Em Zero Hora do último dia 5 de julho, um estudante entrou na esteira aberta pelo jornalista Paulo Germano que escreveu coluna criticando o projeto Escola Sem Partido. A carta desse leitor soma-se a incontáveis relatos que pessoalmente recebi sobre a militância política, ideológica e partidária que usa a sala de aula como concessão para fazer cabeças. O projeto foi apresentado na Assembléia Legislativa gaúcha pelo deputado Marcel Van Hatten e na Câmara de Vereadores da Capital pelo vereador Valter Nagelstein.
Senhores absolutos de tempo e conteúdo, das respostas certas e das notas, os pseudoeducadores militantes têm seu trabalho facilitado pelo material didático igualmente político, ideológico e partidário que o MEC lhes proporciona. Em sua carta à redação de ZH, o estudante mencionado no início deste texto informa que a UFRGS, onde cursa História, "foi tomada por essa ideologia de esquerda. Aulas são canceladas para que os alunos assistam 'aulas democráticas', 'palestras sobre democracia', que sempre começam e terminam com odes ao PT". O acadêmico também poderia ter dito PSol, PSTU, PCdoB.
É fato sabido que a história das ideias inspiradoras de todos esses partidos não registra a construção de uma única democracia. Igualmente documentado que o PT no poder fez vários ensaios para controlar os meios de comunicação e se valeu de métodos escusos para iludir a população durante os processos eleitorais. O discurso da democracia, portanto, deve ser entendido como outra impostura para perverter a democracia. Não há democracia possível com o polinômio que orienta esses partidos: luta de classes, relativização do direito à propriedade privada, incentivo à violência, construção de hegemonia em bases gramscistas, combate aos valores da civilização ocidental, entre os quais a própria democracia liberal, representativa.
Se você, leitor, for chefe de família e puder optar, na escolha do colégio de seus filhos, entre uma escola com partido e uma sem partido, qual das duas teria sua preferência? Desnecessário dizer o que acontece na primeira: é isso que está aí, com alunos cantando revolução e louvando Marighella e Che Guevara. Na outra, indiscutivelmente, maior foco no ensino e na aprendizagem. Na primeira, o preparo de militantes. Na segunda, o preparo para a vida. Na primeira, o incentivo à desordenada rebeldia. Na segunda, a criatividade positivamente estimulada. Na primeira, as artimanhas do combate político. Na segunda, o desenvolvimento das habilidades e competências para uma vida produtiva. Na primeira, a renitente interpretação marxista dos fatos sociais, políticos e econômicos. Na segunda, o incentivo ao estudo e ao trabalho.
Não devemos esquecer que os pais são os primeiros e mais legítimos responsáveis pela educação dos filhos. Com esta premissa, não creio que muitos desejem para eles uma escola com partido, ainda que seja isso que o poder público lhes proporciona e seja por aí que se tem desviado, também, o ensino particular, vitimado pela mesma contaminação ideológica. Todo apoio, portanto, ao projeto Escola Sem Partido.
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* Percival Puggina (71), membro da Academia Rio-Grandense de Letras, é arquiteto, empresário e escritor e titular do site www.puggina.org, colunista de Zero Hora e de dezenas de jornais e sites no país. Autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A tomada do Brasil. integrante do grupo Pensar+.
Laiz - 08/07/2016 21:09:21
Os vampiros atacam em todas as frentes. Dessa vez, a escola é a vítima. Escola é lugar de aprendizagem , de debate acadêmico . Deixemos que o jovem busquem a própria ideologia, de acordo com a orientação familiar ou a própria vontade. Privá-los dessa busca, e tentar direcioná-los é algo revoltante. A escola sempre funcionou bem para quem quis aprender e os professores sempre foram bons e respeitados , até que o Governo os desautorizassem , aviltasse os salários,mexesse na grade curricular , reduzisse o número de aulas,enchesse as salas com cinquenta alunos, transformasse o ambiente escolar em um lugar desagradável , devido ao desconforto e falta de manutenção em algumas escolas públicas. Esse debate é oportunista e pretende, sem dúvida, desviar a atenção do povo. As famílias precisam reagir a essa tentativa de doutrinação disfarçada.Luiz Felipe Salomão - 08/07/2016 14:54:43
Caro Professor, DALRYMPLE, com muita propriedade, afirma sobre boa educação de crianças: " O comportamento humano é produto da consciência e a consciência da criança deve ser moldada". Em se tratando de educação no Brasil, qualquer que seja o nível e em minha opinião, ainda temos muito a aprender. Saudações.Genaro Faria - 08/07/2016 06:12:38
A principal faxina que nós precisamos fazer é a ideológica. A proposta de uma escola sem partido, vale dizer, isenta de um proselitismo ideológico seria impensável sem essa apologia que os governos institucionalizaram no ensino, assim como a corrupção foi institucionalizada na vida pública nacional. Não haveria razão para essa resposta. Esse projeto de lei atende à liberdade de culto, de opinião e ideias explicitamente defendida pela Constituição como um dos direitos fundamentais dos brasileiros. Quem se opõe a essa liberdade deve basear-se na lei cubana .Sérgio Antigo - 08/07/2016 00:46:33
Realmente a doutrinação explícita e a sutil (a pior de todas) ocorre nas escolas e nas universidades. Já há uma geração devidamente "trabalhada" pelos fascistas/comunas intelectuais de esquerda. Sempre donos da verdade e patrulheiros atentos às opiniões de alunos e professores com pensamentos diferentes dos deles. Eles têm um discurso de "democracia e liberdade' mas são opiniáticos e agressivos frente aos discordantes. A solução é movimentos militantes com novas ideias para, pelo menos, contrabalançar a ideologia marxista/esquerdizante. attGenaro Faria - 06/07/2016 15:35:24
Que pai colocaria um filho para estudar em Cuba se pudesse enviá-lo a uma escola americana ou europeia? Garanto que não seria um pai "progressista", que só pensa em destruir a família alheia.Dalton Catunda Rocha - 06/07/2016 14:30:51
O artigo escreve: "Se você, leitor, for chefe de família e puder optar, na escolha do colégio de seus filhos, entre uma escola com partido e uma sem partido, qual das duas teria sua preferência? " Bem. Mais de 85% dos alunos do Brasil estão, matriculados em escolas públicas pois, seus pais não tem dinheiro para pagar escolas particulares. Onde a liberdade de escolha, para estes mais de 85% dos país. Sobre os cerca de 15% de pais restantes, as escolas particulares adotam os mesmos livros gramscistas/ didáticos das escolas públicas. Escola pública nunca prestou, nem prestará, no Brasil. Se algum governador ou prefeito deste país quiser mesmo, melhorar a educação, no seu estado ou município; então que faça isto: 1- Privatize todas as escolas públicas. 2- Dê o direito aos pais de escolherem em qual escola particular, eles querem matricular seus filhos, por meio de bolsas de estudo. O resto é só demagogia eleitoreira. Você acha que as escolas públicas funcionam gratuitamente? Enquanto nas escolas particulares, cerca de 70% dos funcionários são professores, nas escolas públicas esta percentagem não passa nem de 40%. O resto é burocracia; corrupta, incompetente e lenta. Sai mais barato, se usar dinheiro público, para pagar uma mensalidade numa escola particular, que jogar dinheiro fora em escolas ditas públicas, mas de fato da CUT, da corrupção e da incompetência.Mario roberto andrade - 06/07/2016 14:10:19
Sou a favor de escola sem partido /ideologia. Meus filhos tem que aprender português matemática etc.E não venerar homicidas como Che Guevara e Marighelá. ParaMario roberto andrade - 06/07/2016 14:10:17
Sou a favor de escola sem partido /ideologia. Meus filhos tem que aprender português matemática etc.E não venerar homicidas como Che Guevara e Marighelá. ParaIvo - 06/07/2016 13:02:41
O projeto Escola sem partido é perfeito. Se eles acham que dar uma educação de esquerda é bom, a título de liberdade de expressão, que criem suas escolas particulares e que deem bolsa a pobres. O mesmo pode fazer o liberal. Os pais decidem,pelo mercado, o que preferem.Fábio Gonçalves - 06/07/2016 04:04:35
Escola não é centro de lobotomização / lavagem cerebral. É lugar para a criança se socializar, acumular conhecimento, desenvolver senso crítico etc. O professor é um facilitador desse processo e não pode agir como agente doutrinador de partido algum. Graças a Deus não tenho filhos em idade escolar e se os tivesse, não estudariam no Brasil, no que dependesse de mim.