Percival Puggina
Desde que caiu em mãos petistas em 2003, o ENEM virou um Cavalo de Troia do tipo que chega relinchando, fazendo sujeira no calçamento, recheado de invasores, braços para fora, acenando bandeiras vermelhas. Foi pensado, originalmente, com o intuito de avaliar a aprendizagem dos alunos de ensino médio, no entanto, uma vez confiado ao PT, virou componente de relevo na máquina totalitária que o partido montou no MEC.
Entende-se. Para Paulo Freire, patrono da educação brasileira, educar é um ato político e as provas do ENEM deste ano mostram – como bem sublinhou Alexandre Garcia em recente artigo – que professores formados com as bênçãos desse patrono já não conseguem elaborar uma prova em linguagem compreensível. A educação brasileira é uma tragédia que vai vitimando sucessivas gerações.
O ENEM não é apenas uma fonte de colossais trapalhadas, como as que se repetem este ano. É parte, também, de um projeto de hegemonia em implantação há várias décadas e que se realiza induzindo currículos, ordenando pautas, impondo o vocabulário do partido e ideologizando exames, provas e concursos públicos. As cartilhas, os livros distribuídos às escolas, os muitos programas nacionais voltados ao famigerado "politicamente correto" estão alinhados com a mesma estratégia.
Imagine o contexto: de um lado, uma prova que habilita os bem colocados, num sistema de cotas e notas, a ingressar na universidade; de outro, um inteiro temário de questões onde as pautas políticas e o vocabulário do partido aparecem como textos de motivação, objetos de interpretação, ou respostas a serem assinaladas como corretas. Não raro são introduzidas questões controversas, mas os alunos já sabem como pensam os professores... Se estudantes cubanos, venezuelanos ou nicaraguenses fossem submetidos a algum certame nacional, ele certamente seria assim.
O Cavalo de Troia tem o poder de agir nacionalmente e de influenciar a quase totalidade dos estabelecimentos de ensino médio do país, mobilizando quatro milhões de estudantes por edição. O atrativo que oferece e a pressão de demanda que determina, leva as escolas a condicionarem seus conteúdos às pautas do ENEM. Desse modo, a burocracia do MEC dá o tom que devem entoar as salas de aula do país.
Depois – imenso paradoxo! – essa militância de esquerda agarrada ao MEC como carrapato ideológico impõe regras a todos agita suas bandeirinhas vermelhas em defesa da liberdade de cátedra e da autonomia do professor... Dá-me forças, Senhor!
Percival Puggina (78) é arquiteto, empresário, escritor, titular do site Liberais e Conservadores (www.puggina.org), colunista de dezenas de jornais e sites no país. Autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A Tomada do Brasil. Integrante do grupo Pensar+. Membro da Academia Rio-Grandense de Letras.
Paulo Antônio Tïetê da Silva - 10/11/2023 17:19:53
A esquerda brasileira, após as tentativas de tomar o poder pelas aramas, com a Intentona Comunista da década de trinta e a guerrilha durante a ditadura do Golpe de 1964, adotou as teorias de Antonio Gramsci, peensador italiano marxista. Uma delas é "fazer a cabeça" da juventude. Tarso Genro, quando prefeito de Porto Alegre, implantou o nefasto Sitema de Ciclos nas escolas municipais. Nele é proibido reprovar o aluno, para evitar que ele sinta-se inferior aos outros e fique traumatizado. Ai surgiram os "analfabetos funcionais"; úteis para a manipulação esquerdizante. Na verdade ransferiram o trauma para quando esses alunos tentaram entrar no mercado de trabalho.MARCO ANTONIO GEIB - 09/11/2023 19:15:29
Mestre, só para reforçar nosso comentário anterior sobre o assunto, veja a posição do Deputado Federal Gustavo Gayer (PL-GO) afirmou nesta quarta-feira, 8, em uma sessão da Câmara dos Deputados, que vai punir a sua filha adolescente de 17 anos se ela tirar uma boa nota no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Segundo o parlamentar, que é aliado do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), pessoas que tiverem um desempenho positivo na avaliação são "avatares ideológicos".DANÚBIO EDON FRANCO - 09/11/2023 18:17:17
Caro Puggina, não só tu, mas todos nós, precisamos nos livrar dessas malas do mal. Dias atrás, a Professora Cíntia Chagas (essa merece o p maiúsculo), no programa Pânico, da TV Jovem Pan, declarou que na entrevista que fizera com Bolsonaro, quando presidente da república, este afirmou que as mudanças no MEC levariam muito tempo, na era missão para um período de governo, pois era um território minado e dominado pela esquerda. Essa informação confirma o que sempre foi dito por Olavo de Carvalho - o enclave comunista situa-se no MEC. É o coração da esquerda, porque dali emerge a orientação educacional nacional. Contamina-se a semente e o resto nós sabemos, pois os frutos aí estão doutrinando e lecionando em defesa da Ideologia do Macaco: ao acordar pela manhã ele ou ela escolhe o que quer ser: homem ou mulher ou apenas um ser humano. O que és hoje, pergunta o "amigues", hoje sinto-me um homem, responde o ser. Afinal, pergunta o "amigues", qual é a tua? Ora, responde o ser, pouco importa, eu quero é festa. Tanto faz lá como cá. Tudo é festa. E aí estamos, com essa gente comandando a educação do povo brasileiro.MARCO ANTONIO GEIB - 09/11/2023 16:40:48
Mestre, o estrago que o "Patrono da Educação Nacional", Paulo Freire, casou e vem causando ultrapassa até mesmo o que a Pandemia do Covid-19 fez. No seu artigo, tem uma frase que resume tudo: "A educação brasileira é uma tragédia que vai vitimando sucessivas gerações". Na Pandemia as pessoas morriam e finalmente foi controlada. Mas na Educação os problemas se multiplicam e se expandem em proporção geométrica entre nossos jovens e que se tornam adultos. Nos parece que para os "Governantes do País" a Educação da população é deixada de lado. Já estamos criando um País de "vadios" (bolsa família etc.) e também de "analfabetos profissionais". Ressalve-se aqui Prefeitos, Governadores e Educadores que procuram fugir deste viés educacional. Boa Tarde.Odilon Rocha - 09/11/2023 15:13:57
Caro professor, peço a Deus o triplo do que o senhor pediu. Como cavaleiro, lhe digo que basta tirar a alfafa do cavalo.Sérgio Ilha moreira - 09/11/2023 14:19:25
Brilhante, como sempre, meu caro Puggina!Francisco Moura - 09/11/2023 14:05:36
Mais uma prova da qual nos falou o saudoso Olavo de Carvalho que o MEC deveria ser extinto. Para variar, um excelente artigo do Mestre Puggina, poucos no Brasil escrevem tão bem.Acioly Mendes Pinheiro - 09/11/2023 13:20:16
Triste realidade professor. Abraço.Afonso Pires Faria - 09/11/2023 12:22:29
Creio que em meu artigo, publicado neste blog, mostra algo similar a isso. Estamos indo sim "Ladeira abaixo". Parabéns professor.Gerson Carvalho Novaes - 09/11/2023 10:28:00
Se eu fosse o comandante da educação em meu país pediria (ou ordenaria) a alunos e professores elaborarem uma tabela: VALORES X MAZELAS. Exemplo: conhecimento x ignorância; bondade x maldade; correção x desonestidade; bom senso x estupidez; justiça x injustiça; respeito x desdém; amor x ódio e por aí vai… a lista é extensa.Menelau Santos - 08/11/2023 16:30:20
Os livros distribuídos nas escolas pela esquerda são bíblias editadas pelo capeta.