• Percival Puggina
  • 12/09/2019
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L.F. VERÍSSIMO E MARIO SERGIO CONTI RUFAM TAMBORES DE GUERRA

 

 Em plena Semana da Pátria (05/09) os brasileiros foram agraciados com um artigo de Luiz Fernando Veríssimo cujo destaque vem do instigante título “É Guerra”. Ao lê-lo – a imaginação nos proporciona tais deleites – visualizei o cacique Veríssimo, vestindo tanga de penas, rosto tisnado em vermelho e preto, de jenipapo com fuligem e urucum, preparado para o combate. Aparentemente ao menos, na opinião do belicoso cronista, o Brasil tomado pela bandidagem no longo reinado petista era um paraíso de amor e paz que está sendo arrasado pelos “morteiros verbais” de Jair Bolsonaro.

Bom humorista, que fica engraçadíssimo quando escreve sério, Veríssimo não deixa dúvidas sobre suas intenções, nem sobre a necessidade de arregimentar tribos. É aos estudantes, então, que soa seu tambor. É aos eternos manipulados do partidão. Há tanto tempo transformaram a UNE em embaixada do comunismo mundial que Fidel Castro – pasmem – é seu patrono. Por que a eles? Porque para a dança de bate-pés do cronista gaúcho, os brilhantes estudantes brasileiros irão emburrecer com os cortes de verbas introduzidos pelo governo federal por demanda da tragédia econômica que a irresponsabilidade fiscal e a corrupção causaram ao país.

E vai em frente conclamando à luta: “Temos de esquecer nossas diferenças e nos concentrarmos nessa verdade nua e crua: que isso não é um país, isso é uma zona de guerra. E eles atiraram primeiro.” Na sequência, afirma, na contramão de todas as evidências, que o sistema educacional é o primeiro sacrificado “com ataque frontal à inteligência” onde quer que “o mercado derrote o bom senso” (deve vir daí o atraso de todos os países capitalistas e a prosperidade dos comunistas). Quanta superficialidade é necessária para produzir tal manipulação? E como é bela a liberdade que nos permite conhecer os lados mais escuros do pensamento alheio, sempre impedido de manifestação nos regimes que tanto agradam a L.F. Veríssimo!

Por falar em recantos escuros, sob o título “Sol negro no céu da Pátria”, Mário Sérgio Conti publicou (na Folha, claro), um artigo no próprio 7 de setembro, em que o grito de guerra de Veríssimo ganha contornos tétricos. Definitivamente, Mario Sérgio não consegue ser engraçado. Aliás, não consegue sequer articular um sorriso que se tome como legítimo. O artigo começa citando Benjamin Kunkel, um novelista norte-americano que migrou da literatura para a economia marxista. No trecho escolhido a dedo pelo colunista da Folha, Kunkel, com candura tipicamente leninista, lastima não haver, a facada desferida em Bolsonaro, concluído sua tarefa assassina. Afinal, a escolha seria entre o pulmão de Bolsonaro e o pulmão do planeta. 

Tudo errado, impreciso e superficial, mas o intuito belicoso, tétrico, é escandalosamente explícito.

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* Percival Puggina (74), membro da Academia Rio-Grandense de Letras, é arquiteto, empresário e escritor e titular do site www.puggina.org, colunista de dezenas de jornais e sites no país. Autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A Tomada do Brasil. Integrante do grupo Pensar+.


 


Donizetti Oliveira -   13/09/2019 18:10:12

Nunca o adágio popular "os canalhas também envelhecem" foi tão atual. Canalhice e vigarice são deficiências de caráter.

Júlio César Gomes da Silva -   13/09/2019 02:16:23

Excelente professor Puggina. "A guerra só nos causa dor, porém se a Pátria amada for um dia ultrajada, lutaremos com ardor (Hino do Exército Brasileiro)". Se acontecer, tomara que não, pelo menos não venham com um mimi de vítimas. O "bom cabrito, não berra".

Vicente -   12/09/2019 21:53:31

Mais um excelente texto a confirmar que a alfabetização sozinha não modifica ninguém. Conti e Veríssimo são alfabetizados e, ainda assim, produzem imoralidades quando se agarram a um partido comandado por criminosos. Pena. Poderiam ser mais bem aproveitados. Não têm mais conserto. Passou da hora.

Luiz R. Vilela -   12/09/2019 20:26:00

La para o ano de 2005, quando estourou o mensalão, por casualidade li uma crônica do L.F. Veríssimo, onde ele lamentava os acontecimentos e perguntava, o que poderiam dizer o lula e o PT, ao militante, aquele carregador de bandeira vermelha, que tinha acreditado na lorota petista, da honestidade de propósitos e governança séria, que estava aturdido com as notícias. Veríssimo ainda escreveu mais alguma coisa sobre o tema, e depois calou. Esquecido pelo tempo o episódio do mensalão, e a barra aliviada pelos ministros plantados pelo lula no supremo, a vida seguiu e o Veríssimo também. Voltou ao velho esquerdismo de sempre, e a visão obscurecida pela devoção aos velhos teóricos do comunismo, a começar por Marx, e terminando em Zé Dirceu. Lula é adorado por outros motivos, pois não tem nem a "catinga" de esquerdista. Agora, o dito cujo, passa a insuflar os "otários de sempre", a classe estudantil, categoria mais visível que se insere no dito, "Maria vai com as outras", é que a grande maioria, sequer tem noção do reivindicam, apenas participam, para ficar bem na foto e não serem descriminados pelos verdadeiros interessados no assunto. L.F. Veríssimo, deve conhecer o provérbio, que diz: " O diabo é sábio, não porque é diabo, mas porque é velho". O Que se pode pensar de um indivíduo que também é velho, e julga-se que seja sábio, mas que apoia a instalação no Brasil, de um regime, que só consegue se impor e sobreviver pela força e com estrema violência, que nos países onde alcançou o poder só produziu miséria e genocídio, e que seus idealizadores, se eternizaram no poder. Não é possível que este senhor queira que vivamos como os norte coreanos, pois seus pendores, nos dão a indicação que é isto mesmo. Hoje reclamam do Bolsonaro, que até agora, não se desviou um milímetro da constituição, fazem o que podem para inviabilizar seu governo, que diga-se de passagem, também não é lá essas coisas, mas pelo menos não se tem mais as denúncias diárias de corrupção e roubalheira. Todos aqueles que desejam o naufrágio do "navio" do Bolsonaro, devem lembrar-se que também estão a bordo, e como no Titanic, não tem escaleres e salva vidas para todos, poucos serão aqueles que poderão ir morar em Paris. Portanto juízo,e não queiram declarar guerra ao governo, pode haver reação, porque quem não reage, rasteja, e isso os brasileiros, não farão.

Menelau Santos -   12/09/2019 19:54:11

Caro Professor Puggina, um texto maravilhoso e refrescante. LFV já foi agraciado com um artigo do Professor Olavo: "Falssíssimo Veríssimo". Recomendo.

Luiz Eduardo Paes Leme -   12/09/2019 18:11:01

Pergunto onde fica o pulmão do planeta? Sera que Conti quer sugerir que seja a Amazônia?. Se for como penso ele está totalmente errado, o que não é de se espantar. A Amazônia consome consigo mesmo quase todo oxigênio que produz. O grande pulmão da terra são as algas e plânctons produzidos pelos oceanos. Mas isso pouco importa não é Mestre? o que vale mesmo é pagar mico.

José Henrique Frantz -   12/09/2019 17:53:09

Caro Puggina! Novamente me deparo com um brilhante texto seu, versando sobre a nossa triste realidade. Sempre admirei a inteligência do LFV, mesmo sendo ele um canhoto. Mas "declarar" guerra ao nosso presidente só porque é bonitinho marretear a direita, na minha opinião passou dos limites do bom senso. Bem ao estilo truculento de comunistas engajados.

Dalton Catunda Rocha -   12/09/2019 17:35:54

Escola pública nunca prestou, nem prestará, no Brasil. Se algum governador ou prefeito deste país quiser mesmo, melhorar a educação, no seu estado ou município; então que faça isto: 1- Privatize todas as escolas públicas. 2- Dê o direito aos pais de escolherem em qual escola particular, eles querem matricular seus filhos, por meio de bolsas de estudo. O resto é só demagogia eleitoreira. Você acha que as escolas públicas funcionam gratuitamente? Enquanto nas escolas particulares, cerca de 70% dos funcionários são professores, nas escolas públicas esta percentagem não passa nem de 40%. O resto é burocracia; corrupta, incompetente e lenta. Sai mais barato e melhor, se usar dinheiro público, para pagar uma mensalidade numa escola particular, que jogar dinheiro fora em escolas ditas “públicas”, mas de fato da CUT, da corrupção e da incompetência. Não concordas? Lembra do tempo (governo Sarney) em que telefonia era monopólio estatal no Brasil? Então,menos de 30% dos brasileiros tinham telefone fixo e um telefone fixo custava o preço de um carro usado, em bom estado. Hoje, 100% da telefonia do Brasil é particular. Graças a este fato, uma linha ou um chip de telefone celular custa o preço de uma boa pizza grande e, até um gari pode ter um telefone celular no bolso. Somente a privatização plena de todo o ensino básico e médio, junto com a privatização da esmagadora maioria do ensino superior, poderá nos dar a esperança de um futuro melhor, para o Brasil. Em resumo. Com escolas sob o controle de marxistas, estaremos fadados a vivermos num país pobre, falido, corrupto e endividado. *************** Tornar um país pobre, num país rico é raridade, mas a Coreia do Sul conseguiu tal feito, graças aos governos de dois generais de 1961 a 1988. Peço a você, que veja a palestra que começa aos seis minutos e vários segundos do site https://www.youtube.com/watch?v=axuxt2Dwe0A

felipe luiz ribeiro daiello -   12/09/2019 16:25:28

Excelente análise e comentário. Os tambores devem ser calados.