• Percival Puggina
  • 25/05/2016
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DO COMO NUNCA ANTES AO TCHAU E NUNCA MAIS.

 

Não vou puxar aqui o rosário das más notícias que desfilam cotidianamente nos meios de comunicação. A muitos de nós, elas chegam assim, como informação. A milhões de outros, como causas de tragédias pessoais e familiares. Alguns veem as estatísticas. Outros vivem as estatísticas em seu dia a dia. Ao governo que assume, o noticiário expressa a emergência e a urgência de medidas para afirmação de um rumo ascendente. Aos afastados do governo, essas notícias são desconforto político que deve, rapidamente, ser debitado ao "mercado", à CIA, ao Cunha, ao FHC, ao Moro, às "zelites", à direita, aos coxinhas e aos "golpistas". Jamais a si mesmos nem ao exercício rapineiro, irresponsável e incompetente das tarefas de gestão. Nunca à ideologia que abraçam. Profissionais da falácia, nem por acaso batem no próprio peito! O partido que pretendeu ter descoberto o Brasil em 2003 nos fez regredir no tempo e perder, inteiramente, os últimos 13 anos.

Tudo que aconteceu era previsível e deu causa à maior parte dos meus textos durante esse período. Simplesmente não havia motivo para que não acontecesse aqui, no andar dessa carroça, o mesmo que ocorreu em todos os países onde germinaram as ideias inspiradoras dos governos petistas. Dezenas de vezes, ao longo desses anos, participei de debates com destacadas lideranças e personalidades vinculadas ao Partido dos Trabalhadores, discutindo os projetos políticos em curso nos países ligados ao Foro de São Paulo. Sem exceção, sustentavam que Cuba era um modelo de justiça. Rararamente falavam de Fidel sem que a veneração os exaltasse. Enchiam-se de ira quando contestados. Na Venezuela, diziam, havia democracia até demais. Ali, onde o setor público trabalha dois dias por semana para economizar energia, proclamavam estar em curso um exitoso modelo de governo socialista. Para que a Venezuela fosse incluída no Mercosul, expulsaram o Paraguai, cujo Senado vetava o ingresso do chavismo no Bloco. Quando? Quando Lugo foi constitucionalmente deposto do cargo.

É bem abastecido o repertório de fracassos dessa referência ideológica que liderou o Brasil nos últimos anos. O que vemos é o resultado inevitável de uma forma de conceber o Estado e a Política, a pessoa humana e a sociedade, a Economia e a História. Não há acerto possível onde tudo está mal pensado. Nem todo o desastre brasileiro é produto da organização criminosa que se instalou no poder. Tampouco é só irresponsabilidade e incompetência. Tem muito, mas muito mesmo, de erro de script, tipo "vamos fazer com o marxismo, o que os europeus não souberam".

Nos últimos dias, intensificou-se a articulação da esquerda mundial em torno das denúncias de um suposto golpe de Estado que estaria em curso no Brasil. Nada disso é espontâneo. Bem ao contrário. Através de meios de comunicação ideologicamente alinhados, e para um público sensível, o PT transforma em notícia internacional as palavras-chaves e os lugares-comuns da linguagem revolucionária, que não começa nem termina no Brasil. É um fenômeno comum a todo o Ocidente. Não, não é o mundo que reprova o impeachment da presidente. São os parceiros externos dos que saíram deixando-nos a esperança de que jamais voltem.

Seu principal interesse é e sempre foi o exercício de um poder revolucionário. Por isso, suas afinidades e zelos não são para com os cubanos, venezuelanos, nicaraguenses, equatorianos, bolivianos ou brasileiros. Tais empatias se estabelecem com os respectivos governos, em benefício da causa revolucionária comum. Danem-se os povos, dane-se o Brasil e seus desempregados, contanto que a revolução prossiga!

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* Percival Puggina (71), membro da Academia Rio-Grandense de Letras, é arquiteto, empresário e escritor e titular do site www.puggina.org, colunista de Zero Hora e de dezenas de jornais e sites no país. Autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A tomada do Brasil. integrante do grupo Pensar+.

 


Felix Santos -   30/05/2016 01:19:00

"Danem-se os povos, dane-se o Brasil e seus desempregados, contanto que a revolução prossiga!" Parabéns, Puggina. Frase e ideia dignas de um Stalin. Isto é o comunismo. Isto é Marx, Lenin e Stalin. As ideias destas pestes ainda fluem pelo mundo.

Brenda Fernandes Aprigliano -   29/05/2016 19:51:56

Tenho um amigo na Áustria que nos questionou e estava preocupado conosco, porque leu no jornal lá que o novo governo também é corrupto. Sabemos muito bem quem é o Temer, porque esteve o tempo todo junto no processo destrutivo da Nação, mas só tínhamos essa saída constitucional e agora é tomar conta , exigir e rezar. É por isso, que o PT e seus aliados, não pararam de rosnar, nem aqui e nem lá fora. A imprensa tanto nacional como internacional, não se cansa de veicular falsidades e colaborar com a bandidagem. Repita incessantemente uma mentira, para que se torne e pareça verdade. Essa é a tática comunista marxista leninista e o PT reza nessa cartilha!

Silas Velozo -   28/05/2016 22:06:33

Bravo, cumpadre Puggina! Mais uma vez dissecou a essência do pensamento esquerdizofrênico: dane-se a realidade, danem-se os povos, importa a tal "revolução" prosseguir. E, claro, seus mentores assentarem-se no poder eternamente.

nilton -   25/05/2016 21:46:43

Bom dia a todos ,é pena ver,comentar e criticar as atitudes da dupla PRESIDENTE(A) . Eles fizeram muita coisa errada , mas nós portadores de um documento "era documento" hoje não sei mais , titulo de eleitor; mas nós somos culpados também . Somos culpados por não saber a força que este documento tem , (não sabemos votar)

Gilmar DM -   25/05/2016 16:48:29

E essa revolução nunca terá fim, não esqueçam que "nunca existiu um regime realmente comunista", segundo os revolucionários. Tenho certeza que a única mea culpa que esses revolucionários tupiniquins vão fazer é de não ter adotado o modelo chinês ao invés do cubano, assim como na Venezuela, onde a Coca-Cola está abandonando a produção porque o país não produz mais açucar, onde a produção nacional de automóveis nos primeiros três meses foi de apenas 720 unidades, e nos meses de fevereiro e março o Maduro foi obrigado a vender 42, 7 toneladas de ouro. Acho que nós escapamos dessa!

Genaro Faria -   25/05/2016 16:32:58

O que mais me assombra é que tudo que está escrito nesse texto impecável, professor Puggina, aconteceu a meio palmo diante do nosso nariz. E só uns poucos foram capazes de ver. É ver como o domínio da edição dos telejornais e outros órgãos de comunicação de massa podem cegar um povo inteiro. Como uma minoria organizada, financiada e treinada para subverter os valores e fazer do mal sua virtude é capaz de derrotar o senso comum das pessoas e sua intuição natural. É ver o desvario triunfar sobre a sensatez. Que sejamos conduzidos pela esperança na glória de Deus. SPE GLORIAM DEI DUCOR