• Percival Puggina
  • 02/09/2022
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Impossível não ter lado!

 

Percival Puggina

Não tenho apreço por tudo que a esquerda combate. Mas tudo pelo que tenho apreço é combatido pela esquerda.

Refiro, entre outras questões: a dimensão espiritual do ser humano e o cristianismo em particular, o caráter universal dos direitos humanos, o respeito à vida desde a concepção, a instituição familiar, a inocência das crianças, a prioritária responsabilidade dos pais,  o amor à Pátria, a liberdade de opinião e expressão, o direito de propriedade, a liberdade econômica, a prioridade da sociedade sobre o Estado (com ação estritamente subsidiária), a neutralidade política do judiciário e da administração pública, a independência dos poderes, a democracia representativa, o combate às drogas, a intolerância para com o crime e a posse de armas.

Por fim, a ideia de que o Estado existe para proteger a sociedade e não para proteger a si mesmo e desfigurar a vida boa (moral) de que fala Aristóteles em vidão para os seus.

No entanto, a humanidade, a Academia, o Ocidente, os partidos e políticos de esquerda parecem disputar criatividade para propor novas formas de humanismo que não recusam violência e arbitrariedade com vistas aos fins enunciados.

Como consequência, aquele conjunto de princípios e valores listados acima, que conservadores e liberais mantinham em comum, vem cedendo lugar a um autoritarismo de estrutura corporativista que ganha proporções alarmantes. Explicitamente, no Brasil, contamina todos os compartimentos do poder, a saber, com destaque: presidentes das Casas Legislativas, ministros do STF, membros dos conselhos nacionais do ministério público e da magistratura.

Em seu livro Teorias Cínicas, os autores Helen Pulckrose e James Lindsay chamam atenção para um dos efeitos desse autoritarismo: a infiltração de tais ideias no mundo acadêmico, desencadeando uma intolerância cujas consequências ocupam estridentes espaços no noticiário cotidiano.

Misturados, intolerância e ativismo compõem quadros onde:

- a liberdade perde espaço;

todos os poderes são exorbitados;

os direitos humanos são distribuídos, como tira-gosto de coquetel, a grupos politicamente organizados;

a igualdade de todos perante a lei morre em favor de um igualitarismo sob medida para o cliente da hora, como roupa de alfaiate, e sob o impulso de reivindicações que supostos credores lançam sobre supostos devedores;

a liberdade de culto e o respeito às religiões atingem todos os níveis possíveis de negação e vilipêndio.

O que explica a expansão desse fenômeno, notadamente no outrora promissor Ocidente? Durante décadas pude observar um amplo conjunto de ações que seria exaustivo enumerar aqui, sintetizados na estratégia de Gramsci para a hegemonia (comunista) e ampliados na pluralidade de vias abertas pelos pensadores frankfurtianos para destruição das bases culturais do Ocidente.

Pessoalmente, jamais formarei consenso com a ideia de que a moral possa ser objeto de arreglo, mediante concessões e mediações. Não, ela não é legitimada por decisão de um coletivo qualquer! Todos esses desastrosos e desastrados movimentos, sem exceção, buscam aquilo que denominam “empoderamento”, todos buscam o poder. O resto é tudo resto e caminho.

Quem é contra a polarização não sabe em que mundo vive.

Percival Puggina (77), membro da Academia Rio-Grandense de Letras, é arquiteto, empresário e escritor e titular do site Liberais e Conservadores (www.puggina.org), colunista de dezenas de jornais e sites no país. Autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A Tomada do Brasil. Integrante do grupo Pensar+.


JOSE RUI SANDIM BENITES -   06/09/2022 17:21:31

O mundo com as pessoas tem diversas tendências. A diversidade é uma forma de tornar a vida mais interessante. Imagina que todos fossem rezar a mesma cartilha. A vida seria um tédio. No movimento civilizatório se criou um contrato social, nas chamadas democracias ocidentais. E que se chamou de Constituição. Em princípio todos devemos obedecer as regras que constam na Constituição. Todavia, com as eleições dos governantes, acabam de interpretarem os artigos da Constituição de acordo com seus interesses, notadamente, de manter privilégios e benesses do poder. Uns menos outros mais. Atualmente, estamos vivendo o tempo do mais. Inversão de valores. Tanto, que a mídia tradicional quer para presidir o mais alto cargo da república. Alguém que foi condenado em três instâncias do judiciário como corrupto (corrupção passiva e lavagem de dinheiro) com materialidade (tríplex do Guarujá, sítio de de Atibaia, Instituto Lula...) e autoria comprovada. Sem falar da delação do Antônio Palocci. Que diz entregou dinheiro vivo ao Lula, objeto de corrupção. Infelizmente o STF, por uma questão processual, não no mérito, liberou o comprovadamente corrupto para se candidatar. E, parte da sociedade, não se interessa se o Lula é corrupto ou não. Como no passado, liberado o bandido Barrabás e condenaram Jesus Cristo. A história nos conta como ocorre as injustiças. Mas, continuamos na luta, pela vida, liberdade, família, propriedade e sempre acreditando na Justiça de Deus.

Menelau Santos -   02/09/2022 23:37:11

Pois é Professor, parece que nem nossa liberdade religiosa escapa. Antigamente tínhamos cláusulas pétreas na Constituição. Agora temos ministros petreos na Suprema Corte.