• Percival Puggina
  • 27/06/2021
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EM DEFESA DA LIBERDADE DE EXPRESSÃO

 

Percival Puggina

 

A livre expressão de ideias sujeitava-se a um eloquente silêncio. O direito de opinião fora escriturado em nome dos grandes meios de comunicação, seus teleguiados formadores de opinião, palpiteiros e consultores filtrados a dedo. Os cursos de jornalismo, adequadamente instrumentalizados, desovavam todos os anos levas de militantes preparados para cumprir sua missão. Nem o futebol ficava fora do serviço cotidiano de veneno ideológico disponibilizado à “massa”. Os espaços abertos à divergência eram oferecidos em doses homeopáticas nas monitoradas seções “Fale conosco” e “Opinião do leitor”, e por raríssimos colunistas entre os quais me incluí, durante muitos anos, nas páginas de diversos jornais do Rio Grande do Sul.

Em Zero Hora, substituí o Olavo de Carvalho no ano de 2007. Ali permaneci, solitário e semanal durante, dez anos.  Depois veio o Constantino e, agora está o Guzzo. A seu tempo, cada um de nós significou o semanal “pluralismo” do veículo, sufocado  em meio a dezenas de outros editores e colunistas diários. Não era e não é diferente no resto do país.

As redes sociais não revolucionaram os grandes meios de comunicação, mas abriram um espaço paralelo, no qual o direito de opinião saiu da teoria e ganhou efetividade. Sábios e néscios, cientistas e palpiteiros, políticos e eleitores, religiosos e ateus, passaram a desfrutar de uma liberdade que rapidamente reduziu o poder ditatorial da grande mídia e dos aparelhos ideológicos nelas atuantes.

Trump venceu nos EUA; Bolsonaro venceu no Brasil. Indesculpável! Para agravar a situação, jornais perderam leitores; emissoras perderam audiência; seus candidatos amargaram derrotas. Os donos das plataformas perceberam que um poder imenso escapara de seu controle. Por que não supervisionar e regrar os conteúdos? E veio a censura privada, o bloqueio provisório e permanente de contas por motivo de opinião. A censura leva à autocensura. Nela, a liberdade algema a si mesma e discrimina o pensamento.

O “politicamente correto”, o falso progressismo e a Nova Ordem Mundial impuseram sua ditadura também sobre as plataformas.

Numa evolução natural, dado o rumo tomado no Brasil pelas redes de TV, foram surgindo as lives e os noticiários autônomos. Era uma nova forma de comunicação, tão caseira quanto livre, oportuna e necessária. Parcela crescente do público foi mudando sua sintonia habitual para canais do YouTube. Até que... o YouTube reagiu e passou a bloquear canais de seu maior desagrado. Quer mais? Pense na insistência com que se denomina discurso de ódio o antagonismo ao mau legado dos governos de esquerda. Pense na corrupção, nos assassinatos de reputação, na violência verbal e material com que conduziram sua trajetória. Pense em agências de checagem, em Inquérito do Fim do Mundo, em prisão de parlamentar e jornalistas.

A defesa da liberdade é, sempre, parte inseparável das cenas políticas. Nenhum dos projetos em curso contra os valores do Ocidente tem compromisso com a liberdade indispensável numa era de conflitos.

Percival Puggina (76), membro da Academia Rio-Grandense de Letras, é arquiteto, empresário e escritor e titular do site www.puggina.org, colunista de dezenas de jornais e sites no país. Autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A Tomada do Brasil. Integrante do grupo Pensar+.


Paulo Antônio Tïetê da Silva -   29/06/2021 11:34:35

Bom dia. Pode ter bobagens, mentiras e etc., nas redes sociais. Mas nelas podemos denunciá-las e postar as verdades. Ao contrário de todos os outros tipos de imprensa, em que o que era divulgado, torna-se intocável e irreparável, como os membros do STF do Brasil.

Décio Antônio Damin -   28/06/2021 16:55:04

Liberdade é dizer "enfaticamente" o que nós pensamos, e violência... é opinião dos outros a respeito das "nossas" idéias...! O que vemos de bobagens nas redes sociais, além de mentiras deslavadas, mostra que o progresso nesse meio não nos tem feito andar para a frente no sentido cultural e científico...! Nos apequenamos, e, em realidade, pensando que marchamos para a frente... estamos indo para trás...! Atirar pedras na Imprensa dentro de pouco tempo vai fazer parte do currículo escolar. Algum deputado vai apresentar um projeto de lei que a contemple,

valter de oliveira -   28/06/2021 16:50:35

Caro Puggina. Ademais de procurarem cercear a liberdade eles exigem severas e drásticas punições para quem ousar desafiá-los. Na hora que conseguirem colocar na lei tudo o que querem sairão punindo sumariamente todo o mundo. A lei dos suspeitos vai ficar universal. E estão conseguindo, em muitos lugares. Soube de famílias que mudaram de país para conseguir passar valores a seus filhos. Temos que enfrentá-los. Com empenho cada vez maior. Forte abraço.

Dagoberto Lima Godoy -   28/06/2021 11:32:49

Enquanto existirem os Pugginas, ainda que tão raros, perdurarão a liberdade de expressão e a defesa da verdade e da justiça.

Enilda Ferreira -   28/06/2021 11:09:59

Bom dia de paz! Amigo, já leste a mudança da OMS para 01/01/2022, sobre o CID MG19? Lei internacional de classificação da velhice como Doença, já na certidão de óbito do marido da rainha da Inglaterra? Estudando isto ,com pessoas amigas bem interessadas... Abraços.

José Augusto Kliemann -   28/06/2021 10:39:14

amigo Puggina, não leio mais jornais, seleciono na internet os assuntos de interesse. Recentemente, no aguardo de atendimento coloquei os olhos na FOLHA DE SAO PAULO, e.....amigo comentou : lendo a Folha ? tomou ENGOV ? Nojo e enjoo......

Elvio Rabenschlag -   28/06/2021 10:11:17

Parabéns. Muito pertinente o comentário.

Lúcia knihs Stiehler -   28/06/2021 08:38:50

Nossa luta tem que ser constante, parabéns Percival por defender sempre a liberdade quase ausente nos dias atuais.

Rute -   28/06/2021 08:20:24

Perfeito,pois vínhamos sendo licerciados de nossas liberdades, que infelizmente não percebiamos,mas o povo acredito eu, que sua maioria acordou. Não, seremos mais enganados por midias vendidas pelo o mal do mundo.

Ana Monica Jaremenko -   28/06/2021 03:35:26

Caro Percival! Permita-me tratá-lo pelo pré-nome. Admiro-o e sigo-o a anos. Lendo este artigo, imaginei-me voltando à Faculdade de Comunicação e Biblioteconomia (FACOMB/UFG), um sonho que acalento em meus 56 anos de vida: terminar o curso de Biblioteconomia e aproveitar os intervalos de aula criando salas de discussões temáticas. Na segunda-feira, leitura do Versículo do Dia, divulgação do link do Versículo do Dia para os demais dias da semana e oração. Na quarta-feira, leitura de textos como este e um convite a reflexão. Na sexta-feira, análise de acontecimentos da semana relevantes, incentivando as pessoas a pensarem "fora da caixa". Não sei se você imagina o quão difícil é enfrentar um ambiente universitário, que deveria ser intelectual e de produção de alta cultura, mas que está fortemente aparelhado para formar militâncias esquerdistas/comunistas/socialistas/globalistas. Que Deus nos abençoe! Graça e paz!

Renato Bellucci -   28/06/2021 01:41:50

Puggina, buenas! Como é gratificante ler um texto com tanta verdade contida. Parabéns de um leitor e admirador

João Amaury Belem -   28/06/2021 01:10:16

“O amor à LIBERDADE torna os homens LIVRES e os povos INVENCÍVEIS”.