• Percival Puggina
  • 24/04/2016
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DILMA E SEU DESAMOR AO BRASIL

 

" A Constituição determina que, para que o impeachment aconteça, é preciso ter crime de responsabilidade. E não tem, contra mim, nenhuma acusação de corrupção." (Dilma Rousseff, em NY, dia 22 de abril)

 Não sei se resta algum degrau na escada da dignidade do cargo presidencial para Dilma descer e macular ainda mais a própria imagem e a imagem do Brasil. A presidente afirma que não é corrupta, como se a distância entre isso e a santidade fosse vencida numa pedalada de cinco minutos.

 Nossa dirigente máxima já cometeu crimes gravíssimos, que hoje habitam, apenas, a zona sombria de sua consciência. Foram anistiados. Ela os cometeu quando pegou em armas para implantar uma ditadura comunista no Brasil. Cometeu-os sabendo que a nação nada queria com sua organização, métodos e ideias. O desrespeito de Dilma ao Brasil e seu povo é, portanto, uma história antiga, só superada mediante robustas mistificações e maquilagem publicitária. O modelo que seguiu na juventude foi proporcionado, patrocinado e orientado pelas tiranias soviética e cubana. Era o que ela pretendia e nunca deixou de pretender, como fica patente cada vez que vai a Havana beijar as mãos sanguinárias dos Castro. Dela nunca se ouviu palavra de arrependimento.

 Hoje, ao afirmar que não é corrupta, a presidente objetiva, de um lado, transmitir a falsa ideia de que apenas a corrupção pessoal pode motivar um processo como o que enfrenta. Ora, ainda que não tenha auferido recursos da corrupção, esses crimes, praticados dentro do seu governo, pela equipe sob seu comando e supervisão, ao longo de mais de uma década, proporcionaram a ela e a seu partido a manutenção do poder. Mas Dilma, a exemplo de Lula, nada soube e nada viu. Tudo lhe caiu do céu. Se a corrupção é o crime por excelência no teatro da política, por que tanto desmazelo? Por que tantos corruptos notórios no seu entorno? Por que agasalhar Lula com o cobertor de um ministério, para "usar em caso de necessidade"?

 Por outro lado, quanto ao impeachment, Dilma e os seus parecem considerar irrelevante o controle parlamentar sobre a despesa pública. Tal desprezo é próprio de pessoas acostumadas a usarem nosso dinheiro para proveito pessoal ou político! Ignorância pura e simples é que não há de ser. Refresquemos a memória: não foi para estabelecer esse controle que nasceram os parlamentos deliberativos? Não foi principalmente por ele que, em 1215, se revoltaram os barões ingleses redigindo a Magna Carta Libertatum e exigindo do rei João que a assinasse? Estamos falando de um princípio constitucional com oito séculos de vigência! Sua ruptura é grave ofensa ao parlamento e à nação.

 Nossa presidente mentiu desbragadamente aos eleitores em 2014; afundou as contas públicas, a economia privada e grandes estatais; fez disparar o desemprego; furou os tetos a respeitar e os pisos a não transpor. Transformou o Palácio em pavilhão de comício e comitê central de seu partido. Vive encapsulada para escapar de vaias e panelaços. Esfarelou seu apoio parlamentar e, em desmedida soberba, quer permanecer assim até 2018.

Acontece que o amor próprio de Dilma contrasta com seu desamor ao Brasil. Ele estava presente nos tempos da clandestinidade, no internacionalismo inerente ao comunismo, no desapreço às nossas raízes e à nossa história, na sempre ardilosa construção da luta de classes e no conceito da Pátria Grande, falsamente bolivariana e verdadeiramente comunista, urdida nos conluios do FSP e da Unasul.

Dia 22, em Nova Iorque, esse desvario chegou ao cúmulo de sugerir sanções do Mercosul e da Unasul ao Brasil caso seu impeachment avance. Nossa presidente repete Luís XV: "Depois de mim, o dilúvio!". Afoguemo-nos todos. As recentes manifestações de Dilma no palco internacional correspondem ao item 7 do art. 9º da Lei dos Crimes de Responsabilidade: "Proceder de modo incompatível com a dignidade, a honra e o decoro do cargo". Ou não?

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* Percival Puggina (71), membro da Academia Rio-Grandense de Letras, é arquiteto, empresário e escritor e titular do site www.puggina.org, colunista de Zero Hora e de dezenas de jornais e sites no país. Autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A tomada do Brasil. integrante do grupo Pensar+.


 


Áureo Ramos de Souza -   30/04/2016 23:37:22

E se os que mostraram que Dilma deveria sofrer o impeachment inclusive também os atos de terrorismo que a mesma cometeu, será que valeria para o caso?

João Guilherme Maia -   30/04/2016 16:41:41

Tanto a presidente Dilma quanto o Lula, dizem que não são corruPTos. Agora o mais interessante foi justamente nos governos do PT que houve dois dos maiores escândalos nos governos do Brasil. No do Lula, houve o famigerado Mensalão que se compravam os políticos para votarem a favor do governo. Aí apareceu no caminho do Lula, o ex-ministro Joaquim Barbosa e colocou um monte deles na cadeia. Aí veio o governo da presidente Dilma e a pouca vergonha continuou com o desvio do dinheiro público, atacaram a Petrobras e conseguiram quebrar a estatal mais conhecida no exterior e a mais querida pelos brasileiros. Eles só não imaginavam que iria cruzar no caminho deles outro Joaquim Barbosa, na pessoa do juiz Sérgio Mouro, eles se deram mal mais uma vez. Mais o pior que aconteceu para o governo do PT, foi o PMDB ter virado as costas para eles, até porque, quem manteve o PT nesses anos todos no poder foi justamente o PMDB. Agora para o azar da presidente Dilma. Lula e do PT é que o povo não quer mais eles no poder, o povo de bem do Brasil, que felizmente ainda é a maioria dos brasileiros, não aceitam mais esse desgoverno da presidente Dilma e tem mais não é o partido A, B ou C que quer o impeachment da presidente Dilma, não, quem quer o impeachment dela é o próprio povo brasileiro, e por isso, ela não terá escapatória no Senado como não teve na Câmara. Não adianta ela e o PT, ficarem repetindo que é golpe, porque simplesmente, eles não irão convencer ninguém, muito menos os senadores no julgamento no Senado.

João brito -   29/04/2016 09:08:07

Artigo sensacional!

Odilon Rocha -   26/04/2016 21:25:59

Caro Professor Esse oportuno enquadramento que o senhor muito bem citou - item 7 do art. 9º da Lei dos Crimes de Responsabilidade: "Proceder de modo incompatível com a dignidade, a honra e o decoro do cargo" - é só para países decentes e com enorme grau de desenvolvimento, em todos os sentidos possíveis e imaginários. Onde há Lei e respeito (de verdade!) por ela. Onde há decência, onde há vergonha na cara. A enormidade de autoridades, nos vários níveis, perdendo-se as contas de quantas foram, que já cometeram esse crime sem qualquer revés judicial, é de deixar qualquer um desanimado. Não me lembro a última vez que vi alguém, falo de autoridade!, processado por isso. É como li outro dia, em que alguém sabiamente disse que "o dia em que os banheiros de bares, lanchonetes e restaurantes forem tão limpos quanto os das casas dos proprietários, aí sim, o país começou a ficar sério".

Daniel Becker -   25/04/2016 18:41:57

Caríssimo amigo Puggina, mais uma vez expõe com extremo brilhantismo a terrível situação política que vivenciamos . Apenas vai lá um acréscimo: vivemos, e continuamos perdendo, uma guerra cultural. Nossos jovens, e mesmo muitos nem tão jovens assim, continuam sendo doutrinados por agentes da revolução gramscista, que aí estão, travestidos de professores, escritores, cineastas, jornalistas, sociólogos et caterva. Se não mudarmos esse sombrio quadro, o PT cairá, mas outra organização criminosa esquerdista surgirá, e seremos arrastados de novo à vanguarda do atraso, ao pântano socialista de que, sofregamente, tentamos sair no presente momento. Façamos nós, pessoas de bem deste país, nossa parte para que mais batalhas sejam ganhas, pois a guerra continuará, e será renhida. Grande abraço.

Dalton Catunda Rocha -   25/04/2016 17:28:27

O núcleo da mensagem de Karl Marx não é o extermínio de milhões de pessoas, nem o restabelecimento da escravidão, nem o culto à personalidade de ditadores comunistas. Também em engano se acreditar que o núcleo do marxismo seja, o controle do estado por marxistas; isto vem depois. O núcleo da mensagem de Karl Marx é, a estatização da economia. Voltando ao Karl Marx, eu devo dizer: “Dei-me um país que tenha monopólio estatal do petróleo e, eu lhe darei um país pobre. ” De nada adianta simplesmente se matar ou prender esquerdistas. É preciso mais do que isto, se eliminar o estatismo econômico, que é o âmago da mensagem do picareta Karl Marx. Para começo de conversa, é preciso se ver que o petróleo é dos árabes. E a Petrobrás é da CUT. É preciso se privatizar não só estatais corruptas, como terras. Só o MST, os índios e o governo tem mais de 60% do Brasil. Junte-se as áreas de preservação permanente das fazendas e quase 80% do Brasil é estatal. Mais de 90% do Brasil devia ser particular; como é na Holanda ou Inglaterra. O artigo em si é bom, mas falha em notar que foi o estatismo econômico, aquilo que levou o PT ao poder. O artigo falha em notar, que se o PT pilhou a Petrobrás, seus antecessores a roubaram. O problema principal é o fato de existir uma estatal do petróleo, no Brasil. O petismo é um filho (bastardo) do getulhismo dos anos 1950, com toques do moralismo udenista; também daquela época. Eu devo novamente dizer: “Dei-me um país que tenha monopólio estatal do petróleo e, eu lhe darei um país pobre. ” A função principal da Petrobrás, nunca foi produzir e refinar petróleo. A função principal da Petrobrás, sempre foi iludir a massa ignara, sendo o enriquecimento de políticos corruptos, sua função secundária. Enquanto existir uma estatal do petróleo no Brasil, a classe política vai roubá-la, à vontade. É assim, desde que a Petrobrás foi criada pelo caquético ex-ditador Getúlio Vargas, no distante ano de 1953. Eliminar totalmente a presença do estado, na área de petróleo, não impeachments, CPIs ou repúblicas de Curitiba é que deve ser a meta do Brasil. É algo que já devia ter acontecido em 1953, não hoje. São mais de 60 anos jogados fora, para fazer isto.

Ricardo Moriya Soares -   25/04/2016 11:00:39

Esquerdopatas sobrevivem única e exclusivamente do dinheiro alheio - eles são incapazes de criar, ou mesmo administrar algo produtivo e relevante. Se conseguíssemos extinguir todas as formas de financiamento (o alimento) destes vermes vermelhos (a palavra 'vermiculum' se encaixa perfeitamente no contexto!), eles se esvairiam gradativamente, até não sobrar um único professor marxista de escola municipal. Todos os jornais, blogs, revistas, artistas, políticos, advogados, servidores em geral, etc. que fossem desmascarados como vermes, deveriam ter sua renda e patrimônio bloqueados, daí eu gostaria de ver como eles sobreviveriam... trabalhar de verdade não lhes interessa, e como parasitas que são, teriam que sair do país em busca de novos hospedeiros para sugar - só não sei se teriam alguma chance de sucesso em nossos vizinhos, que também já estão de saco cheio desta gente (e também quebrados como nós!).

Genaro Faria -   25/04/2016 03:46:06

Ousassem nossos jornalistas romper com a ditadura do dito politicamente correto, uma vigarice comunista da Escola de Frankfurt, disparates como esses que ouvimos e lemos a todo instante não seriam cometidos impunemente. Os dirigentes petistas cometeram e continuam cometendo crimes de alta traição à pátria e não merecem ser tratados como autoridades ou considerados membros de um partido político. Que eles sejam, no mínimo, banidos da vida pública para todo o sempre.

Rossini -   24/04/2016 21:35:47

Verdade! Algo de que pouco se fala: o orçamento aprovado pelo legislativo deve ser respeitado. Verdade! O cheve do executivo é responsável pela boa ou má gestão, inclusive pela índole de quem participa de seu governo. Coisas elementares. Mas, como se diz, o pior cego é aquele que não quer ver. A questão é, porquê? A resposta: comunismo, Pátria Grande, Foro de São Paulo... Vi num site que até o Joaquim Barbosa acha que esse pedido de impedimento é inconsistente!

fabrice -   24/04/2016 20:38:34

Como alguns petistas arrependidos e com acesso à mídia vivem repetindo, Dilma foi um erro de estratégia política de Lula. A jogada parecia certa, mas como o Apedeuta não é onisciente e nem ouve ninguém, arriscou em proveito próprio numa nulidade, cuja fidelidade parecia canina, e se deu mal. Perguntei a colegas e militantes políticos contemporâneos de Dilma em Belo Horizonte, quem era a criatura nos anos 70. Um único se lembrava da jovem que, cadernos sob o braço, costumava acompanhar os debates sobre as pautas universitárias, encostada numa parede do auditório (não fazia parte da mesa, já demonstrando a vocação de apêndice). Mas, como aquele papagaio da piada, prestava muita atenção. Faria parte da inteligência? Não, não, nada mesmo, só idiota útil. Acho que por ser corpulenta, incisiva e grosseira no trato com os outros, mormente os subalternos, criou fama de gerentona, deitou na cama e os próximos, interessados, apostaram nisso. Honesta? É honesto compactuar com o roubo e a corrupção? E tem algumas histórias de aquisições de imóveis pela ex-excelência que ainda não vieram à tona e há, além das pedaladas, o esbanjamento comprovado do dinheiro público: basta dar uma olhada nos caríssimos hotéis e restaurantes frequentados por ela e sua trupe mundo afora ou no séquito de personagens e caminhões-baús que a seguiram, por exemplo, numa viagem anterior a N. York. Hoje injuria e difama o Brasil lá. Resumo da ópera: felizmente, o esquema lulista afundou o capo e o PT, mas foi, está sendo, e ainda será por algum tempo, péssimo para o Brasil e os brasileiros.