• Percival Puggina
  • 28/01/2020
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ESCOLAS CÍVICO-MILITARES

 

 No Brasil, um bom teste para saber se certa ideia é boa consiste em identificar quem a ela se opõe. Tal é o caso, por exemplo, das escolas cívico-militares, que encontram resistência entre pedagogos paulofreireanos. No entanto, o governo federal, que lançou o programa no final do ano passado, vai atender, neste ano, menos de 10% da manifestação de interesse de quase 700 municípios brasileiros.

 O interesse das administrações locais expressa o desejo de muitos pais que acompanham a vida escolar de seus filhos. Pais sabem o quanto a disciplina e a ordem cobradas em educandários com esse formato resultam saudáveis e se expressam em resultados positivos no aprendizado e na vida dos jovens. Então, logicamente, querem isso para os seus filhos.

Acompanho há muitos anos os fatos relacionados à Educação em nosso país. Minha mulher foi professora e, durante longo período, diretora de escola estadual do ensino fundamental. Viveu na experiência cotidiana as questões disciplinares e conheceu de perto os problemas que lhe dão causa. Eles se situam entre dois extremos: o abandono pela família e a sacralização dos pequenos rebeldes.

Em 2020, o Ministério da Educação canalizará R$ 54 milhões para 54 escolas cívico-militares, distribuídas entre as regiões do país e tem planos para alcançar 216 escolas até 2023. O projeto-piloto prevê gestão compartilhada entre professores civis e militares.

Reportagem da revista Veja, de 31 de agosto de 2018, relata que uma em cada cinco crianças de até oito anos, submetidas à Prova Brasil, que compõe o Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica (Saeb), diante de uma imagem de pipoca, identificaram-na como piloto, pijama ou pirata. Outro tanto se atrapalhou ao contar nove balões na mão de um palhaço. Os dados da Prova Brasil, informa a matéria, mostram que “apenas 5% dos alunos brasileiros se encaixam na faixa adequada, ou seja, possuem o conhecimento esperado para sua série”.

Os dados, aliás, tornam difícil entender que as escolas cívico-militares encontrem resistência por parte daqueles profissionais dos ambientes sindical e acadêmico que acompanham os fatos e os dados, com o toco de giz na mão dos outros... A propósito, leio no site Último Segundo reclamação contra o governo federal por, de um lado, demonizar o pedagogo Paulo Freire, que preconizava uma educação política, orientada para a conscientização dos alunos sobre sua condição social e, de outro, enaltecer o modelo cívico-militar, baseado na ordem e na disciplina”. Disso deduz que tal opção “reforça uma orientação autoritária e uma vontade de impor uma visão de mundo unificada e conformista.”

Enquanto a Educação disponibilizada fica tão aquém do necessário para a inserção proveitosa do estudante no conjunto das relações sociais e econômicas, a educação paulofreireana não se importa com o insucesso nas avaliações contanto que o produto da sala de aula responda aos anseios políticos do “patrono” da educação brasileira.

Não, não têm algo melhor do que isso para dizer. No vazio de ideias em que orbita a Educação em nosso país, não há lugar para ordem e disciplina.


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* Percival Puggina (75), membro da Academia Rio-Grandense de Letras, é arquiteto, empresário e escritor e titular do site www.puggina.org, colunista de dezenas de jornais e sites no país. Autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A Tomada do Brasil. Integrante do grupo Pensar+.


 


Dalton Catunda Rocha -   29/01/2020 18:47:24

Escola pública nunca prestou, nem prestará, no Brasil. Se algum governador ou prefeito deste país quiser mesmo, melhorar a educação, no seu estado ou município; então que faça isto: 1- Privatize todas as escolas públicas. 2- Dê o direito aos pais de escolherem em qual escola particular, eles querem matricular seus filhos, por meio de bolsas de estudo. O resto é só demagogia eleitoreira. Você acha que as escolas públicas funcionam gratuitamente? Enquanto nas escolas particulares, cerca de 70% dos funcionários são professores, nas escolas públicas esta percentagem não passa nem de 40%. O resto é burocracia; corrupta, incompetente e lenta. Sai mais barato e melhor, se usar dinheiro público, para pagar uma mensalidade numa escola particular, que jogar dinheiro fora em escolas ditas “públicas”, mas de fato da CUT, da corrupção e da incompetência. Não concordas? Lembra do tempo (governo Sarney) em que telefonia era monopólio estatal no Brasil? Então,menos de 30% dos brasileiros tinham telefone fixo e um telefone fixo custava o preço de um carro usado, em bom estado. Hoje, 100% da telefonia do Brasil é particular. Graças a este fato, uma linha ou um chip de telefone celular custa o preço de uma boa pizza grande e, até um gari pode ter um telefone celular no bolso. Somente a privatização plena de todo o ensino básico e médio, junto com a privatização da esmagadora maioria do ensino superior, poderá nos dar a esperança de um futuro melhor, para o Brasil. Em resumo. Com escolas sob o controle de marxistas, estaremos fadados a vivermos num país pobre, falido, corrupto e endividado. *************** Tornar um país pobre, num país rico é raridade, mas a Coreia do Sul conseguiu tal feito, graças aos governos de dois generais de 1961 a 1988. Peço a você, que veja a palestra que começa aos seis minutos e vários segundos do site https://www.youtube.com/watch?v=axuxt2Dwe0A

Luiz R. Vilela -   29/01/2020 12:43:36

Na escola cívico-militar, os dois fatores principais são preponderantes, o amor a pátria e a disciplina, que é a base da hierarquia militar. Quando jovem, é natural pela pouca experiência, que se insurja contra certos princípios hierárquicos que existem na vida. Viver, é se inserir num contexto hierárquico natural e como se diz no militarismo, antiguidade é posto, e o recém chegados ao mundo, devem respeito e obediência, aos que estão a mais tempo no mundo. A hierarquia militar apenas adapta a forma que deveria predominar na vida social, aos desígnios da caserna. A esquerda é contra tudo o que não seja do seu ideário, abominam principalmente o uso de FARDAS, atrelando os uniformes militares ou civis, a repreensão e principalmente ao antagonismo de ideias. Imaginam o homem fardado como sendo apenas um opressor e um serviçal do despotismo, de direita, é claro, até porque amam os ditadores fardados, tipo Fidel Castro e outros. No Brasil, os presidentes durante o regime militar, abandonaram as fardas, usavam terno e gravata, mas mesmo assim, eram rotulados de "gorilas", mas nunca disseram uma só palavra contra o ditador cubano, que governou o pais por 52 anos, com raríssimas aparições sem a sua farda verde oliva. Chega-se então a conclusão, que a farda que protege o socialismo, deve ser exaltada, já a que apenas garante a democracia, deve ser execrada. O colégio militar, tem por propósito, incutir no jovem, o amor a pátria, a disciplina, a camaradagem entre seus integrantes, e principalmente, fazer com que os alunos, tenham objetivos, se empenhem para um crescimento sadio na sua vida. Talvez uma das contrariedades com as escola de cunho militarizadas, seja o fato de não haver em seus portões, traficantes de droga, que para alguns "descolados", é inaceitável. Educação e disciplina, nunca fizeram mal a ninguém, mas pelo contrário, tem o condão de desenvolver qualquer sociedade. É tão nobre obedecer, quanto comandar, é dito no militarismo, que os jovem de hoje, sejam obedientes, porque amanhã, serão os comandantes, e certamente exigirão de seus comandados a obediência que tiveram no passado. A escola civico-militar, forma o cidadão e também o patriota, condição que anda escassa e quase inexistente neste nosso Brasil.