• Percival Puggina
  • 02/10/2017
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DEU A LOUCA NAS MOSTRAS DE CULTURA E "ARTE"

 

 Só alguém excessivamente conservador fica indignado com a exibição a olhos infantis de garatujas representando um homem negro fazendo sexo anal e oral com dois brancos enquanto, na mesma tela, duas pessoas buscam prazeres violentando uma ovelha, uma mulher se diverte com um cão, e, noutro grupo, tudo sugere pedofilia. Só alguém delirante aponta naquelas imagens um traço deliberadamente infantil para atrair olhos de crianças. Só o miserável legado moral da tradição judaico-cristã pode impedir alguém de se empolgar ante o que toscamente manifestam. Só alguém degenerado pelas aberrações da estética ocidental seria capaz de afirmar que tais peças são monstrengos em conteúdo e forma. Como não nivelar em excelência Leda e o Cisne de Leonardo da Vinci e aquela senhora com seu totó? É preciso ter sobre a infância e sua proteção ideias incompatíveis com a modernidade para não compreender o quanto resulta artística e pedagógica a performance de um homem pelado, mãos dadas com um grupo de meninas, ou a de outro deitado, manuseado por criança. É preciso ser muito fascista para não quedar em êxtase estético e comoção espiritual diante da performance de um homem nu ralando o gesso de uma imagem de Nossa Senhora.

Levei nota zero. Errei uma a uma as respostas que os profetas dos modismos dizem esperar, mas sei que meu gosto não faz norma e este é um país livre. Contanto que se protejam as crianças e não sejam cometidos quaisquer crimes, "o que é de gosto regala a vida". Exibam, façam e curtam o que bem entenderem! Lambuzem-se em porcarias! Mas me permitam dizer: vejo uma clara matriz política e ideológica nessa sequência de episódios e na linha de zagueiros que os protege mesmo quando crimes são praticados. Todos se posicionam bem à esquerda do bufê ideológico, num tipo de esquerdismo que disso se alimenta. Tais exibições são manifestos políticos de seus militantes, dedicados à empreitada de destruir as bases da cultura ocidental, sem o que não prosperam suas ideias e projeto de poder. Não é por acaso, então, que as obras põem alvo no cristianismo, na educação e na infância. Atuam na imprensa, em instituições públicas ligadas a Direitos Humanos, nos meios culturais e na liberação de recursos da LIC inclusive para o Queermuseu, em vista de sua declarada finalidade pedagógica...

Não defende a infância quem, em nome de alguma liberdade, a exponha à libertinagem, nem protege a arte quem atribui esse nome a qualquer aleijão. Muitos que, em funções de Estado, deveriam estar na linha de frente protegendo a infância, e em atividades culturais defendendo a arte, sacralizam o profano e o execrável enquanto, sob suas vistas, o sagrado é profanado e crimes são cometidos.

Affonso Romano Santana, em entrevista a Adroaldo Bauer em Porto Alegre, no ano de 2008, não hesitou: "Lamento muito informar que ao contrário do que se acreditou no século XX, a arte não acabou, a arte é uma fatalidade do espírito humano e arte não é qualquer coisa que qualquer um diga que é arte, nem é crítico qualquer um que escreva sobre arte".

Os fatos a que me referi se desenrolam sob nossos olhos, numa cadência cotidiana de avanços que confiam na tolerância de uma cultura superior que querem destruir. Há neles um núcleo comum, um objetivo final essencialmente mau para a arte, para sociedade, para as famílias e para as crianças.

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* Percival Puggina (72), membro da Academia Rio-Grandense de Letras, é arquiteto, empresário e escritor e titular do site www.puggina.org, colunista de dezenas de jornais e sites no país. Autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A tomada do Brasil. integrante do grupo Pensar+.

 

 


Isac -   05/10/2017 11:32:54

Precisamos também fazer os Queermuseus demonstrando os maiores carniceriros da humanidade, como os muares Lulasno e Dilmula relinchando o tempo todo serem benfeitores, porém agiam ao inverso, como via sonegação de recursos para socorrerem ditadores sanguinarios comunistas, deixando aqui à míngua a infraestrutura, como as estradas, devido à péssima conservação ou construção, geradoras de muitas mortes e sequelas não poucas! E a saúde, educação e a perversão das mentes anti etica-moralmente, mesmo anti cristã para o niilismo, isso é bom nem falar nisso, assuntos de sobra! Fazerem demonstrações de quem eram Stálin, Mao, Lênin e outros mais vermelhos, quais os métodos e cenas ao vivo de como faziam com seus desafetos via calunias e falsos dossiês, com os prisioneiros, isso é cultura e como, vamos lá? O Gal Pol Pot então com seus métodos ocupariam um imenso espaço nesse queer museu pois tinha uns métodos de exterminio muitos especiais, cada um mais sensiblizante que o outro! Aguardamos!

Ricardo Ventura -   04/10/2017 01:00:14

O Brasil virando uma grande casa de tolerância.

estado mínimo -   03/10/2017 14:34:15

Espero que seja permitido incluir "links" de terceiros na área de comentários. Este que se segue é muito bom e claro: http://cultura.estadao.com.br/blogs/estado-da-arte/eclosao-conservadora/

estado mínimo -   03/10/2017 14:17:57

O interessante é que os mesmos que não vêem problema algum em uma criança tocar um homem nu acham um absurdo que essas mesmas crianças sejam expostas a propagandas de cigarro e biscoito recheado. Não é um liberalismo radical, é seletivo. Quando interessa à agenda progressista, vale tudo. Quando é para obstruir o capitalismo, até a venda de bonequinhos junto com o sanduíche vira uma forma malévola de induzir crianças ao... consumo, esta coisa abjeta. O egocentrismo adolescente dos que se auto-intitulam artistas esgarçou as fronteiras do artístico para poder icluir nelas os incompetentes que buscam o reconhecimento fácil ao invés de uma sincera busca estética/filosófica, árdua e muitas vezes não recompensada em vida. A vaidade sem escrúpulos de pessoas que precisam de reconhecimento, seja lá por que causa for, as leva a atos que são essencialmente maus. Freud pode até explicar, mas não cura. Como pode um homem adulto não saber que é perturbador para uma criança tocá-lo nu. Basta lembrar-se de si mesmo em tal idade. Vale lembrar o constrangimento da criança em questão, estimulada a continuar por um adulto. E a mãe? Para parecer "a" descolada expõe a própria filha a isso. É amor ou vaidade? E agora começa a surgir a questão de os vídeos estarem expondo a pobre criatura. É o pensamento de esquerda em todo seu fulgor: o crime não é o problema, problema é noticiá-lo.

Odilon Rocha -   03/10/2017 14:04:37

Prezado Professor Até para o bom cristão a tolerância tem lá os seus limites. Somos tolerantes com urnas eletrônicas não confiáveis; somos tolerantes com o ativismo do Judiciário; somos tolerantes com um Congresso totalmente (com raríssimas...raríssimas exceções) conivente com o que se passa no país à mercê de imposições externas, ONGs e diretrizes estranhas ao que o povo quer. Fora os golpes que estão sendo costurados. Poderíamos enlencar outros tópicos bem conhecidos, já bem conhecidos. Esgoto que vai se infiltrando, se não for estancado, pode espalhar dejetos dentro de casa. Haja santa tolerância!

Rafael de Mello Morena -   03/10/2017 00:58:35

Dois problemas principais nessa história: o financiamento público e a ausência de classificação indicativa de faixa etária nas exposições. Sobre o conteúdo, nada de novo. Mau-gosto e provocações pueris, infelizmente, são de praxe na tal "arte contemporânea". Obrigado pelos excelentes artigos, seu trabalho é inestimável.

Genaro Faria -   02/10/2017 14:27:22

Caríssimo Puggina, embora um tanto constrangido, confesso que não tive paciência para ler seu artigo até o fim. Aliás, não tenho mais paciência nenhuma para ouvir argumentos de que elefante não é formiga ou vice-versa. Não dispenso mais, nem um pouquinho, o benefício da dúvida para admitir que talvez ainda haja quem de boa fé esteja equivocado, e não adrede e completamente ciente de sua perversão em tentar fazer passar por arte um crime hediondo e covarde contra inocentes. Esse truque é tão tosco que lembra a piada infame de como colocar um elefante dentro de casa sem precisar abrir a porta: é fazer ele passar dentro de um envelope por baixo da porta. Nem nos meios universitários, acadêmicos e artísticos - infestados por comunistas - instalou-se tamanha confusão mental a ponto de que seja necessário ensinar - em curso com apostilas, slides e outros recursos didáticos mais modernos - a diferença entre rouxinal da Galiléia e urinol da Vanderleia.