• Percival Puggina
  • 19/05/2015
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EDUCAÇÃO PARA A TRANSGRESSÃO

Embora permanentemente desmentida, é muito inerente à nossa formação cultural a idéia de que as leis geram uma força própria suficiente para superar as dificuldades de que tratam. Há um problema? Faça-se lei para resolvê-lo. Feita a lei, lavam-se as mãos e dá-se tudo por resolvido. Essa mesma fé nos leva a crer, por outro lado, que as relações sociais devam estar regidas por estatutos legais, o que acaba inibindo os espaços próprios aos ajustes interpessoais, aos contratos e à liberdade, enfim.

Se verdadeira tal crença no poder corretivo das leis, nosso país deveria ser um modelo de virtudes coletivamente atingidas e a vida fluiria doce e suavemente, conforme a concebem os que redatores dos códigos. No entanto, observo uma realidade diferente e sou induzido a uma convicção diferente. Quanto mais educação dermos às pessoas, quanto melhores forem os valores a elas transmitidos, quanto mais elas se deixarem conduzir por princípios, menor será o número de leis de que necessitaremos e maior será o espaço da liberdade vivida como bem moral determinante de condutas corretas. Em palavras que melhor resumam o que pretendo dizer: estamos fazendo leis em excesso e educando de modo escasso.

Pergunte a qualquer professor na faixa etária dos 50 anos qual a avaliação que faz entre a qualidade da educação que era ministrada ao tempo de sua infância e a que é fornecida hoje. Não estou me referindo a meros conteúdos didáticos. Estou falando em muito mais do que isso, estou aludindo à verdadeira educação, àquela que prepara as novas gerações para a vida social e para o exercício da liberdade. E sublinho: não estou limitando essa tarefa educativa apenas à sala de aula. Estou falando na educação que deve ser proporcionada em casa, nas Igrejas, nos vários ambientes de convívio social e mediante os meios de comunicação.

Faça mais, pergunte a você mesmo sobre a insistência com que a responsabilidade, a solidariedade, e o respeito à verdade, ao patrimônio alheio, à dignidade do outro, às autoridades e instituições, aos idosos, eram passados a você. E compare com o que vê a seu redor. Poste-se diante de um monitor de TV e faça uma sinopse dos valores e desvalores exibidos. Compre uma revista, dessas que são destinadas ao público adolescente, e veja se encontra ali algum conteúdo que contribua de modo positivo para o adequado uso da liberdade.

De nada nos valerão tantas leis enquanto a sociedade, a partir da infância, for educada para a transgressão.

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* Percival Puggina (70), membro da Academia Rio-Grandense de Letras, é arquiteto, empresário e escritor e titular do site www.puggina.org, colunista de Zero Hora e de dezenas de jornais e sites no país, autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia e Pombas e Gaviões, integrante do grupo Pensar.

                     


Movimento Dogma: Fora Paulo Freire -   23/05/2015 19:34:50

O Brasil acabou. Não há mais o que fazer. Movimento Dogma: Fora Paulo Freire

Odilon Rocha -   23/05/2015 01:15:17

Caro Professor Com raríssimas, para não dizer nulas, excessões vemos alguém ceder o lugar no onibus para alguém mais idoso, grávida ou necessitado pelas circunstâncias. Com raríssimas excessões, também quase nulas, vemos alguém que esbarra em nosso ombro pedir desculpas, e por aí vai. No trânsito dispenso o comentário. É cada um por si e,...cada si por si mesmo. Em alguns setores em que o funcionário deveria estar atento, está ao celular digitando sei eu o quê. O cliente que se aguente e espere o contato terminar. É um espanto! Televisão virou palco de velhacaria, nas novelas, propagandas e demais mídias. Aquele antigo comercial do governo que mostrava onde o dinheiro da compra de produtos piratas íam parar, numa sequência fantástica, morreu! É uma maravilha! Não nos preocupemos. O Fachin, chegado aos valores da família, vai dar um jeito. Abraço

Robson Nunes Da Silva -   20/05/2015 12:57:13

Reforça-se amiúde a ideia de "liberdade". Entretanto, fala-se muito pouco em responsabilidade. Cedo ou tarde as pessoas irão entender, que o excesso de liberdade leva-nos, como sociedade, à privação dela.

Leitora -   19/05/2015 19:20:46

Este final de semana assisti um episódio do seriado THE WALTONS (John Boy), 0nde ressaltava a importância do amor e da união familiar. Fiquei com saudades daquele tempo onde podíamos assistir televisão juntos com toda a família sem o apelo sexual que hoje temos.

Data Venia -   19/05/2015 15:45:19

PSDB termina governo Dilma três vezes mais governista que começou O PSDB, principal partido da oposição ao governo da presidente Dilma Rousseff (PT), está muito mais governista na reta final desta legislatura do que no início. Na média dos últimos quatro meses, os deputados tucanos votaram em concordância com a orientação do governo federal na Câmara em 52% das votações – uma taxa 3 vezes maior que em fevereiro de 2011, quando o índice era de apenas 17%. Quem desejar ler o resto: http://blog.estadaodados.com/psdb-termina-governo-dilma-tres-vezes-mais-governista-que-comecou/ O PT FINGE QUE GOVERNA E O PSDB FINGE QUE É OPOSIÇÃO! O ESTADÃO DADOS CRIOU O BASÔMETRO, UMA FERRAMENTA MUITO INTERESSANTE, QUE PERMITE VISUALIZAR A TAXA DE GOVERNISMO DE CADA PARLAMENTAR E DE CADA PARTIDO DESDE O PRIMEIRO GOVERNO DO EX-PRESIDENTE LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA. http://estadaodados.com/basometro/