• Percival Puggina
  • 02/03/2018
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ESTELIONATO UNIVERSITÁRIO E OS CURSOS SOBRE O “GOLPE” DE 2016

 Art. 171 do Código Penal - Obter, para si ou para outrem, vantagem ilícita, em prejuízo alheio, induzindo ou mantendo alguém em erro, mediante artifício, ardil, ou qualquer outro meio fraudulento.

 A definição de estelionato serve como luva aos ardilosos cursos universitários de extensão que estão sendo organizados no ano eleitoral de 2018 e papagueiam sobre “O Golpe de 2016 e a Nova Onda Conservadora no Brasil”. Não ria que é sério. A moda começou na Universidade de Brasília e já repicou na UFRGS, no embalo de impróprias intenções e incompreensíveis justificativas. A diretora do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas (IFCH), em matéria publicada no jornal Zero Hora de 2 de março, afirmou que “em resumo, a gente acha que foi golpe”.

Como os promotores do curso mandam no seu quadrado, farão um curso acadêmico sobre aquilo que “acham” (com dinheiro do contribuinte, claro, que ninguém dá aula de graça). Militância com contracheque, bem se vê, comprometida com a necessidade de enfrentar a “nova onda conservadora no Brasil”, inconveniente aos anseios “progressistas” dessa destapada militância acadêmica.

A narrativa que convém aos partidos de esquerda, aquilo que eles acham, ficaria adequadamente exposto em salinhas dos diretórios do PT, PSOL, PCdoB e PSTU. Jamais com prerrogativas de extensão acadêmica, numa universidade federal.  Todas as  que já anunciaram seus cursinhos para militantes são públicas. Por que será? Ao saber que o ministro da Educação solicitara a órgãos e instituições federais competentes que apurassem a responsabilidade administrativa dos promotores dos cursos, estes se insurgiram invocando “a autonomia universitária e a independência necessária para que a comunidade científica possa levar adiante o seu labor” (ainda no mesmo jornal). Filosofando com os cotovelos, em português ruim até para o ENEM, um professor de História adicionou que “as universidades devem esse compromisso com a sociedade, que é converter em conhecimento as opiniões, as teses diferentes”. Diferentes, professor? Cadê a diferença, se o curso já traz a conclusão no título?

Trata-se, isto sim, de um esforço concentrado, em ano eleitoral, para transformar em “conhecimento” aquilo que os professores acham, reproduzindo o discurso de “golpe” e combatendo a “onda conservadora”. Tudo sem precisar mexer nos fundos partidários. Gleisi Hoffmann agradece a vantagem ilícita.

Se alguém afirmar que esse tipo de ensino é o avesso do pluralismo inerente ao ambiente e ao espírito universitário, a resposta já vem colada na sola das havaianas que sustentam esse edifício retórico: “Quem acha que não foi golpe que crie seu curso”. Tal foi a manifestação de um parlamentar petista interrogado sobre o assunto em GaúchaZH de 01/03.
Está completa a analogia com o estelionato: 1) obtenção de vantagem política e organização de militância jovem; 2) induzindo alguém ao erro pela ocultação do vasto contraditório disponível; 3) mediante uso ardiloso de meios públicos (a universidade federal); 4) em prejuízo da maioria da população brasileira que compreende a necessidade de retomar valores morais, ditos conservadores, que se perderam na bruma do “progressismo”.

Nota do autor: Aos 60 anos da revolução cubana, estou ultimando uma nova edição ampliada e atualizada de “Cuba, a tragédia da utopia”. Ela estará disponível nos próximos meses.

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* Percival Puggina (73), membro da Academia Rio-Grandense de Letras, é arquiteto, empresário e escritor e titular do site www.puggina.org, colunista de dezenas de jornais e sites no país. Autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A tomada do Brasil. Integrante do grupo Pensar+.


 


Susana -   09/03/2018 21:56:26

E assim mais uma geração de comunistas socialistas se forma neste país. Deste jeito, não endireitaremos nunca. PS: achei o "achamos" da digníssima administradora uma pérola.

djalmo sanzi souza -   05/03/2018 22:35:56

Três gerações da minha família estudaram na UFRGS. Tinha orgulho em afirmar isto. Hoje, penso antes de falar. Sinceramente, se algum neto quiser estudar na área das humanas não recomendarei a UFRGS. O papel de uma Universidade é proporcionar a reflexão e o fluir das diversas correntes do pensamento da humanidade. Os professores confundem autonomia com soberania. Ministrar um curso baseado em "achismo" é uma fraude intelectual amazônica. Gostaria de saber se alguém solicitar o Salão da Reitoria para uma palestra do Senador Álvaro Dias, por exemplo, qual será a resposta da Universidade? Aguardo um Curso sobre o regime político Venezuelano seus avanços dentro do atual contexto histórico. Obrigado pelo espaço

ABRAHAO FINKELSTEIN -   05/03/2018 15:20:18

Os esquerdistas são destituidos de censores éticos, portanto, se utilizam da ousadia própria dos canalhas para atingirem seus propósitos antidemocráticos e totalitários.

Geraldo Bohessef -   05/03/2018 13:42:00

Será que nesse curso sobre o golpe, explicarão também o golpe patrocinado pelo PT, contra o Collor por causa de um Fiat Elba, que se fosse fabricado hj precisaria de uns 100 mil deles pra pagar o prejuízo que a Dilma deu só no caso Pasadena ? Golpistas são professores que defendem ladrões de dinheiro público, afinal quem defende ladrões se assemelham a ele, pois nunca vi uma pessoa decente defender bandidos.

Maria Helena Migliavacca -   04/03/2018 19:41:29

Li com surpresa e indignação esta manchete na Zero Hora de 02/03/2018 em que menciona um curso que a UFRGS oferecerá sobre o “golpe de 2016”. Em seguida pensei: uma universidade federal paga com o dinheiro público não tem assunto mais importante para tratar? Diante da alegação de que o Instituto , com isto, defende o compromisso histórico com a liberdade do ensino, sugiro que sejam tratados outros temas no curso. Por exemplo, o assalto e desvio de 33 bilhões do dinheiro público. Neste curso poderia ser tratado também, o quanto bom seria todo este dinheiro aplicado em saúde, educação e segurança, especialmente se, direcionado aos mais necessitados.

Silas Carvalho de Oliveira -   04/03/2018 19:15:17

O que me deixa bastante preocupado é que os universitários são geralmente formadores de opinião e, neste caso, estão sendo manipulados como crianças que acabaram de ingressar na escola. Que eu saiba um curso de extensão é ministrado para universitários que já cursam algum curso superior e que acompanhou todo o processo de impeachment, tendo total conhecimento de que não se trata de golpe, desta forma, aqueles que participam do tal curso já sabem muito bem que foi um processo que seguiu todos os trâmites legais.

Flauri Migliavacca -   04/03/2018 19:07:30

Presente pra todos nós este teu texto Percival. Incrível. Como pode professores universitários lecionarem tal matéria e nenhum aluno ali sentado se manisfestar contrariamente e este engodo......Será medo ou realmente estamos convivendo com esta juventude que no futuro nos transformarão numa Cuba ou numa Venezuela mortalmente atingida pela fome e pela desgraça de um ditador que atira a culpa de sua desgraçada política ao imperialismo americano......Pobre gente esta. Tudo o que aprendem lhes é feito lavagem cerebral e não leem nada que possam formar sua própria opinião. Pobre Brasil.

Lucimara da Cunha Santos -   04/03/2018 14:39:23

Dalton Catunda Rocha. Não concordo com você com relação à escola pública. Peço que reveja seu conceito, pois é bastante equivocado. Para tanto veja o exemplo que a Finlândia está dando ao mundo no que tange a educação. Lição número 1 da Finlândia- educação de qualidade pública e igual para todos (o filho do motorista de ônibus estuda na mesma escola que o filho do prefeito). Privatizar a educação, especialmente a básica é como dar um tiro no pé. Por favor se informe sobre o assunto.

José Nei de Lima -   03/03/2018 21:46:51

Obrigado meu amigo por bela matéria e principalmente chamar atenção do público, na Área Acadêmica, o verdadeiro golpe que estão fazendo nas salas de aulas de todas Universidades, mais uma vez Bela Matéria, Meus parabéns, meu amigo um grande abraço.

Rivo Fischer -   03/03/2018 16:35:48

Todo o curso ministrado na UFRGS, ou em qualquer universidade brasileira, precisa ser reconhecido pelo MEC, para ter validade. Se o MEC nao reconhecer, o curso nao terá validadr. Simples assim.

Ismael de Oliveiira Façanha -   03/03/2018 15:14:07

As Universidades sempre foram covis da Esquerda; lá o "charme discente" dos alunos inclui ideias socialistas "avançadas", umas bicadas na cânabis etc. Uma olhada, ainda que de soslaio, nos 2865 artigos do Catecismo da Igreja Bi milenar, ah, isso destoaria do "charme universitário"...Além de ser enormemente cansativo para criaturas que leem pouco, estudando em APOSTILAS quase sempre.

José Rudi Schnorr -   03/03/2018 15:05:29

Estes "cursinhos" que usam a infraestrutura do Estado e o dinheiro do povo, cresce como pão com fermento em pó, e já somam 12 em todo o país. Bolsonaro neles, urgente.

José Rudi Schnorr -   03/03/2018 15:03:18

Só tem uma maneira de acabar com este "autoritarismo" de esquerda e que usam de meios ilícitos para divulgarem suas ideias esquerdistas simuladas por cursinhos e usando da infra estrutura alheia, como aliás, sempre foi seu apanágio. Vamos votar em um candidato ultra direita, pois todos os que ai estão não vão mudar este país. Ou talvez, a única solução, é também usar de subterfúgios legais e acabar com esta quadrilha que se instalou no Brasil, tendo como partido maior o PT e seus condenados.

Guilherme Socias Villela -   03/03/2018 14:22:21

Fui aluno e professor de duas faculdades da UFRGS. Infelizmente esta não é a Universidade que tanto amávamos!

Isac -   03/03/2018 10:13:11

Estamos numa autêntica "GUERRA CULTURAL" e as esquerdas sabem muito bem disso, entendem a fundo desse assunto e em materia de trapacer são mestras imbatíveis, sem concorrentes, e a defesa desses patifes da ESCOLA COM PARTIDO, evidentemente privilegiando o ensinamento marxista são notorias, enquanto isso, lutam sem cessar até ao fim! Afinal, são hordas diabólicas sob aparencias humanas e tenazes em seus propósitos e assim, infiltram todas as escolas desde as infantis para promoverem a LAVAGEM CEREBRAL desde a mais tenra idade pois o efeito de domesticar e idiotizar os estudantes para serem seus capachos no futuro será muito mais proveitoso e eficaz! Os componentes das seitas esquerdistas, os diversos PCs que mesmo entre si disputam a ferro e fogo a hegemonia, sabem que um dia se chegarem ao poder nunca mais trabalharão, serão não só como proprietarios das antigas senzalas, mas se apropriarão de todos os bens dos outros, doando para a mafia a que pertencem e para si mesmos, como sucede em Cuba - os donos da mafia vivendo do melhor no maior bem-estar nos resorts - o povão em geral nos aglomerados e sob forte repressão! Querem retrato da desgraça que é comunismo? Acompanhem a derrocada da nação outrora opulenta Venezuela, agora campo de refugiados famélicos e ela misérrima no seu dia-a-dia de via crucis!

Rafael -   02/03/2018 23:56:35

Até o momento já são 13 universidades com cursos semelhantes.

Dalton Catunda Rocha -   02/03/2018 17:11:50

Escola pública nunca prestou, nem prestará, no Brasil. Se algum governador ou prefeito deste país quiser mesmo, melhorar a educação, no seu estado ou município; então que faça isto: 1- Privatize todas as escolas públicas. 2- Dê o direito aos pais de escolherem em qual escola particular, eles querem matricular seus filhos, por meio de bolsas de estudo. O resto é só demagogia eleitoreira. Você acha que as escolas públicas funcionam gratuitamente? Enquanto nas escolas particulares, cerca de 70% dos funcionários são professores, nas escolas públicas esta percentagem não passa nem de 40%. O resto é burocracia; corrupta, incompetente e lenta. Sai mais barato e melhor, se usar dinheiro público, para pagar uma mensalidade numa escola particular, que jogar dinheiro fora em escolas ditas “públicas”, mas de fato da CUT, da corrupção e da incompetência. Em resumo. Com escolas sob o controle de marxistas, estaremos fadados a vivermos num país pobre, falido, corrupto e endividado. Tornar um país pobre, num país rico é raridade, mas a Coréia do Sul conseguiu tal feito, graças aos governos de dois generais de 1961 a 1988. Peço a você, que veja a palestra que começa aos seis minutos e vários segundos do site https://www.youtube.com/watch?v=axuxt2Dwe0A