E O JUIZ FALOU. ANTES NÃO O FIZESSE!
E O JUIZ FALOU. ANTES NÃO O FIZESSE!
Rápido, muito rápido para mandar soltar os bandidos que roubaram e feriram uma senhora na Av. José Bonifácio em Porto Alegre, o juiz Mauro Caum Gonçalves esquivou-se quanto pode de falar sobre o assunto. Mas falou. Sua longa entrevista está estampada com destaque na edição de Zero Hora deste domingo. Melhor faria Sua Excelência se continuasse calado, porque quanto mais explicou pior ficou.
Diz o juiz, por exemplo: Não é possível decretar prisão pelo clamor público. Mas é claro que não, doutor. Ninguém imagina um magistrado fazendo o papel de linchador. O senhor deveria ter mantido presos os dois por vários outros motivos, entre eles sua periculosidade comprovada em prontuário policial, o flagrante que o senhor mesmo homologou e a ausência de qualquer motivo para o disparo com que feriram aquela senhora. Perversidade pura, doutor, que o senhor soltou como quem solta os tigres da jaula do circo. Diz o juiz: Não havia pedido (de prisão) do Ministério Público. E daí, doutor? O que lhe parece valer mais? O pedido do MP ou o relevante interesse social envolvido na segurança dos cidadãos?
Ante a pergunta de ZH sobre se ele teria decretado a prisão caso houvesse pedido do MP, ele responde: Não posso me manifestar em abstrato. Não me lembro mais do caso. Naquela noite foram 14 flagrantes e em nenhum deles houve manifestação do MP. Ele sequer lembra do caso... Toda cidade lembra do caso, mas o juiz do caso nem se lembra. Só lembra que, naquela noite, soltou quatorze tigres na rua. Se lhe apresentassem Hitler em pessoa, sem pedido do MP, ele soltava. Se lhe exibissem Fernandinho Beira Mar, Marcola, Hildebrando Paschoal, Lili Carabina, sem o jamegão do promotor, ele soltava.
Antes tivesse ficado calado.