• Percival Puggina
  • 19/01/2020
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LIBERDADE DE EXPRESSÃO E HIPOCRISIA

 

 Tenho assistido eloquentes defesas da liberdade de expressão em meios de comunicação. E isso é muito bom. Mas seria melhor ainda se fossem menos seletivas. Citarei dois exemplos que acompanhei de perto.

1º) O filme “1964, o Brasil entre armas e livros”, assinado pelo Brasil Paralelo, teve estreia nacional no dia 31 de março de 2019 em dez salas da rede Cinemark. Estreou num dia e “desestreou” no outro, com a rede suspendendo as exibições diante dos protestos da esquerda, que não admite, sobre os fatos de 1964, qualquer contestação ou acréscimo à sua delirante narrativa, recheada de impossíveis heróis comunistas amantes da democracia e da liberdade.

Não li nesses meios de comunicação, ditos zelosos defensores da liberdade, dois parágrafos críticos à abrupta decisão da rede Cinemark. As condenações dirigiam-se ao filme. Seus acusadores fazem questão de manter no desconhecimento inclusive os abundantes testemunhos de historiadores de esquerda e de protagonistas da luta armada, que recusam a farsa contestada no filme. “1964, o Brasil entre armas e livros”, que inclui testemunho meu, tem aquela honestidade intelectual carente em seus críticos. Há nele depoimentos que chamam golpe de golpe, ditadura de ditadura e tortura de tortura. Mas chamam terrorismo de terrorismo, comunismo de comunismo, e documentam a influência da Guerra Fria nos acontecimentos da América Latina naquele período. Fora da rede comercial, o filme alcançou em poucos dias 5 milhões de visualizações no YouTube!

2º) A série “Brasil: a última Cruzada” é outra excelente realização do Brasil Paralelo. Trata-se de um relato focando seis períodos marcantes de nossa história, sobre os quais colhe opiniões de intelectuais e historiadores. É, também, uma narrativa divergente da que recheia os conteúdos ministrados à nação em salas de aula e em tantos livros didáticos.

Sem ocultar problemas (qual país não os tem?), “Brasil: a última Cruzada” acende luzes sobre méritos extraordinários, fatos notáveis, personagens fascinantes, suscitando reações emocionadas em milhões de brasileiros que, nesse novo conhecimento, mantido oculto pelos lixeiros da história, encontram consistentes motivos para amar o Brasil e respeitar sua dignidade nacional. “Ninguém ama o que não conhece”, ouvi certa vez para nunca mais esquecer. Há uma história do Brasil mantida no desconhecimento. E há um Brasil mal amado por causa disso.

Pois bem, quando a TV Escola firmou contrato para exibir gratuitamente a série do Brasil Paralelo, qual a reação dos pretensos defensores da liberdade de expressão? Críticas severas à falta de contraditório, como se o filme não fosse o próprio contraditório às manipuladas “narrativas” dominantes e à sandice representada por uma anacrônica leitura marxista da realidade nacional ao longo dos séculos... No Brasil pode e pega bem.

Hipocrisia é, sim, uma palavra perfeitamente aplicável ao que estamos vendo no Brasil que descobre onde não encontrará, jamais, a verdade que liberta.

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* Percival Puggina (75), membro da Academia Rio-Grandense de Letras, é arquiteto, empresário e escritor e titular do site www.puggina.org, colunista de dezenas de jornais e sites no país. Autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A Tomada do Brasil. Integrante do grupo Pensar+.

 


José Nei de Lima -   22/01/2020 05:03:31

O País da Hipocrisia. Brasil é verdadeiro País de grandes Hipócritas, estes que falam de 1964, foi a grande barbárie da nação, foi um grande divisor de águas no lado positivo para que O País da Hipocrisia chegasse mos hoje falando em Democracia. Se medo nenhum e principalmente com os meios de comunicação, se chama uma verdadeira Liberdade de Expressão, uma ótima matéria meu grande amigo que Deus vos abençoe amém.

Dalton Catunda Rocha -   20/01/2020 18:47:16

O verdadeiro problema do Brasil não é Bolsonaro. Como também não era Temer, não era Dilma, não era Lula, nem FHC, nem Collor, nem Sarney. O verdadeiro problema do Brasil é, o patrimonialismo. A eterna mania nossa de confundir patrimônio público, com patrimônio privado. Afora isto, estamos sempre apostando em fracassos e vergonhas. Em 1888, nós fomos o último país das Américas a acabar com a escravidão e seguimos hoje, tendo coisas abjetas, tais como o monopólio estatal do petróleo e o BNDES. O petróleo é dos árabes. E a Petrobras é da CUT. Dei-me um país, que tenha monopólio estatal do petróleo e, eu lhe darei um país pobre e uma cleptocracia. Tudo o que a Petrobrás deu ao povo brasileiro, desde que foi criada em 1953, é uma sentença de viver num país pobre. Qual deveria ser o hino do PT? Aquela música que diz: “Onde está o dinheiro? O gato comeu, o gato comeu. E ninguém viu. O gato fugiu, o gato fugiu. O seu paradeiro está no estrangeiro.” Quem quiser, que veja a música completa neste site: https://www.youtube.com/watch?v=92rr8EcDc90 "Porém o suprassumo da cretinice é contestar a fidelidade de Lula ao comunismo mediante a alegação de que é um larápio, um corrupto. Qual grande líder comunista não o foi? Qual não viver como um nababo enquanto seu povo comia ratos? Qual partido comunista subiu ao poder sem propinas, sem desvio de dinheiro público, sem negócios escusos, sem roubo e chantagem?" > http://www.dcomercio.com.br/categoria/opiniao/el_mayor Há quase 100 anos atrás, o escritor português Fernando Pessoa (1888 – 1935) escreveu: "O comunismo não é um sistema: é um dogmatismo sem sistema — o dogmatismo informe da brutalidade e da dissolução. Se o que há de lixo moral e mental em todos os cérebros pudesse ser varrido e reunido, e com ele se formar uma figura gigantesca, tal seria a figura do comunismo, inimigo supremo da liberdade e da humanidade, como o é tudo quanto dorme nos baixos instintos que se escondem em cada um de nós." > http://conservadores.com.br/o-anticomunismo-de-fernando-pessoa/

Mila -   20/01/2020 14:49:01

Parece que o que ocorre aqui—de ruim!—se repete aí. Há centenas de vídeos no YouTube exemplificando o fascism da esquerda daqui! Qualquer opinião que não se ajuste aos parâmetros da Esquerda é taxado de “hate speech.” CampusReform.com, entre outros, tem feito um excellente exposé da situação. YouTube constantemente remove videos que considera “ofensivos”; o mesmo com FaceBook e Twitter. A meu ver, o problema é que os pais abdicaram sua responsabilidade para o Estado. As crianças passam a maior parte do dia—ao menos, aqui—na escola. Vão para a biblioteca depois da aula, porque a mãe não mais se encontra em casa. As bibliotecas aqui são um repositório da ultra-Esquerda. E quando chegam em casa, é cell phone ou televisão. Como diria Bernard Marx: Sixty two thousand four hundred repetitions make one truth. (E eu que jamais imaginei que a vida imigaria a arte!!!) Outro problema que eu vejo, que é imenso, é a feminização dos homens. Christina Hoff Sommers escreveu um livro fantástico: “The War Against Boys.” Como o Ministry of Truth de “Nineteen Eighty Four,” verdade é distorcida pela midia, Fake News (como Trump os chama), que é maioria esmagadora de Esquerda.

César Gavillon -   20/01/2020 12:34:08

Bom dia Percival Há um parágrafo sem o início. Grato, abraço

Luiz R. Vilela -   20/01/2020 11:43:28

Na Região Autônoma da Madeira, ou Ilha da Madeira, que pertence a Portugal, desde o 25 de abril de 1974, que é a data da redemocratização portuguesa, tem tido governos democraticamente eleitos pela população. La despontou como liderança, um cidadão chamado Alberto João Jardim, que foi eleito e reeleito por 30 anos como governador local, sempre com índices acima de 70% dos votos dos eleitores. Pois bem, este senhor pertence ao PSD, partido de direita português. Ele foi durante todo esse tempo, hostilizado pela esquerda, que sempre pregou a sua destituição a força e que nunca reconheceu a vontade popular. Certa feita, estava ele em debate na assembleia regional, como sempre fazia mensalmente, quando um deputado comunista, propôs que renunciasse e que não mais se candidatasse, entregando o cargo a uma outra pessoa. Sabia ele que nunca perderia uma eleição local e os que queriam tira-lo do cargo, nunca fizeram mais do que 10% dos votos. Ele foi a tribuna, e sugeriu que a exemplo do nazismo e fascismo, todos os outros partidos de cunho totalitários, também deveriam ser proscritos. Os comunistas, subiram nas tamancas, pois sabiam que o recado era para eles. Foi então que Alberto João Jardim perguntou aos esquerdista, "a carapuça serviu"? Então passem a usa-la. Acho que é isto mesmo, nós estamos perdendo tempo e "gastando" o nosso senso democrático, com quem despreza a democracia. Se esse esquerdismo anacrônico um dia se sentir forte para tomar o poder, o farão a força, sem qualquer constrangimento, pois a natureza deles é essa mesmo, totalitarismo sem contestação e com a oposição no cemitério. Então acho que chegou a hora, de começarmos a ignorar essas pechas que jogam sobre nós, mas que não é da nossa prática, mas sim do desejo deles. A democracia não pode conviver com quem quer destrui-la. E como bem disse o governador da madeira, todo totalitarismo, deve ser proscrito.