"Pro grego, o pai de família, esse que cuida de tudo, da economia, ele chama despotes. Ele é o déspota. É por isso que quando os gregos inventam a política, a primeira coisa que eles fazem é seguir o espaço privado da família despótica. O pai de família e a mãe é a mesma coisa. Isso que nós entendemos que é o pai, a mãe e os filhos, e que tem que acrescentar avô e avó, tio e tia, primo e prima, isso é uma invenção do capitalismo, no final do século XVIII, durante o século XIX. Então tem data esse tipo de família, chamada família conjugal. Como a família restrita tem quase menos de dois séculos, um século e pouco. É recentíssimo. É por isso que é um assunto divertido os caras fazem barulho defendendo a família como uma instituição natural, eterna. Sabe, são umas bestas". ( Esse trecho da palestra da socióloga Marilena Chauí a estudantes do Colégio Oswald de Andrade, em SP, pode ser assistido aqui).
É tão descosturada a fala da socióloga petista que fica difícil entender várias coisas: 1ª) como uma escola convida uma pessoa tão leviana e enredada em conceitos para fazer palestras a adolescentes; 2ª) como a academia brasileira chegou a nível tão ínfimo na capacidade de expressão; 3ª) que diabo, mesmo, foi isso que ela disse?
No entanto, assim como não sei exatamente o que ela disse nesse português inepto, eu sei onde ela quer chegar. Chauí repetiu, muito mal, um discurso marxista concebido para abalar os fundamentos da instituição familiar, condição indispensável para construir a prevalência do Estado sobre tudo e todos. Os países comunistas debilitam a família a ponto de estimular os filhos a denunciarem os pais por conduta antirrevolucionária. (Na Coreia do Norte ainda hoje é assim, conforme descrito por Shin Dong-hyuk no impressionante best-seller mundial "Fuga do Campo 14").
No meu livro "Cuba, a tragédia da utopia" há bons relatos, também, sobre os esforços publicitários da revolução cubana no sentido de superar essa restrição das famílias ao comunismo. Como muitas estavam cientes e informadas sobre o que acontecia a esse respeito na URSS, o governo se obrigou a uma insistente campanha para afirmar que não faria exatamente aquilo que estava fazendo ao separar os filhos dos pais em "projetos educacionais".
Assim, quando se considera a relação umbilical entre o PT e sua socióloga, quando se tem presente o verdadeiro baião de dois que ela e o partido dançam na mesma cadência ideológica, percebe-se a coerência entre o discurso da uspiana e a prática dos companheiros alçados a posições de influência na nomenclatura do Estado. Afinal, em que momento se pôde observar sinal de valorização da instituição familiar nas práticas pedagógicas dos sucessivos governos petistas? Onde a família conjugal mereceu zelo e teve respeito a responsabilidade dos pais na formação moral dos filhos?
Na cabeça dos que se habituaram a manejar as peças no tabuleiro da educação brasileira, os pais de família são déspotas. Quem, como eu, defende a instituição familiar é uma besta. E quem protege os filhos do suposto despotismo paterno é um libertador. Em tal delírio, caberia ao Estado a generosa e democrática tarefa de prover liberdade e justiça. Quando os aparelhos instalados no sistema de ensino perderam parte de seu poder de mando, os agentes da revolução surtaram de vez. Só alguém muito besta dirá que não precisa acautelar-se em relação a essas ideias, indivíduos e organizações.
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* Percival Puggina (71), membro da Academia Rio-Grandense de Letras, é arquiteto, empresário e escritor e titular do site www.puggina.org, colunista de Zero Hora e de dezenas de jornais e sites no país. Autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A tomada do Brasil. integrante do grupo Pensar+.
Mário - 12/10/2016 06:06:11
Como uma colégio pode dar oportunidade a uma "filósofa" deste nível falar a um grupo de adolescentes em formação. Deviam os pais retirar seus filhos dessa escola e processar o colégio e esta senhora.LUIZDUARTE - 11/10/2016 13:33:49
Percival, oportuno o comentário do OLAVO/face 30/09: "Quem sai às ruas defendendo a família é uma besta", assegura a Marilena Chauí. Feliz ou infeliz coincidência, conheci bem o pai e a mãe dela, que até à velhice se matavam de trabalhar todos os dias, até altas horas, para sustentar a carreira dela e a do irmão (que é medico nos EUA). Se eles soubessem que todo esse esforço seria apenas para dar a ela a chance de desonrar pai e mãe em público, teriam preferido criar um poodle cor-de-rosa.Alexandre Sampaio - 08/10/2016 17:02:22
São Paulo, 8 de outubro de 2.016 Prezado Sr. Puggina, Mais assustador para mim, do que os zurros asquerosos dessa psicopata mal amada uspiana, foi o feedback que recebi de amigos, colegas de trabalho e familiares, CONCORDANDO com as bobagens que essa megera proferiu. Vivemos em um estado mental deplorável. E, acredito piamente, não se tratar apenas de degeneração intelectual, mas, de doença mental mesmo. As pessoas estão doentes! Mentalmente insanas. Pessoas que constituíram famílias, que dizem amar seus filhos, esposas, maridos, ascendentes, CONCORDANDO com a argumentação mentirosa, canalha, destrutiva dessa mulherzinha vulgar. Nosso futuro é negro! A tendência é piorar e muito! Quando a população perde a noção mais básica da civilização, aquilo que lhes garante uma origem, norteia sua moral, que é o CERNE da sociedade, então é esperar que as pessoas voltem a viver em cavernas.Genaro Faria - 06/10/2016 09:06:41
CUT E MST FAZEM MANIFESTAÇÃO PARA TUMULTUAR ACESSOS À CÂMARA E PEDEM "FORA CUNHA" - IMAGEM COMENTADA - O grito de "Fora, Cunha" tem como célebre precedente histórico o "Viva o Imperador" com que o marechal Deodoro da Fonseca proclamou a república. A mera passagem do tempo em nada contribui para corrigir os erros do passado, antes os consolida e amplia. Tem-se que recolocar nos trilhos a honradez e lucidez no trato da coisa pública. Grande parte dos nossos males decorre do viés fascista da nossa legislação trabalhista. E um dos mais graves é o chamado imposto sindical, resultante do atrelamento ao Estado das entidades patronais e profissionais. Ele só tem servido para cevar os pelegos de partidos políticos que não representam os interesses dos trabalhadores.Anicio Oliveira - 05/10/2016 18:25:44
Li ontem o livro "Fuga do campo 14" e realmente parece ficção de tão absurdo que é a realidade num campo de prisioneiros Norte Coreano! Recomendo todos a ler!Odilon Rocha - 05/10/2016 00:06:16
Caro Professor Besta é o resultado do cruzamento de um jumento com uma égua, ou, então, o contrário, fruto de uma noitada de um cavalo com uma jumenta. De qualquer forma, um quadrúpede, um semovente. Cassiano Rosas tem razão ao dizer que "a maior tragédia do nosso século foi a atrofia das asas em proveito das patas". Diante disso, lhe pergunto, quem é a besta no seu texto?Constatação - 04/10/2016 20:23:27
Peço desculpas por esta senhora. Ela deveria estar tomando o remédio todo dia ás 7 da manhã, mas não está. A minha parte fiz, a avisei...gil - 04/10/2016 17:17:52
Já que a Dona Marilena disse com todas as letras que odeia a classe média, renuncie ao seu salário e viva de salario mínimo.Dalton Catunda Rocha - 04/10/2016 16:35:31
Karl Marx teve seis filhos legítimos, dos quais três morreram crianças e outros três suicidaram-se na idade adulta. E todos os netos legítimos de Karl morreram ainda crianças. Se isto não basta, todas os suicídios dos filhos legítimos de Karl Marx e todas as mortes dos netos legítimos de Karl Marx ocorreram, com ele ainda vivo. O núcleo da mensagem de Karl Marx não é o extermínio de milhões de pessoas, nem o restabelecimento da escravidão, nem o culto à personalidade de ditadores comunistas. Também é engano, se acreditar que o núcleo do marxismo seja, o controle do estado por marxistas; isto vem depois. O núcleo da mensagem de Karl Marx é, a estatização da economia.Genaro Faria - 04/10/2016 15:53:51
Besta é quem dá ouvidos a essas besteiras repetidas "ad nauseam" pelos vigaristas do estado totalitário. Então o fato de passar o poder do pai para o filho ou para o irmão não é despotismo? E que ditador ou alto comissário de um partido comunista não cumula sua família de privilégios? Mas a dos outros, de todos nós, a senhora quer ver aos cuidados de zelosos burocratas e amorosos militantes, né, dona Marilena? Sabe de uma coisa? Antes que eu me esquente, vá pentear macaco!