Percival Puggina
“Eu não acredito que as Forças Armadas se coloquem a serviço de um discurso inaceitável de um capitão”, diz Barroso sobre Bolsonaro.
Nem o balé Bolshoi consegue montar uma cenografia tão perfeita e coordenar seus elementos tão sincronicamente quanto o conjunto formado pela militância do STF e o mau jornalismo dos grandes grupos de comunicação. Funcionam tão bem que já há quem fale em união estável.
O Portal Alta Definição transcreveu o seguinte trecho da entrevista que o ministro concedeu à Globo News no último dia 16:
“O mau perdedor não reconhecer a vitória do vencedor pode ocorrer em qualquer parte do mundo, como aliás, ocorreu nos EUA, o presidente Trump jamais admitiu a derrota mesmo perdendo por muitos votos de delegados e teve 7 milhões de votos a menos que o presidente Biden. Ele não aceitou a derrota e ficou por isso mesmo, ele continuou não aceitando e o presidente vencedor tomou posse. O mesmo se passará aqui. Não há remédio na farmacologia jurídica contra maus perdedores”.
O TSE é formado por sete membros, sendo três do STF. Mesmo com a saída do ministro Barroso, cujo mandato se encerra dia 22 vindouro, a animosidade em relação ao governo como se sabe, não se altera com o ingresso do ministro Lewandovski. O atual colegiado do Supremo não vê as consequências junto à sociedade das decisões que toma, nem mesmo quando há uma eleição nacional em disputa. Para a democracia, o real desalinhamento da balança é mais ameaçador que uma imaginária linha de canhões.
Nesse sentido, a aprovação, o aplauso e a conivência dos grandes grupos de comunicação e do jornalismo militante muito contribuem para que se aprofunde a tirania. Não se deixe seduzir pela aparência benigna e generosa com que tais condutas costumam fantasiar todas as suas manifestações na História.
No entanto, é com preocupação que vejo esse ânimo tendo presença assegurada na composição do TSE que administrará e atuará com funções judiciais durante o pleito de outubro. Os três ministros do STF com assento no tribunal eleitoral são inimigos assumidos do presidente da República. Nem em atos públicos de posse dissimulam esse estado de espírito suficientemente impeditivo. Mas estamos no Brasil e aqui ministros do Supremo falam mais que locutor de futebol em emissora de rádio.
Aliás, falam mais e com mais liberdade do que concedem a quem deles diverge. Mantêm, para estes, um inquérito permanente, um inquérito topa tudo, tamanho único, finis mundi (como o denominou o ex-ministro Marco Aurélio), com mil e uma utilidades, a exemplo do velho e prestativo Bombril.
Enquanto falam como falam e agem como agem, reclamam de polarização, do clima da eleição e conclamam à pacificação! Existem espelhos nesses gabinetes?
Percival Puggina (77), membro da Academia Rio-Grandense de Letras, é arquiteto, empresário e escritor e titular do site www.puggina.org, colunista de dezenas de jornais e sites no país. Autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A Tomada do Brasil. Integrante do grupo Pensar+.
MARCO - 26/02/2022 12:56:08
Precisamos escolher muito bem os nossos candidatos a senador. Precisamos escolher gente ficha limpa e comprometida com a nação e com os deveres institucionais do Senado e não assistentes de todo tipo de decisão.MARCO - 26/02/2022 12:53:18
E o que responder ao discurso se somos submetidos a julgamentos de um advogado que nunca conseguiu ser juiz!Zergui Pfleger - 24/02/2022 08:25:30
Imaginemo-nos em um teatro, ocupando a plateia e observando os "artistas" no palco. Seriam eles seres superiores a cada um de nós? O que os estaria elevando sobre a patuleia além de um pedaço de pano preto? NADA! São apenas criaturas que foram geradas pela inserção de um espermatozoide em um óvulo, que urinam e defecam do mesmo modo que qualquer um de seus semelhantes, e que voltarão à simplicidade das substâncias químicas após a dissolução do corpo que o sopro da vida ora ocupa. Lhes foi outorgado um grande poder, sem méritos próprios além de serem partícipes de um projeto de poder nefasto. Estão sendo colocados à prova por quem determina a existência individual e, segundo o meu entendimento, a REPROVAÇÃO impera. O mecanismo da balança emperrou, mantendo o prato da maldade em posição majoritária. Estão cumprindo com as premissas de um enorme carma, transformando-se em ESCÓRIA da Humanidade.carlos edison domingues - 23/02/2022 11:06:48
Temos vergonha de manifestações político-jurídicas de alguns Ministros do S.T.F. Revelam má-fé ou estupidez; inaceitáveis para a cultura média de quaisquer cidadãos . Carlos Edison DominguesMenelau Santos - 22/02/2022 22:52:54
Essa composição do STF é como a seleção de 1990. Ruim demais...ODILON MANSKE - 21/02/2022 19:18:02
A tática de todo tirano é usar as leis como armas para sufocar as liberdades individuais. É exatamente isso que faz o STF.