Grupo de Dilma planejava sequestrar Delfim em 1969
O grupo guerrilheiro do qual fazia parte Dilma Rousseff tramou o sequestro de Delfim Netto.
Ocorreria em dezembro de 1969, num s?o assentado no interior de S?Paulo. Deve-se a informa? ?ep?r Fernanda Odilla, da Folha.
Ela ouviu o depoimento de Antonio Roberto Espinosa, 63 anos, doutorando em Rela?s Internacionais na USP.
Espinosa revelou um segredo que, segundo disse, sonegara aos torturadores da ditadura: foi o coordenador do plano de sequestro de Delfim.
Era, ?poca, militante da VPR (Vanguarda Popular Revolucion?a) e da VAR-Palmares (Vanguarda Armada Revolucion?a Palmares).
Um companheiro de armas de Dilma Rousseff, ent?uma brasileira clandestina. Que escondia a identidade sob cinco codinomes: Lu?, Estella, Wanda, Marina e Patr?a.
Segundo Espinosa, cinco pessoas estavam informdas sobre o plano de levar Delfim ao cativeiro. Ele pr?o, Dilma e outros tr?dirigentes da guerrilha.
Delfim seria um trof?vistoso. Era ministro da Fazenda. O civil mais poderoso do regime dos militares.
Em 1969, ano do quase-sequestro, Delfim entregou aos generais um ?ice de crescimento econ?o not?l: 9,5%. Desfrutava de visibilidade inaudita.
Ouvida, a ex-guerrilheira Dilma, agora ?voltas com as atribula?s de ministra e de candidata, negou Espinosa.
Dilma declarou que n?se lembrava do plano de sequestro de Delfim. Disse duvidar “que algu?se lembre”.
Informada sobre o depoimento que Espinosa dera ?ep?r, a ministra afirmou que o ex-companheiro “fantasiou”.
Em seguida, Dilma encareceu ?ep?r que registrasse sua “negativa perempt?”. De resto, disse que sua cabe?mudou.
Al?das palavras de Espinosa, a reportagem obteve uma evid?ia documental –um mapa do local em que Delfim seria capturado.
Traz o nome –“Gramad?—e a localiza? do s?o, pr?o ?cidades de Itu e Jundia?Pertencia a Mario Nicoli, cunhado e amigo de Delfim.
O mapa foi recolhido por agentes da repress?em batida num “aparelho” utilizado pelo grupo de Dilma, em Lins de Vasconcelos, no Rio.
O im? varejado pela pol?a –uma casa de dois andares— era coabitado tr?integrantes da guerrilha. Entre eles Espinosa.
Recolheram-se, al?de pap?, armas, muni? e explosivos. Quanto ao mapa, Espinosa acha que ?e sua lavra:
T?amos o endere? sab?os tudo. Era um local em que ele [Delfim] ia sem seguran?porque imaginava que ningu?soubesse.
Enviou-se uma c? do mapa para Delfim. O ex-ministro confirmou que era frequentador de s?o na regi?indicada em vermelho na folha de papel.
Delfim disse que recebera recomenda?s do regime para redobrar o cuidado com a seguran? Mas desconhecia o plano de sequestro que se armara contra ele.
Um plano que s?o foi adiante, segundo a vers?de Espinosa, porque seus idealizadores desceram ao calabou?antes.
O pr?o Espinosa, que se autoatribui a coordena? da a?, foi em cana no dia 21 de novembro de 1969.
1uela altura, conta ele, a conclus?do plano de sequestro “ainda levaria 15 ou 20 dias”.
“Aconteceria por volta de dezembro. O comando nacional sabia, n?houve nenhum veto [...]. Havia uma prepara? militar que n?estava conclu?.
Decorridos quase 40 anos, Delfim e Dilma, unidos pelos sortil?os do destino, compartilham os ouvidos de Lula.
O ex-czar econ?o da ditadura ?gora um dos mais ass?os conselheiros do presidente. ?tamb?um entusiasta da candidatura presidencial de Dilma.
Num presente assim, t?amistoso, a hist? acaba mesmo virando mero viaduto a ligar os vest?os esmaecidos do real aos ind?os vivos da conveni?ia.
Escrito por Josias de Souza ?06h02