• Hilda Molina
  • 07/01/2009
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LAN?NDO MEU BLOG APESAR DE MEUS VERDUGOS - hildamolina.blogspot.com

Quando em 1994 me desvinculei, por vontade pr?a, do sistema pol?co imposto em meu pa? estava convencida de que teria que percorrer um longo e doloroso calv?o. Hoje, quase 15 anos depois, posso afirmar que a realidade superou, com juros, todas as avalia?s daquele momento, porque os que nos decidimos a enfrentar pacificamente a este governo, nos expusemos, n?s?sua nefasta repress? como tamb??agress?do conjunto de verdugos nacionais e forasteiros que o auxiliam. Pois se trata de um governo onipotente, que durante meio s?lo tem exigido, irracionalmente, que os habitantes desta ilha, sem exce?, pensemos, sintamos, falemos e atuemos segundo os seus des?ios. Trata-se de um governo que reprime, desqualifica e calunia, mediante os mais dissimulados m?dos; por isso nos rebelamos, ante esses des?ios. ?que o ? e a intoler?ia, meticulosamente semeados durante 50 anos, influenciaram perniciosamente os integrantes desta sociedade enferma. Este governo – e seus c?ices de outras regi?do planeta – n?aceitam nem respeitam as diferen? em Cuba. Tratam a popula? do pa? n?como membros leg?mos da humanidade pensante, mas como um rebanho de escravos alienados, incapazes de pensar, sentir, falar livremente e de decidir seus pr?os destinos. Porque o comunismo cubano com seus tent?los – ao comprometer, alugar e comprar consci?ias – conseguiu internacionalizar seu ? e sua intoler?ia. Durante estes quase 15 – dif?is, mas cada vez mais esclarecedores – anos, sempre totalmente indefesa, tenho sido v?ma, ininterruptamente, de pelo menos tr?tipos diferentes de verdugos: 1) O governo cubano, principal e implac?l verdugo, que aplica seus instrumentos sutis e expl?tos de viol?ia psicol?a e f?ca, contra os que, como eu, temos dito basta! ?oloniza? de nossas mentes e nossas almas, conscientes de que “n?h?ervid?mais vergonhosa do que a volunt?a”. 2) Os id?ras do regime, que fazendo uso das bondades da democracia em seus respectivos pa?s, vociferam contra o capitalismo, ao mesmo tempo em que vivem como capitalistas. Os que rasgam as suas vestes, quando aqui em nossa pr?a P?ia, fazemos uso do direito ?iberdade de express?que nos assiste, e criticamos o indiscutivelmente critic?l. Os que pregam teoricamente sobre direitos humanos e paz, e em un?ono reverenciam um governo de partido ?o, apegado ao poder, implantado definitivamente em Cuba; e que envolveu seu povo em um n?o indefinido de guerras no exterior. Estes fariseus contempor?os consideram como seus inimigos pessoais a todos os que o regime classifica como inimigos, e se convertem em nossos verdugos, fazendo-nos alvo de ataques infundados, cru? e sem fundamento, sem importar-lhes o dano que causam. 3) Alguns cubanos, felizmente a minoria, que jamais criticaram o governo, na primeira oportunidade fugiram para a democracia, utilizando as portas abertas em numerosas na?s, gra? ?lutas sustentadas durante meio s?lo por compatriotas abnegados e de valor. Esses cubanos de moral dupla, beneficiados pela liberdade que n?conquistaram com seu pr?o esfor? e outros que ainda permanecem em Cuba, se erigem em ju?s e verdugos. Quais porta-vozes servis do comunismo caribenho atacam e caluniam aos que, mais cedo ou mais tarde, nos atrevemos a levantar a voz aqui em Cuba, em defesa, n?s? nossos direitos, como tamb?dos direitos de todos, inclusive dos direitos de nossos verdugos e agressores, e dos daqueles que optam por um sil?io humilhante e c?ice ante tanta ignom?a. Sinto muita pena dessas pessoas dominadas por um ? irracional, e que, contra toda a l?a, beijam as garras que os ferem e condenam o pensamento e a palavra daqueles que os defendem. Tenho recebido tamb?cr?cas de alguns cubanos respeit?is, que com louv?l clareza, vislumbraram muito cedo o perigo que amea?a a nossa ilha, permaneceram presos por muitos anos por sua luta em prol da liberdade. Agora, estabelecidos no ex?o, mostram incompreens?em rela? aos que, como eu, tardamos em avaliar, em sua justa medida, a verdadeira natureza do regime. Opino humildemente que, com uma atitude de maior toler?ia crist?estes compatriotas poderiam ajudar mais eficazmente a imprescind?l uni?de todos os que anelamos uma P?ia nova, sem os v?os e injusti? do passado, e sem o horror do presente. ?uma triste e desalentadora realidade, ante a qual cabe perguntar: Que podem esperar os que agora decidam dar um passo similar ao que eu dei dentro de Cuba? Que ?ue a pr?a na? pode esperar, se n?cubanos, nos agredimos uns aos outros? Que pode esperar o pa? se os cubanos – manipulados, alienados e intoxicados pelo ressentimento, mentiras, ?, intrigas, e incapazes de definir a ?a causa de sua longa via crucis – desperdi? suas energias, tentando destruir aos que – indefesos, amea?os, e como no meu caso, sem aspira?s pessoais – dedicamos nossos humil?imos esfor? para a cessa? deste supl?o que devastou a P?ia? Ser?ue n?compreendem que Cuba necessita urgentemente de atitudes crist?que somem e unam, e n?de condutas intolerantes que diminuam e dividam? Ser?ue n?compreendem que o nobre e sofrido povo cubano necessita e deseja ouvir palavras de perd? de paz, de sossego, de esperan?; e n?um discurso beligerante, agressivo, intrigante, ofensivo e insultante, como o que prevaleceu nesta ilha durante meio s?lo? Certamente ?ma triste e desalentadora realidade. Impedida pelo regime comunista de ver o filho e os dois netos N?obstante, com os meus mais de 65 anos, enferma e sozinha em Cuba, continuarei minha modesta miss?em favor do que considero melhor para meu pa? sob a implac?l vigil?ia de meus verdugos, e apesar de meus verdugos. Trato assim de ir saldando minha d?da com minha consci?ia, com minha inocente e torturada fam?a, e com a terra em que nasci. Alegra-me contar com este espa? que me permite interconectar-me com o mundo, e que dedico a minha adorada fam?a: filho, nora, netos e m? Aqui apresentarei regularmente meus testemunhos, coment?os, opini?e variados artigos. Em rela? a esses textos, desejo esclarecer o seguinte: – Consciente dos riscos que assumo, fa?uso, aqui em minha P?ia, como o tenho feito desde 1994, da liberdade de consci?ia e de express?que Deus me concedeu ao criar-me livre. Dos meus pais aprendi a defender minhas id?s, a respeitar as id?s alheias. Aprendi que o exerc?o da cr?ca ?ais digno e valente quando se realiza de frente. – Os textos que aqui apresentarei, procedem de duas fontes ver?cas e reais. Primeira fonte: as quase sempre complexas e muitas vezes traum?cas experi?ias vividas, desde a idade de 15 anos, dentro desta sociedade ?ual dediquei o melhor de minha juventude, nas nobres profiss?do Magist?o e da Medicina. Segunda fonte: as experi?ias pessoais destes dif?is e instrutivos quinze ?mos anos de cativeiro sem grades, de agress? de esc?ios e de dispers?familiar. Com a ajuda de Deus, essas publica?s peri?as s?rminar?quando concluir minha vida. Tenho a esperan?de que constituir?mensagens de alerta sobre a terr?l realidade do sistema ideol?o, pol?co, social e econ?o no qual transcorreu a maior parte de minha vida. * Neurocirurgi?m Cuba, de fama internacional. H?nos luta para obter autoriza? para ir ?rgentina, para visitar seu filho e conhecer os seus dois netos. Est?roibida de trabalhar e de sair da Ilha. Enviou em meados de dezembro de 2008 uma carta para a embaixada argentina em Havana, na qual pede que a presidente Cristina Fern?ez de Kirchner, em sua visita a Havana em 12 de janeiro pr?o, interceda a favor dela junto ao governo castrista. Disse Hilda: Eu o pe?como quest?humanit?a. Minha condi? de m?e av?completamente diferente de minha condi? de dissidente. Tradu?: Andr?. Falleiro Garcia