Eu sou um produto da dura, a branda n?conheci, diz Dilma
DA SUCURSAL DE BRAS?IA
A ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) criticou ontem o termo ditabranda em semin?o sobre mulheres no poder. No final da palestra, na qual se definiu como uma mulher dura, cercada por homens meigos, disse: Sou produto da dura. A branda n?conheci.
Muitos ainda chamam a ditadura de ditabranda. Uma invers?absurda da quest?relativa a qualquer processo de restri? de liberdade, de pris? N?interessa se s?dois, se s?cem, se s?mil, disse ela, sem citar a Folha.
O termo, usado em editorial publicado pela Folha no dia 17 de fevereiro para caracterizar o regime militar brasileiro (1964-1985), recebeu cr?cas, entre elas as dos professores Maria Victoria Benevides e F?o Konder Comparato.
Em nota publicada no domingo, o diretor de Reda? da Folha, Otavio Frias Filho, avaliou que o jornal errou ao usar a express?ditabranda, mas reiterou sua cr?ca ?ndigna? seletiva de intelectuais de esquerda em rela? a regimes autorit?os.
Para se arvorar em tutores do comportamento democr?co alheio, falta a esses democratas de fachada mostrar que repudiam, com o mesmo furor inquisitorial, os m?dos das ditaduras de esquerda com as quais simpatizam, afirma o texto do diretor de Reda?.
Dilma disse que durante a ditadura foram reprimidas manifesta?s culturais, sendo preciso levar em conta n?apenas o aspecto da tortura e da morte, [mas] tamb?o aspecto da restri? absoluta ?iberdade.
A ministra lembrou que, durante o regime militar, houve tratamento indiscriminado a homens e mulheres no quesito repress? A viol?ia que bate em Pedro, bate em Maria. Basicamente foi isso que aconteceu.
Dilma militou em organiza?s da luta armada a partir dos anos 60, foi presa em 1970 e torturada.