• Percival Puggina
  • 31/05/2017
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GANÂNCIA E IRRESPONSABILIDADE EM DOSE DUPLA: DILMA QUERIA CONTINUAR, LULA QUER VOLTAR.


 Deu no Globo de hoje (31/05):

 O caso JBS-Temer está levando parlamentares a realizar uma exumação nos empréstimos do BNDES, entre 2008 e 2014, quando o banco injetou dinheiro barato em empresas selecionadas pelos governos Lula e Dilma (os “campeões nacionais”) para que pudessem comprar outras empresas no exterior. Ontem, o senador Álvaro Dias (PV-PR) apresentou no plenário resultados de uma análise preliminar: em um período de seis anos, a União emprestou ao BNDES um total de R$ 716 bilhões. Como o Tesouro Nacional não dispunha do dinheiro, o governo foi ao mercado privado. Tomou recursos pagando juros de mercado, a 14,25% ao ano pela taxa Selic, e repassou à JBS, Odebrecht e outras empresas ao custo entre 5% e 6%, pela TJLP. Negócio de mãe para filho. O resultado, lembrou, é um subsídio sem precedentes, de R$184 bilhões. “A sociedade vai pagar por isso até o ano de 2060”, disse Dias. Faltam 42 anos para liquidar a conta.

 Os números absolutos e atualizados da escrita, conforme divulgado anteriormente, superam em 25% o total do subsídio que o Plano Marshall proporcionou à reconstrução de 16 países europeus após a Segunda Guerra Mundial.
Nos bastidores dessa conduta sinistra que arrasou o Brasil atuavam, de modo conjugado, duas diferentes forças:

• a do grupo dos economistas alinhados com Dilma Rousseff, também ela uma “desenvolvimentista”, convictos de que o Estado gastador, jogando dinheiro no mercado, cria prosperidade;

• o do grupo dos proxenetas do erário, cafetões dos negócios de Estado, olho aberto a todas as possibilidades de comissionamento que possam ser criadas com recursos públicos.

Na ocasião, nossos melhores e mais responsáveis economistas denunciavam a magnitude, a injustiça e a ineficiência daquela torrente de dinheiro barato em tempos de juro alto. Enquanto, no Brasil petista, havia dinheiro quase de graça para alguns poucos privilegiados – ditos “campeões nacionais” – a segunda e a terceira divisão do empresariado, aqueles que faziam a economia ainda se mover, tinham que se haver com juros na estratosfera. Ao custo de bilhões, adoecia-se o mercado e se quebrava o país.

São esses populistas, irresponsáveis uns, desonestos outros, que pretendem se valer da atual crise política para escapar da cadeia e voltar ao poder. Se as conseqüências de semelhante desatino recaísse apenas sobre seus fieis seguidores – perdoe-me Deus! –, seria muito bem feito. Mas o Brasil é um navio com 210 milhões de passageiros viajando em mar revolto.

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* Percival Puggina (72), membro da Academia Rio-Grandense de Letras, é arquiteto, empresário e escritor e titular do site www.puggina.org, colunista de Zero Hora e de dezenas de jornais e sites no país. Autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A tomada do Brasil. integrante do grupo Pensar+.

 


Jonny Hawke -   01/06/2017 18:19:48

Carlos Edison Fernandes Dominguesediso . 01.06.2017 eles estavam compactuando na surdina. A Globo não estava contra Temer até o mesmo não fazer algo que ela pediu ou que podia prejudicar ela. Vale lembrar que A JBS era (ou tem) o maior espaço reservado a propagandas da emissora.

Dalton C. Rocha -   01/06/2017 14:09:40

O Regime Militar foi destruído por dentro, inclusive pelo agente do SNI de codinome "Barba", que é chamado de Lula. Quando o lulista Delfim Neto colocou a inflação a 10% ao mês e o desemprego lá em cima, o povo brasileiro se desesperou e, ficou contra o Regime Militar. Um povo desesperado, se agarra ao primeiro bando de demagogos que aparecer. Não basta derrotar uma gangue terrorista com tiros e algemas. Tem de se impedir que as ideias do terror, se tornem dominantes na política, depois. Como exemplo disto, nós teríamos os exemplos da derrota das Brigadas Vermelhas, na Itália, que foram formadas, no mesmo tempo em que o terrorismo atacava no Brasil. As Brigadas Vermelhas não foram só derrotadas militarmente; elas foram derrotadas militarmente e depois, também extintas politicamente. O mesmo pode ser dito sobre o Symbionese Liberation Army nos Estados Unidos, a Gangue Baader-Meinhof na então Alemanha Ocidental, etc. Todos eram movimentos marxistas violentos e foram derrotados militarmente e depois, completamente extintos politicamente. Naquela mesma época, não foi o que aconteceu, com os movimentos marxistas do Brasil e Argentina, que foram facilmente derrotados militarmente, pela polícia e militares, mas se tornaram hegemônicos politicamente, sem dar um tiro, logo depois. Assim o foi pois, o terrorismo é mais de 99% guerra psicológica, contra menos de 1% de tiros e bombas. Até um bandido como Emílio Massera ( 1925 – 2010) sabia disto. Ver site: https://www.youtube.com/watch?v=6U4lsonqwk8

Carlos Edison Fernandes Dominguesediso -   01/06/2017 13:11:57

PUGGINA. Pergunto : No período de 2008 até 2014 onde estavam Temer, a Globo e Alvaro Dias, que não ignoravam esta triste realidade ? O que temos de gritar não é apenas "Fora Temer " mas, especialmente, "Fora o atual Congresso Nacional" Carlos Edison Domingues

Damiltom Mello -   01/06/2017 05:39:24

Sem comentários. As caixas de Pandora de Lula e Dilma são tão absurdas que estrapolam de todos limites.

Vicente Ganem -   31/05/2017 22:22:57

Primeiramente excelente texto! Como é difícil pensar em algum prognostico de melhora numa nação regida por uma corporação de psicopatas praticantes de propinocracia ,com a conivência de um povo ignorante e o judiciário corrupto...,plano perfeito o estado vai falir e depois de toda hemorragia financeira a instalação do comunismo

Dalton Catunda Rocha -   31/05/2017 21:28:21

O verdadeiro problema, não consiste no fato do BNDES ter "emprestado" ou sendo bem específico, doado fortunas incomensuráveis a lulistas tais como Eike Batista, José Carlos Bunlai, irmãos da JBS, etc. O problema está, na própria existência do BNDES e, demais bancos públicos. Na prática, a existência de bancos públicos, os sentenciam a serem sempre covis de ladrões, financiando "empresários" ladrões e incompetentes e sentenciando o povo brasileiro à miséria, à corrupção e aos escândalos sem fim. A única solução consiste em se privatizar ou extinguir com todos os bancos públicos: Banco do Brasil, BNDES, BNB e BASA. Afora isto, tudo se repetirá. Outros crápulas sucederão a Eike Batista, José Carlos Bunlai, irmãos da JBS, fazendo as mesmas negociatas deles.

Genaro Faria -   31/05/2017 20:50:44

Lembrando Churchill ("a democracia é o pior dos regimes, com exceção dos demais"), os inimigos do livre mercado investiram o suado dinheiro dos contribuintes nessas empresas campeãs do capitalismo de estado, onde o risco é socializado e o lucro, privatizado. Se alguém que, administrando o dinheiro alheio, toma empréstimos à taxa de 14,25% para emprestar a 5/6% é mais que irresponsável ou temerário. É bandido mesmo.