotores de Justiça do MP/RS, Diego Pessi e Leonardo Giardin de Souza, abriram a janela sobre o tema. Ambos são autores do livro “Bandidolatria e Democídio, ensaio sobre garantismo penal e criminalidade no Brasil”. Em recente artigo, chamam a atenção para a existência de uma tal “Rede Justiça Criminal, ente fantasmagórico que diz reunir oito ONGs preocupadas com o sistema criminal brasileiro (prisaonaoejustiça.org). Dentre as reivindicações da abnegada militância, destaca-se a inarredável proibição de prender, pois cadeias superlotadas geram “mais violência”, sendo necessário apostar em mecanismos que dificultem a prisão ou induzam a soltura de criminosos”. Tudo que você quer, não é mesmo, leitor?

Em novembro de 2013, essa rede criou uma Agenda pelo Desencarceramento. Seus autores consideram “chegada a hora de reverter a histórica violência do país contra as pessoas mais pobres e, com seriedade, fortalecer a construção de um caminho voltado ao horizonte de uma sociedade sem opressões e sem cárceres”. Para isso, pontuam as seguintes metas:

• suspensão de qualquer investimento em construção de novas unidades prisionais;
• restrição máxima das prisões cautelares, redução de penas e descriminalização de condutas, em especial aquelas relacionadas à política de drogas;
• ampliação das garantias da execução penal e abertura do cárcere para a sociedade;
• vedação absoluta da privatização do sistema prisional;– Combate à tortura, desmilitarização das polícias e da gestão pública.

Enquanto os brasileiros convivem com níveis de violência e insegurança superiores aos de regiões em guerra, influentes organizações assombram a sociedade com tais propostas. Por quê? Marxismo em grau máximo.

Para ideologias coletivistas, o indivíduo é um anacoluto, uma inconsistência na gramática marxista, onde somente o coletivo tem importância. O indivíduo é descartável por ser portador de interesses conflitantes com os do coletivo onde deveria estar inserido. Por isso, a Sibéria, os gulags, as clínicas psiquiátricas. Por isso, para a turma do desencarceramento, violência não é praticada por quem está nas ruas roubando, matando, estuprando, apavorando a sociedade; violenta é a sociedade que encarcera aqueles a quem, antes, “excluiu”. O criminoso seria produto geneticamente inevitável dessa sociedade que só será curada pelo mergulho no socialismo (é assim que eles chamam o comunismo). De modo simétrico, está tudo na Teologia da Libertação, absolvendo, o pecado individual em nome de um impessoal e coletivo pecado social que só se redime com os “oprimidos, conscientizados, lutando por sua libertação”.

Cansei de escrever e dizer que era exatamente isso que estava por trás da leniência da legislação, da falta de investimentos no sistema prisional, da inoperância do Fundo Penitenciário Nacional; que era exatamente isso que promovia a superlotação e a gritaria dos militantes de direitos humanos ante o desejado produto de sua estratégia: solta todo mundo que assim não dá.

Agora, tanto o método quanto a finalidade estão muito claros, com agenda redigida por seus articuladores, que, obviamente, permanecem à sombra de suas ONGs. Durante 13 anos de governo petista, essa estratégia foi determinante da crise que nos levou à condição de 11° país mais inseguro do mundo, com o maior número de homicídios e 19 das 50 cidades mais violentas do planeta. Por enquanto. O fim da era Lula é o fim desse macabro programa.


________________________________
* Percival Puggina (72), membro da Academia Rio-Grandense de Letras, é arquiteto, empresário e escritor e titular do site www.puggina.org, colunista de Zero Hora e de dezenas de jornais e sites no país. Autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A tomada do Brasil. integrante do grupo Pensar+.


 


DEYVID ANDRADE -   20/07/2017 19:49:49

No imaginário mundo esquerdista, toda a forma de pluralizar o indivíduo é bem vinda, pois assim e apenas assim, se consegue avançar nas tramas da luta de classes, colocando o indivíduo como uma espécie de ameaça a si próprio. Destruir a liberdade individual através do silêncio obscuro de uma tal liberdade coletiva (canalizada nas escolas, na cultura e na mídia) foi a grande vitória do PT ao longo de décadas. Subordinaram ao longo do tempo toda a forma de pensar politicamente fora do âmbito marxista e gramsciano, e isto pode considerar-se a conquista da Hegemonia comunista, eis o troféu, o "Partido".

Jonny Hawke -   20/07/2017 15:33:20

Se você olhar as leis que foram criadas desde 1998 pra cá todas favorecem os bandidos. Isso porque os políticos sabiam que se pegos podiam usar essas leis como escudo. Ninguém achou estranho que logo depois dos "dólares na cueca" surgiu a "Lei do Flagrante"?

RENATO LORENZONI PERIM -   19/07/2017 20:10:17

Professor Puggina, se me permite a máxima ousadia em sugerir alteração no título de mais um texto irretocável, eu diria "Lula e demais bandidos menos nocivos à solta, tudo a ver". Seus textos são bálsamos nessa imundície generalizada em que se transformou a mídia "nessepaíz".

Genaro Faria -   19/07/2017 17:37:52

Para os comunistas, o criminoso não é uma vítima da sociedade? Não é ele um "excluído" a ser protegido e favorecido pelo estado contra a sociedade que o exclui? Ora, se é assim, nada mais coerente do que prender a a sociedade e soltar os bandidos, como ocorre em todo regime comunista. Regime em que os criminosos são promovidos a dirigentes e a sociedade é escravizada. Para quem essa mentalidade, Lula é mesmo "o cara".

Dalton C. Rocha -   19/07/2017 17:27:48

Há quase cem anos atrás, o marxista Trotsky (1879 – 1940) escreveu isto: Para dominar uma sociedade, basta que a esquerda faça duas coisas: 1- Colocar os pobres, contra os ricos. 2- Colocar os bandidos, contra os pobres.