• Percival Puggina
  • 07/12/2017
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HOLODOMOR E A PEDAGOGIA DO SILÊNCIO

 

 Foi um sucesso a inauguração, no dia 5 de dezembro, da exposição "Holodomor, o genocídio ucraniano". A mostra de imagens e relatos gráficos permanecerá aberta à visitação até o dia 9 na sede da ADVB/RS. O evento é uma iniciativa da Faculdade de Filosofia São Basílio Magno, de Curitiba, e veio a Porto Alegre graças à determinação com que a jornalista Fernanda Barth tratou de buscá-la. Teve apoio local da ADVB/RS e de quase uma centena de colaboradores. Coube-me a conferência de abertura, que antecedeu à aula magna do padre Domingos Starepravo. Falei sobre a Revolução Russa e seu terrível legado.

Na primeira parte da minha palestra, tendo em vista o silêncio que envolve o Holodomor, fiz um teste sobre as criminosas ocultações no ensino de história em nosso país. Vali-me, para isso, da própria experiência do público presente, que incluía muitos jovens. Tenho certeza de que as unânimes manifestações que obtive não serão diferentes das respostas dos leitores destas linhas. São cinco pares de perguntas. Apenas cinco de inúmeras possíveis. Cada primeira pergunta leva à subsequente, que, por mero dever de ofício, senão por honestidade intelectual, deveria ser objeto de abordagem em sala de aula. Assim:

• Enquanto estudante, assistiu você a aulas em que as Cruzadas foram mencionadas e criticadas? E ouviu alguma referência à Jihad ou expansionismo islâmico?
• Lembra de alusões à interferência da CIA no Brasil antes e durante os episódios de 1964? E algo lhe foi dito sobre o que a KGB fazia no mesmo período?
• Ouviu, na escola, críticas eloquentes ao capitalismo? E lembra de qualquer menção ao socialismo que não fosse elogiosa?
• Eram frequentes os comentários depreciativos sobre a Igreja Católica? E alguma outra religião foi, também, objeto de críticas?
• Houve aulas a respeito da Revolução Russa e da vitória comunista sobre o absolutismo monárquico dos czares? E lembra de alguma referência ao terrorismo de Estado, à Cheka, aos vários genocídios que compõem a longa história dessa mesma revolução?

Enquanto as primeiras perguntas são respondidas afirmativamente por todos, as segundas sempre têm respostas negativas. Tais temas sempre foram silenciados! São páginas em branco. Tem-se aí a prova provada do muito que tenho denunciado sobre manipulação da verdade e ocultação de fatos, com destapado intuito político no ensino brasileiro, que está a exigir urgente despartidarização.

Em maio de 2015, o sindicato que representa os professores do ensino privado do Rio Grande do Sul se manifestou sobre o movimento Escola Sem Partido. A qualidade do ensino brasileiro despencava, o aparelhamento das instituições e o uso militante da cátedra elevavam o tom em proporção inversa, e o Sinpro-rs veio com tudo: "Retirar da Educação a função política é privá-la de sua essência" para colocá-la a serviço "da ideologia liberal conservadora". A essa ideologia, os professores de nossos filhos atribuem todas as perversidades e tragédias humanas, das pragas do Egito ao terremoto do México, passando por Jack o Estripador e o naufrágio do Titanic.

Não é por acaso que nosso sistema de ensino se tornou um dos piores do mundo civilizado. Afinal, sua "essência" é ser campo de treinamento de militantes para os partidos de esquerda. Os dirigentes do sindicato dos professores do ensino particular (e não pensam diferente as lideranças dos professores do ensino público) estão convencidos de serem detentores não do dever de ensinar, mas do direito de doutrinar! E creem que essa vocação política, superior a todas as demais, "essencial à Educação", encontra na sala de aula o espaço natural para seu exercício. Se lhes for suprimida a tarefa "missionária" e lhes demandarem apenas o ensino da matéria que lhes é atribuída, esses professores entrarão em pane, talvez porque isso seja precisamente o que não sabem. Pergunto: porque não tentam fazer a cabeça de alguém do seu tamanho? A minha, por exemplo?

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* Percival Puggina (72), membro da Academia Rio-Grandense de Letras, é arquiteto, empresário e escritor e titular do site www.puggina.org, colunista de dezenas de jornais e sites no país. Autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A tomada do Brasil. integrante do grupo Pensar+.
 


Yuliy -   11/12/2017 13:16:29

Muito obrigado, Professor, do artigo tão importante na educação da conciencia de juventude. Esperamos, que a tragedia do nosso povo ucraniano com Holodomores de genocidio (1921-22, 1932-33, 1946-47), com mas de10 BILHOES de vítimas, organisados pelos comunistas da URSS, será uma boa lição para o povo irmão brasileiro. O comunismo é o gemeo do nascismo, um fantome na memoria que ainda continua a perturbar e obstacular a prosperidade da humanidade. Como confirmação deste, infelizmente ja há 4 anos lutamos com agreção do mesmo imperialismo russo - vitima de lavagem de serebros por mesmos comunistas. Falta dos conhecimentos obgetivos não ideológicos provoca novas guerras.

Vitorio perozzo (ADESGUIANO DE CAXIAS DO SUL) -   09/12/2017 13:56:37

BOM DIA AMIGO PERCIVAL.Quero dizer que leio todos os seus comentários e aprendi muito com eles. Sempre procuro transmití-los. Vou ser breve porque há muito tempo venho falando a amigos e conscientizando-os sobre a ALIENAÇÃO do nosso ensino atual nas escolas. É uma pena que nenhum MAGISTRADO se levante em prol deste descalabro que estão impondo aos nossos jovens estudantes.Que FUTURO ESPERAR DELES?

César -   08/12/2017 12:09:48

É trágica a atual situação de nossa educação, começando pela base. Mesmo entre os professores de boa índole, reina a ignorância. Era de se esperar, já que a eles - previamente - também foi negada a possibilidade de construir uma base intelectual minimamente consistente. As faculdades de pedagogia inundam suas mentes com o veneno do socioconstrutivismo, inimigo mortal do conhecimento. Consequentemente, temas complexos,como a colonização e o papel da igreja, são expostos unicamente segundo a cosmovisão de algumas ideologias cuja estrutura os docentes sequer compreendem.

Odilon Rocha -   07/12/2017 19:17:09

Caro Professor Não há como comunistas, neocomunistas, socialistas, gramscistas e toda horda da esquerda não silenciarem a respeito de seus "feitos". A História Mundial só mostra tragédias, horrores, erros absurdos, assassinatos em massa, países na miséria econômica e moral, etc.! Vão dizer o quê?

Dalton Catunda Rocha -   07/12/2017 15:47:21

Escola pública nunca prestou, nem prestará, no Brasil. Se algum governador ou prefeito deste país quiser mesmo, melhorar a educação, no seu estado ou município; então que faça isto: 1- Privatize todas as escolas públicas. 2- Dê o direito aos pais de escolherem em qual escola particular, eles querem matricular seus filhos, por meio de bolsas de estudo. O resto é só demagogia eleitoreira. Você acha que as escolas públicas funcionam gratuitamente? Enquanto nas escolas particulares, cerca de 70% dos funcionários são professores, nas escolas públicas esta percentagem não passa nem de 40%. O resto é burocracia; corrupta, incompetente e lenta. Sai mais barato e melhor, se usar dinheiro público, para pagar uma mensalidade numa escola particular, que jogar dinheiro fora em escolas ditas “públicas”, mas de fato da CUT, da corrupção e da incompetência. Em resumo. Com escolas sob o controle de marxistas, estaremos fadados a vivermos num país pobre, falido, corrupto e endividado. Tornar um país pobre, num país rico é raridade, mas a Coréia do Sul conseguiu tal feito, graças aos governos de dois generais de 1961 a 1988. Peço a você, que veja a palestra que começa aos seis minutos e vários segundos do site https://www.youtube.com/watch?v=axuxt2Dwe0A "Um estudante típico vai sair da escola com a cabeça cheia de minhocas, submetido a uma intensa pregação de anos e anos contra o lucro e o sistema capitalista. Aos 18 anos, vai cair na vida sem ter a menor noção de quanto deve poupar por mês para se aposentar, ou de quanto deve separar a partir dos 22 ou 23 anos para poder dar uma entrada para adquirir a casa própria aos 30 anos. Quando descobrir como o mundo funciona, já estará endividado e pendurado no cheque especial. Seria muito melhor se, em vez de ter aulas baseadas em um marxismo de quinta categoria, ele fosse preparado para a vida. " > Publicado na revista Veja (edição 2438), na página 65. ******************************************************* Em 1964, menos de 20% dos brasileiros de 7 a 14 anos estudavam em escolas. A educação, mesmo básica, só existia para uma minoria de brasileiros. As ideias de Paulo Freire sempre foram largamente adotadas no Brasil; mesmo no Regime Militar. As ideias de Paulo Freire foram obrigatórias por lei, em todas as escolas de países "ALTAMENTE DESENVOLVIDOS" em educação, como por exemplo: Angola, Moçambique, Tanzânia, Burkina Fasso, etc. Como você acha que Paulo Freire viveu muitíssimo bem, na Europa e Chile de 1964 a 1979? Com o soprar do vento? Não. Os governos de Angola, Moçambique, Tanzânia, Somália, Burkina Fasso, Guiné, etc. o pagavam muito bem, pela assessoria de Paulo Freire, em assuntos educacionais. No Brasil de Sarney em diante, se tornou obrigatória para todas as escolas públicas, a imposição dos métodos de Paulo Freire para doutrinar os estudantes. Alguns resultados: 1- O Brasil é o país com maior número de crimes no mundo. 2- A taxa de crescimento do PIB brasileiro, que esteve em quase 7% ao ano de 1964 a 1985, declinou para menos de 2% ao ano de 1985 até hoje, em 2017. 3- O PT foi eleito quatro vezes seguidas, para a presidência do Brasil. 4- Viva Paulo Freire! Assim sendo, também digamos: Viva a corrupção,a criminalidade, a incompetência, o esquerdismo, a patifaria, a falsidade, a esquerda, a imbecilidade e a ignorância ! **************************************************** “Qual o produto dessa fraude custeada pelos impostos que pagamos como contribuintes à rede pública ou como pais à rede privada de ensino? Se você pensa que seja preparar jovens para realizarem suas potencialidades e sua dignidade, cuidando bem de si mesmos e de suas famílias, numa integração produtiva e competente na vida social, enganou-se. Ou melhor, foi enganado. O objetivo é formar indivíduos com repulsa ao “sistema”, a toda autoridade (inclusive à da própria família) e às “instituições opressoras impostas pelo maldito mercado”. Se possível, recrutar e formar transgressores mediante anos de tolerância e irresponsabilidade legalmente protegida, prontos para fazer revolução com muita pedrada e nenhuma ternura. Se tudo der certo, o tipo se completa com um boné virado para trás, um baseado na mochila e uma camiseta do Che. A pergunta é: quem quer alguém assim na sua empresa ou local de trabalho? Em poucos meses, essa vítima de seus maus professores, pedagogos e autoridades educacionais terá feito a experiência prática do que lhe foi enfiado na cabeça. Ele estará convencido de que “o sistema” o rejeita de um modo que não aconteceria numa sociedade igualitária, socialista, onde todos, sem distinção de mérito ou talento, sentados no colo do Estado, fazem quase nada e ganham a mesma miséria.” > http://www.puggina.org/artigo/puggina/a-miseria-da-educacao-e-a-educacao-da-miseria/3249

Jonny Hawke -   07/12/2017 14:32:04

Ótimo texto! Sou dos anos 90 e já naquela época nossos professores diziam essas mesmas abobrinhas. A Venezuela está indo pro mesmo caminho de Holodomor, e mundo parece nem se importar com isso.

Carmem Andrade Paulino -   07/12/2017 12:27:10

Infelizmente são poucas as pessoas que têm a oportunidade de ler um texto tão esclarecedor. A história é contada segundo a conveniência dos que querem implantar a ideologia socialista aos alunos, que veem no professor uma fonte de instrução em que acreditam ser verdadeira.