• Décio Antônio Damin
  • 02/12/2011
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EDUCAÇÃO, A NOSSA EXPERIÊNCIA

EDUCAÇÃO, A NOSSA EXPERIÊNCIA Décio Antônio Damin Será que, em pouco tempo, tanto mudou? O amadurecimento cerebral das crianças e jovens de hoje será tão diferente do nosso que enfrentamos o ?primário?, o ?ginásio? e o ?científico? ou o ?clássico? na segunda metade do século XX? Será que a escola hoje tem que ser, para os alunos, alguma coisa que lembre um parque de diversões, para só assim eles concordarem em continuar a freqüentá-la? Nestes últimos anos, com a ?experiência? dos novos educadores e pesquisadores, o nível da educação só tem feito piorar. As razões, por óbvio, são múltiplas, mas a perda de objetivos claros é uma das fundamentais junto com a desvalorização dos professores. Estudava-se Latim, Português, Francês e Inglês. Por acaso alguém acha que estas matérias não eram e não são importantes para uma abertura intelectual e cosmopolita dos nossos pensamentos? Tínhamos matérias como Desenho Artístico e Geométrico, Música, Trabalhos Manuais que ajudavam a desenvolver a coordenação e o senso estético. Freqüentávamos as aulas com seriedade e objetivos, sabendo que este era o caminho para o desenvolvimento pessoal e coletivo. Sabíamos, desde cedo, o que queríamos ser quando adultos e corríamos atrás de nossos sonhos! Nem todos conseguiam obter um diploma universitário, mas seguramente o número de analfabetos funcionais era menor. As ?professoras?, maioria absoluta nas etapas iniciais, eram quase como mães no trato com os alunos que as adoravam e respeitavam como a imagem do conhecimento e das virtudes que perseguiam. Lembro-me até hoje da Diretora do Grupo Escolar Carlos Gomes, Dna. Irene Fava que, em Garibaldi, tinha alta projeção social, era respeitada, acatada e ouvida. Na Escola Normal Oswaldo Cruz em Passo Fundo e no Colégio Estadual Júlio de Castilhos, eu poderia citar, quase um por um, os professores de todas as matérias. Ele era o ?Colégio Padrão do Estado? e nele estudaram inúmeros alunos que viriam a se destacar em todas as profissões. Todas eram escolas públicas, consideradas as melhores e freqüentadas por todas as classes sociais. O que está errado hoje é o exemplo dado a todos e em particular aos jovens: A ascensão social parece mais fácil por meios alternativos ou imediatos do que aquela conquistada com suor nos bancos escolares. O aluno que foge da aula para jogar bola parece que merece um elogio em lugar de uma reprimenda. O sonho de muitos é um filho cantor, artista ou jogador de futebol! Alguns acham que com um computador para cada aluno isto vai mudar. Triste, pois utópica, expectativa! ?Profissionalizar? os estudantes do ensino médio ou acrescentar matérias discutíveis ao currículo, comprimindo as essenciais, é injustificável e um erro muito grave! (*) Médico