• Percival Puggina
  • 11/09/2017
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E O SANTANDER ENCERROU O QUEERMUSEU

 

 Foi cancelada a desrespeitosa mostra de quem exige respeito. Fechou a sectária exibição de quem se diz pela diversidade. Cancelaram a pornográfica exposição que degradava a homossexualidade. Neste último domingo (10/09), o Santander Cultural suspendeu o Queermuseu. Antes tarde do que nunca.

Nas 48 horas anteriores à decisão, a mobilização popular avolumou-se nas redes sociais e constrangeu o Santander a encerrá-la com um explícito pedido de desculpas aos que se declararam ofendidos. Não vou divagar sobre arte porque é um debate fora desta pauta e porque, sobre tais temas, nunca se entenderão artistas, críticos de arte e acadêmicos, seja entre si, seja uns com os outros. Meu interesse tampouco vai para o Queermuseu. O mundo da cultura deve estar aberto às possibilidades da criação humana. Pessoalmente, como não vou a exposições para sofrer, compareço apenas às que me concedem prazer estético. E não seria este o caso.

O que me traz ao tema são as imagens que vi e que clamavam por protesto da sociedade e providência dos responsáveis. Convenhamos, uma exposição aberta ao público infantil exibindo atos de zoofilia, figuras de crianças em sugestões de pedofilia, e desrespeitosas à fé religiosa da maioria da população? A quem se sente discriminado e se declara objeto de preconceito, o tal museu não faz muito para ajudar. Bem ao contrário, num centro cultural importante da cidade, com direito a curadoria, coquetel de abertura e cobertura de imprensa, exibia um mosaico de aberrações.

Como pode exigir respeito quem não respeita os demais? Como pode pretender o devido reconhecimento social quem tolera ter sua diversidade representada por aquelas imagens? Numa inépcia monumental, a exposição favoreceu a atitude oposta. A ação teve o intuito de agredir emocional e espiritualmente, e alcançou o que pretendia - rejeição emocional e espiritual. O presidente do Santander Cultural, hospedeiro do evento, às vésperas da decisão pelo fechamento, ainda insistia em que o Queermuseu "está ancorado em um conceito no qual realmente acreditamos: a diversidade observada sob aspectos da variedade, da pluralidade e da diferença". Só faltou combinar com o conteúdo.

Tem tudo a ver com este caso a persistência e a intolerância ululantes nas galerias dos parlamentos, em meio a coloridos arcos-íris, sempre que a abordagem de questões de gênero em ambiente escolar infantil e juvenil recebe veto legislativo. Chega a ser molestador, doentio, esse desejo de influenciar a sexualidade infantil dentro de sala de aula com a ideologia de gênero! Pois a mesma suspeitíssima fixação com a sexualidade das crianças compareceu ao evento proporcionado pelo Santander Cultural. Crianças merecem amor, respeito e zelo.

Esclarecimento ao leitor destas linhas: quem pagou a conta desse despautério? Você, claro. Quem mais haveria de ser? O projeto foi desenvolvido pela Lei de Incentivo à Cultura, com apoio do Ministério da Cultura e Governo Federal.

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* Percival Puggina (72), membro da Academia Rio-Grandense de Letras, é arquiteto, empresário e escritor e titular do site www.puggina.org, colunista de dezenas de jornais e sites no país. Autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A tomada do Brasil. integrante do grupo Pensar+.

 


Rodrigo -   13/09/2017 23:10:10

Depois de tanta imoralidade, parece que as pessoas que defendem a família, a religião e os bons costumes (que absurdo defender isso!) estão reagindo no Brasil. Quem apanha tanto por anos uma hora acabaria tomando uma atitude. Parabéns ao MBL, parabéns aos anônimos que se revoltaram contra essa exposição de horrores. Cristo se irou contra os vendilhões do templo, portanto a boa revolta é sempre salutar. Principalmente quando a arma são as palavras, frutos de opinião, palavra tão odiada pelos esquerdopatas, que não poupam esforços para tentar calar quem tem uma divergente da deles. Não vamos nos calar. E 2018 está aí! É bom essa gente JAIR se preparando, pois os dias de mamata com dinheiro público para financiar essas barbaridades está com os dias contados!!!

Jonny Hawke -   12/09/2017 17:15:56

Professor, a esquerda defende a exposição em ainda quer dizer que isso é arte no impondo e xingando. Fico imaginando o que acontece se tivermos mais um presidente populista nesse país, acho que dificilmente escaparemos de uma ditadura "cubana ou venezuelana" dizendo o que é arte, o que é certo, o que é errado, como comer e como se vestir e assim por diante.

sanseverina -   12/09/2017 16:59:34

A apologia da transgenia é o tema da vez e já dura algum tempo: são as paradas gays e o Carnaval anuais, os talk shows das TVs, as publicações das revistas semanais e até essa exposição degradante. Tudo exposto ao público infantil e adolescente! Nesta semana além do infeliz patrocínio do Santander, a Vejinha/SP, em reportagem de capa, trata com normalidade e muita simpatia da questão agora tornada moda: certas pessoas nascem mulheres com alma de homem e vice-versa, justificando uma “necessária transformação física” que inclui hormônios, cirurgia e visual. A homossexualidade existe desde que o mundo é mundo, estão aí os filósofos gregos e seus discípulos e os numerosos afrescos do mundo antigo retratando esse comportamento como trivial até. É parte da Natureza, digamos. O que não se pode aceitar é a mídia fazer da diversidade (aqui incluídos desvios patológicos!) algo bem vindo como se fosse mais uma etapa da evolução da Humanidade. Mas, não nos esqueçamos, a política de destruição da unidade familiar como célula do corpo social faz parte mesmo é da tal revolução cultural de Gramsci.

Dalton Catunda Rocha -   12/09/2017 15:19:22

Em resumo: Luta de classes morta; luta de boiolas posta...

Leonardo Melanino -   12/09/2017 12:38:55

Graças às mobilizações populares, este evento chamado "Queermuseu", promovido pelo Santander, foi encerrado definitivamente por ele, pois houve muitas reclamações de impropriedades contidas nele. Independentemente de etnia, orientação sexual, procedência, raça, religião, sexo, socialidade e assim sucessivamente, sou contra quaisquer tipos de conteúdos íntimos ou sensuais, como amassos, carícias íntimas, ósculos bucais, roupas indecentes e assim sucessivamente.

Genaro Faria -   12/09/2017 11:20:16

Caríssimo Puggina, eu também não me avoro em crítico de arte. Seria uma pretensão descabida estabelecer um critério sobre o que seja arte ou não mereça esse conceito. Uma escultura ou uma tela pode ser considerada arte enquanto outra escultura e outra tela, não. Há, com certeza, uma zona cinzenta, limítrofe onde o discernimento requer mais do que o senso comum para se fazer essa avaliação crítica. Mas é indiscutível que o Davi e a Gioconda são obras de arte. Não ocorre a ninguém chamar Michelangelo Buonarroti de charlatão. No entanto, um prego na parede ou um berreiro histérico ao microfone da "artista conceitual" Yoko Ono não exigem o mínimo talento ou inspiração, apenas uma cretinice monumental de quem participa de uma exposição de arte com essas obras. Não adianta querer esconder a licenciosidade e pura libertinagem manifestas da exposição Queer Museu (literalmente, museu das bichas) na relatividade do conceito de arte. Os crimes ali cometidos estão perfeitamente tipificados no Código Penal.

Odilon Rocha -   11/09/2017 23:52:25

Caro Professor O lixo recebeu o tratamento que devia.

Regina Guimarães -   11/09/2017 14:06:16

Professor, o que me deixou mais injuriada foi o fato do banco qualificar o projeto como educativo e com a perspectiva de ser divulgado nas escolas. Na minha opinião, o Ministério da Cultura e da Educação devem ser responsabilizados também. Assim consta no site que descreve esse projeto: "Todas as atividades propostas serão gratuitas à população: Programa Educativo será oferecido para todas as instituições que agendarem visitação; Folder com 24 páginas, tiragem de 15 mil exemplares contendo informações sobre as obras e textos explicativos. Caderno do Professor, tiragem de 1.000 unidades para distribuição aos professores que acompanharem os alunos na visita de escolas. Impressão de 2 mil unidades do catálogo da exposição com a seguinte distribuição gratuita: 200 unidades serão destinadas à baixa renda através da distribuição em escolas da rede pública que visitarem a exposição; 200 unidades para bibliotecas, museus e MinC; 200 unidades destinadas para os patrocinadores; 50 unidades para o Curador; 50 unidades para o proponente; 1.300 unidades serão destinadas aos visitantes que solicitarem; Total 2.000 unidades." http://versalic.cultura.gov.br/#/projetos/164274