• Percival Puggina
  • 27/12/2017
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ESSES GÊNIOS QUE PRETENDEM VOTAR EM BRANCO

 

 Pesquisa do Instituto Paraná informa que quase a metade dos eleitores - 47,3% para ser exato - pretende votar em branco ou anular o voto para deputado federal na eleição parlamentar do ano que vem.

 Não é uma beleza? O sujeito, por todos os motivos, está decepcionado com nossa representação política e convencido de que a maioria dos eleitores brasileiros é composta de irresponsáveis que só elegem filhos do capeta. Enojado por tanta safadeza, gostaria de ver todos longe do Congresso e presos. Qual sua reação? Faz beicinho, pega seus caminhõezinhos e vai embora dizendo que não brinca mais. Vai votar em branco, num gesto tão proveitoso quanto um chute na parede.

 No entanto, é das pessoas conscientes da má qualidade de nossa representação parlamentar que se esperaria uma reação racional, capaz de promover a eleição de pessoas melhores, mais qualificadas. Ao eleitor indignado, o bom senso recomenda um chá de maracujá para acalmar, um bom período de observação da cena política no seu entorno, a análise dos nomes mais qualificados e o subsequente empenho pessoal para eleição, em 2018, do candidato escolhido.

Se, ao contrário, esses eleitores ficarem em casa, não entrarem na fila para votar, a única certeza possível em relação à próxima legislatura é a de que a quota de filhos do capeta será muito maior. E nossos amigos de beicinho estarão, queiram ou não, na fila dos que vão pagar a conta. Os que se lambuzaram junto com os corruptos e os que a eles venderam seus votos continuaram povoando o covil de ladrões. Só os indignados, os decepcionados e os que se julgam impotentes podem fazer diferença.

Atenção! Olha a ficha caindo! A campanha pelo voto em branco só não é patrocinada pela Organização Criminosa que devastou o país porque há quem, desinformado das consequências, faça a campanha por ela, afastando das urnas os eleitores de que os bons candidatos precisam.  

 

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* Percival Puggina (73), membro da Academia Rio-Grandense de Letras, é arquiteto, empresário e escritor e titular do site www.puggina.org, colunista de dezenas de jornais e sites no país. Autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A tomada do Brasil. integrante do grupo Pensar+.

 


Anibal Tosetto -   02/01/2018 23:53:51

O moto-continuo, ou moto-perpétuo, é um sistema hipotético que, violando as leis da termodinâmica, seria capaz de continuar indefinidamente o seu movimento pela utilização da própria energia gerada. Hummm… Não é que no Brasil, violando as leis e a ética, estão prestes a provar que o voto-continuo é plenamente possível?

Herval Nunes -   01/01/2018 16:54:54

BAN é a forma como eu chamo a reunião de votos BRANCOS, ABSTENÇÕES e NULOS. . A arma secreta usada pela Nova Ordem Mundial para vencer as eleições na França, na Holanda e na Alemanha foi o BAN, resultado de meses e meses de acusações de extremistas sobre os candidatos antiglobalistas. . Aqui no Brasil, demonizam o Bolsonaro e fazem com que pessoas boas desistam de votar, construindo o BAN. . Como a Esquerda vota SEMPRE, quem não vai às urnas é a DIREITA indignada. . Quanto maior o número de abstenções, mais fácil para os esquerdosos vencerem. . A manipulação na urna é feita com os votos brancos, abstenções e nulos. Entendam de uma vez! Acreditem: vamos TODOS às urnas em 2018, porque VENCEREMOS. . Adaptação do texto do Cel de exército, ex-SNI, escritor e professor Enio Fontenelle https://youtu.be/3a9Rv8rmVyQ

Elias Costa -   31/12/2017 17:48:49

Observo uma discussão infrutífera quanto a "candidatos menos ou mais ruins". Credo! O óbvio aqui seria argumentarmos que, um candidato se faz ruim quando o eleitor o escolhe para representá-lo. Busquem alguém da sua comunidade, que conheça a fundo as dificuldades e as dores desta comunidade. Converse com ele, pergunte as suas intenções e os seus planos e o façam registrar suas propostas em cartório para que ratifiquem seus compromissos com a comunidade que o elegeu. Depois, o mais importante, uma vez eleito, busque acompanhar e, principalmente, COBRAR, do seu representante o que fora anteriormente acordado. Isto não fará com que o seu candidato seja o mais correto, mas certamente fará de VOCÊ um eleitor mais consciente e exigente. NÃO ao voto NULO e ao voto em BRANCO.

PERCIVAL PUGGINA -   31/12/2017 13:22:59

Esclarecendo o leitor Márcio Arantes: Art 224 do Código Eleitoral: “Se a nulidade atingir a mais de metade dos votos (...) julgar-se-ão prejudicadas as demais votações, e o Tribunal marcará dia para nova eleição dentro do prazo de 20 (vinte) a 40 (quarenta) dias". Essa nulidade mencionada na lei é a nulidade determinada pela Justiça Eleitoral, com base nos preceitos da lei e entre eles não se inclui o voto tornado nulo por decisão do eleitor. A justiça eleitoral usa o conceito de “votos válidos”, e considera eleitos os vencedores do pleito dentro desse específico universo. Ainda que, por absurdo, 99% dos votos sejam nulos, o contingente de eleitores em relação aos quais será computado o pleito será aquele formado pelo 1% restante. Decisão proferida pelo TSE no Recurso Especial nº 25.937/2006, estabelece que os votos anulados pelo eleitor, por vontade própria ou por erro, não se confundem com os votos anulados pela Justiça Eleitoral em decorrência de ilícitos. Uma eleição só será invalidada se tiver mais de 50% dos votos ANULADOS pela Justiça Eleitoral.

Lucho -   31/12/2017 13:02:23

Pois agora é que eu vou votar nulo mesmo. Já que o senhor tanto o odeia. Se pudesse, nem sairia de casa.

Marcio Arantes -   31/12/2017 12:04:28

Se conseguirmos concientizar o povo a anular ou branco...todos que estao la meu amigo vc sabe que nao pode ser candidato na sequencia ...pensa que linpeza acorda pra vida e nos ajide..a limpar nosso Pais

Umberto de Sousa -   30/12/2017 17:24:59

Não fugindo a seara do artigo, que enfoca a intenção de votos para a Câmara dos Deputados, que junto com o Senado é de onde reverbera todas as mazelas que afligem os três poderes e a vida cotidiana de todos brasileiros. Uma eleição ideal seria todos os votos nulos. Os quadros de candidatos está de tão péssima qualidade, que é impossível separar o joio do trigo, onde não há trigo. Escolher o 'menos pior', 'o rouba mas faz' é vexatório e humilhante. O nobre colunista da mesma forma de todos que defendem o establishment politico, esqueceu de citar o famigerado 'quociente eleitoral', que os partidos usam diversos candidatos alguns bem intencionados, mas que por não ser profissional da área politica, não irá se eleger, mas a soma de seus votos irá eleger outros candidatos, que o eleitor jamais votaria. Como também tem o inverso, candidatos populares que elegem outros tantos deputados que jamais teria os votos do eleitores, exemplo: Tiririca. Sem ser exaustivo é por essas razões que VOTO NULO

John -   30/12/2017 16:35:42

Ele tem toda a razão se considerarmos que o pleito não seja fraudado em urnas eletrônicas incapazes de serem aferidas em caso de suspeita. Por outro lado o voto é facultativo , custa só R$ 3,00 de multa, rs.

ANTONIO CARLOS DA FONSECA FALLAVENA -   29/12/2017 13:46:55

Nosso problema está no plural – são problemas. Leis eleitoral/partidária necessitando de substanciais reformas. Quem as fará? Os que ai estão ou os que virão? As mudanças feitas, sempre são no sentido de ratificar a manutenção dos mesmos no poder, mantendo as rédeas das decisões e dos benefícios. Existem um eleitorado cativo que não muda seus votos. Assim, o problema de “eleger quem” continua. Pergunto: quem sabe, realmente, como são escolhidos os candidatos? Dirão os entendidos: os partidos, através de suas instâncias (nem tão sólidas e nem sempre democráticas) fazem suas listas puras ou misturadas com outros partidinhos. O tempo de tv e ajuda financeira tem de ser garantida! E as coligações? As mais esdrúxulas possíveis. Afinal, pensam eles, temos de eleger o maior número de candidatos. Mais votos. Agora virá mais grana, mais cargos, mais tempo de televisão. Mais tudo! Enfim, votamos no “A” e elegemos o “C”, pôr vezes de partidos diferentes. O eleito, com grande votação, é convidado a compor no executivo. Abandona o mandato recém-recebido das urnas (o politicamente correto o é licencia-se) e deixa em seu lugar um suplente – quase sempre ruim ou pior do que o próprio. Puxa, mas não tem bons candidatos para escolhermos, em todos os partidos? Claro que tem, mas são eleitos? Não. A imensa maioria fica em suplências distantes: jamais assumirá. Pergunta: para que serve sua campanha e seus votos? Simples e sempre a mesma rotina: para eleger um colega ou um candidato de outro partido, com outros compromissos. Mais uma. O eleitor, dias após a eleição (estou sendo bonzinho) não lembrar em quem votou e, portanto, não sabe de quem cobrar. Para o eleito, em alguns casos, é bom. Não será cobrado. Mantido o quadro atual, por pior que pareça o ato de “não votar”, consciente ou inconscientemente, cada vez mais eleitores se negam a participar e realimentar toda esta choldra no que transformou-se a política em nosso país. E durante o mandato, trocando ou não de partido(s), votando ou não como dizia que o faria, temos de aguentá-los até o final. Nem mesmo o judiciário consegue tirá-los: o espirito de corpo (colegas e asseclas) lhes garante, na maioria esmagadora das vezes, o mandato e a impunidade. Menos do que fugir e/ou não querer se comprometer, o não querer compactuar com o quadro atual da política, dos partidos, das legislações e das instituições brasileiras faz com que eleitores conscientes e desgostosos, querem esquecer o direito-dever de votar. E, é preciso entendê-los. Quem sabe, quanto mais eleitores anularem sus votos, mais próximos estaremos da reforma que o país e suas instituições necessitam. Pode parecer um contra senso. Mas se olharmos tudo que tem acontecido, lá no fundo, encontraremos uma ponta de razão para eles. Algum tempo atrás (algumas décadas) condenava quem deixava de votar, votava em branco ou anulava. Sem dar-lhes razão plena, nos últimos anos passei a entende-los e a respeitá-los. Fallavena

Rafael -   29/12/2017 13:29:02

Sou a favor do voto facultativo. No entanto, critico o voto em branco. O problema é ser ele exatamente o alvo das fraudes.

Antônio Nunes -   29/12/2017 09:24:05

Agradeço a resposta. A idéia era levantar a questão sobre o "menos pior" que, as vezes, não existe! Concordo que há diferença entre a eleição majoritária e a proporcional. Na proporcional é bem mais fácil. Mas mantenho minha posição quanto à majoritária. Se tiver que escolher entre os citados, ainda prefiro anular. Um feliz ano novo!

Sérgio -   28/12/2017 23:54:51

Já cansei de falar para amigos, colegas e etc. Votar em branco ou nulo só beneficia os piores.

sergio monteiro -   28/12/2017 17:19:28

Percival está coberto de razão. Se você está enojado com a representação política, vai deixar que eles continuem se elegendo? Quando um eleitor consciente deixa de votar, o voto de um eleitor não consciente se valoriza. Simples assim!!! Procure um candidato, que seja o menos ruim, pra votar, mas não deixe de votar. Prove que está enojado!!!

Jonny Hawke -   28/12/2017 16:33:03

Eu defendia isso também até ver que o voto vai exatamente para quem está em primeiro lugar. Sobre fraudar as eleições eu acredito que a última tenha sido, agora fraudar essa 2018 com esse povo tão desconfiado vai gerar um pan demônio e principalmente se quem for eleito é justamente aqueles que o povo tem mais rejeição.

estado mínimo -   28/12/2017 14:49:34

Muito importante seu artigo. Quanto mais à esquerda, mais fiel e ativo é o eleitor. Quanto mais bandido é o político, maior é seu fiel curral eleitoral. Quem não quer votar em nome algum pode escolher uma legenda que não figure entre as famigeradas participantes do pacto fraudulento que é a nossa cena política. Votar em branco aumenta a chance de os mesmos se elegerem... é um tiro que sai pela culatra pois com os mesmos não teremos mudança, teremos... o mesmo.

PERCIVAL PUGGINA -   28/12/2017 12:19:24

Não tenho o hábito de argumentar sobre os comentários de meus tão estimados leitores, mas este assunto é tão importante que preciso fazê-lo. 1) Este artigo foca principalmente o objeto da pesquisa do Instituto Paraná, que é a decisão de voto em branco ou nulo na eleição para a Câmara dos Deputados. 2) A eleição parlamentar não se trava entre Lula e Maluf. O leque de alternativas numa eleição para deputado federal se eleva a mais de uma centena de nomes. Sempre há um número razoável de bons candidatos. 3) Também sou pelo voto facultativo. E mesmo se ele fosse adotado, eu estaria escrevendo sobre a necessidade de que todos os bons eleitores, os insatisfeitos, os decepcionados, os indignados, os que sabem que poderíamos ter um Parlamento melhor, escolhessem bons candidatos, se empenhassem em suas campanhas e não se omitissem no dia da eleição. Ser pela liberdade do eleitor não equivale a ser favorável à sua omissão ou alienação. Notadamente escrevendo, como escrevo, para bons cidadãos. 4) As urnas eletrônicas são fraudáveis, já se sabe. Mas não creio que isso nos autorize a ficar em casa e entregá-las aos que se lambuzam na corrupção, aos seus eleitores comprados a sanduíche de mortadela e tubaína. 5) Nenhum argumento me convencerá de que, no processo eleitoral, os bons devem ficar em casa. Repito, esse é um “protesto” tão silencioso e inútil quanto um pontapé na parede. Ao final do dia 7 de outubro do ano que vem haverá 513 deputados federais eleitos e eles vão cumprir seus mandatos influenciando o futuro do Brasil e as vidas de nossas famílias. Prefiro delegar esse poder aos melhores na maior proporção possível.

Antônio Nunes -   28/12/2017 10:39:38

Pode ser, também, entre Lulla e Sarney; ou, quem sabe, entre Lulla e Calheiros; etc.

Antônio Nunes -   28/12/2017 10:37:54

Ok, então me diga em quem votaria entre Lulla e Maluf.

Esmael Pereira da Silva -   28/12/2017 10:00:09

Acho louvável sua atitude em prol de mudanças políticas através do voto mas, acredite: o voto obrigatório só serve pra eleger os filhos do capeta. Se fosse voluntário talvez mudaria alguma coisa.

Miguel -   27/12/2017 23:04:23

Me convença que a eleição não é fraudada de inúmeras formas, incluindo manipulação dos resultados, que eu entro nessa fila dos que acham que o voto vale alguma coisa no Brasil.

Ismael de Oliveiira Façanha -   27/12/2017 22:39:54

VOTAR É UM ATO VOLUNTÁRIO NA MAIORIA DOS PAÍSES CIVILIZADOS. Menos na terra de Santa Cruz, onde até a gurizada é obrigada a votar. Para sustentar os senhores políticos, é claro.