• Percival Puggina
  • 05/06/2015
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É IMPEACHMENT, SIM

Não houve na história da República governo que merecesse tanto ser posto porta afora pelas instituições quanto esse alegadamente reeleito no dia 26 de outubro do ano passado. Percorreu de A a Z o dicionário das coisas que um governo não deve fazer, e mandou para longe das próprias vistas os limites morais a que se subordinam as pessoas e as instituições que merecem respeito.

 A lista é longa e mostra que estamos sob um governo absolutamente capaz. De qualquer coisa. A corrupção foi transformada em política de Estado graças à consistente e já fartamente comprovada formação de quadrilhas. Quando os números do assalto à Petrobras chegaram às manchetes mundiais houve um estupor porque nunca se vira caso de corrupção com tantos dígitos. E eram apenas os primeiros esguichos do que viria com a operação Lava Jato que desvendaria a extensão do esquema a um vasto conjunto de obras públicas. Há poucos dias, o governo precisou usar toda sua força de coerção para aprovar uma lei dizendo que crime de irresponsabilidade fiscal já cometido deixava de ser crime perante os estatutos jurídicos do país. E pouco mais tarde, novamente operou o balcão dos negócios para que fossem retiradas assinaturas em CPIs que investigariam financiamentos do BNDES.

Em países sérios, presidentes não podem mentir. No governo brasileiro, a mentira é sempre a forma de comunicação. A verdade jamais emerge numa entrevista. Ela só aparece mediante rigorosa investigação jornalística ou policial. O governo atrai os piores elementos dos partidos da base e os piores parceiros nacionais e internacionais com os quais faz negócios que traem o interesse brasileiro.

Seguindo a política do partido governante, sem audiência ao Congresso e à nação ali representada, deslanchou um programa de integração continental denominado “Pátria Grande”, confessadamente comunista, visando integrar moedas e identidades nacionais com os mais desastrados de nossos vizinhos. Dentro desse projeto, o Brasil participa da instalação de uma Escola de Defesa que outra coisa não é que uma versão bananeira do Pacto de Varsóvia. Se essas tratativas forem criteriosamente investigadas, não andaremos longe de um crime de alta traição. Pense num mal para o país e saiba: há um setor do governo ou de seu partido tratando disso.

É irrelevante ao tema deste artigo mencionar a falta de qualquer mérito nesse governo, porque no Brasil, governar mal é um direito de todos. Mas, convenhamos, não é à toa que o petismo é contra a meritocracia. Basta contemplar seu governo. Ele jogou o país numa enorme crise sem que houvesse qualquer outro motivo que não fosse a monumental incompetência nas áreas essenciais da administração.

Cobrar das instituições que deliberem sobre impeachment é uma imposição moral. Se elas o recusarem, que assumam as consequências. Simples como isso. O que não se pode fazer é um discurso de reprovação ao que foi feito no país e dizer que “não é caso de impeachment”. Santo Deus! O que mais é preciso? Por quanto mal ainda devemos esperar? Não nos constrange tal omissão? A presidente e seus líderes já não podem aparecer na rua pois são vaiados pelo povo, entregue aos azares que desabam sobre seu cotidiano. E as instituições, no conforto dos gabinetes, contemplam seus esféricos umbigos. É assim que queremos ficar?

Dizer que “não é caso de impeachment” é fornecer ao governo um fraudulento atestado de boa conduta. Essa é apenas uma das duas opiniões possíveis. E é a mais prejudicial ao interesse público, à moral nacional e ao respeito que devemos ter por nós mesmos.


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* Percival Puggina (70), membro da Academia Rio-Grandense de Letras, é arquiteto, empresário e escritor e titular do site www.puggina.org, colunista de Zero Hora e de dezenas de jornais e sites no país, autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia e Pombas e Gaviões, integrante do grupo Pensar.

 


José lima -   09/06/2015 03:49:37

Concordo plenamente com tuas palavras e não há como contestar o que está acontecendo em pleno nariz da Nação Brasileira temos que ficarmos atentos com os roubos dos próximos que vão aparecer acorda Brasil um grande abraço amigo

Ismael Façanha -   07/06/2015 17:23:54

Os desmandos na era petista são o pior do pior no atual quadro de dissolução de valores na sociedade moderna. Em nosso País instalou-se o regime do "salve-se quem puder" decorrente dos 13 anos da administração falha, incompetente, de um partido, o PT, só preocupado com usufruir o poder. Não é de impeachment ou de uma simples intervenção militar que precisamos, é a Intervenção Divina que se faz necessária!

João Guilherme -   07/06/2015 17:12:35

NÓS NÃO TEMOS OUTRA SAÍDA QUE NÃO SEJA SOLICITAR A INTERVENÇÃO MILITAR OUTRA VEZ. INFELIZMENTE ÀS NOSSAS INSTITUIÇÕES, A MAIORIA ESTÁ DOMINADA POR ESTES COMUNISTAS QUE PREGANDO UMA FALSA DEMOCRACIA CONSEGUIRAM ENGANÁ-LAS, DEVIDO AS MENTIRAS QUE JÁ LI HOJE A RESPEITO DOS MILITARES NAS REDES, COLOQUEI O SEGUINTE COMENTÁRIO: Em 1972 eu estava em plena juventude, e tem mais, nessa época eu servir o quartel como soldado no quartel da Aeronáutica na ponta do Galeão. E lá a cadeia estava cheia de guerrilheiros terroristas comunistas, quando nós passávamos pela porta da cadeia e olhávamos lá pra dentro eles estavam muito a vontade e rindo e muitas vezes até brincando de bola feita de papel. Nós nunca ouvimos um só grito vindo de lá, o nosso alojamento praticamente ficava perto da cadeia. Talvez esse foi o maior mal dos militares, ou seja, ter tratados esses guerrilheiros terroristas comunistas bem, porque se os militares tivessem tratados eles como deveriam ser tratados, eles não estariam hoje aí no poder, tentando transformar o Brasil num país comunistas como eles tentaram em 1964 e por solicitação do povo eles foram derrotados. Aí no início de 1973 dei baixa fui seguir a minha vida como outro cidadão qualquer, terminei meus estudos, fiz faculdade me formei, conseguir um bom emprego e nunca fui perturbado pelos militares. A verdade é só uma os militares só foram duros com os guerrilheiros terroristas comunistas porque, como já falei, eles queriam transformar o Brasil num país comunista e os militares não permitiram como não irão permitir agora, se esses comunistas pensam que os militares estão indiferentes para as atitudes deles eles estão redondamente enganados. A verdade tudo que se fala das maldades dos militares a maioria é tudo mentiras. Como falou recentemente uma ex-terrorista, os chefões mandava falar para a imprensa que elas tinham sido torturadas!!

Genaro Faria -   07/06/2015 15:48:28

O velho e mau PSDB, fabiano de berço e batizado na água benta do marxismo, prefere continuar a ocupar o cenário político com o seu sócio enrustido - o PT inculto e ressentido. A estratégia de "deixar sangrar" é puro blefe. Mês passado, Geraldo Alckmin e Fernando Pimentel - o pilantrel das Gerais - ensaiaram esse dueto que vem se repetindo desde que FHC, montando o cavalo do Plano Real de Itamar Franco, enfrentou Lula pela primeira vez. Esses dois governadores deixaram bem claro que pretendem ser os novos protagonistas da farsa em 2018. Foi num encontro de governadores do nordeste com os presidentes do Senado e da Câmara Federal. O Brasil, está claríssimo, só pode sair desse enrosco por uma pressão irresistível da população , que force a deposição de Dilma URSSeff. IMPEACHMENT JÁ!

Paulo Rubens Dias dos Santos -   07/06/2015 04:55:28

É necessário o IMPEDIMENTO dos 3 poderes.Não sei se isso é possível, DEMOCRATICAMENTE, mas não vejo outra solução. Bradamos o IMPEDIMENTO de Dilma como se fosse a solução e deixamos passar batido as manobras de um LEGISLATIVO conivente e OMISSO agora liderado pelos eternos integrantes de todos os governos que é essa turma do PMDB.A liderança do PMDB na câmara e Senado se encaminha para a velha solução política da acomodação das coisas sem maiores consequencias de severas punições.É tudo que o PT quer até 2018 com o retorno de Lula!Ora bolas, este não é o melhor momento para as SONHADAS REFORMAS que o povo brasileiro espera há tanto tempo?Porque o PMDB, já que dá as cartas do jogo, não revoluciona com as tão sonhadas reformas como: Revisão do PACTO FEDERATIVO, REFORMA POLÍTICA,TRIBUTÁRIA,ADMINISTRARTIVA, REVISÃO DO CÓDIGO PENAL? Porque ainda é a Presidente da República que indica e nomeia os membros do STF, Polícia Federal e outras instituições que deveriam ser isentas e representar tão somente o estado?Mas de onde vem o respaldo e quem mantem Renan, Cunha e Temer?Porque Renan e Cunha permanecem como líderes se são acusados de envolvimento no petrolão?E os ditos "bons" de todos os partidos políticos porque não se rebelam e lideram uma frente revolucionária(no bom sentido) até saírem as reformas?E sobre o judiciário não esta na hora de termos uma justiça menos recursal onde a tendência é tudo acabar no STF?Por favor, de que adianta IMPEDIMENTO da Dilma se não vai mudar nada?Talvez, só troque os gatos.

João C.N.Vargas -   06/06/2015 23:27:54

O pior é que não vejo na oposição gente competente e independente para delimitar o que deve ser Estado e iniciativa privada, a não ser gente querendo abocanhar serviços públicos, tudo em nome de um neo-liberalismo de direita( terceirizações,perda de direitos trabalhistas e privatizações) para garantir seus bolsos.

Percival Puggina -   06/06/2015 21:18:19

Publiquei, sim, seu comentário, senhor Sérgio Oliveira, porque ele serve melhor à minha tese do que à sua. Acusar-me de "cumplicidade" com o status quo revela sua nebulosa relação com o que lê aqui (e não será diferente com o que vê por aí).

Sérgio A.Oliveira -   06/06/2015 17:47:37

Dr. Puggina: Em todos os espaços que me surgem denuncio a cumplicidade dos defensores do impeachment da Presidenta com o "status quo" político reinante. Essa infeliz defesa se torna mais grave ainda qdo parte de ilustres formadores de opinião,que dominam muito bem a matéria sobre a qual falam ou escrevem. Promover o impeachment de Dilma é como explodir a ponta do iceberg na superfície das águas do mar,deixando o resto abaixo do nível da água. A única saída que o Brasil tem hoje seria um "impeachment" nos Três Poderes. Mas isso só vai se conseguir com o apoio militar previsto no art.142 da Constituição,que não teria nada a ver com a reimplantação do contragolpe de 64. Não tenho muita esperança da publicação desse comentário.

léo guedes -   06/06/2015 17:12:52

Alguém conheceu uma pessoa que se tornou virtuosa sem esforço? Ser pobre não é virtude, pois um de seus vícios é a preguiça. E não é exigido esforço algum para sê-lo. Refiro-me ao pobre vagabundo. Por outro lado, um homem rico que chegou a esse status sem ser virtuoso, está na mesma condição do pobre vagabundo. No entanto, existe um consenso no meio intelectual da esquerda que, cumprindo uma farsa, convence aos outros que pobreza é virtude. Seria virtude se um homem, em condições de ser rico, opta por ser pobre, abdica de uma vida de luxo, prazeres, superficialidades consumistas. Marx tem uma visão absolutamente torta da realidade humana. Imaginar que a maioria da população pobre pode determinar seu próprio futuro é de uma fraqueza intelectual inaceitável. A todos a natureza deu condições para se transformar. A parábola dos talentos incorre nesse fato. Nascemos com potencialidade, mas a atualização desta somente por obra de esforço próprio.

susana -   06/06/2015 16:44:58

Concordo. Gostaria que já tivéssemos uma data marcada, pois como está não pode piorar. Pelo menos, espero que não.

Juan I. Koffler A. -   06/06/2015 15:50:46

Parabéns, meu ilustre amigo! Disse tudo com maestria que lhe é peculiar! Quem dera existissem mais cidadãos cônscios como você! Nossa pátria seria o expoente que merece ser! Pena que nossa sociedade não a merece! Siga em frente, amigo, pois somos muitos os que comungamos com seu lúcido pensamento!

ARTUS JAMES LAMPERT DRESSLER -   06/06/2015 15:27:02

PROFESSOR PUGGINA TIRANDO ELES DO PODER , COMO SÓI SABEM FAZER, CRESCERÃO COMO INÇO ADUBADO PELO COITADISMO. LEVY RESOLVENDO METADE DO IMBRÓGLIO, EM DOIS ANOS, O ÚLTIMO SERÁ DA "GANDAIA FISCAL" E SERÃO VENCEDORES NAS ELEIÇÕES DE 2O18. SÓ SANGRANDO ATÉ A MORTE , E NÓS SUPORTANDO O CHEIRO NAUSEABUNDO, ATÉ AO FINAL DO MANDATO, SERÃO EXTIRPADOS JUNTO COM O "CARNEGÃO", NAS ELEIÇÕES DE 2018. É MELHOR SOFRER ATÉ AS PRÓXIMAS ELEIÇÕES DO QUÊ POR MAIS UMA SUCESSÃO DE MANDATOS; ELES VIERAM PARA FICAR

Carlo Germani -   06/06/2015 15:01:27

Caro Puggina,como sempre direto ao ponto. Já passou da hora de apear do poder a nulidade humana e política Dilma Ruimseff e o farsante-fantoche-corrupto Lula e o petsimo-comunismo. Impressionante o coro pelo não impeachment,a começar pelas pseudas oposições com o partido-irmão do PT,o PSDB. A grande imprensa e mídia em geral (com rarissimas exceções,como este site e o de AluizioAmorim,...).também,não param de repetir que o impeachment é golpe. E a grande massa de imbecis coletivos que assolam este país, estão aguardando que a megacrise brasileira política,econômica,financeira,monetária,moral,...,se resolva por si só. Alienação total. E o início urgentíssimo de uma nova mentalidade sobre o Estado corrupto e ineficiente e a agenda esquerdista-comunista. Que a verdade se faça vitoriosa: a única alternativa ao Brasil é uma guinada radical no conservadorismo e forte economia liberal.O resto é fraude total,onde sugiro pegar o passaporte e imigrar do Brasil. Impeachment já!

F.Carvalho -   06/06/2015 14:27:29

Em contraste com o custo que um processo de impeachment possa representar para a sociedade e para as instituições, é preciso contrapor o de não realizá-lo. Segundo estudo da FGV, que pesquisou o histórico desse tipo de intervenção em termos globais, o segundo custo é bem maior.

Luiz Felipe Salomão -   06/06/2015 14:17:30

Caro Puggina, a pureza e a beleza de suas palavras são dignas de beatificação. Um abraço!

Suely Agnes -   06/06/2015 12:56:13

Obrigada por traduzir em palavras, neste brilhante artigo o que eu, minha família e amigos sabemos e sentimos. As pessoas não tem a dimensão do perigo que se instalou no país e as instituições em estado de coma, coniventes e contaminadas por uma organização criminosa que literalmente tomou conta do Brasil. É urgente que se dê um basta!

Odilon Rocha -   06/06/2015 01:51:05

Prezado Professor Puggina Minhas desculpas antecipadas, mas mais explícito do que essa imundíce em que se transformou o país, só revista de sacanagem da pior espécie. É estarrecedor o estado inerme (combina com verme), sem qualquer contra partida moralizante, ao menos jurídica, em que nos encontramos. Agora vem o tal pacotão de concessões, que, particularmente, não acredito e vejo mais como balela para distair ainda mais os TT, tolerantes tolos. O personagem Pateta da Disney é mais esperto. Abraço

Genaro Faria -   06/06/2015 00:29:56

Se depender do STF, que à época do mensalão contava em sua corte com menos dois advogados do PT que conta hoje, o impeachment de Dilma talvez nem passe pelo juízo de admissibilidade. Os aparelhados vão dizer que não existe um Fiat Elba zerinho para conduzir o processo. E sem uma condução competente o processo não anda. Quanto à quadrilha, falta o sanfoneiro, a fogueira e o quentão. Então, ela não passa de uma fábula inventada pela direita golpista. Que ela vá fazer sua festa junina em outro arraial. Está certo que em uma democracia o governo é da maioria do povo. Esse presente de grego, porém, já caducou. A moda agora é governar com a minoria. Nove em cada dez brasileiros querem botar Dilma e o PT porta afora? Ótimo, quanto mais irrelevante for a maioria, melhor. Toda essa decadência moral e cultural pela qual passa o país é fruto de uma esperteza chamada "politicamente correto". Com ele a palavra "comunismo" foi retirada do dicionário e sobrou apenas o vocábulo "fascista", que serve para xingar quem ouse falar em ideologia por aqui. Este foi o grande golpe que a esquerda perpetrou contra a política que repudia a hegemonia pretendida pelo PT. Como se diz, "o maior trunfo do diabo é nos convencer de que ele não existe". A propósito, "hegemonia" não, totalitarismo.

CELSO LUIZ DE AZEVEDO SOUZA -   05/06/2015 23:22:55

É muita pretensão esperar que um Legislativo comprometido com o Executivo tenha o devido patriotismo e energia para pedir o impeachment da sra. Dilma Rousseff !

Jonas Federighi -   05/06/2015 20:06:38

Faço suas as minhas palavras. Só mesmo uma flexibilização e uma relativização gigantes de nossos valores são capazes de acomodar qualquer análise sobre se trata ou não de um caso de Crime de Lesa Pátria. As evidências são tão gigantemente grotescas e absurdas que só mesmo um estado de catarse, uma paralisação mental em massa é capaz de aceitar essa leniência da dita Oposição que de Oposição não passa de uma grande peça publicitária teatral.